GREMAUD (2008) Cap 13 - Economia Agroexportadora

19
800'G - ·V·S SVl.LV VlIO.LI03: 0111Vd ovs VHNVlIOdWH~NOJ v VlIIH1ISVlIH VIWONOJH ·If oiauoj, !dU!pnH SOUd;)UO;)SBAap IBAopuBS O!UOlUVO;)lBIi\I pnBllidlD )]:;)PlBd AInBUIV

description

Economia Agroexportadora

Transcript of GREMAUD (2008) Cap 13 - Economia Agroexportadora

  • 800'G-VSSVl.LVVlIO.LI03:0111Vdovs

    VHNVlIOdWH~NOJ vVlIIH1ISVlIHVIWONOJH

    Ifoiauoj,!dU!pnHSOUd;)UO;)SBAapIBAopuBSO!UOlUVO;)lBIi\I

    pnBllidlD)]:;)PlBdAInBUIV

  • 'J~dBqJB110q'5lJBJ'0~p021B'lBJ~;)B:lBuoPBU1d~uIopeorourOBSOPBUPSdPsoptznpordmbcsoinpordsoUlB10Joduroiop02uolOBnOpBAanboUJOpUUOdxilOJ.8UB!WOUOJilsumOUlOJHSB1{0BABZPd~JB1BJO~BJdSS3'sBl-OJp2Bs(JrJ7POWWOJseonodsBUln21BBdS-UlB1I2up~Sdl'opojrad0OpO~d~UBmp'SIBnbSB'SdQ;)BllOdXdSBnSopoquadurosopUlOqopaiuaurasrsnpxaanbasanbnapuadapB1IdHsBlqBIUlOUOJdB'(061-6881)BqldABJIN~dd1:IB5l~B(6881-(;(;81)IBpddUlIopouadcpd0PUBSSBd'((;(;81-0051)IBIuol0:_)BJod5lBdPSdQ

    'BIUlOUOJddPodndSSdPoziuapIBp~snpuI10~dSopo~udUIIAloAudsdpdPSdQ;)IPUOJSBOUlOJUIIsSB'(Uld2BJO~SdapBJI~noddIBNUlBJO~;)BZPOlBAsdP)sdpBPlmgrpSIB~lB~Ud.gUduradSOpBZmmo~;)dWldapSOUlsIuBJdUIso'(SdQ;)B~-rodxaSBPsooardsopOJIPPO~UdUlB~lOdUlOJ'BPUdlepO~;)Bl~UdJUOJBPBAdld'dpBpmqB1duIMBPBAdld)BIUlOUOJdapodudSSdPsdpBPlmgrpsradpuudSBSBpBJB~SdPogrosojrujdeod~SdN'BlOJared0PB~loAoruaurpqoxuasapdPojopoururndBlOpB~10dxd012BBIUlOUOJdsumOUlOJO~~UdapBIUlOUOJdBBUYdPasanburanuuad'sorreurudscinpordsoonodsun2lBapO~;)BllOdxddo~;)npOldBUBpB-oseqBIUlOUOJdcum'BfdSno'SBJPSPd~JB1BJSBSS3'061SOUdUlojad5l~BB1IdHs-BlqBIUlOUOJdapSBJPSPd~JB1BJstadpuudSBSB~PJSdPogres'opujdeod~SdN

  • 330 Economia Brasileira Conternporanea Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

    A partir desses produtos, definiram-se os chamados ciclos da economiabrasileira - 0 ciclo do acucar, 0 ciclo do ouro, 0 ciclo do cafe -, cada urn refe-rindo-se a urn perfodo de tempo marcado por urn produto principal que davadinamica ao balanco de pagamentos e nome ao ciclo.' A Republica Velha, coma producao de cafe no Sudeste brasileiro, pode ser considerada 0 periodo aureodesse tipo de economia e do cicIo do cafe.o born desempenho da economia brasileira dependia, nesse contexto, das

    condicoes do mercado internacional dos produtos exportados, sendo a varia-vel-chave, no Imperio e na Republica Velha, 0 preco internacional do cafe. Ascondicoes desse mercado, porem, nao eram controladas pelo Brasil. Apesar deser 0 principal produtor mundial de cafe, outros paises tambern influfam naoferta, alern de boa parte do mercado ser controlada por grandes companhiasatacadistas que especulavam com estoques. A demand a, do mesmo modo,dependia das oscilacoes no crescimento mundial, aumentava em momentosde prosperidade e se retraia quando os paises ocidentais (especialmente EVA'e Inglaterra) entravam em crise ou em guerra.

    Desse modo, as crises internacionais causavam problemas nas exportacoesbrasileiras de cafe, criando serias dificuldades para toda a economia brasileira,dado que praticamente todas as outras atividades dentro do pais dependiamdireta ou indiretamente do desempenho do setor exportador cafeeiro. Essafalta de controle das variaveis-chaves da economia explica, em parte, a elevadavulnerabilidade de uma economia agroexportadora.

    Numa economia agroexportadora, a irradiacao do setor exportador sobreos demais setores da economia depende da natureza do processo produtivoe do menor ou maior efeito multiplicador desse setor sobre os demais. Essesoutros setores, porern, durante 0 periodo agroexportador possuem urn baixonfvel de produtividade quando comparados com 0 setor exportador e dificil-mente geram urn dinamismo proprio. 0 setor exportador, por sua vez, e 0 setordinamico e possui uma rentabilidade bastante elevada, fazendo com que existauma elevada concentracao dos recursos naturais e de capital no setor, 0 quee a base da explicacao para a elevada desigualdade na distribuicao da rendadesse modele de desenvolvimento economico. No caso brasileiro, os problemashistoricos de distribuicao de renda e propriedade ainda podem ser associados

    1 0 cido do acucar e marcado pel a exportacao desse produto, assim como 0 do cafe foi ca-racterizado pela importante participacao deste em nossas exportacoes. 0 cido do ouro difereurn pouco, a medida que ele nao era urn produto destinado ao consumo imediato dos paisesimportadores, porem acabava tambern por ser 0 principal "produto" a sair do pais, na forma definanciamento das importacoes e como remessa de pagamentos referentes ao usa de fatores deproducao externos no pais, assim como de impostos devidos a Portugal.

  • 'sagJe:podw!seiadepipuaierasespaidanbepueuiapapemlnJlsae

    'ownSUOJapa(o~JepodxaeJedsoinpord)el\qnpoJdsrruruiseael\!lnpoJdeseqanuaapep!w!xoJdaseqeauueeJuaJa}!papueJ6alS!x3

    'Wl!deJapaownSUOJapsuaquraq-uieioWOJ'sjedouslal\juods!poguleml

    'euqeleJ!J9wvepsasjed-euwa6!JoapeW!Jd-e!J9leWasompordap~alue41awas9sagJelJodwlapainedVseuadeogu!npu!sagJepodw!apelnedV

    'euJalu!epueurapepapedeoqerap'eUJalU!epueui-uaieeJedsuaqapoiuauiudnsaplal\jxal}

    -apepalJedeseuadeurapuaresagJelJodw!svaiuojsumWanl!lSUOJsagJepodw!sv'sagJelJodxaseusoperruemueuisompordap

    alUelJodw!eJuasaJdeuisquieialS!x3'OpelJod-xa9anb0aopiznpord9anb0aJluaseJuaJa}!p'so!J~wlJdSOlnpoJdsOJnodwaepsapueJ6~4O~N'ownsuOJapemlnJlSaepaluaJ-eJluaJUOJalUaWalJO}9ela'9OlSI'el!aJl-a}lpaluaWleJ!peJ9o~uO~JelJOdxaapelned-saaseq!nssodsagJepodxaapelnedV

    sagJe!Jel\sensaleUO!JeNepuaHeJeJ!ldxaelal\~lJel\aluelJodw!OWOJ-ope!JosseOJ!6910U-JalossaJ6oJd0WOJ-OlUaW!lSal\ul0elapw91e'owslweu!papaluO}eJ!ul)ensaleuwalS!xa'epuaJepo~JeU!WJalapeualuepodw!-opeNepuaHepo~Jeu!wJalapeuel\!snplal\~!Jel\ewnopuassagJelJodxaseWOJowsall\l-xaanbasenblal\~!Jel\e9O~JelJodxaV

    (eUrl.eleJ!J9wv)s!eJ:J_uaJSaSjed

    s,uope:J.jodxaoJ6esasJed

    'SfD!:tsjJapf?JfDsWdpupd:S!f?J:tuaJxsaJopf?+JodXaOJDf?sasJf?dL'noJpenb

    'S!BllUdJSdSJBdsouBplOJO

    dnb0UIOJ0PUB1BdUIOJ'r1OlpBnOouOUBJPdUIB-OUPBIOlUdUI!AIOAUdSdPdPOIdPOUIdSSdPog:"mzPdlJB1BJBlBqUBdUIOJBdS-dPOd'SdSJBdSdSSdPOUInsuOJ

    dPBlnlnllSdBdBApnpOlddSBqBdllUdoSSBdUIOJSdP0BldBUIdIqOldIBdpupd

    oSBUI'BJ!UI9UOJdBlnlnllSdBUOUldlXdlOldSopOApBIdloSddolIBl!nssodlOd

    dS-BABZpdlJB1BJSdSJBdSdSSdPOlUdUI!AIOAUdSdP0'dIdlOd'BUPB1BJp?UIVBp

    dllBdBOqSBUInSB1{0SBUddBogunOZpdlJB1BJOIdPOUIdSSd'B10lnBBopun.2dS

    ."RlOJRlRdope:nOAOlU;}W!AIOAU;}S;}P;}POI;}POW"UIndPBlOPBllOdxdOl.2B

    BJ!UI9UOJdBlnlnllSddPodpdSSdBUIBqJ(SL61)SdlBAB.LOgJ!dJUOJBpBpBW

    lUOJ~,md0P~lIOAOlU;}WIAIOAU;}S;}P;}POI;}POWZ'EI

    'OqIBqBlldPOpBJldUIOUBlldJOdPOSSdJXdopdSOl!dJUOJdlddP

    ogJUnjUIdOpBJldUIOBBlqO-dP-OgUIBSSdPOg:">BlOruOJU!BUdPBPInJy!P'OgJHOqB

    BnsdPS!OddP'dSOUB00;}sBnbdlUBmpOgP!AB1JSd:OqIBqBlldPOpBJ1;}UIopSdQJ!PUOJS~dogJBZ!UOIOJBpOPJU!0dPS;}PBPBllU;}JUOJBpy!punJBlnlnllSd~

    LEEeJopelJodxaoJ6"11e!WOUOJ3

  • 332 Economia Brasileira Conternporanea Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

    Seguindo os elementos descritos no Quadro 13.1, podem-se acompanhar aspautas de exportacao e importacao do Brasil em momentos pr6ximos a viradado seculo e perceber-se (Grafico 13.1) que a pauta de exportacao era fortementeconcentrada em urn produto - 0 cafe - e que mesmo os outros produtos eramtipicamente produtos agricolas. Ja a pauta de importacoes (Grafico 13.2) erabastante diversificada, contendo muitos produtos manufaturados e correspon-dendo praticamente a estrutura de consumo da economia brasileira de entao.Este e mais urn elemento que tambem explica a elevada vulnerabilidade dessetipo de economia, ja que todo problema no balanco de pagamentos (como umadiminuicao das exportacoes ou uma guerra) pode implicar queda nas impor-tacoes, afetando diretamente as condicoes de consumo da economia.

    Couros e PelesOutros 2%7%

    Alqodao3%

    A

  • 'opojradessau(apanbaogsuoosa)soiajduroosooardapsoppS~ll~H'5l]BJopooardousagJBIPsosanreirodunaAnoq'OZBldo.8uolou'anbraqeoradas-apedalalOd''1OJmuDou8061a1581antra?]BJopooardousagJBIPsoSB.requedurooaas-uropoj'opaoramossapsagJJPuOJSBalauallBuopBUlaluJopeorourou5l]BJopooard0'5l]BJ0-epauod-xaA:J~pOlUlUOJBpIBuopBulaluJopmrsur0ollisllliBuIPopIBlualliBpunJaruo;ourooaquuBllansBlqemrouooaBanbas-nOllilJ]B'opujdeoaisopoPJuJoN

    'E06l-l06l-/!seJ8-saQ3e:j.Jodw!epeJned

    '(L56~)I?AI!S:a~u0:l%5

    sO~J6wao6!Jl%ZOJJV'

    %5%soounaoeuue!

    asOJ!wJnb'POJd

    %9eJpadepO~AJe)

    %9OJV'aoJJa:l%l17

    sounrj

  • 334 Economia Brasileira Conternporanea Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

    (US$ por saca)

    0,0 .\--r-~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~--.-.--11851 1856 1861 1866 1871 1876 1881 1886 1891 1896 1901 1906

    Fonte: Delfim Netto, A (1966).

    Grtdico 13.3 Precos do cafe nos Estados Unidos (1851-1908).

    Essas oscilacoes devern-se, por urn lado, as condicoes de demanda, ou seja,aos ciclos da economia mundial que se refletem na demanda por cafe. Por ou-tro lado, existem as condicoes de oferta, com a incidencia de geadas e pragasreduzindo a oferta, e 0 investimento em novos cafezais aumentando-a. Nesseponto, e interessante observar que existe uma defasagem entre 0 plantio dosnovos cafezais (0 investimento) e a producao de cafe. Nessa epoca, a diferencaentre os dois era de pelo menos quatro anos para uma producao consideradarazoavel nas novas plantacoes,

    Essa diferenca de tempo tambem interfere no mercado e reflete-se nas osci-lacoes de preco, Assim, pode-se supor que em urn periodo de precos altos saofeitos investimentos novos; estes, porem, so sao maturados quatro anos depois.Durante esse perfodo, 0 preco do cafe pode estar inclusive subindo, em funcaode urn crescimento da demanda. S6 depois de quatro anos ha urn aumento daoferta, ja que ha urn acrescimo decorrente dos plantios feitos quatro anos antes(que se soma a producao dos cafezais antigos). Esse aumento de oferta, se forsuperior ao crescimento da demanda, pode induzir a uma queda nos precos.Essa queda continuara enquanto a oferta se expandir acima da demand a, 0 quepode ocorrer dados os investimentos em novos pes de cafe feitos enquanto 0preco do cafe estava subindo no periodo anterior. Os investimentos diminuemou param quando 0 mercado sinaliza excesso de oferta, ou seja, quando os

  • 'SOrnlJdBJ'(900DNOJSVAl~A'saroprumsucosopnpnarBUrBnlU~Jl~do~;'mpBAeumapep'BpUBW~paprBnlU~Jl~do~;'mpBAB5l'~~U~wBJmJ~ds3'BpU~lepo~;'mA~r~eumapap'saropnunsuoosopmsodsarBapatuanb01~W~Uum5lnpueurapRpepuar-apepppsepaV

    '(9961)O~~Nwm~al~A'5lJBJopsooard~pscppso~Blr~~JBJBrWOUOJ~Barqogz

    upoiuaurpsaournBBPBAdId~Sd'%'17'dS-B.8JP'dPIBJpunllioiuourpsaournopuodng'sopBm~BJnuBllisoinpordrodroretndsoueurudsoinp-ordrodBpUBllidPBp.rououroiueurpsaoBBPU~PUd~sum~q'd;)Sdl;)IBJpunlliapuarBanbBPJPdllil?'BfdSno'dpBpJunl?rouadnssopBm~BJ-ruramsomporddPeptreurapupBPUdl-dPBPPPSBldcumBd~Ud1J'urnBlOPdJUJsotreurudsompordopBpUBllidPBpBPUdl-dPBPPPSBldnum(B

    :SB;)JS~qSdQJBldPJSUO;)scnpopogJun]

    uraBPB;)HdxdBPdSBJlliOUOJdBSSdPB;)Ol~opsouuoisopOgJBlOPd~dpy

    'e!wouo)aewnapsa95e:j.Jodw!sepasa95e:j.JodxasepSQ5aJdsoaJJuao~5elaJ:e)OJJapSOWJal

    'SdQJB~lOdlliJSBPSOBd~UdlJlJB;)BlliBpdPUd~

    SdQJB~lOdXdSBnsdPSOJdldSOdnb~f'SBlOPBuodxdOl.8BSBJlliOUOJdSBPe:>o.,Q

  • 336 Economia Brasileira Conternporanea Gremaud. Vasconcellos e Toneto Jr.

    demanda por cafe de, por exemplo, apenas 2%, enquanto 0 crescimen-to da demanda por manufaturas poderia crescer, por exemplo, 7%;

    b) urn mercado corn caracteristicas oligopolisticas no caso dos produtosmanufaturados, frente a urn mercado corn caracteristicas concorren-ciais para os produtos primaries. Isto faria corn que os ganhos de pro-dutividade alcancados na producao de produtos primaries fossemquase inteiramente repassados aos precos, diminuindo-os, enquantoos ganhos obtidos no setor manufatureiro seriam, pelo menos ernparte, retidos na forma de lucros extraordinarios, implicando quedamenor de precos,

    Se, efetivamente, houver uma deterioracao dos termos de troca dessa eco-nomia, dado que ela depende fundamentalmente das relacoes de troca paraseu progresso, haveria uma tendencia de crescimento relativamente inferiordesse tipo de economia frente as outras economias mundiais, implicando assimuma perspectiva de menor desenvolvimento ou de subdesenvolvimento dasnacoes agroexportadoras.

    1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990

    Fonte: dados basicos IBGEe IPEAdata.

    Evoluc;ao dos termos de troca brasileiros 1850-1994.

    De todo modo, essa tendencia de deterioracao dos termos de troca e objetode controversia entre os analistas, nao havendo consenso ern termos de sua

  • (9861)opmmjl;}A'epu\1lS!sqns;}P;}lU;}WeA!SnpX;}asanbs;}pep!Aqe;}P;}lu;}2uquo::>;}pue12wn;}Pw?Ie';}lU;}WeUl;}lU!sopnnnsuoo;}("::>l;)le::>~;'m'own]'ogpo2Ie)sopmrodxaSU;}qOPU!Z-npcrd'S;}pep!Aqesanno.rodaisodurooel;}anb'el!;}I!selqemlImp2eepannnsarop1?rouadnsoonodumel;}'leA;}I;};}S;}Pepu\1pU;}ll;}logu;}Presode'Ol!;};}]e::>roiasouog:'lBl;}UnW;}lVs

    'sepU;}Asans;}Pel!;}::>;}lauoiuaume;}1;}2'ownsuooouog:'l!nu!w!preooxord.ropod;}P.rasadn'sooardsouog:'leA;}I;}sumonbopu;}ze]'ozardotmooue::>qsYI;}U!?]e::>rodepuew;}peumerellanb'mba';}S-;}gdnSv

    ,'oqreqB1lopogJBldUmUdlBlBUO!SSdld'OlUBlUdOU'UIdS'BPSdlJ

    dlSdopuenbOl!dd]B:)10ldSOBOPB10dlO;)U!BlddnSB1gOUo.8dldUIdBAB;)SnqonbIBuopBIndodOldUI~UdPUB1ZassadS-BABUIlO]'ouoiuraiojsdopaqjedsaB!A!AanbSBOSSdddPdlUdZUPUO;)dPUB1ZUIndSOAB1;)Sd-Xdso'SdlUB1.8!UI!soas-opuenm]'(8881UId)nSB1gouOgP!AB1;)SdBBPHoqBapS!OddP'UI!SS\f'BlqO-dP-OgUIapodudSSdPBlldJOapogJ!nU!UI!pupdSOABlJSdapOJUYllopUIUopogzarUIdnarroooanb'BlqO-dp-OgUIupBUIdNOld0ldAIosdlB1BdUIB1JnqpluOJnSB1g0B1BdUIBld!AdnbSOUBHBl!sodlUdUIIBdpuPd"XIXoInJ5lSopSBPB;)5lP

    SBUIPI~SBU'nsB1gouOPJnlPSU!!O]0P9lB1Z!UI!oxnIJ0dnbS!OddPnpS!XdSdl-oPBqIBqBlldPdlUdZUPUOJdPUB1ZdSS3:'dlUdUInBSdlOpBqIBqBllsopogJBldU-nUIdlBdnbdPddUI!dBl!SSd;)dUdId0puBnb10ldSOBBlqO-dP-OgUId;)dUlOJdnb'_BlldJOdPUB1ZBUIn_Ol!ddJB;)lOldSopBlO]SdlOpBqIBqBlldPdPUB1ZOl!nUIdlUdZUPUOJUIndlS!XddnblOdOSSI'Ol!dd]B;)lOldSOUSOPBZdldUIdSdlOpBqIBqBll

    sopogJBldUnUIdlBpOlUdUInBoguSBUI'SdlOpBqIBqB1ldPOldUI~UOpOlUdUInB

    dlUdUIIB!P10UIpdB;)!]!UZ!SOlUdUIPSdAU!dldSSddnblBlOUdlUBSSdldlU!?'B!UIOUO;)dBSSdPoZdldUIddPdUInIoAop

    OlUdUInBUIn0PUBldZ'lOldSopd91dOUBPpSdAU!dl5lSOlJnISdSSdPdllBdBOqdd;)Sdl;)dPBP!APBBUdPBP!ApBl;)nIBdnbldZ!PdS-dpod'IBldZOpOUIdOj,'B!UIOU-OJdBpdlUBlSdl0dlqOSSOAPIsodSOl;)BdUI!BldZBlSd'SOJdldsopogSUd;)SBdP

    SdSBJSBU'dnbldZ!PdS-dpod'IBldZOpOUIdO'OPBllOdxd0pYUIpdOlnpOldop

    OJdlddPSdQJBIPSOSBogsB10PBllOdxd01ZBB!UIOUOJdBpSBUIdNOldsopUI[l

    sRp.ladSRPO-g~RZnRpOSao-g~np0.ld.ladns:sRwalqo.ldsnasaR.lOPRl.lodxao.I3RR!WOuo:>aRpRsaJapapSR:>!lHodv'EI

    'IBplSnpU!lOldSopOlUdUIPdIBllOJopBSdJdPBdSS!ZmSdnb

    UIO;)ZdJOSS!'01!dnsB1qOSB;)ou'dlUdUIB;)POlS!H'OlUdUI!AIOAUdSdPdPOIdPOUI

    ndSUIdssBpnUISdQJBUSBSSddnbSBlSHBUBsun.8IBB1BddS-BAB;)upsnf'B10PBl

    -lOdxd01ZBB!UIOUO;)dBumBl!dfnsYlSddnbBdpBpmqBldUInABpBAdIdBUIOJ

    dlUdUIBlunf'SdQJBUSBPOlUdUI!AIOAUdSdPoulOPdJU!ogJ!sodBUInBBPU~PUdl

    IdAJssodBSSdBpBp'UI5l10d'(17'1OJUY19OUSOpBpsoBfdA)dpBPHBABAPd]d

    LEEeJopelJodxaoJ6\fe!WOUOJ3

  • 338 Economia Brasileira Contemporanea Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

    Por outro lado, quando os precos do cafe caiam, 0 inverso ocorria, havia umaqueda nos lucros da agricultura e uma diminuicao dos investimentos." Sobreo mercado de trabalho, da mesma forma, nao havia uma queda nos salaries,mas uma diminuicao no volume de emprego ocupado no setor cafeeiro. Nes-ses momentos, as possibilidades de acao do governo com intuito de protegera economia eram pequenas. Podern-se destacar, porern, dois mecanismos queforam utilizados nos momentos de queda dos precos no mercado internacio-nal: a desvalorizacao cambial e a politica de valorizacao do cafe. Esses doismecanismos eram eficientes, no curto prazo, para proteger a cafeicultura,mas tinham efeitos nao positivos no longo prazo e sobre outros setores quecompunham a sociedade da epoca,

    Desvalorizasiio cambial em uma economia agroexportadora

    A desvalorizacao cambial na economia agroexportadora poderia ser usadapara proteger, em moeda nacional, os lucros do setor cafeeiro quando da quedados precos. Isso ocorria da seguinte maneira: suponha-se que 0 preco do cafecafsse, no mercado internacional, de 15 d6lares para 10 d6lares a saca. ~e 0cambio fosse mantido fixo, por exemplo, a 15 mil reis por d6lar, cada saca emmoeda nacional passaria de 225 mil para 150 mil reis a saca. Se 0 governodesvalorizar 0 cambio para, por exemplo, 25 mil reis, a mesma saca que valia225 mil reis no inicio pass aria a valer 250 mil, apesar da queda de preco nomercado internacional. Adesvalorizacao cambial manteria, em moeda nacional,a renda dos cafeicultores. Ao mante-la, a desvalorizacao acabava tambem porsustentar 0 nivel de emprego da economia, evitando que as quedas no mercadointernacional gerassem desemprego na economia brasileira.

    Esse mecanismo de protecao, porem, acabava por gerar dois outros pro-blemas:

    a) a desvalorizacao cambial "escondia" os sinais dados pelo mercado.Ou seja, a queda dos precos do cafe no mercado internacional sina-lizava urn excesso de oferta, indicando a necessidade de reversaonos investimentos feitos ate entao na cafeicultura; ao desvalorizar 0cambio, no entanto, 0 governo escondia esse sinal, induzia a manu-tencao do nivel de renda em moeda nacional e dos investimentos do

    6 Supoe-se novamente a inelasticidade-preco da demanda por cafe, de modo que a queda nosprecos, apesar da elevacao na quantidade vendida, no curto prazo, provoca uma diminuicaonas receitas de venda de cafe.

  • 'Epaowapogssrura~noOU1a~U!O~!PVlJEosmoar0'sazaAs~'op?ssaJauoptras'OpEJUEJIE!oJOSS!ardurosurauSEW'souejdSOnredouraixaoruoureptreupas-nornoordaldwas'apEp!SSaJauassaznoqoptrenbO-OpUEJO~Sa'vJEJopa~uauEwladEsaJapapEJPHOdaumlEIE~SU!as-nrppsp'17(,;61apstodop~(oUEIdOl!aJla~)1G61uraa(oUEIdopunzos)EllanDEl!awPdEaiuampEpEzHEal!oJwvqWE~Wa2EJO~SaEns'vJEJopogJEZPOIEAapOUEIdonounrdopwvN6

    '(9861)opE~ndlaA'sJEdopanreisar0alqosoApE2auropeoqdujnmGl!aJaurnEEpEAaIOl!aaJEJ.roiasouo2aldwasap0stod'E!WouOJaapaimnsar0arqosa~UaWEAp!sodtnermaradorwvqWE~sranbso'ogJEZpoIEAsapessapsoxmsodsO~JadSEsouraro.roiasOUo2aldwaapIaAJuopaOl!aaJEJ.roiasopapEp!I!qE~ualapogJUalnUEWEanb'E!AEPO~:mlQuaiuessaraiut~8

    -sogursansutaEU1a~xaEP!AJPEpEAaIaamssodstod'OP!2UPEElaourasofoudord0sossaal~U:3:'IEUO!JEUEpaowuraS!EWlaAapEWElESSEdEU1a~xaspeoururaSEP!AJPurejnssodanbsaIanbEsopoj,'IE!UOwpwdElaIE!qWEJogJEZpoIEAsapEpo~!aJaOl~noL

    sepezmm,llUdWdlUdDb;:uJseJPJIoddPodm8wndQdwOJ5lJeJdPwd8eJOlSde'dpepldAeN'opeJHdpsIew5lOlunsse0'ewdNoldolIdwpdoeolueno

    6'OUldlXdoludwepueuHdP0IdWlOd'5lJeJopo~JezpoleAdPoueldOIIdWpdou'oPIAloS-dlIOJeWdNOldOPUn.8dS0'wd8eJolsdeleIJueuHoWOJdsdnbolsdsoWO;)IdzeJdnb0eldeWdlqOld0'IIeJdPleledSOUdWoeno'mlddmdldSwepdPodSOJdldso'opeJldwou5lJeJdPelldJolOUdWWO:)'sdnbolsddPeWlOJeu5lJe;)dPeUdJoepdueddPO~JUdldleuepsIsuOJ'9061Wd'5lleqne.LdP0IU~AUO:)opSIoddPZdAelIdwpdelddepezHpn'5lJe:>opo~:)ez!J0leAape:>PHodV

    s'olIddJeJlOldSoeselplsdlleJHwepdAdpdnbseplddsedpepdposeepollOdds-weARl(ledsddnb?f'sep.ladsepo~:)ezHeposdPnowmpopellTIdoSld:)dnb0IOJOSSIL'dpepdposeepoldsenbeAeJIpnfdld'O~JeUUIep0IdWlOd'o~JezpoleAsdPe'opowdSSdQ'opeuodwIo8leweIwnsuoJo~udnbsdldnbeweldSOleISIod'eJod5lepdpepdposeepoldsenbeI8upednbolIdJd'elddlqOS0P?U-opeuuIolIdJdwnequplerqweJo~JezpoleAsdPe'wIsse~ownsuoJdPdseqensweJnlpsuOJdeIwouOJdeSSdUSIelUdwepUTIjweldSdQJ-euodwIse'dlUdWlopdlueolsIAowo:)'eIwouOJdessdpsopeuodWIsOlnpOldsoSOpOlepdleJudlerqweJo~JezpoleAsdPe'opelOllnolOd(q

    ~5lJeJdPo~:)np0.ldJddnsapepu~pualewnopuellpe'5lJeJdPsdQJelueldseuSOlUdWPSdAUIsopO~JUdlnUewl?eIznpuIlerqweJo~JezpoleAsdPe'opowdSSdQ'5lJeJopSOJdldsopepdnbdPossdJoldopdpepInupuoJldA?AOldedelldJodPOSSdJXdopelTIlTIjdpepInupuOJeeAeldlleJednb0'lOldS

    GEEI?Jopl?lJodxaoJ6\tI?!WOUO)3

  • 340 Economia Brasileira Conternporanea Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

    pelos governos frente aos problemas da agricultura, sao as denominadas po-Utica de precos minimos e de estoques reguladores (Quadro 13.2).

    Tempo

    Po/ftica de precos mfnimos

    Precos

    ________ ~ __~~----~~~----~~~----~~~~-Prec;odeliberacao

    de estoques

    A ideia e a seguinte: quando os produtores colhem a producao - na safra-,dada a abundancia decorrente da colheita, os precos tendem a cair fortemen-te, prejudicando os produtores; ja na entressafra, com a falta dos produtos,os precos sobem tambern de mane ira significativa, afetando os consumidoresnegativamente. Estocando-se parte da safra na colheita, podem-se "desovar"os estoques na entressafra. Com isso, os precos cairao menos na safra, mastambern subirao menos na entressafra. Desse modo, na safra 0 governo esta-belece precos mfnimos, sendo que, aqueles precos, 0 governo adquire e esto-ca produtos; em contrapartida, quando ha problemas de abastecimento (naentressafra, por exemplo, ou no caso de "quebra" de safra), os estoques saoliberados, regulando 0 mercado, aos precos de liberacao de estoque.o problema do cafe e que nao havia propriamente uma oscilacao de precos

    entre a safra e a entressafra. Para vender os estoques, a expectativa era deque houvesse nos anos seguintes uma reversao da oferta de cafe, que poderiavir quando de alguma quebra de safra (geada, praga, seca etc.) ou da dimi-nuicao momentanea da produtividade dos cafezais. Efetivamente, ocorrerammomentos de reversao na producao de cafe e, nos primeiros planos, houveperfodos posteriores a estocagem em que 0 cafe estocado pode ser vendido.

  • anbrodOllISdW'ldApud:}snsu!Bld'BIOJJ1~BompordOJ!U~umapSdQJB:}lOdxdSBPaiuopuadap'Bl!dHsBlqB!llIOUOJdBpO~JBm!SBonbOlBP'urarod'BAB:)H'B!llIOUOJdBSSdPBPUdldPdo~dldllIddPIdAJu0lB:}Ud:}SnSoduroiourssurOBdOl!ddJBJroiss0ld~dlOldapOAPd!qO01lI0J'otqureo00puBzpoIBAsdPd~JBJOpUBJO:}Sdd0PUBldllIOJ'd:}UdllId:}lOJl!Ald:}U!BOUldAO~0nozuqoOSSI'0X!BqBllIBld!AsooardSOdlPUdSdS-ZdJo~ol~JBJapIBuoPBUld:}U!opeoraurouogssard-apY'BP9:}S!1lBnSdPSdSPJsaroraurSBPnumunorrueIB!pUnllIB!llIOUOJdBdouuouaBldIBuoPBUo~Jnp01dB:dS-llIBlB~n!UOJsoauaurapS!OP'0611lI3:

    -uratpuadxaasHSBlgouompordopsdQJB:}uBldSBanbBP!PdllI~SBJPYllIdJq01dS!BllIdS-lBUlO:}BllIB!PUd:}~JBJapIBuoPBuld:}U!0pBJldllIouSdQJ!PUOJsy'~JBJopO~JBZPOIBAdPBJPHodBdIB!qllIBJO~JBZPOI

    -BASdPB:Bl!ddJBJB!llIOUOJdBpO~JB:}ud:}snsdPBJPHodBlddBpBJlOJdlBPU!BBld

    o~Jnp01dlddnsy'BllldABJHq~dd1:lapSOUBSOllIPl~souBl!ddJBJB!llIOUOJdup

    BPU~PUd:}aumOllIOJnornxpuooasanbO~Jnp01dJddnsapeuratpBuraddSBqB~sosmoarapBpU~~ldAUOJBSS3:'dPBP!APBBSSdurad0PU!~ldAUOJllIBqBJBsjadOUSd:}Ud:}S!Xdsosmoarso'IBUO!JBUld:}U!dSPJYllO~UonburaSBJod~urearuour-IBpddsd'Bl!ddJBJB!llIOUOJdapdpBpmqB:}UdlapSdQJ!PUOJSBPBAdldSBSBPBO

    'Ol!ddJBJ

    opeoratnouIBUOPBUld:}U!BpU~llOJUOJaporuournaumlB!lOJurademqunrooBJPHodB'llI!SSY'Ol!dHsBlqOUldAO~opBJPHodBpdsop-B:}Ud:}snsllIBldSOJdldsos!od'BPNdJdlO~JBldUnllIdlBPBAdldBBpBp

    '~JBJlB:}UBldBSOpBApUdJU!d:}UdllIB:}dl!PU!llIdldSllI~qllIB:}SdSJBdSOl:}

    -nodPO:}BJOldd0pBABl~BBPU!BBld~JBJdP0pBJldllIouBllIdJq01d0(q

    :SBlopBln~dlSdQJUdAld:}U!

    SB:}SdBFBJOUldAO~0dnbBP!PdllI~BPdlBdBSdPllIdlJBJSOJdldsodPOJSp0dnblOdOllISdllI'~JBJ0PUB:}UBldlBnupuOJdSBOAPUdJU!llIn

    B!ABll'llI!SSY'OpBJldllIolddd:}udllIlBllIlOUsOPBxHllIBpdSdnbsdldnb

    -BPBllIpB~JBJolddSOJdldldqdJdllOdllIBABqBJB'llId~BJO:}SdB1lI0J

    'sdlO:}npoldsO'OpBJldllIopS!BU!SsoB!PUOJSdllI~qllIB:}s!od'B!llIOU

    -OJdBSSdPo~Jnp()Jdlddns~BPU~PUd:}BBABmUdJBllI~qllIB:}BJPHodB(B

    :BJPHOdBSSdPSBllIdlq01dsollIBldS!OP'OAOUdO

    'OpUdpdJnsdS-llIB!SOUBldSOdnb

    BP!PdllI~IPmpS!BllIZdABpBJdS-BABl:}SOlli'llI~lOd'B:}ldJOBUO~SldAdlBSS3:

    L17EeJOpe:j..JodxaoJ6velWOUOJ3

  • 342 Economia Brasileira Contemporanea Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

    a defesa do cafe por meio de estoques era problematica e eles nao conseguiamser repostos no mercado, sendo 0 governo obrigado a queimar boa parte du-rante as decadas de 30 e 40.

    A crise dos anos 30 foi urn momenta de ruptura no desenvolvimento eco-nomico brasileiro. A fragilizacao do modelo agroexportador trouxe a tona aconsciencia sobre a necessidade da industrializacao como forma de superaros constrangimentos externos e 0 subdesenvolvimento. Nao foi 0 infcio daindustrializacao brasileira (esta ja se havia iniciado no final do seculo XIX),mas 0 momenta em que a industrializacao passou a ser meta prioritaria dapolitica economica,

    Esse objetivo, porem, envolvia grandes esforcos em termos de geracaode poupanca e sua transferencia para a industria. Isso so seria possivel comuma grande alteracao politica que rompesse com 0 Estado oligarquico e des-centralizado da Republica Velha e centralizasse 0 poder e os instrumentosde politica econornica no governo federal. Esse foi 0 papel desempenhadopela Revolucao de 30. Dela decorreram 0 fortalecimento do Estado Nacionale a ascensao de novas classes economicas ao poder, 0 que permitiu colo cara industrializacao como meta prioritaria, como urn projeto nacional de de-senvolvimento.

    13.6 Irradiacao do setor exportador e inicio da industrializacaobrasileira

    A urbanizacao e a industrializacao do pais tiveram parte de sua origem nairradiacao do setor cafeeiro, especialmente depois da transicao para 0 traba-lho assalariado, que e urn processo produtivo com urn efeito multiplicadormaior que a economia escrava. Esses outros setores, porern, possuiarn menornivel de produtividade e eram incapazes de conferir dinamismo a economiabrasileira, pelo menos ate as primeiras decadas do seculo xx. Deve-se, porem,ressaltar que em comparacao com outros pafses latino-americanos, tambemagroexportadores, 0 desempenho do setor industrial brasileiro e bastante sig-nificativo, possuindo taxas de crescimento, por momentos, ate superiores a dosetor agricola exportador."

    Antes de 1930, as industrias existentes surgiram nas "franjas" da economiacafeeira, ou seja, de acordo com as necessidades de atender a urn mercado

    10 Ver Thorp (2000).

  • 'onrauod'B!llOJOBAPPddlUOJdSSBUlOlasIBuoPBUo~JnpOldBonbnutuuadosdOlUnSUOJdPsuoqdPO~JBllOdlU!BBABllnJH!Pasopuenb'lOPBuodxdroiasOpdSPJopSOlUdlUOlUsouaireduradS-BABP'o~JnpOldBpoiuauma0'BpBIBl-SUIdPBPPBdBJupo~JBdnJoBYf-seumbeurSBreirodunB1BdSBSJA!PB!ABqopuanbuopearodxaroiosopogsuedxaapSdSBJSBUnauoooIBplSnpU!onrour-PSdAU!0anb.nnpuooas-aped'SdQJBJ!ldxdsenpSBopuB.8nfuoJuopmrodxa10ldSopoquadurosoptnoq0?osjndun0'Bpun.8dsBNO~JBz!lBplSnpU!BB1Bdosjndun0Bld.8anb.ropnuodxa.rorasopdSPJB?'o~JBJ!ldxdanounrdBN

    IBplSnpU!roiasopBApnpOldapappadeoapo~JB!ldlUBBB!PddlU!anb0'?JBJapsdQJBuodxdSBUSdSPJlUBplOJOopuenbSBSSBJSduraraSBS!A!PSBSS3IBplsnpu!10ldSouSOlUdlUPSdAU!SOB1BdS!BlUdlUBPUl1J'seumbeurdsoruauredmboapo~JBuodlU!~SBPYSSdJdUurerasdQJBuodxdSBPoquadurosapuroqopdSBpBld.8SBS!A!PSB'oPBIormolOdS!BplSnpU!sompordrodBpUBlUdPBB1BdIBlUdlUBpUl1JO~J!puOJurarasoiuaurataSdSS3IBPBIBSBSSBlUupoiuoumeoporour.rod'lOp!lUnsuOJopaarouropdapuarapogsundxaBB!llOJO'SOlUdlUOlUSdSSdNBl!ddJBJB!lUOUOJdBpogsuedxodPSOlUdlUOlUSOUanreuraisnfBpSdlJBPlS~PU!BdnbzIP'ZdABnslOd'O~JddJUOJBpun.8dsV

    o?JBJdPSdQJBllOdxdSBlddSBpBld.8SBSJA!PdPBpUlJpunqB

    BBpBp'S!BplSnpU!sOlnpoldlBllOdlU!dSlUdBPS!XddnbdPBP!UJBJBpO~Jul1J

    lUdSBPBllnJH!PlUBld'dlUdUdABSSdopun.8ds'o~JnpOlddPSdQJ!PUOJSB'dS!D

    lUdBABlSdo~ulOpBuodxd10ldS0opuBnOIBplSnpU!10ldS0B!AIOAUdsdPdS

    dnb(SOSldApBsdnboqJ)lOpBllOdxd10ldSopdSPJdPSOlUdlUOlUSOUBld'lu!SSV

    SdQJBllOdlU!dPBlIBJBlpdnsBSBlSJAlUOJ'dlUdlUBUldlU!S!BlUl!ZnpOldBdS-BA

    -BSSBddpBpmqBludlBnsBABlUdlUnBdSOUldlXdSdlUdllOJUOJsndSdPB!llS~PU!B

    BPdlOABJdnb'(OJqlU1PopIBdlO~JBZPOIBAsdPnoSB1!dUBnpBSBJPBldPO~JBAdld

    OlUOJ)SBlS!UOPdlOldSBP!PdlUlBlOpBBOUldAO.80BABAdldnb0'SOlUdlUB.8BddP

    OJUBIBHousdPBPlnJH!PB!ABq'(SOSldApBsdnboqJlUBplOJOdnblUdsopopdd

    SOlUBld)sdQJBuodxdSBP10lBA0BJnU!lU!pdSdnblUd'SOlUdlUOlUSdSSdNOS

    SOUBsopo~ssdlddOBdIB!punWBlldn9Bl!dlUPdBlBlPdS-lUdpod'soldlUdxd

    OlUOJsopoPddSOPBU!lUldldPlUdS!BplSnpU!sompoldlBuodlU!dPsdPBPlnJH!P

    s~BlsodsdlOlUOJl!SB1Houn!.8msBPlS~PU!B'Bl!dlUpdBlUOJ0plOJBdO

    nOS

  • 344 Economia Brasileira Contemporanea Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

    uma tendencia de crescimento do setor industrial, oscilando ora com ampliacaoda capacidade produtiva, ora com utilizacao des sa capacidade, ampliando-sea producao.

    Nao se pode dizer que a industria teve suas origens quando da crise docafe. A origem do setor industrial esta justamente nas atividades do complexocafeeiro. Dado que a participacao do capital estrangeiro no setor e pequena,a origem do capital industrial e urn vazamento do capital cafeeiro e ela surgepara atender, em parte, as necessidades da economia cafeeira. Os primeirosindustriais brasileiros sao tanto pessoas direta ou indiretamente ligadas ao setorcafeeiro - como e 0 caso da familia Prado, que possuia vidrarias e curtumes -,como imigrantes, que, em sua maio ria, comecaram com atividades de comercio,depois passaram a atividades de assistencia a seus consumidores, acabando porproduzir parte dos produtos antes importados. Nesse caso, 0 maior exemploe a familia Matarazzo, que importava trigo e passou a produzi-lo, assim comoa sacaria para a embalagem do proprio trigo; essas empresas sao a origem doimperio dos Matarazzo em Sao Paulo.

    Em termos setoriais, nessa prime ira fase, destacavam-se a producao debens de consumo leve. De acordo com 0 censo industrial de 1920, os pro-dutos texteis, alimenticios e bebidas respondiam por mais de 80% do valorda producao industrial no pais (Grafico 13.5). Os demais ramos industriaisexistentes eram basicamente setores acessorios, que surgiam para a prestacaode services aos principais setores. Urn exemplo seriam as oficinas que, com 0tempo, passaram a produzir algumas pecas de reposicao internamente. Outroexemplo de atividades industriais eram aquelas que visavam suprir a demandade instrumentos de trabalho para a agricultura (enxadas, arados etc.) e pecas dereposicao para as estradas de ferro. Mas todos esses setores -, metal-mecanico,de transportes - eram menos significativos no total da producao industrial, eesta, no produto economico,

  • uropmrodxaorxaB!lUOUO:JdBpdpBpmqBldulnASdlOpBln.8dlsanboisg

    SOSldApBsanbotpsopBPOd~BpUBlUdPupBPUdll-dPBPPPSBItlo~:)npOldlddnsBBPU~PUd~B10PBllOdxdOl.8BB!lUOUO:JtI

    saprodSBPO~:)BZHBPOSBJOlldPsouueisopO~:)B1OPdldaSOlU!UJlUSO:)d1dsooarddPSOp!J

    VJBJopo~:)BzpoIBAopBJPHOdBl!dEsBlqB!lUOUO:JdBpSOp!JB10JB1BdopeiSdQ:)BllOdxd

    -lOAOlUdlU!AIOAUdsdPopOldpOWrodnptznptno~:)BzHBplSnpU!V

    S3At?tp-SO:na:>UO::>

    %6SOpeJJEDassdnog

    '(566L)Jaesurasoperj:a~u0:l

    %Llsopuuaunjesompor.]

    %178ownSUOJepsuaS

    %17O~JnpoJd

    apsueqSOJ~no%l

    euodsuanapsoiueuredmbg

    %17Je~awapso~npoJd

    %9%g'gLoJ!J~~awoguJeJau!1/\I

    o~5npoJdapsuas

    %LownSUOJ

    apsueqsOJ~no

  • 346 Economia Brasileira Conternporanea Gremaud. Vasconcellos e Toneto Jr.

    Q1. Quais as caracteristicas da economia brasileira na Republica Velha quejustificam chama-la de economia primario-exportadora?

    Q2. Que tipo de problemas enfrenta uma economia com caracteristicas agro-exportadoras?

    Q3. Descreva alguns mecanismos utilizados no Brasil durante a fase agro-exportadora para enfrentar problemas de quedas de precos no mercadointernacional de cafe.

    Q4. Ate que ponto, no Brasil, a atividade cafeeira favoreceu 0 desenvolvimentoindustrial no periodo anterior a 1930?

    Q5. Compare a Teoria dos Choques Adversos e ada Industrializacao Induzidapela Expansao das Exportacoes na explicacao do processo de industriali-zacao ocorrido antes de 1930.

    T1. A economia brasileira poderia (e deveria) voltar a ser uma economia quese desenvolve sobre a exportacao de produtos primaries.

    GREMAUD (2008) Cap 00 CapaGREMAUD (2008) Cap 13