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  • 7/25/2019 Duchamp Tempo Deleuze

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    Viso Cadernos de esttica aplicadaRevista eletrnica de esttica

    ISSN 1981-4062

    N 2, mai-ago200!

    "tt#$%%%&revistaviso&com&'r

    Duchamp, o sensvel, a indiscernibilidade

    (arcos (artins

    )niversidade *ederal do Rio de +aneiro )*R+

    Rio de +aneiro, .rasil

    http://www.revistaviso.com.br/http://www.revistaviso.com.br/
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    RESUMO

    /c"am#, o sensvel, a indiscerni'ilidade

    Nos inventrios da arte do sclo 33, o tra'al"o de (arcel /c"am# com re57ncia

    com#reendido a#enas em sa dimenso conceital, ignorando-se ma #ossvel

    #resena do sensvel em sa o'ra& :artindo do conceito da o'ra de arte como ;m ser

    de sensao< criado #or =illes /ele>e e *li? =attari, #ro#on"o, nesse tra'al"o

    #ro'lemati>ar tanto o lgar reservado a /c"am# #ela "ist@ria da arte, 5anto os limites

    da deinio de arte ormlada #or a5eles il@soos& :ara e?#lorar a #ossi'ilidade de se

    #ensar ma #otica dc"am#iana este te?to se vale estrategicamente de das

    reer7ncias$ as teses de Rosalind Arass a res#eito da materialidade e do erotismo na

    o'ra do artista e os conceitos de drao, mem@ria "'ito e recon"ecimento atento

    ormlados #elo il@soo Benri .ergson&

    alavras!chave"/c"am# C /ele>e C =attari C .ergson

    #$S%R#C%

    /c"am#, t"e sensorial, t"e indiscerni'ilitD

    In t"e inventories o t"e E%entiet" FentrDGs art, t"e nderstanding o (arcel /c"am#Gs

    %orH is re5entlD restricted to its conce#tal dimension sensorD and erotic 5alities are

    sallD let 'e"ind& E"is te?t taHes as a starting #oint t"e conce#t o %orH o art as a

    ;'eing o sensatione 'ot" t"e #lace reserved to /c"am# 'D Jrt BistorD and t"e limits o t"e

    deinition o art #ro#osed 'D t"ose #"iloso#"ers& Jiming at t"e e?#loration o %"at cold

    'e taHen as a /c"am#ian #oetics t"is te?t maHes strategic se o t%o reerences$

    Rosalind ArassG t"esis on t"e #resence o materialitD and eroticism in t"e artistGs %orH

    and t"e conce#ts o dration, memorD "a'it and attentive recognition as ormlated 'D

    #"iloso#"er Benri .ergson&

    &e'(ords"/c"am# C /ele>e C =attari C .ergson

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    (JREINS, (& ;/c"am#, o sensvel, aindiscerni'ilidade

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    ;J o'ra de arte m com#osto de #erce#tos e aetose, em O que

    a filosofia?1, conceita a arte e identiica o 5e a dierencia das otras das ormas de

    #ensamento$ a ci7ncia e a ilosoia& :ara o #ensamento tdo 5esto de criao&

    Mn5ando a ilosoia cria conceitos e a ci7ncia cria nes, a arte cria sensaes& )m

    bloco de sensaes, m com#osto de #erce#tos e aetos, assim a o'ra de arte& No se

    deve conndir #erce#tos com #erce#es e nem aetos com sentimentos o aeces&

    Fitando F>anne, ;o "omem asente mas inteiro na #aisagem< 2, /ele>e coloca o

    #erce#to na #aisagem mas di> tam'm 5e ela contm o "omem e mistra-se com os

    #ersonagens de m romance, #or e?em#lo& ;J #aisagem v /ele>e, e #oderamos

    tam'm lem'rar Alee, 5e disse ma ve> ;agora os o'Oetos me #erce'em 5e lanaramos so're ela com nossa #erce#o& Vanto

    ao otro com#onente, o aeto, ele seria algo #r-"mano, no no sentido de

    anterioridade, mas da5ilo em vias de se constitir, m devir& U aeto se d ;como se

    coisas, animais e #essoas tivessem atingido, em cada caso, este #onto, todavia ininito,

    5e #recede imediatamente sa dierenciao natrale, eles esto to entran"ados em e?em#los literais na trama do tecido te?tal 5e

    no #oderamos tili>-los #lenamente sem 5e ssemos orados a re#rod>ir a5i

    letra #or letra todo o te?to do il@soo, #ara 5em a ilosoia no ala sobre algo e a teoria

    algo 5e se faz& U 5e 5eremos reter com essa 'reve introdo a idia de 5e os

    dois com#onentes desse ;ser de sensao< C a o'ra de arte C #ertencem, segndo o

    ator, Xnica e e?clsivamente a ela& So dela os #erce#tos e nela 5e se maniestam

    os aetos& J o'ra de arte inde#endente tanto do se modelo como de 5em a crio e

    de 5em vai r-la& Mla se ;mantm de # so>in"ae, calcado na #alavra

    sensao, e ma das oras #ersistentes do clic"7 /c"am# nos inventrios da arte do

    sclo 33$ sa o'ra estaria mais dirigida W mente 5e ao sensvel, lanando-se na

    contra-corrente da ento nascente #intra modernista&

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    U #r@#rio /c"am# re#etidas ve>es ataco o 5e c"amava de arte ;retinianaa em segndo #lano& 10

    U ntimo intercZm'io entre os #intores im#ressionistas e desco'ertas cienticas a

    res#eito da viso #or volta de 18!0, com as teorias de cientistas como Belm"olt> e

    F"evrel, vem marcar na #intra moderna a #ro#osio de ma atonomia dos

    enmenos visais 5e inlencia o entendimento do 5e seria tanto o a>er 5anto o rir

    da #intra& Segndo Rosalind Arass, trata-se de ma ;etic"i>ao< dessa atonomia,

    ma ;reiicao da s#ercie da retina e a convico de 5e, con"ecendo-se as leis de

    ses relacionamentos interativos, seria #ossvel #ossir o algoritmo da visoa

    e ainda a #r@#ria com#lementaridade das o'ras com e?#licaes te?tais sgerem 5e

    se tra'al"o teria m a#elo mais conceital do 5e visal o esttico&

    Mste engessamento da o'ra nma ace#o em 5e ;mental< e ;sensorial< dividem-se a

    #artir de ma ronteira rgida cond>, entretanto, mito a#ressadamente a ma

    com#reenso do tra'al"o do artista 5e se concentra e?clsivamente nas diversas

    a'laes 5e ele contm& assim 5e #ara, Uctavio :a>, /c"am# m ;#intor de

    idias< e ses 5adros ma ;rele?o so're a imagem, #intava ;imagens&

    J5i 5eremos modlar as #ergntas da "istoriadora W l> das idias de /ele>e$ em

    5e sentido a o'ra de /c"am#, ao mesmo tem#o em 5e tece ma teia de signiicados,

    o mel"or, de de-signiicados C em 5e cada o'ra no se com#leta em si, mas convoca

    mtodos e com#onentes diversos como te?tos, instres de so, ttlos #ara ele, #arte

    ndamental da o'ra e inXmeros trocadil"os C #ode ainda ser considerada m composto

    de perceptos e afetos 5e se mantm de p sozin"o] Mm otras #alavras$ se "

    ;sensao< na o'ra de /c"am#, de 5e natre>a ela seria]

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    Mste artigo #retende investigar a #ossi'ilidade de encontr-la em dois elementos na o'ra

    de /c"am#$ em #rimeiro lgar, nas @'vias e recorrentes alses se?ais 5e

    atravessam todo o se tra'al"o em segndo lgar, na #resena do tempocomo mas

    das #rinci#ais matrias #rimas da o'ra do artista& J #artir destes dois elementos,

    #retendemos nos a#ro?imar do 5e seria ma #otica dc"am#iana da 5al, como

    "i#@tese, m dos #rinci#ais traos a criao de ;>onas de indiscerni'ilidadee&

    ^^^

    Rosalind Aras de'ra-se de orma insistente e a#rondada so're os tra'al"os de

    /c"am#, #rocrando, encontrando e tornando evidente a #resena de carnalidade,

    materialidade, o'scenidade, voDerismo, entre otros as#ectos 5e denotam de orma

    @'via a ligao dos tra'al"os com a se?alidade e o erotismo C segndo /c"am#, oXnico ;_ismoG em 5e se #ode acreditarer visal e sa no ;decorativaer

    sa averso W arte ;retinianaido #or estes discos, 5ando #ostos em

    rotao, a #rodo de ma ilso tridimensional 5e alterna sgestes de

    concavidades e conve?idades& Se algns dos desen"os a#resentam ma ingenidade

    5ase inantil C m #ei?e nm a5rio o m 'alo, #or e?em#lo C otros e?#loram ma

    reer7ncia er@tica 5ase e?#lcita& U movimento de vaivm e a alternZncia entre cncavo

    e conve?o sgerem no a#enas m movimento co#lat@rio, mas tam'm ma troca

    constante entre ma ima#em mac"o e ma ima#em fmea& )m deles #arece tam'm

    ma es#cie de lesma o lnga& + a5i temos algmas sgestes 5e no se reali>am

    totalmente& #reciso risar 5e essas reer7ncias no so de modo algm e?teriores W

    o'ra como ma ilstrao o re#resentao igrativa& J m5ina mesma 5e #rod> a

    sensao volmtrica 5e na verdade no se concreti>a nma imagem #ornogrica da

    c@#la e tam#oco se resolve nma ilso com#leta do o'Oeto tridimensional& Erata-se

    de m ;ti#o instvel de volmeonas intermedirias 5e so criadas entre o 'i e

    o tridimensional, mac"o e 7mea, cncavo e conve?o, 'ic"o e coisa, mas tam'm entre

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    ma imagem de c@#la e ma sensaode c@#la& mais m erotismo nascente, ma

    ma5inao er@tica a#reensvel no a#enas #elo ol"o mas tam'm #ela mo'ili>ao de

    ma regio do #ensamento onde a idia memori>ada de a#arrarno se dierencia da

    sensao a#arrar& U #r@#rio /c"am# no #oderia ser mais e?#lcito$ ;Vero agarrar as

    coisas com a mente como o #7nis agarrado #ela vagina so de ma

    associao #erce#tiva ;#ronta c"ocolate

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    s#erior os :istes tam'm oram o'tidas a #artir da otograia C #ara :eirce, tam'm

    m signo do ti#o indicial, atestando, como diria Roland .art"es, ;a5ilo 5e oi< 22&

    U recrso no a#enas W otograia, mas tam'm a #rocedimentos tcnicos no sais

    #ara a #oca o so de c"m'o derramado e os a#li5es em #rata, #or e?em#lo, mostra

    claramente o em#en"o de /c"am# em reOeitar os #rocedimentos da #intra como orma

    de esca#ar ao risco de ma a#reenso da o'ra de orma #ramente visal dada #ela

    im#regnao de convenes #ict@ricas de ;leitra< O cristali>adas& No entanto, o so das

    marcas indiciais #arece a>er #arte de m cam#o mais am#lo nas o'ras do artista& Se

    em casos como o lento de#@sito de #oeira o o so da otograia ;instantZnea< o indicial

    'em evidente, ele no dei?a tam'm de estar #resente na gerao de m readymade&

    )m ragmento te?tal de /c"am# aOda-nos a entender o indcio como a via #ara ma

    tem#oralidade mais com#le?a$

    :roOetando #ara m momento no tro tal dia, tal data, tal minto _inscrever mreadymadeG& U readymade #oder em segida ser #rocrado com todos os#rocedimentos& U im#ortante ento esse _relogismoG, esse instantZneo, como mdiscrso #ronnciado #or ocasio de 5al5er coisa, mas nma tal "ora& ma es#ciede rendez-vous& C Inscrever natralmente essa data, "ora, minto, no readymadecomoinormao& Eam'm o lado e?em#lar do readymade&2T

    U readDmade ento, tam'm, m ;instantZneo

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    No igrando em algma "i#ottica seo mseogrica de a#arel"os sanitrios, o

    mict@rio 5er ser m signo artstico& Jmeaa tornar-se ;arte< da mesma orma como no

    se decide entre sm'olo e indcio& U resltado m o'Oeto 5e no com#leta nnca sa

    a#ario, ele devm arte e devm signo, est ali mas oi e?trado do tem#o como ma

    otograia, carrega a marca de sa inscrio& No to somente m o'Oeto do so

    cotidiano alado W condio de arte #ara dennciar os mecanismos da Institio Jrte&

    Erata-se mais ainda de ma es#cie de ma-contato entre a coisa e o signo, entre o

    sm'olo e o indcio, entre a arte e a no-arte gerando mais m loopin#ininito de ma

    miragem 5e resiste tanto a se esteti>ar 5anto a se materiali>ar&

    /oopin# tam'm o Oogo da noiva no grande vidro& )ma srie de eventos e

    ma5inaes #e em ao m ciclo de constro e desconstro de ma narrativa& J

    noiva, acionada #or ma corrente de ar 5ente, emite sinais aos tr7s #istes 5e ativam

    os celi'atrios, 5e #or sa ve> emitem agl"as 5e ascendem W noiva, 5e dever

    go>ar e desndar-se C mas isso nnca se consma2K, o ciclo no se ec"a, e tdo volta

    ao estado de re#oso inicial& J noiva #ermanece sem#re livre e sem ser #ossda,

    na5ele atraso esttico anterior ao orgasmo 5e #oderia #rovocar sa 5eda, e a

    m5ina est sem#re reiniciando sa atividade& /eclarado deinitivamente inaca'ado em

    192T, este tra'al"o es#ero at 19T4 #ara 5e a Cai,a Verde, renio de ac-smiles de

    notas e?#licativas com tiragem de T00 e?em#lares, tro?esse algma l> a todos esses

    mecanismos e #ermitisse mas tantas otras inter#retaes& J5i, otra >ona de

    indiscerni'ilidade do tra'al"o& Mle no se contm na #ea, mas re5er m com#lemento

    literrio& J#esar de conter detal"adssimas e?#licaes 5e #ermitem os mais dierentes

    Oogos de inter#retao, entretanto, esse casamento do visal com o literrio tin"a ma

    no mito clara de im#edir a atonomia das das lingagens e manter em tenso os

    com#onentes do "'rido, m estado necessariamente misto em 5e deveria ;"aver m

    casamento de reaes visais e mentaisida rontalmente,

    como ma #intra so're m ndo 'ranco& Msta a#resentao negligencia o as#ecto

    esclt@rico deste #lano& Soltos no es#ao da sala, 5al5er 5e seOa ela, a noiva, os

    celi'atrios e toda a #araernlia mecZnica do =rande idro no cessam de entremear

    sa #r@#ria tem#oralidade interna com a tem#oralidade e?terior do es#ao 5e "a'itam&

    B ma troca, ma interseo de l?os&

    )m ;atraso< em vidro, /c"am# o deini, Ostamente #ara esca#ar W classiicao da

    #intra& Jssim como se di> ;ma escarradeira em #rata

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    go>o o momento antes do go>oao& J

    #resena do #assado no #resente, o #assado sem#re #resente atravs de o'Oetos 5e,

    resistindo a se deinir e a se conclir em diversos nveis, no a>em mais 5e mostrar a

    todo o tem#o a #resso e?ercida #or se #assado no #resente, seOa na "i#nose er@tica

    dos rotorelevos, na reer7ncia indicial do nascimento do readymadeo no ;atraso< em

    vidro da noiva& No certo 5e /c"am# ten"a re5entado as concorridas #alestras

    onde Benri .ergson annciava ses conceitos e mtodos como de intuio, lan vitale

    durao, mesmo tendo ele admitido a inl7ncia do il@soo em se tra'al"o& (as como

    no se trata a5i de esta'elecer casalidades deinitivas, a #ossvel inl7ncia o mesmo

    o contato real entre o il@soo e o artista im#ortam 'em menos do 5e o contato e a

    ressonZncia 5e se #ode esta'elecer entre sas idias&

    ;J matria m conOnto de imagens

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    matria com o es#rito, a #erce#o como #arte da matria e a mem@ria como #arte do

    es#rito& /esem#en"ando m im#ortante #a#el na drao, a mem@ria a#resenta

    diversos mecanismos de atali>ao e recal5e 5e .ergson e?amina longa e

    meticlosamente em (atria e (em0ria& :ara a #resente discsso reteremos a

    dierena 5e ele esta'elece entre ;recon"ecimento "a'ital< e ;recon"ecimento atentoam em

    no do interesse W ao&

    Nm otro diagrama, .ergson mostra como o recon"ecimento atento im#lica m d#lo

    movimento de coisas sgeridas so're o o'Oeto$ coisas ora re#aradas no #r@#rio o'Oeto,

    ora e?tradas da mem@ria em imagens-lem'rana com#atveis com tais detal"es& Na

    distino entre o recon"ecimento "a'ital e o atento, esto, #ortanto, dois estados da

    ateno ao mndo material$ no #rimeiro, estamos mito #r@?imos da ao em si e do

    #resente, como se nos aastssemos dos o'Oetos, estes dando-nos a#enas sa ace

    mais Xtil& No recon"ecimento atento, #or otro lado, nos detemos no o'Oeto e

    desco'rimos tanto mais detal"es 5anto mais ;imagens-lem'rana< tra>emos #ara

    reco'ri-lo&

    ^^^

    )m disco roda #rod>indo a sensao de relevo& Mle nos coloca de imediato nm

    atomatismo 5e no conclama nen"ma mem@ria "'ito, #ara o 5al no necessria

    5al5er ;edcao

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    cre'ro est navegando no tem#o tentando decidir como agir, mas no " ao #ossvel

    a no ser a da #r@#ria sintonia da viso com o movimento e com a ilso de volme& U

    o'Oeto no se #resta a m recon"ecimento atomtico, e tam'm re#ele 5al5er

    atali>ao de ma imagem lem'rana& M no entanto algo de se?al " m erotismo

    na imagem& *icamos com a tarea deste esoro #ara concl-lo&

    U mict@rio convoca a mem@ria "'ito& /i> .ergson$ ;Recon"ecer m o'Oeto sal

    consiste so'retdo em sa'er servir-se deleerm _atrasoG dela no modo mais geral #ossvel, recorrendo no tanto aos dierentessentidos em 5e se #ode entender a #alavra _atrasoG, mas W totalidade deles com sacarga de indeciso&TT

    ^^^

    oltemos ento ao te?to de /ele>e de onde o asente /c"am# origino essas

    rele?es& :ode-se ainal considerar os tra'al"os do artista como ;seres de sensao

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    como ;m #ro ser de sensao< cOo o'Oetivo seria ;arrancar o #erce#to das #erce#es

    do o'Oeto e dos estados de m sOeito #erci#iente res#eito ao

    erotismo 5anto a ma es#cie de indissocia'ilidade entre a viso e a matria cin>a,

    alvo declarado de sa o'ra& Mm otras #alavras o sensvel incli a matria cin>a, no

    de otra natre>a& /i> ela$ ;a matria cin>a, #ara /c"am#, [b\ no #ode ser se#arada

    de otros ti#os de atividade orgZnica no cor#o sico #arte do

    mndo material e no o mndo material 5e a> #arte do cre'ro&

    (as seria, ento, tdo ma 5esto da matria] Fomo diria .ergson, a#esar da

    #erce#o matria a#resentar, de direito, ma dierena de natre>a com a mem@ria,

    no " de ato na drao do #resente ma sem a otra& No " matria sem es#rito e

    nem es#rito sem matria$ eles so distintos #orm indiscernveis&

    *a>amos a #ergnta no incio$ Se " sensao em /c"am#, de 5e natre>a ela

    seria] Jo a#resentar os e?em#los e anlises de algns tra'al"os, #rocramos lanar a

    "i#@tese de 5e esta sensao e?trairia sas 5alidades identitrias de devires, de

    zonas de indiscernibilidade, de zonas de irresoluo, maniestas em loopin#s de diversos

    ti#os& )m a>er da arte 5e #rod>iria o'Oetos ;em vias dee& /as vias #rinci#ais oram escol"idas$ o erotismo e a

    tem#oralidade& (as erotismo a5i tam'm 5er di>er matria& Fom a e?#osio das

    idias de .ergson, em conOnto com as idias de Rosalind Arass, tento-se, ainal,

    #rocrar ma ligao entre essas das vias de modo a ver 5al seria o teor de ma

    #ossvel #otica dc"am#iana& No camin"o #ara e?#lorar a natre>a da sensao no

    tra'al"o do artista, enileiramos algns im#asses$ arte o no arte, 'i o tridimensional,

    mac"o o 7mea, o'Oeto de arte o de consmo, arte visal o literatra, imagem o

    som, 5adro o atraso, mem@ria "'ito o recon"ecimento atento]

    M no im, #or 5e tam'm no$ (atria e(em@ria]

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    ^ Marcos Martins doutorando em comunica)*o pela U1R2-

    1/MPM)M, =& e =)JEEJRI, *& O que a filosofia? Rio de +aneiro$ Mditora T4, 1992&

    2I'idem, #& 219&

    TI'idem&4IRIPIU, :& ;J imagem virtal mental e instrmentalo /escon"ece$

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    Pa'orat@rios, .i'liotecas, Folees