IV. 1,976.

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V-- V ¦>• *^tK O-.. í V ár Publica-se ás Terças e Sobbados na 'ypographia de J. J. Lopes, ondo se ecebcm assignoturas por 1 anno, e 6 mezes, pagas adiantado. Osannuncios gropriamcnte dos Srs. assinantes pa- Pao hO reis por linha, quaesquer ou- as publicações scròõ feitas por ajuste. .1 ,OÍ»/i 6òitcc\ci-~\osê i. çVjop.eó ^uuiot. ~o^*o- REDACTORES-+ DIVERSOS. PREÇOS DA ASSIGNATURA. Por anno10$000 » semcslre ..... G&OOO COM PORTE PELO CORREIO. .... il&OOO .... 6&>o00 FOLHA AVULSA 260 RÉIS. Por anno . » semestre A ii ii <> XIII Oesterro —'ferçá-felra II ile Maio de l$?5. IV. 1,976. ASSEMIÍIÉV LFGISLATU A PltOVIMl AL SESSÃO EM 30 HE Alillil. DE 187o. V.-- Presidência do Sr. Dr. Pinto Braga. A's 11 horas da manhã, presentes 13 Srs. membros trassembléa, fallando com parlicipação o Sr. Gama Lobo o sem ella os Srs. Ramos Júnior, Bessa, Pedro da Silva, Livramento, Albuquerque e Dr. Uenri- quês, o Sr. presideuie declarou aberla a sessão. Foi approvada a redacção dn acla da dia 29. Occuparão as cadeiras de 1 o secretario, o Sr. Jorge do Linhares e a de 2.° o Sr. Xavier Caldeira. O Sr. Í.t secretario dèo conta do sc- guinle EXPEDIENTE. Um otficio do presideuie da provincia ao desla assembléa, cotnmunicando haver sane- cionado os decretos o resoluções aduptados este anuo, de us. 3 a 9. ordem no nu. Feito o convite do eslylo o Sr. Ferreira de Mello motivou um projecto para a dos- apropriação do uns lerrenos em quo se acha ediíícado o matadouro publico, o qual tendo sido julgado objecto de deliberação foi a imprimir para entrar na ordem dos trabalhos. O Sr. Jorge de Linhares requerôo que, tendo-se retirado com parte de doente o Sr. depulado Gama Lobo, membro da com- missão de commercio, industria, e:c, e ha- vendo differenles trabalhos na referida commissão, so nomeasse um outro membro que substitua aquelle. i O Sr. presidente nomeou para membro da dita commissão ao Sr. depulado Souza Pinlo. Entrarão em discussão os pareceres ad- diados da commissão de commcrcio, e in- duslria sobre as pelições dos commercian- tes Moita & Costa e Josó do Oliveira bOs- los. Tomarão parle nos debates os Srs. Dis. Genuino Vidal e Pinto Braga e -Alves de Brilo; sendo o primeiro contra os parece- res o os dous últimos em favor; os quaes forão postos á votação, e lendo o Sr. Vi- dal requerido que esta fosso nominal, pro- ntlnciarão-se em favor os Srs. Dr. Pimo Braga, liamos Júnior. .11»rg• de Linhares, Xavier Caldeira, Carvalho Filho, Gamara, Ferreira de Mello, Quintino Cosia, Padre Faracoo Leopeldipo, o Contra os Srs. Ge- ntiino, Souza Pinlo e Vnlal quanto ao pare- cer dado petição dos negociantes Moita & Cosia. Quanto, ap segundo, lendo, o Sr. Dr. Pinlo Braga requerido á votação nominal, pronunciai âo-se em favor os mesmus Srs. c contra o Sr. Souza Pinto. Temlo-so retirado da sa'a os Srs. Dr. Genuino e Vidal, o Sr. Dr. Pinlo Braga requoiòu que se consignasse na acla a re- tirada d'esses Srs., que declararão antes votar contra o parecer. Antes de serem submetlidos á volação os referidos pareceres, o Sr. presidente convidou o Sr. Alves de Brito para oceu- par sua cadeira; o que feito, compareceu o Sr. Ramos Júnior, que passou a uecupar a sua o o Sr. Jorge de Linhares o seu lugar. Procedondo-seá vol.ção do projecto n. 18, cuja 1 discussão fora encerrada na sessão antecedente, foi approvado. Sujeito á 1." discussão o de n. 32. (or- çamenlo provincial) o Sr. Câmara reque- r'êo a dispensa da leitura,do mesmo, por se achar impresso e distribuído na casa. Apoiado e em discussão foi approvado o requerimento. Com a palavra o Sr. Xavier Caldeira explicou o tnoiivo de ler-se assignado ven- cido no dito projecto de orçamento. O Sr. Quintino Costa relator da mesma cominissão expendeo os motivos qne itcltta- rão no animo da maioria d'élla, assim pro- cedendo. O Sr. Caldeira mandou á mesa uma emenda supprimindo as palavras: ao pro- fessor Benjainin Carvalho d'Oliveira 180$ róis, a qual foi [apoiada e approvada. Fuí approvado o projecto em 10 discus- são e adoplado pata pasmar á 20. Bem assim, forão approvados em 10 discussão os projeetos tis. 2, 3, 33. 34, 3i), 37 e 2G, sendo eslo ultimo com emendas. Tendo dado a hora, o Sr. presidente dôo para ordem do dia da sessão seguinte: 10 discussão dos projeetos ns. 38 e iO; 2 ¦ dos de ns. 27, 28,29, 31, II, 18. 33, 3Í, 3'j, 37, 2 e 3; 30 dos dons. 10, e 12 do anno passado, 26, 22, 23, 24 e 25 deste anno. E 8tispendeo a sessão ás 3 horas da lar- do.—Conforme. —J. Costa, oflicial maior. O Sr. presidente declarou que por falta de numero legal deixava de haver sessão. ²Presidente interino, Ramos Júnior. -— lo secretario interino, Jorge,de Linhares. ²2.° secretario interino, Xavier Caldeira. acta uo niA lo ne maio de 1875. Presidência do Sr. Jorge de Linhares. (2.° secretario). A's 11 horas da manhã, presentes lo Srs. membros da assembléa, fallando com parlicipação os Srs. Dr. Pinto Braga, Ra- mos Júnior, Alves de Brito, Vidal e Dr. Ga- ma Lobo, e sem ella o< Srs. Bessa, Pedro da Silva, Livramento, Albuquerque e Dr. Uenriqties. Occuparão as cadeiras de 1." secretario, o Sr. Caldeira, o de 20 o Sr. Carvalho Filho. Verificando se não haver numero legal, o Sr. presidente declaiou náo haver sessão, Presidente interino, Ramos Júnior. IV secretario interino. Jorge de Linhares.— 2.° secretario iüterino, Xavier Caldeira. m FOLHETIM DO DESPERTADOR © pup i ii a». ron XAVIER DE MONTEPIN VERSÃO DE FELIX FERREIRA. TOMO I. CAPITULO XIV. só. Elle me abandona ! exclamou ella so- luçando.—Meu Deus! Meu Deus!... O.s ho- mens são todos assim !... Sem comção. sem alma !... Porque me não implorou elle per- d&o !... Eu teria ralhado, ameaçado, mas a minha cólera se evaporaria como fumo, por fim lhe perdoaria tudoporque o amo!... Elle bem sabe que eu o amo, mas uão me retri- bue este amor qne por elle sinto !... Ab ! sou muito covarde !... Depois de dar livre curso a sua immensa dor, a condessa enchugou as lagrimas, vol- tou para seu aposento e poz-se a reflectir. O momento era decisivo, a situação gra- ¦vissima. Pela terceira vez, desde que viera á vida, Braoca achava-se uo mundo. Isolada como uo dia da morte de seu pae. Isolada como no dia era que Paulo de Naucey, depois de trahil-a, abandouara-a covardemente. Gregory, a seu turno também a trahia e abandonava ! Que partido tomar ? Onde arrastar a sua existência tão sem esperança nem amor ?—No amor nao ti- nha fé, a esperança onde hauril-a? A condessa couiprehendeu qne nada mais lhe restava para edificar sobre as ruínas do passado, sobretudo no es ado de desfalleci- mento ptíysico e moral em que se achava. Devo quanto antes, pensou ella coms'- go, afastar-me d'aqui. Esta casa horrorisa- me... Mas, para onde ir V... Para França, para Pariz ?... Üó poderei viver. po- derei esconder-me a todos os olhares; nin- guem saberá da minha volta. Irei esta noite. O desejo de afastar-se quanto antes dessa cidade maldicta, dessa casa detestada onde tanto soffria. restituio a Branca toda a sua febril actividade. Chamando os criados, disse-lhes que ues- sa mesma noite elles podiam tomar cada um o seu destino; em seguida tratou dos prepa- rativos de viagem. Emquanto dava as suas ordens, a condes- sa procurava no bolso a chave de um arma- rio esculptnrado do século XVII, que so via em frente do seu leito. Nesse urraario guardava-se, além de ai- gnma roupa, a sua mala de couro da Rus- sia, na qual se encerrava toda a sua fortu- na, o milhão e meio que lhe legara o velho inglez. Branca que nunca sabia do casa e poucas vezes de seu aposeuto, considerava o seu thesouro em perfeita segurança. Procurava porém a chave em vao; nao a encontrou no bolso. Admirada, mas nüo inquieta, a sua idéa foi que necessariamente a perdera ua vespe- ACTA 00 DIA 3 1)15 MAIO DE 1875. Presidência do Sr. Jorge de Linhares (20 secretario.) A's 11 horas da manhã, presentes 8 Srs. membros da assembléa, faltarão com participação os Srs. Dr. Pinto Biaga, Alves de Brilo.' Ramos Júnior, Dr. Gama Lobo, e Leopoldinò c sem ella ns Srs. Dr. Genui- no. Vidal, Bessa, Pedro da Silva, Livra- monto, Albuquerque e Dr. Uenriqties. Occupatào as cadeiras do 10 secretario, o Sr. Caldeira c a de 20 o Sr. Carvalho Filho. N. 42.— A assembléa legislativa pro- vincial de Santa Catharina resolve: Artigo 10 Fica o Presidente da.Provincia aulorisadu a despender atoa quantia de ü:OOOS rs. com o pagamento da divida pro- ventania dos expostos em creação, liquidada alé 31 de Maio de 1874, podendo para esse fim emillir apólices da divida publica provin- ciai, ou fazer qualquer outra operação de credito que julgar conveniente. Arligo 2.° A quantia n que so refere o art. 10 será entregue trimeusalmenle ao Pro- curador do Imperial Hospital do Caridade, á medida que, por seu intermédio, for requi- suando o ihesonreiro da mesma Irmandade. Arl. ii.° Para pagamento da criação dos expostos existentes, fica mais o Presidente atilorisado a auxiliar anntialmenle o referido hospital com a quantia de 1:2008000 réis. Arl. 40 No caso de se verificar algum saldo no fim do exercício, passará elle a fazer parle da annuidade seguinte. Arl. I).' Das quantias de que traia a pre- sento lei. prestar-se-lia conlas por parle do Imperial Hospital de Caridade peianlo a lhesouraria de fazenda provincial, animal- mento, devendo acompanhar essas conlas rolalorio circumstanciado o especial das condições cm que se acha o serviço, etc Arl GOE' marrado o prazo de 1 anno, a contar de 1 de Julho do corrente, para com- plelo pagamento da divida a quo se refere o artigo piimeiro. Arl. 7.° Bevogão-so as disposições em contrario. Sala das sessões tPAssemblóa, em 4 do Maio de 1875. -^ A. de Brito.—Ramos Ju- nior. ra a noite, quando desmaiara no hotel da Ba viera. l)ispunha-se a mandar vir um serralheiro q liando olhando para o nmario, deu com os olhos na chave posta na fechadura. Dificilmente descreveríamos o estupor da sra. de Nancey vendo aberto o armário, que ella, estava bem certa, deixara-o fe- chado. Approxiinou-se rapidamente do antiquis- simo movei e abriu com mao couvulsa a porta. Tudo estava em boa ordem, parecia que nenhuma mão estranha ali tocara. A ma- lasinhà de couro da Rússia estava em seu lugar. A vel-a intacta a condessa sentiu-se revi- ver, pensando que se enganara ao julgar que deixara o armário fechado. ²Felizmente, murmurou ella, os criados não a revistaram. Sei que elles são honestos, mas era todo caso é hera pouco prudente pol-os assim á prova. ²A senhora almoça'? perguntou a criada. ²Mais tarde. ²A seuliora espera mylord? tornou a criada a quem a brusca partida de Gregory aguçava a curiosidade. ²Nao espero ninguém deixa-me. Quando precisar de ti chamar-te-hei. A criada sahiu. Bronca sempre agitada e febril quiz ella mesma preparar as suas malas. Ao deixar Pariz, como dissemos, a con- dessa premunira-se de vinte cinco bilhe- teá de mil francos, para us despezas de via- gem. Sele ou oito mil haviam sido gfástos ua Colônia em comprado roupa e do mais que lhe era necessário, o resto do dinheiro gnar- dava ella em uma das suas malas no meio de uma pilha de camisas brancas. Levantando as camisas, Branca, procurou a.s notas do banco, mas em vão. Não encon- trou uma ! Estaria illudida?... Era impossível que o.s biihetes não estivessem ahi. Procurou novamente, sacudiu as peças de roupa uma por uma, nada !... Um Indisivel temor apoderou-se|;do seu espirito. Como á raalasinha que encerrava teda a sua fortuna, levantou-a, estava leve como uma penna ! Abriu-a... no com parti mento superior não havia unia única caixa de jóia ! CAPITULO XV. DEPOIS DA CRISE. Ila catastrophes tão imprevistas, tão ra- pidas, tão incri veis que ao sentil-as exclama- se: d impossível! A sra. de Nancey coma mala vazia na mão ainda lhe custava a crer na desgraça que a feria. Sentia-se sob o peso esmagador de tão cruel desdita, e no entanto, seus lábios mur- muravam machinalmente: Eu sonho !... Revistava todos os escaninhos e nada en- centrava, mas uão obstante continuava a procurar como se ainda pudesse alimentar a mais dúbia eoperauçn. ("om um movimento eonvulío Branca ar- í

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Publica-se ás Terças e Sobbados na'ypographia de J. J. Lopes, ondo se

ecebcm assignoturas por 1 anno, e 6

mezes, pagas adiantado. Osannunciosgropriamcnte dos Srs. assinantes pa-Pao hO reis por linha, quaesquer ou-

as publicações scròõ feitas por ajuste.

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REDACTORES-+ DIVERSOS.

PREÇOS DA ASSIGNATURA.

Por anno 10$000» semcslre ..... G&OOO

COM PORTE PELO CORREIO.

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.... 6&>o00FOLHA AVULSA 260 RÉIS.

Por anno .» semestre

A ii ii <> XIII Oesterro —'ferçá-felra II ile Maio de l$?5. IV. 1,976.

ASSEMIÍIÉV LFGISLATU A PltOVIMl AL

SESSÃO EM 30 HE Alillil. DE 187o.V.--

Presidência do Sr. Dr. Pinto Braga.

A's 11 horas da manhã, presentes 13Srs. membros trassembléa, fallando com

parlicipação o Sr. Gama Lobo o sem ella osSrs. Ramos Júnior, Bessa, Pedro da Silva,Livramento, Albuquerque e Dr. Uenri-

quês, o Sr. presideuie declarou aberla asessão.

Foi approvada a redacção dn acla dadia 29.

Occuparão as cadeiras de 1 o secretario,o Sr. Jorge do Linhares e a de 2.° o Sr.Xavier Caldeira.

O Sr. Í.t secretario dèo conta do sc-

guinleEXPEDIENTE.

Um otficio do presideuie da provincia aodesla assembléa, cotnmunicando haver sane-cionado os decretos o resoluções aduptadoseste anuo, de us. 3 a 9.

ordem no nu.

Feito o convite do eslylo o Sr. Ferreirade Mello motivou um projecto para a dos-apropriação do uns lerrenos em quo seacha ediíícado o matadouro publico, o qualtendo sido julgado objecto de deliberaçãofoi a imprimir para entrar na ordem dostrabalhos.

O Sr. Jorge de Linhares requerôo que,tendo-se retirado com parte de doente oSr. depulado Gama Lobo, membro da com-missão de commercio, industria, e:c, e ha-vendo differenles trabalhos na referidacommissão, so nomeasse um outro membro

que substitua aquelle.i O Sr. presidente nomeou para membroda dita commissão ao Sr. depulado SouzaPinlo.

Entrarão em discussão os pareceres ad-diados da commissão de commcrcio, e in-duslria sobre as pelições dos commercian-tes Moita & Costa e Josó do Oliveira bOs-los.

Tomarão parle nos debates os Srs. Dis.Genuino Vidal e Pinto Braga e -Alves deBrilo; sendo o primeiro contra os parece-res o os dous últimos em favor; os quaesforão postos á votação, e lendo o Sr. Vi-dal requerido que esta fosso nominal, pro-ntlnciarão-se em favor os Srs. Dr. PimoBraga, liamos Júnior. .11»rg• • de Linhares,Xavier Caldeira, Carvalho Filho, Gamara,Ferreira de Mello, Quintino Cosia, PadreFaracoo Leopeldipo, o Contra os Srs. Ge-ntiino, Souza Pinlo e Vnlal quanto ao pare-cer dado ;í petição dos negociantes Moita &Cosia.

Quanto, ap segundo, lendo, o Sr. Dr.Pinlo Braga requerido á votação nominal,pronunciai âo-se em favor os mesmus Srs.c contra o Sr. Souza Pinto.

Temlo-so retirado da sa'a os Srs. Dr.Genuino e Vidal, o Sr. Dr. Pinlo Bragarequoiòu que se consignasse na acla a re-tirada d'esses Srs., que declararão antesvotar contra o parecer.

Antes de serem submetlidos á volaçãoos referidos pareceres, o Sr. presidenteconvidou o Sr. Alves de Brito para oceu-par sua cadeira; o que feito, compareceuo Sr. Ramos Júnior, que passou a uecupara sua o o Sr. Jorge de Linhares o seulugar.

Procedondo-seá vol.ção do projecto n.18, cuja 1 • discussão fora encerrada nasessão antecedente, foi approvado.

Sujeito á 1." discussão o de n. 32. (or-çamenlo provincial) o Sr. Câmara reque-r'êo a dispensa da leitura,do mesmo, porse achar impresso e distribuído na casa.

Apoiado e em discussão foi approvado orequerimento.

Com a palavra o Sr. Xavier Caldeiraexplicou o tnoiivo de ler-se assignado ven-cido no dito projecto de orçamento.

O Sr. Quintino Costa relator da mesmacominissão expendeo os motivos qne itcltta-rão no animo da maioria d'élla, assim pro-cedendo.

O Sr. Caldeira mandou á mesa umaemenda supprimindo as palavras: ao pro-fessor Benjainin Carvalho d'Oliveira 180$

róis, a qual foi [apoiada e approvada.Fuí approvado o projecto em 10 discus-

são e adoplado pata pasmar á 20.Bem assim, forão approvados em 10

discussão os projeetos tis. 2, 3, 33. 34, 3i),37 e 2G, sendo eslo ultimo com emendas.

Tendo dado a hora, o Sr. presidentedôo para ordem do dia da sessão seguinte:

10 discussão dos projeetos ns. 38 eiO; 2 ¦ dos de ns. 27, 28,29, 31, II,18. 33, 3Í, 3'j, 37, 2 e 3; 30 dos dons.10, e 12 do anno passado, 26, 22, 23,24 e 25 deste anno.

E 8tispendeo a sessão ás 3 horas da lar-do.—Conforme. —J. Costa, oflicial maior.

O Sr. presidente declarou que por faltade numero legal deixava de haver sessão.

Presidente interino, Ramos Júnior. -—lo secretario interino, Jorge,de Linhares.

2.° secretario interino, Xavier Caldeira.

acta uo niA lo ne maio de 1875.

Presidência do Sr. Jorge de Linhares. (2.°secretario).

A's 11 horas da manhã, presentes loSrs. membros da assembléa, fallando comparlicipação os Srs. Dr. Pinto Braga, Ra-mos Júnior, Alves de Brito, Vidal e Dr. Ga-ma Lobo, e sem ella o< Srs. Bessa, Pedroda Silva, Livramento, Albuquerque e Dr.Uenriqties.

Occuparão as cadeiras de 1." secretario,o Sr. Caldeira, o de 20 o Sr. CarvalhoFilho.

Verificando se não haver numero legal,o Sr. presidente declaiou náo haver sessão,— Presidente interino, Ramos Júnior. — IVsecretario interino. Jorge de Linhares.— 2.°secretario iüterino, Xavier Caldeira.

m FOLHETIM DO DESPERTADOR

© pup i ii a».ron

XAVIER DE MONTEPINVERSÃO DE FELIX FERREIRA.

TOMO I.

CAPITULO XIV.só.

— Elle me abandona ! exclamou ella so-luçando.—Meu Deus! Meu Deus!... O.s ho-mens são todos assim !... Sem comção. semalma !... Porque me não implorou elle per-d&o !... Eu teria ralhado, ameaçado, mas aminha cólera se evaporaria como fumo, porfim lhe perdoaria tudoporque o amo!... Ellebem sabe que eu o amo, mas uão me retri-bue este amor qne por elle sinto !... Ab ! soumuito covarde !...

Depois de dar livre curso a sua immensador, a condessa enchugou as lagrimas, vol-tou para seu aposento e poz-se a reflectir.

O momento era decisivo, a situação gra-¦vissima.

Pela terceira vez, desde que viera á vida,Braoca achava-se só uo mundo.

Isolada como uo dia da morte de seupae.

Isolada como no dia era que Paulo deNaucey, depois de trahil-a, abandouara-acovardemente.

Gregory, a seu turno também a trahia eabandonava !

Que partido tomar ?

Onde arrastar a sua existência tão semesperança nem amor ?—No amor já nao ti-nha fé, a esperança onde hauril-a?

A condessa couiprehendeu qne nada maislhe restava para edificar sobre as ruínas dopassado, sobretudo no es ado de desfalleci-mento ptíysico e moral em que se achava.

— Devo quanto antes, pensou ella coms'-go, afastar-me d'aqui. Esta casa horrorisa-me... Mas, para onde ir V... Para França,para Pariz ?... Üó lá poderei viver. Lá po-derei esconder-me a todos os olhares; nin-guem saberá da minha volta. Irei estanoite.

O desejo de afastar-se quanto antes dessacidade maldicta, dessa casa detestada ondetanto soffria. restituio a Branca toda a suafebril actividade.

Chamando os criados, disse-lhes que ues-sa mesma noite elles podiam tomar cada umo seu destino; em seguida tratou dos prepa-rativos de viagem.

Emquanto dava as suas ordens, a condes-sa procurava no bolso a chave de um arma-rio esculptnrado do século XVII, que so viaem frente do seu leito.

Nesse urraario guardava-se, além de ai-gnma roupa, a sua mala de couro da Rus-sia, na qual se encerrava toda a sua fortu-na, o milhão e meio que lhe legara o velhoinglez.

Branca que nunca sabia do casa e poucasvezes de seu aposeuto, considerava o seuthesouro em perfeita segurança.

Procurava porém a chave em vao; nao aencontrou no bolso.

Admirada, mas nüo inquieta, a sua idéafoi que necessariamente a perdera ua vespe-

ACTA 00 DIA 3 1)15 MAIO DE 1875.

Presidência do Sr. Jorge de Linhares (20secretario.)

A's 11 horas da manhã, presentes 8Srs. membros da assembléa, faltarão comparticipação os Srs. Dr. Pinto Biaga, Alvesde Brilo.' Ramos Júnior, Dr. Gama Lobo,e Leopoldinò c sem ella ns Srs. Dr. Genui-no. Vidal, Bessa, Pedro da Silva, Livra-monto, Albuquerque e Dr. Uenriqties.

Occupatào as cadeiras do 10 secretario,o Sr. Caldeira c a de 20 o Sr. CarvalhoFilho.

N. 42.— A assembléa legislativa pro-vincial de Santa Catharina — resolve:

Artigo 10 Fica o Presidente da.Provinciaaulorisadu a despender atoa quantia deü:OOOS rs. com o pagamento da divida pro-ventania dos expostos em creação, liquidadaalé 31 de Maio de 1874, podendo para essefim emillir apólices da divida publica provin-ciai, ou fazer qualquer outra operação decredito que julgar conveniente.

Arligo 2.° A quantia n que so refere o art.10 será entregue trimeusalmenle ao Pro-curador do Imperial Hospital do Caridade, ámedida que, por seu intermédio, for requi-suando o ihesonreiro da mesma Irmandade.

Arl. ii.° Para pagamento da criação dosexpostos existentes, fica mais o Presidenteatilorisado a auxiliar anntialmenle o referidohospital com a quantia de 1:2008000 réis.

Arl. 40 No caso de se verificar algumsaldo no fim do exercício, passará elle afazer parle da annuidade seguinte.

Arl. I).' Das quantias de que traia a pre-sento lei. prestar-se-lia conlas por parle doImperial Hospital de Caridade peianlo alhesouraria de fazenda provincial, animal-mento, devendo acompanhar essas conlasrolalorio circumstanciado o especial dascondições cm que se acha o serviço, etc

Arl GOE' marrado o prazo de 1 anno, acontar de 1 de Julho do corrente, para com-plelo pagamento da divida a quo se refere oartigo piimeiro.

Arl. 7.° Bevogão-so as disposições emcontrario.

Sala das sessões tPAssemblóa, em 4 doMaio de 1875. -^ A. de Brito.—Ramos Ju-nior.

ra a noite, quando desmaiara no hotel daBa viera.

l)ispunha-se a mandar vir um serralheiroq liando olhando para o nmario, deu com osolhos na chave posta na fechadura.

Dificilmente descreveríamos o estupor dasra. de Nancey vendo aberto o armário,que ella, estava bem certa, deixara-o fe-chado.

Approxiinou-se rapidamente do antiquis-simo movei e abriu com mao couvulsa aporta.

Tudo estava em boa ordem, parecia quenenhuma mão estranha ali tocara. A ma-lasinhà de couro da Rússia estava em seulugar.

A vel-a intacta a condessa sentiu-se revi-ver, pensando que se enganara ao julgarque deixara o armário fechado.

Felizmente, murmurou ella, os criadosnão a revistaram. Sei que elles são honestos,mas era todo caso é hera pouco prudentepol-os assim á prova.

A senhora almoça'? perguntou a criada.Mais tarde.A seuliora espera mylord? tornou a

criada a quem a brusca partida de Gregoryaguçava a curiosidade.

Nao espero ninguém deixa-me.Quando precisar de ti chamar-te-hei.

A criada sahiu. Bronca sempre agitada efebril quiz ella mesma preparar as suasmalas.

Ao deixar Pariz, como já dissemos, a con-dessa premunira-se de vinte cinco bilhe-teá de mil francos, para us despezas de via-gem.

Sele ou oito mil haviam sido gfástos ua

Colônia em comprado roupa e do mais quelhe era necessário, o resto do dinheiro gnar-dava ella em uma das suas malas no meiode uma pilha de camisas brancas.

Levantando as camisas, Branca, procuroua.s notas do banco, mas em vão. Não encon-trou uma só !

Estaria illudida?... Era impossível que o.sbiihetes não estivessem ahi.

Procurou novamente, sacudiu as peças deroupa uma por uma, nada !...

Um Indisivel temor apoderou-se|;do seuespirito.

Como á raalasinha que encerrava teda asua fortuna, levantou-a, estava leve comouma penna !

Abriu-a... no com parti mento superior nãohavia unia única caixa de jóia !

CAPITULO XV.

DEPOIS DA CRISE.

Ila catastrophes tão imprevistas, tão ra-pidas, tão incri veis que ao sentil-as exclama-se: d impossível!

A sra. de Nancey coma mala vazia namão ainda lhe custava a crer na desgraçaque a feria.

Sentia-se sob o peso esmagador de tãocruel desdita, e no entanto, seus lábios mur-muravam machinalmente:

— Eu sonho !...Revistava todos os escaninhos e nada en-

centrava, mas uão obstante continuava aprocurar como se ainda pudesse alimentar amais dúbia eoperauçn.

("om um movimento eonvulío Branca ar-

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O DESPERTADOR.

APARECBR.r- A'commissâo tle commercio,

industria c artes foi presente o requerimeii-to do cidadão Cumillo Josó de Abreu, em '

que pede um auxilio ao seu estabelecimentoa vapor, de socagem do arroz, alienando queuma empreza desla ordem dará mais incre-mento ao commercio industria ea propiialavoura.

A commissâo nchando procedente laes ra-zões opresentnilas pelo supplicanle, e noinliiito mesmo de excitar estabelecimentosoutros movidos a vapor, ó de parecer queseja submeti ido á consideração desla Assem-blóa o seguinte projecto de Lei;

N. 48.— A assembléa legislativa proivn-ciai do Sanla Caiharina — resolve:

Arligo 1." O arroz pilado e beneficiadonos engenhos n vapor nesta cidade ouemsuas imnicdiaçòes, ficão isemplos de metadedos direitos tio exportação, lé a lotação decinco mil saccos em cada um desses enge-nhos.

Arligo 2.° O beneficio concedido, se en-tenderá por espaça de 3 annos; o revogadasas disposições em contrario.

Sala di* conimissoos, om 27 de Abril de1&T6..—Âlve$ de Brito.—Souza Pinto.

pareceu,— A com missão de commeroio,industria cortes, aquém foi presente o rc-querimcnlo tle Sebastião de Souza e Mello,pedindo um empréstimo de 3:0008000 réispara eslabclacer na provincia um engenhocentral:

A commissâo retlcclindo sobre o assum-pto. e considerando que, no geral, os nos-sos fazendeiros reúnem as duplas ftincçõesde agrítor e indnstiial, do quo resulta o pou-co esmero na fchricaç.àõ da farinha de mau-Üoca e assucar, e a conseqüente deprecia-

ção destes gêneros do primeira necessidade:Considerando que esla província, quasi

que exclusivamente agrícola, a industria fa-bril apenas procura sahir da infância, é porconseqüência a agricultura a ba^e prinri-pai da foitunaparticularc publica, merecemambas os disvcllos desta Assembléa. E' doparecer que su auxilie os engenhos e fabi icase se procuro, com sacrifício mesmo, cer-cal-os de razoáveis favores, adoplando-soo seguinte projeeio do Lei:

N. 46.— A assembléa legislativa provin-ciai de Santa Caiharina — resolve:

Artigo 1.° Fica o presidente da provínciaautorisado a despender aló a quantia detírOOOS réis, emprestando, sem juro algum,a qualquer cidadão de reconhecidiKla abo-noção, que estabelecer nos municípios ac S.Jo-ó, Liguna, Tijucas, llajahy, Joinvilleou S Francisco, uma — fabrica central —para o fabiico do assucar e da farinha demandioca.

Arligo 2." Aquella soturna do 6:000S rs.poderá sor emprestada por 3 annos reparti-(lamente por cada fabrica ou engenho, comomelhor aconselharem os interesses da loca-lidado, sendo 3:000$ rs. para o da farinha e3:0008000 rs. para o da assucar.

Arligo 3.° A indemnisação da somma em-prestada será feita ua razão de aÜ0$ rs.annualmente.

Arligo l.° ü empréstimo se fará afleclivoem dinheiro de contado, logo que o procu-rador fiscal da provincia, ou seu substituto,assista ásua primeira oxperiencia.

At ligo 0.* Rovogáo-se as disposições emcontrario.

Sala das sessões, cm 29 de Abril de 187o— S. a Vi.—Atoes de Brito — Câmara—Quintino Costa—Xaricr Caldeira.

pabrciíií. — O membro da commissâo decommercio, abaixo assignado, divergindo doparecer dos membros tl.is commissòes decommercio e fazenda, dado sobre o requeri-mento do tenente-coronel de engenheirosSebastião de Souza c Mello, cm quo pedeum empréstimo de ires contos de réis á pio-vincia para estabelecer um engenho cenlalpara o fabrico de farinha do mandioca e as-sucarna provincia, vem dar o seguinte pa-recer:

Considerando que a lavoura da provincianecessita de ser auxiliada;

Considerando que os meios empregadospara o fabrico da farinha de mandioca sãofuligiiitles e de pouco resultado;

Considerando que a maior Jitliculdadeqne os lavradores enconlráo ó anies no fazo-rem a farinha do que no plantarem a mau-dioca;

Considerando queas terras já se achãocansadas, e que os lavradores necessilãoplantar mais terrenos;

Considerando queos engenhos de fabricarfarinha de mandioca on assucar, podem for-rièar a farinha, lendo o forneador um quar-to do quo fornear, e que islo muilo animaráos lavradores que lulào cem lautas ditlicul-dades, é de parecer que seja adoplado porassembléa o seguinlo projecto de lei:

N. 47.— A assembléa legislativa provin-ciai de Sanla Caiharina— decreta:

Arligo I.* Todo o indivíduo que montarum engenho de fabricar farinha do mandiocaou assucar, terá um prêmio de dous contosde téis, pagos pelos cofres provinciaes.

Arligo 2." Ocngcuho pôde ser movido aágua ou a vapor.

Artigo 3.° Km cada município não podohaver mais de dois engenhos, distantes umdooulro quatro legoas peio menos.

Arligo 4.° Se se provar porém quo é dogrando conveniência para a lavoura quoexista outro em menor distancia, será atlendidoo pelicionario.

Arligo li." O prêmio será concedido, umavez quo o procurador fiscal assista as expe-riencias da inauguração dos trabalhos do en-genlio, uma vez participado ao presidenteda provincia, que ordenará a visita por esseempregado.

Anigo G.° Não poderá o dono do engenholer mais do que um quarto da farinha for-noada ou do assucar preparado.

Artigo 7,° Kevogão-se as disposições emcontrario.

Sala das sessões, 30 do Abril de 187?).—Dr. Genuíno Firmino Vidiü Capislrano.

PA&BÇBR.— ü membro da commissâo decommercio, abaixo assignado, divergindodo parecer da commissâo de commerrio. in-dnslria o artes, a quem foi presente o re-querimcnlo do cidadão Cumillo Josó deAbreu, em que pede isenção do imposto deexportação do arroz pilado e beneficiado emestabelecimento a vapor, é de parecer queseja adoplado o seguinle projecto de lei:

N. 48.—A assembléa legislativa pro-vincial de Sanla Caiharina — decreta:

Arligo 1.° Fica isento de melado do im-posto do exportação lodo o arroz pilado ebeneficiado nos engenhos exisleutes ou queveuháo a crear-se na província, movidos aágua, avapor ou outro qualquer motor.

Artigo 2.' A isenção durará por ;i annos.Arligo 3." Uovogailiis as disposições em

contrai io.Sala das commissòes, em 27 do Abril do

1875. — Dr. Genuíno F Vidal Capislrano.

N. 45. — A assembléa legislativa pro-vincial de Santa Caiharina — resolve:

Arligo 1." Fica creada no Alhenen pro-vincial uma capellania para ser no mesmocelebrado o Sanlo Sacrifício da Missa, aosDomingos e dias Soutos, bem como explica-do o calhecisino tf essa mesma oceasião.

§ 1.' üs aluamos que professarem a re-ligião do estado serão obrigados a assitir alaes actos.

Artigo 2." O capellão será, do preferen-cia á qualquer, o lente sacerdote do ditoalheneu, e não o havendo, será nomeadosacerdote que se acho nas condições debem desempenhar esseoncargo.

Art. 3.° O capellão quer seja lente, quernão, perceberá a gratificação animal de3008000 rs.

Ari. 4.' Itevogão so as disposições emcontrario.

Sala das sessões em 8 de Maio de 1875.—S. a R. — Padre Fàraco. .

O DESPERTADOR.dÉsTEIUIÒ, 11 DE MAIO.

DIVERSAS OCÇURRENCIÀS.

Cervantes. — Entrou hontem doRio-Grande do Sul. As datas recebidas ai-canção á 6 do correute. Os jornaes nilo re-gistrao acoutecimeuto algum político extra-ordinário.

Assassinato. — O Commercialtranscreveu do Correio Mercantil do Pelotaso seguinte facto:

Ante-hontem ás 8 1/2 horas da noute,foi assassinado Joaquim Pestana de Souza,cabo do destacamento de linha desta cidade,oecupando o cargo de sargento, pelo solda-do do mesmo destacamento José Autonio dosSantos, conhecido por Ximbê.

Parece que existia qualquer richa entre osdous;—pelo menos Autonios dos Sautos ba-viu proinettido a seu infeliz compaubeiretlearuvA—dar-lhe baixa do serviço.

O assassino achava-se na guarda da ca-doa, e nessa noute, premeditando o crime,uma vez abandonara o seu posto para vir aoalojamento do quartel; —porém, como en-tao, provavelmente, se lhe nao proporcionouoceasião para consummar o attentado, re-gressou á guarda da cadèa e pouco depoisvoltou novamente ao quartel do destaca-mento.—Encontrou o cabo Joaquim Pesta-na encostado uo umbral da porta e, dizen-do-lbe com todo o sangue frio:—Como vatfecabo !— cravou-lhe uma faca sobre o cora-çilo o fugio precipitadamente.

O golpe fora profundo e a morte sua con-Seqüência immediata, Joaquim Pestana, ape-nas pude dar alguns passos na direcçao emque ia o assassino e proferio o seu nome en-tre as agonias da mais dilacerante dor.

Aos gritos da victima, aceudio prompta-mente o Sr. alferes commandante do desta-ca men to, que, interrogando a sentinella,soube do desgraçado suecesso e raaudaudoformar toda a gente do quartel, expedio pa-trulhas no encalço do criminoso, emquantoque, por sua parte, acorapauhado do umaordenança, foi participar o oceorrido aoquartel da policia e ao subdelegado Sr. ca-pitão Manuel Luiz da Cunha.—Todas as pro-videucias fonlo dadas para prender o assas-siuo, e, cora tao bom êxito, que, pouco de-pois do delicto era elle encoutrado na ruade S. Jerouymo, já disfarçado, pelo mesmoSr. alferes do destacamento, que collocan-do-se a sua frente, de espada desembainba-da, intimou-lhe a prizao.

O criminoso, depois de vacillar algunsinstantes eutre a resistência e a obediência,em vista da coragem de seu commandante,entregou-se e seguio para a cadôa, nao dei-xando, entretanto, durante o pequeno tra-jecto de dar signaes de pretender evadir-seou commetter algum outro attentado.

Chegado ao corpo da guarda da cadêa,sempre debaixo de grande vigilância, pu-xou da faca com que havia dado a morte aoinfeliz cabo e, olhando com tenções sinistraspara um dos cadetes do destacamento, aquem também tinha vontade desde longadata, com desejos talvez mas sem coragemde realisar algum nefando pensamento,n'um ímpeto de raiva fez em dous pedaços afaca homicida, aiuda tinta de sangue !—Estava em perfeito estado normal.

Perguntarao-lbe depois a razflo por quetinha assassinado seu companheiro e res-pondeo que o diria no dia seguinte. —Fazen-do-se-lhe hontem a mesma pergunta, re-trucou:—Por nada.

O cadáver foi dado hontem á sepultura,tendo-se attendido a todas as formalidadesda lei.

Joaquim Pestana de Souza, 28 annos,babiano, branco, era de um comportamentoexemplar egosava da estima e consideraçãode sen commandante e companheiros.— Jo-sé Antônio dos Santos, 26 annos, pardo, ser-

rebentou a tampa do compartiraento das jóiase como os demais encontrou completamentevazio!

Nem a mais pequena jóia ali existia. To-dos os seus brilhantes, pérolas, rubins eoutras pedras preciosas haviam sido rou-badas1

Apezar do nflo conhecer ha muito tempoos criados nem passou pela mente da con-dessa que poderiam ser elles os IndrOes. Asua primeira idéa recahiu iramediatamentesobre Gregory.

— Ah ! compreliendo ! exclamou ella tor-ceudo as raílos com desespero; o pretendidoconspirador é um fugido da calceta !... Ellenao se occultn da justiça imperial mas dosagentes da policia! Um ladrão! um la-dríio!.... Eua condessa de Nancey aman-te de ura ladrão !... Oh ! quu miserável sou«u!...

Branca tremia dos pés á cabeça.A idéa de ter sido amante de um ladrão

que acabava-a de despojar, revoltava ao ex-tremo. Seus lábios pareciam-lhe manchadospelos de Gregory; seu coração sentia-se hu-milhado de haver amado um bandido !

Após essa tortura uma outra mais cruelveio assaltar-lhe o espirito.

Estava completamente arruinada. Ricaalgumas horas antes, via-se reduzida á maisinfima pobreza.

Qual seria o seu futuro, que seria delia?para onde iria I

A condessa era corajosa, mas o golpe quea feria era demasiadamente mortífero parapoder supportal-o a sangue frio.

Abatida pela desgraça, a coudessa deNancey desatou a chorar como uma criança.

Pussados alguns momentos consagradosàs lagrimas, Branca comprehendeu que erapreciso tomar um partido fosse qual fosse.

Compenetrou-se da sua situação, conside-rando que no dia seguinte nao teria recursocom que pudesse comprar um pao.

Tirou d'algiheira uma carteirinha e ex-araiqou-a; havia nella ura bilhete de milfrancos e uns vinte luizes.

Com esta somma podia ella viver aindaalguns dias; a venda do relógio e de algu-ma roupa branca que lhe era de sobejo, au-gmentaria-lbo o pecúlio. Mas lindos essesrecursos o que lhe restaria ?

Branca, justiça lhe seja feita, nem ummomento sequer pensou em deuunciar Gre-gory á policia badense.

A coudessa preferia morrer a fome a con-fossar publicamente que fora amante de. umladrão.

Eru-lhe forçoso deixar quanto antes a ca-sa em que estava, pois nao podia continuara pagal-a; mas, para onde iria?

Voltará França, era impossível; não ou-sava arrostar o sarcasmo e o desprezo pu-blico.

Uma idéa surgiu-lhe entrementes ao es-pirito; idéa que a principio repelliu com in-dignaçSo masque dentro era pouco começoua encaral-a mais affectuosamente.

Estava em Baden, a cidade do jogo, por-que nao jogaria ella também ?

Nao havia, por mais de uma vez vistoGregory voltar h noite com as algideirascheias de ouro e notas do banco? Quemsa-be se também ella nSo poderia, senSo restau-rar a sua fortuna, pelo menos adquirir meiosde subsistência ?

Por mais vaga que fosse essa esperança acondessa abracou-a ernfim como sua únicataboa de salvação.

Tomada a resolução de tentar fortuna, acondessa fez transportar as suas malas paraum hotel de segunda ordem, onde instai-lou-seo mais coramodaraeute que lhe foipossível.

A' noite desse mesmo dia, raettondo ai-guns luizes na carteira, dirigiu-se para acasa de jogo, onde já encontrou a Fada dasEsmeraldas e Maximum que jogavam cominfeliz suecesso.

Apenas Branca assomou no limiar do sa-lao, que um clamor de admiração rorapeo detodos os lados.

Quem é esta bolla desconhecida ? per-guntou um.

E' lady Snalsby, respondeu outro quedias antes a vira apear-se do trem do cami-nho de ferro em companhia de Gregory.

Nunca o foi ! bradaram a um tempo aMaximum e a Fada já novamente câmara-das uma da outra; é a condessa de Nanceyque fugio do marido, em Pariz, para acom-panhar o principe Gregory.

O nome da condessa circulou de bocaera boca, mais rápido que uma scentelhaelectrica.

O incógnito de Branca nao durou cincominutos.

A condessa sentando-se a uma meza era-prehendeo a sua primeira partida, perdeo-a.assim como todas as outras em que arriscouas suas moedas. Ao voltar para casa todaa sua fortuna apenas chegava a quinze lui-zes

Na noite seguinte foi menos infeliz, ga-

nhou pouco, masua immediata perdeu tudoquanto possuia.

No outro dia vendeo o seu relógio e partedo seu vestuário, com os quaes realisou ai-gumas centenas de francos. Pagou umaseraaua de hotel e com o resto foi arada umavez tentar a sorte.

Em menos de uma hora nao lhe restavamais que uma moeda de cinco francos.

Sahindo da casa de jogo Branca dirigio-se com passo firme para uma pharmacia, on-de entrou dizjrado com voz calma e sem amínima emoção ao boticário:

Faça-me o favor de vender-me algunsgrãos de laudanum...

CAPITULO XVI.EM QUE APPAUECE UM PERSONAGEM JÁ CO-

NHECIDO.

O boticário, na Allemanha conserva-seainda esta antiga denominação, encarou comespanto a compradora.

Nada porem denunciava na physianomiade Branca algum pensamento sinistro ouprojecto de suicídio.

Ella pedia a poção com tanta simplicidadecomo so tratasse de algum xarope de gom-ma, ou limonada salina.

Snppondo ter sido mal coraprehendida acondessa repetio o pedido.Mas, senhora, disse-lhe o boticário, ,olaudanum é uma substancia muito perigosa.Sabe disso ?

Sei.Tem receita de medico ?Nao, senhor.

[Continua.)

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O DESPERTADOR.

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gipano, era de máos costumes, desordiro epor mais, dè uraa vez havia soffrido os cas-tigos da disciplina militar.

I?»ássa&'oi:ros. — Vierão do sul,no Cervanlcs, para esta capital: Carlos Cae-tano Ferreira e sua senhora, Bento José Ta-veira e cioco escravos á entregar, StepplesJacob e uma filha, Christine Aleim e VindetForest; seguindo desta paraouorte: Jacin-tho Pinto da Luz, Fábio Antônio de Faria,Jguacio José de Abreu e quatro escravos áentregar.

Meteorologia.— Observações feitasua estação telegraphica desta capital:

Dia 7 de Maio.Horas Barom. Th. Cent. Psych. Th.

min. max. sec. hum.

10 m. 763,4 20.6 20,6 20,24 t. 762,1 21,1 21,1 20,0

Ceu encoberto, E.N.E. e chuva copiosadurante o dia.

Dia 8.Horas Barom. Th. Cent. Psych. Th.

min. max. sec. hum.10 m. 764,1 21,4 22,1 10,8

4 t. 763,0 22,0 21,0 10,0Ceu ancoberto, E.N.E. e chuva' durante o

dia.DiaO.

Horas Barom. Th. Cent. Psych. Th.min. uiiix. sec. hum.

10 m. 761,0 19,8 21,0 10,64 t. 758,3 22,2 21,8 10,8

Ceu encoberto e N.E. durante o dia.

X

EXTRACTODE JORNAES.

Tostas do forro.— Lè-so noRio-Grandense do 1." do corrento mez.

E' csloolitulo do um arligo do Anglo-Bra-zilianTimes, que encerra tantas verdades so-bre uma parlo da imprensa do paiz, que jul-gamos conveniente Iraduzil-o.

E' o juízo imparcial do escriplor oslrangei-ro, quo cheio d'espanto contempla o enormeabuso quo da injuria pessoal so faz cm nosso

paiz, graças àcommoda instituição dos—tes-Ias de ferro.

Eis o arligo:« Sodormos credito aos homens polilicos

do Brasil, quer om suas discussões, "quer emsuas opiniões impressas, dosesperaremos deencontrar um homem honrado cm qualquerdos ramos da vida publica acliva.

Não lia um unieo homem do posição noBrasil, que não tenha sido classificado comocandidato ao cadafalso. As próprias senho-ras não são livres do impropérios cm língua-gem d'alcouco, fallada ou impressa.

Esso vício do publica diffamação mutua,lom/ido alimentado por alguns jornaes diáriosdo Rio do Janeiro e por forma mui rendosa.Ilomens honrados lem sido coborlos de igno-minia o malvados têm sido apresentados comolypos dignos do imitação. A população cro-dula o ainda mesmo os quo mais so inclinãoá duvida, são constanlcmcnlo enganados.

Iíabilissimos francozes explorarão essalondoncia para a malediconcia o levantarãoum repulsivo pelourinho litlorario, onde, diapor dia, as mais santas afleiçõos domesticas,a honra do respeitáveis senhoras, a reputaçãopublica ou privada do qualquer são açoula-das aló o desespero, o o irresistível dosejo dodesforço impcllo as viclimas a empregarem apena de Talião.

Seria fastidioso retratar esse commerciodo vilanias, quo assume na imprensa as qua-liíicaçõos que distinguem o homem cavalhci-ro.

No Brasil ha mais alguma cousa do que li-bordado do expressar o pensamento por intor-médio da imprensa; ha a liberdade de abusardo direilo do communidar os pensamentos; omais vilão do Iodos os miseráveis podo altri-buir a qualquer homem ou mulher os maisimmundos efimos ou divinisar o maior maro-lo o eloval-o á honra o á fortuna;— tudo issopodo ser conseguido (o impunemente) comauxilio do meia dúzia do mil réis.

E' incrível que os brasileiaos enriqueção oshomens, que collocão ã disposição do garotosos meios para que uma parle da nação odeieou desprezo a oulra.

A legislação brasileira cm lliooria condem-na as injurias o não admille prova d'cllas cm

juizo, sejão ou não baseadas na verdade dosfados; quando empregados públicos são ca-lumniados em razão do seu oílicio, é admissi-vel aprova em juizo.

Como tlieoria soa a lei perfeitamente bem,mas theorias são muitas vezes bolhas do sa-hão.

A loi brasileira sobro injurias impressas lemficado reduzida a um pedaço de papel, graçasá invenção dos— lestas de ferro.Os lestas de ferro são as columnas que sup-

portão uma das maiores imprensas diárias doRio.

Uma abusiva interpretação da lei brasileirasobre injurias imprenssas, aulorisa qualquerbrasileiro de condição livre a tomar loda'aresponsabilidade legal do quaesquer palavrasimpressas em publicas folhas.

Quem quer quo queira publicar as maisimmundas injurias contra qualquer indivíduo,seja qual fôr sua posição, podo fazol-0 sem amenor responsabilidade, comlanto que paguoalguns mil réis a um lesta do ferro.

Esses sujeitos, quando processados, implo-rão o perdão da victima, declarando que amiséria os impcUio a assignarem o papel, —ordinariamente cm branco.

A lei permilleque sejão sentenciados a pri-são por 3 a 6 mezes. Mas ha muitos aotiosnão lem sido oundomnado nm lesta do forro,cm parlo por causa da despeza e porda dolempo com u processo, em parle porquo nadaso remedeia, já quo nâo ha falia do testas deferro, que esperão emprego nos balcões dasempresas jornalísticas.

Um jornal couseguio limpar o seu balcãod'essa multidão do assassinos moraes. Quemagora desejar arruinar a reputação do algumcavalheiro ou do alguma senhora, paga umasom ma addicional de dez mil réis.

De tempos em tempos, alguns jornaes lômtcnlado estabelecer princípios do honestidadeo utilidíido, mas o espirito publico lem sidolanlo lempo corrompido,, que a preferencia ésempre dada ás prostituídas folhas quo diária-moiilo olTorccom m>vas viclimas aladas ao po-louriiilio da difamação.

Tributos, como os pagos aos saltcadores,tem sido cxlorquidos a muitas famílias, paraprevenirem a ameaça da publicação do ver-dadeiros ou falsos escândalos do familia.

Indecências do Ioda ordom surgem nas co-Itimnas d'essas folhas com mais despejo doque podo imaginar-se.

Os proprietários, editores o impressorestem uma súcia do lestas do ferro para livra-reni-so das conseqüências penaes da admissãodo injurias om suas folhas. Tem acontecidoquo o editor da mos ma folha tom sido condem-nado a prisão por Ires ou quatro diíTorcntoscasos do injuria.

O editor continua no seu negocio e Ires ouquatro lestas de ferro vão para a sua chácara,como usualmente chamão a prisão, quo não óacompanhada do trabalho forçado.

E' curioso de vèr-sc a facilidade com queno Brasil qualquer instituição civilisadora éadulterada cm sua o>sencia, sem perder suafôrma externa. Quom na Inglaterra poderáimaginar quo marolos possão ser levados aposições políticas do importância o subso-quente rccoplabilidado, por meio de lestas doforro, o não só mais abundantes, como Iam-bem melhor orgonisadas.

E' do snppor quo o actual gabinete tomemedidas allinonlcs a livrar o Brasil da pragados testas do ferro, habilitando assim as om-prezas jornalísticas honestas a prosporarem ocircularem, livres da contaminação das prosti-lulas da lillcralura. »

Alé aqui o Anglo-Brasiliam Times; sua cri-lieu é sovora, mas infelizmcnlo justa em qua-si todos os sous pontos.

Toda a imprensa honesta do império fazvotos para qne seja reformada a legislaçãorelativa ao abuso da liberdade de imprensa,no sentido de evitar os males apontados pelocollega da folha inglcza.

Espoctaculo horroroso.— Lê-se em um jornal de Pariz.

« Era o u. 138 da rua Cherche Midi, acha-se o convento das irmãs da Cruz, onde serecolhem as criadas sem collocação.

Hontem de mauha uma rapariguinha,trajada á moda da Bretauha, apresentou-seá porta do conveuto. Coutou que acabavade chegar á Pariz e que não tinha arruma-ção. Trazia um excelle certificado em no-me de Cathariua Couret, natural de SaintBrieux.

O ar ingênuo e meigo da rapariga torna-va-a sympáthica, e adraittirão-n'a.

Ora, é costume que uma religiosa visiteas malas da recera-vindas. Pedirão-lhe aschaves da sua para cumprir aquella forma-lidade, mas ella recusou entregal-as; a in-stancias da religiosa, ella respondeu a final:Não toquem nessa raala, contém uma crinu-ça !.... A religiosa ficou estupefacta comsemelhante declaração, mas a principio nãoe tomou a serio e insistio.

A rapariga, louca de terror, atirou comas chaves, gritando: Não olhem ! nãoolhem !

A religiosa, apoderaudo-se das chaves,abrio a mala imraediatamente e recuou dehorror.

A desgraçada não tinha mentindo; o ca-daver de uma criancinha inteiramente nuacom a face violacea, o nariz achatado pelatampa da raala, alli jazia entre farrapos ira-mundos e atirada também como um farrapo.

Chamarão immediatamente alguns agen-tes e fizerão prender a miserável, que foicouduzida á presença do coramissario depolicia.

Esta (magistrado fel-a soffcer ora longointerrogatório.

Eis o que a rapariga respondeu, quandolhe perguntarão a razão por que tinha as-fiassiuado o filho:

— Seo pai, que é marinheiro, não queriusustental-o, e mateio-o para que uão fossedesgraçado. »

EXTERIOR.

Correspondência do Jornal do Commercio.Montevidéo, 24 de Abril de 1875.

No dia em que seguia daqui o Sr. Tejedor,emissário de paz, segundo se crô, passavapara Buenos-Ay res o torpedo Fulminante,instrumento de guerra era que a Confedera-ção Argentina muito confia. São os donstermos oppostos do problema que os homensde Estado do Brazil e desta republica tétn deresolver neste momento.

O Sr. presidente do conselho aflimou quemais de urna combinação já mereceu acqui-escencia desgovernos interessados, portantonão é ãifticil esta solução. O que cumpre,pois? Esperar, com a confiança de que,seja ella qual fòr, a honra do Brazil não sof-frerá macula. Esperemos.

Entretanto, não é ocioso refiectir na situa-cão que nos crôa d'ora avante a posição ma-ritiinu que assume a Confederação, desde quepassar em julgado o direito que ella affirmater de armar Martin Garcia, direito que oBrazil parece não pôr em duvida desde certaépoca, em que inutiíisaraos um dos nossosmais sensatos pactos internacioaaes por uraaimpensada interpretação, arrancada nessesmomentos de debilidade em que se quer evi-tar ura conflicto, que mais tarde se ergueem proporções maiores.

Temos acima de Martin Garcia urna im-portante provincia, com a qual a nossa únicacommunicação nestes dez aotios será pelavia fluvial.

Depois da guerra do Paraguay, sob aadministração do previdente Sr. Junqueira,e sob a presidência do Sr. tenente-coronelCardoso Júnior, levantárão-se naquella pro-vincia fortificações capazes de defendel-adas aggressões possíveis, attendendoaos ele-mentes que até eutão dispunhão os vizinhos,de quem se poderia temer essaaggressão.

O ministério da marinha também conserva

ali uma esquadrilha de monitores encoura-çados, e alguns navios deraadeira, e com ozelo que o distingue, creou no Ladario uraarsenal marítimo, apto para reparações pre-cisas nessa esquadrilha. Era summa, osdous ministros procurarão collocar Matto-Grosso em estado de defesa, sem dependeu-cia do resto do Imperio,'se por acuso se visseisolado. Esta deliberação foi justa e base-ou-se no verdadeiro ponto de vista era quese devia collocar a questão.

Agora, porém, estas condições variáriio.A potência que pôde fechar-nos o acçesso aMatto-Grosso, cortar nossas cora muni caco escom ella, também pôde apresentar era frentedos nossos navios e fortificações que a pro-tegem artilharia muito superior á que ellestêm. O La Plata possuía canhões de 300, eos monitores apenas de 70, não fallando nasiespectivas couraçai O êxito de unia lutanestas condições desiguaes não pôde ser du-vidosa, por maior que seja o valor da partearmada com inferioridade.

Poderia sueceder que, por não prever emtempo esta hypothese, passássemos por umagrande decepção e vergoha, entregando aoinimigo recursos accumtilados contra elle.E' preciso evítal-o, e temos meio de sobrapara isso.

A defesa do Ladario, que está fora da zo-na das fortiticaçOes de Corumbá, consisteunicamente na esquadrilha etn que fallei.Reforçar esta esquadrilha com um encoura-çado de artilharia superior ao do Lã Platapoderá atligurar-se de prompto a soluçãodo problema.

Não penso assim. Não convém exporádestruição rápida do clima daquella regiãoum navio de tanta importância e cus*to.

A' fortificação de Martin Garcia responda-mos cora a fortificação do Fecho dos Morros.Julgo isso preferível.

Uma bateria nesta inexpugnável posiçãocom canhões de calibre 400, alguns torpe-dos para se collocar etn tempo opportuno, epoderíamos dormir tranquillos.

O systema desta fortificação deveria ser oindicado por um ex-oflicial de nossa mari-nha era uma memória apresentada a S. M.o Imperador, creio que era 180*2, memória deque S. A. o Sr. Conde d'Eu deve recordar-se, e sobre a qual ouvio-se a commiasão domelhoramentos do material do exercito. Adespeza que exige esta obra de tanta impor-cia, garautia da defeza de Matto-Grosso, óiusignificanto. Artilharia já temos a neces-saria. Tudo o mais é accessorio, e questãode quatro a cinco mezes. Assim penso aeste respeito, e o governo e o paiz julgaròõse hera ou mal.. Não posso por mais esforçoque faça, esquivar-me á constante preoceu-pação de ter a nossa pátria era estado denão soffrer o menor insulto

Poucos se interessão entre nós com asquestões militares, quando um grande inte-resse nacional exige que as vulgarisemos.Houve tempo etn que tínhamos uma RevistaMarítima, ura Brazil Marítimo, folhetins ma-ritimos nos principaes jornaes da corte, edas províncias da Bahia e de Pernambuco.Tudo isto passou como o esforço de uraa ge-ração que olhava com carinho para o futuroe desejava crear alguma cousa útil que a re-commendasse. Não foi vão o esforço, mas oexemplo perdeu-se. De vez etn quando umécho isolador na imprensa, e por toda a par-te o grito de guerra contra a suppostn mili-tarisação do Brasil, eis o que se vè actual-mente.

Entretanto o Chile publica, cora o pitro-cinio do seu governo, seus interessante-: An-naes hydrographicos, que reclamão a culiurade sua nascente marinha, e a Republica Ar-gentina sua Revista militar, qne demonstraa aspiração da pátria de Belgrano. Nós (jueestivemos adiante, parecemos agoro estar áretaguarda desses vizinhos.

Cumpre ganhar a posição abandonada, eesta deve sor a missão ae nossos (listradosofliciaes da armada e do exercito. Folgo dereconhecer que possuímos actualmente umpessoal perfeitamente preparado para desem-peuhal-a. Emquanto, porém, não os vejona arena, irei dizendo o que me parece acon-selhado pelo bom senso e que melhor ditoseria sem duvida por nm profissional.

Já não é só a Republica Argentina quemse arma. O Estado Oriental cede á mesmamania. A pretexto de receio de uraa revo-loção, augraenta seus batalhões, raobilisasuas forças na campanha, exercita e disci-plina seu pequeno exercito, e o arma coraarmamentos de precisão.

Era contacto assim cora vizinhos bellico-sos, tendo de tomar em consideração a in-stabilidade de seus governos, e os planos pe-rigosos que contra nós forjão muitos de. seushomens vulgares que o acaso colloca uo po-der, exige a prudência que mantenhamossempre nossas fronteiras guarnecidas.

Vi cora prazer que o S. ministro da guer-ra, reduzindo a brigada a força que manti-nharnos no Paraguay, mandou transportaro 10." batalhão de infantaria para Santa Ca-tharina. Pôde ser este batalhão o principiodo exercito que devemos formar ne.-sa pro-

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t^^H^vúmti.wmn ¦¦npniiiii

ü DESPERTADOR.

A

vincia. Se não fòr possível eleval-o desde

já a 10,000 homens, organise-se ao menosduas divisões completas, sob o comuiando deUra chefe de prestigio que saiba formar sol-dados disciplinados. Aquartele-se esla forcanão na capital, mas em algum lugar afasta-do, com terreno apropriado ao ensaio de umacolônia militar. Entre a cultura do solo,

que o ha de fazer robusto, e o exercício dasarmas, que o ba de tornar ngil, passe o sol-dado alternativamente o tempo; adquiriráassim dous hábitos úteis: com um proveiá ásegurança de sua pátria, com outro a sua

jriqueza.

A provincia deve prosperar necessária-mente com a acquisição deste elemento de

ordem o de trabalho. Nau serão somente

consumidores queadmittirá em seu seio, e

que apenas alimeiiiarião maior aclividaue

comraercial, mas também produetures, qne,-rearáú a riqueza. Uma urganisaçPo espe-ciai bem estudada, o uma direcç&o lutolli-

j-euteo meiboilica podem produzir milagres.

O exercito restituirá á sociedade um cidadão

laborioso, tendo recebido um membro inútil.

Ouanlo á fronteira do Rio-Grande os nos-

soá^em-raes sabem melhor du que eu como

cumpre guarnecê-la, quaes os pontos maisvulneráveis, etc.

Passo a tratar de outros assumptos.

A Guerra do Paraguay já tom tido vários

bisionadorcs. e não faltaráO no futuro, a

,,uem quizer eác.re.vÔl-a com imparcialidade,dados que consultar.

Uma nova obra acaba de sahir á luz em

Butíuos-Ayres, escripta por um chileno, e

não foi sem surpresa, mas com intima sutis-

facão, que li em sua frente a seguinte dedi-

caloria á S. M. o Imperador do Brasil. Esta

justa homenagem de um estrangeiro ao che-

io de uma nação, deve encher de orgulho a

todos os brasileiros." V vós, grande monareba Americano,

dedico este "trabalho

histórico, totalmentedestituído de flores retboricas, que amem-

zein e neutralizem em parte as amargas

emoções que a leitura dos inauditos e extra-

vac-ântes feitos criminosos que nelle se rela-

tS°deve produzir em vosso nobre coração,cuja sublime tempera se reflecte em todos os

actos públicos de vossa sabia e paternal ad--ninistração.

" Cm cidad&o Chileno, que n&o tem a'honra

de conhecer-vos, porém que é ura

constante admirador de vossas virtudes ci-

vicas, é quem vos dedica esta pequena obra

intitulada:" Didadura do marechal Lopez, ou cartas

históricas'.'*-V ninguém melhor que a V. Magestade

KH deve notificar as grandes crueldades ex-

coutadas contra todos os habitantes do la-

ra£r„ftY sem distineção de nacionalidade,canicter, idade, qualidade e sexo pelo mais

feroz tyranno que se recorda nos tuctos üa

humanidade.•-• \ vós grande senhor, ó a quem deve

referir-se à negra historia do déspota quevossas legiões e as de vossos olhados acnbão

de exterminar em Aquidaban; pois comochefe de um florescente Império, e comomonareba humanitário haveis demonstradomais de uma vez o horror que vos causaver as republicas do Prata gemer sob o omi-

poso pttso da tyranuia, contribuindo comvosso poder a salva-las de seus oppressorese usurpadores da soberania popular.

11 Assim o acabais de executar por meiodo grande contingente de ouro e de sangue

generosamente vertido por vossas legiõesTão habilmente dirigidas por vosso dignissi-mo filho político, Conde d'Eu, ao externai-nio, em Cerro Cora, do intitulado supremo,marechal, dictador, general em chefe deseus exércitos sustentadores do equilíbrio.das republicas do Prata, e por sarcasmo

presidente da imaginoria Republica do Pa-raguay, Francisco Solano Lopez; salvando

.a esla infeliz nação do mais horrível e cruel

.supplicio em que jazia sepultada." Facilmente se cnmprehende quão doce

satisfac&o deve experimentar vosso generosocoração ao recordar qne existe mais de umpovo nas margens do Prata, que aspirao e

respirãooar livre e vivificador da demo-cracia. mediante vossa cooperação. Assimnos refere a historia contemporânea.

!l A vós, senhor, que haveis compreheu-dido o acto e sublime missão de um gover-naute, posto que, com vosso liberal syste-ma de governar fazeis a felicidade de todosos que se albergão sob a sombra da frondosaarvore de nossas liberdades publicas procla-madas e sustentadas no florescente impériobrazileiro.

•'• A vós, Imperador Americano, que ha-veis roto o véo e provado ao mundo de Co-lon que n&o ó o principio democrático, nemo monarebico o que constituo a prosperidadede uma nação c a felicidade de seus filhos,mas sim as* virtudes cívicas de um gover-naute que, como vós, respeita os toros do

homem livre e acata o faz respeitar a leifundamental de sua monarchia constitucio-na!, e que não permitte que a lei soberanaseja só um compêndio de sympatbicas e fa-gueiras pbrases recopiladas em um fragmen-iode papel, e arrojadas á lama para quesirvão de pedestal aos ambiciosos (jue a pi-são e pass&o sobre elle aló escalar os postospúblicos.

" Que o justo Deus prolongue por longosannos vossa preciosa existência, para quevosso feliz povo prolongue também seusdias de boa ventura.

" São os ardentes desejos dc vosso humil-de admirador. — Jacintho dc \icenceo. '"

[Continua.

Menção!

íè. IHTAL.Pela administração do consulado pro-

vinci.ilireslaciipil.il se faz publico quedodia 1 ile Junho próximo futuro cm dianle,

durante o praso de trinta dias úteis, lera

logar ii boca do cofre a cobrança do sc-

guudo semestre do imposto sobre prédiosurbanos; em todos os referidos dias, das

9 horas d,i manhã ás 2 da tarde, devendo

os contribuintes satisfazerem o menciona-do imposto dentro do sobredilo praso, sob

pena dc, não o fazendo, serem onerados

com a multa de cinco por cento.

Consulado provincial da cidade do Des-

terro em 30 de Abril de Í87Ü.O administrador lhesoureiroAnlonio Luiz do Livramento.

O abaixo assignado liquirlantc da firmaIGNACIO DE ABUEU & COMP., roga aosdevedores desla firma a virem satisfazerseus debiios tPesla data a 1;") dias, lindoos quaes, os que não cumprirem com suasobiigaçôes, serão publicados seus nomes

pelos jornaes, c se mandai ú cobrar judi-cialmeiite.

Desterro, G de Maio do 187'i.

Boaveulura da Cosia Yinhas.

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Nesta casa prepara-se comida com acoioeloda perfeição, mais barato do que emoutra qualquer parle.

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beija-ulô, linho deumn só côr e listrado, rouxinol, mariposas, setmetas do cordão e

a fz ndas muito modernas para vestidos; chitas em cambraia, e em peroalc n.u.lo

fi na ¦. li cm cambraelu «le linho. cretone encarnado adamascado para colxas, verdade.-

onímoDielo rancez, D. Pedro II; casemiras cambraia, de côr; cortes de vestidos, de

M íisldo.« Plenos; mo! 'moi

muilo Un. c largo, •apartar •«mbr.aj. branca.

u i cassa branca á linperülm. c ditas con, salpico* do côr; chalés superiores,

encoSs.de duas vislase ditos de tafoialioe, listrados do soda, próprios ü a pre-sente estação; o superior brira de linho, branco e de côr.

Miudezas

Coque* travessas, e invisíveis enfeitados; seitas, grampos, puiihaes e íivcllas. pra-

leados dc madreperola c de aço; sinlos, imitação de «ama muilo mo ernos; guarniçoediversas para camisas, aboloaduras de madreperola, mudo finas. pa... coleie, . g li s ¦e

superior qualidade, em agulheiros. eslojos, carteiras, leques e em ostra «our da oca-

do es iorneados.com caslioatfs; pentes de marfim para caspa, ditos de buf.do paia al.z .

a iVas -algodão o de linhó, llw e bordadas; meias In-leni para Homens e senhoras

Uras Õe l emeios, bordados om superior cambraela; rendas e enireme.os do crochet, de

r" o '

lencian» e clonv. brincos de madreperola c aço d lose memórias de plaquei,

mio finos superior escovas, para fados e dentes; água Honda, legil.ma, lon.co o D-"

XI ri cios fidos para lenços, sabonetes diversos, óleo e cs;enc,a de oriza. água dcnli-

fi-icia'. pós para dentes, e ditos de arroz; e muitas outras perf.iu.ar.as e miudezas.

Cliaiiéos

Chnuéos de nello patente, francezes. dilos de nul. io, lebre, dela o dc lontra, ban-

coze, oalha ile^a ode Itália, para homens e meninos, dilos dc Chile panaroa, mui-

KrTllpSik vèlludo branco e de côr, e de lorcassc. ricamente enfellados

na lia cas. Chapeos dc. sol. seda sarjada, 1'aragon. com estoques; di.os de duas ,

de seda. lizos, con, e sem barra, eabos modernos et. correnles, e de me, m dllwd«^

sarjados e lizos, para homens; ditos bengala, de seda e de côr, forrados; dilos de duas co-

íes clizos, come sem barra, para senhoras.E muitos outros artigos, a caprichos escolhidos, que se vendem muilo cm conta.

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MOTTA & COSTA

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rua «lo Príncipe d. 4. (Loja.)i

Typ. dc J. J. Lopes, rm da Trindade n. 2.

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