Diss Ivair Pasquali

download Diss Ivair Pasquali

of 140

Transcript of Diss Ivair Pasquali

  • UNIVERSIDADEFEDERALDESANTAMARIACENTRODETECNOLOGIA

    PROGRAMADEPSGRADUAOEMENGENHARIACIVIL

    INFLUNCIADOTIPODEARGAMASSAMENTO

    NARESISTNCIACOMPRESSODEPEQUENAS

    PAREDESDEALVENARIAESTRUTURALCERMICA

    DISSERTAODEMESTRADO

    IvairPasquali

    SantaMaria,RS,Brasil2007

  • PGEC/U

    FSM,R

    S.

    PASQUALI,Ivair

    Mes

    tre

    2007

  • INFLUNCIADOTIPODEARGAMASSAMENTO

    NA RESISTNCIACOMPRESSODEPEQUENAS

    PAREDESDEALVENARIAESTRUTURALCERMICA

    por

    IvairPasquali

    DissertaoapresentadaaoCursodeMestradodoProgramadePsGraduaoemEngenhariaCivil,nareadeConcentraoem

    ConstruoCivilePreservaoAmbiental,daUniversidadeFederaldeSantaMaria(UFSM,RS),comrequisitoparcialparaobtenodograu

    deMestreemEngenhariaCivil.

    Orientador:Prof.Dr.JosMarioDoleysSoares

    SantaMaria,RS,Brasil2007

  • UniversidadeFederaldeSantaMariaCentrodeTecnologia

    ProgramadePsGraduaoemEngenhariaCivil.

    AComissoExaminadora,abaixoassinada,aprovaaDissertaodeMestrado

    INFLUNCIADOTIPODEARGAMASSAMENTO

    NARESISTNCIACOMPRESSODEPEQUENAS

    PAREDESDEALVENARIAESTRUTURALCERMICA

    elaboradaporIvairPasquali

    comorequisitoparcialparaobtenodograudeMestreemEngenharia

    COMISSOEXAMINADORA:

    JosMrioDoleysSoares,Prof.Dr.(Presidente/Orientador)

    EduardoRizzatti,Prof.Dr.(UFSM)

    MarcusViniciusVeledaRamires,Prof.Dr.(UNISINOS)

    SantaMaria,28deFevereirode2007

  • Dedico:

    Aos meus pais, Ao meu irmo; minha irm;

    Pelo contnuo apoio, f e esperana; E a Deus, pela plenitude da vida.

  • AGRADECIMENTOS

    Venhoexpressarmeuagradecimentosseguintespessoaseinstituies:

    AoprofessorJosMrioDoleysSoares,pelaamizade,orientao,dedicao

    eincentivonarealizaodestapesquisa

    AosprofessoresMarcusViniciusVeledaRamires,Dr.(UNISINOS)eEduardo

    Rizzatti,Dr.(UFSM, pelaparticipaonabancadacomissoexaminadora

    Aos colegas do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento em Alvenaria

    Estrutural:Eng.GilsonMarafigaPedroso,Eng.MauroFriederichdosSantos,Eng.

    Fabiane Rezende e estagiria bolsista Gabriela Martins, pelas sugestes e

    permanenteincentivo

    AosgrandesamigosEng.FabianoA.Nienov,Eng.MarcoAntonioPozzobon,

    Eng. Marcus Daniel Friederich dos Santos, Eng. Ildomar Schneider Tavares,

    Fernando F. Flain Junior, Darci Roggia e ao professor Eng. Odilon Pncaro

    Cavalheiro,osquais,comdedicao,empenhopessoaleamizade,possibilitarama

    elaboraodestapesquisa

    Aos Engenheiros Paulo Obregon do Carmo (Diretor do Laboratrio de

    Materiais deConstruoCivil) e RinaldoJ.B. Pinheiro (Coordenador doCurso de

    PsGraduao),pelasimportantescolaboraes

    SociedadeVicentePallotti,fabricantedeblocosestruturais,que,napessoa

    do seu diretor, Pe. Cludio, e do amigo Joo Carlos Pissutti, cooperaramcom o

    fornecimentodomaterialparaapesquisa

    Aos Irmos Cioccari & Cia. Ltda, fabricantes da argamassa industrializada

    Fida, que, na pessoa do Eng Paulo Anversa e do amigo Giofredo Barros,

    colaboraramcomapesquisaporintermdiodofornecimentodomaterial

  • AosServidoresEliomarBaldunoPappis,poragilizarostrmiteslegaisjunto

    instituioMarialvaCezar,Vitor, Jooea toda a equipedo LMCC, aos bolsistas

    GiancarloGiacomini,RicardoJulianoRippeleLucianoBolzaneaopedreiroGiovane

    CardosodaSilva,importantenoauxlioenaconfecodosensaios

    A muitas outras pessoas, que contriburam, de alguma forma, com minha

    pesquisa, sou imensamente grato. Agradeo a todos por participarem dessa

    importanteetapademinhavida.

  • RESUMO

    DissertaodeMestradoProgramadePsGraduaoemEngenhariaCivilUniversidadeFederaldeSantaMaria,RS,Brasil

    INFLUNCIADOTIPODEARGAMASSAMENTO

    NARESISTNCIACOMPRESSODEPEQUENAS

    PAREDESDEALVENARIAESTRUTURALCERMICA

    AUTOR: IVAIRPASQUALIORIENTADOR: PROF. DR. JOSMARIODOLEYSSOARES

    DataeLocaldaDefesa:SantaMaria,28defevereirode2007.

    O presente trabalho tem com objetivo principal analisar a influncia do tipo deargamassamento na resistncia compresso de pequenasparedes de alvenariaestruturalcermica.Paraoestudo, foramutilizadosdois tiposdeblocoscermicos(paredesmaciaseparedesvazadas), trs tiposdeargamassa(2,4e10MPa)edois tipos argamassamento: pleno quando os blocos so assentados comargamassa em todas as suas paredes (superfcie de contato) e longitudinal quando o bloco assentado com argamassa colocada somente em dois fileteslongitudinais (paredinhasexternasdobloco).Os tiposdeblocosedeargamassasforam caracterizados individualmente atravs de diversos ensaios especficos denorma e posteriormente foram confeccionadas de 72 pequenas paredes. Aspequenasparedestinhamdimenses140mmx450mmx900mmsendo:alturade4fiadas+1canaletaubaixade9cmcomprimentode1blocoemeiolarguradeumbloco.Osblocosdasextremidadesdasparedesforammontadosjcapeadoscompastadecimento.Aanlisedosresultadosmostrouque,paraaargamassade2MPa,blocodeparedesmaciaseargamassamentopleno,aresistnciamdiade4,68MPae,paraaargamassade10MPa,mantendoseasdemaiscondies,aresistnciamdiaaumentapara6,57MPa(40,4%).Jparaaargamassade2MPa,blocodeparedesmaciaseargamassamentolongitudinal,aresistnciamdiade2,90MPae, paraaargamassade 10MPa,mantendoseas demais condies,aresistnciamdiaaumentapara3,33MPa(14,8%).

    Palavraschave:alvenariaestruturalargamassaassentamentoblococermicopequenasparedes.

  • ABSTRACT

    MastersDissertationPostGraduationPrograminCivilEngineeringFederalUniversityofSantaMaria,RS,Brazil

    INFLUENCEOFTHETYPEOFMORTARBEDDINGTOTHECOMPRETIONRESISTENCE

    OFSMALLSTRUCTUREMANSONRYWALLS

    AUTHOR: IVAIRPASQUALIADVISER: PROF. DR. JOSMARIODOLEYSSOARES

    Dateandplaceofpresentation,February28th,2007SantaMaria,RSBrasil

    The present work has as itsmain objective to analyze the influence of themortarbedding intheresistancetocompressionofsmallstructuremasonrywalls.For thisstudy were used two types of ceramic blocks (bulk wall blocks and hollow wallblocks), three typesofmortar(2Mpa,4Mpaand10Mpa)and twotypesofmortar

    bedding: whole bedding when the blocks are bedded with mortar in all contactsurfaces and longitudinal bedding when the blocks are bedded with only twolongitudinallines(externalthicknessoftheblock).Twotypesdosblocksandmortarwere individually characterized throughvariousspecificnorms testsandafterwards

    72smallwallswerebuilt.Thesmallwallswerebuiltwiththepatterndimensionof140mmx450mmx900mmbeing4rowsinheight+ulowchannellengthofoneandahalfblocksandwidthofoneblock.Theblocksattheextremitiesofthewallswerealreadymountedbathedinacementpaste.Theanalysesoftheresultsshowthatfor

    the2Mpamortar,bulkwallblockandwholebeddingtheaverageresistanceis4.68Mpa and for the 10 Mpa mortar considering the same conditions the averageresistanceincreasesto6.57Mpa(40.4%).Forthe2Mpamortar,hollowwallblocksand longitudinalmortar bedding the average resistance is 2.9Mpaand for the 10

    Mpamortar, considering the same conditions the average resistance increased to3.33Mpa(14.8%).Keywords:StructuralmasonryMortarMortarBeddingCeramicBlockSmallWalls.

  • LISTADEFIGURAS

    FIGURA2.1Resistnciacompressocaractersticadaalvenaria,construda

    comblocosvazadoscomrelaoh/tentre2e4(BS5628part

    1)........................................................................................

    FIGURA2.2Tipodeblocosestudados no Building Technology Laboratory

    (GANESANeRAMAMURTHY,1988).........................................

    FIGURA2.3Unidadesensaiadascompresso(PRADO,1995)...............

    FIGURA2.4Tensesnosblocosoutijolosenaargamassanacompresso

    simples.........................................................................................

    FIGURA2.5Relaoentreastensesdecompressoetraoemblocoou

    tijolonaruptura............................................................................

    FIGURA2.6Deformaolateraldosblocoseargamassadeassentamento

    submetidocompressosimples...............................................

    FIGURA2.7StrainGages:a)decologemsuperficialb)deembutir...............

    FIGURA2.8Extensmetrosmecnicosfixos(maruto):utilizadosemcorpos

    deprovade25x50Cm(montadosparaensaios)......................

    FIGURA2.9Extensmetromecnicocomparadorfixocommedidores digitais:

    utilizadosnoscorposdeprovadestadissertao.......................

    FIGURA 2.10 Representao esquemtica dos mdulos de elasticidade:

    Tangente(Eig)'TangenteInicial(E.)eSecante(Esec.n).........

    FIGURA2.11Curvatensodeformaotpicadeconcretos......................

    FIGURA 3.1 Demonstrativo da pequena parede de blocos macios,

    argamassa na longitudinal, com canaletas u e furos da 1

    fiadagrauteada..........................................................................

    30

    33

    34

    39

    40

    41

    46

    47

    48

    49

    51

    64

  • FIGURA 3.2 Demonstrativo da pequena parede de blocos macios,

    argamassa plena, com canaletas u e furos da 1 fiada

    grauteada..........

    FIGURA3.3Demonstrativodapequenaparedede blocos vazados com

    argamassanalongitudinal,comcanaletaue furosda1fiada

    grauteada............................................................................

    FIGURA3.4Demonstrativodapequenaparededeblocosvazados, argamassa

    plena,comcanaletasue furosda1fiadagrauteada........

    FIGURA3.5Argamassaindustrializadaparaensaiosacondicionadasobpalete.

    FIGURA3.6Blocosestruturaiscermicosdeparedemaciaecomparede

    vazada.........................................................................................

    FIGURA3.7Corposdeprovadeargamassaindustrializadade50mmx100

    mm........................................................................................

    FIGURA3.8Corposdeprovadeargamassaindustrializada4cmx4 cm x

    16cm......................................................................................

    FIGURA3.9Blococomparedemaciasubmetidoaoensaioderesistncia

    prensa.....................................................................................

    FIGURA3.10 Bloco parede vazada submetido ao ensaio de resistncia

    prensa........................................................................................

    FIGURA3.11Blocossendosubmetidosaoensaiodedimensesnominais..

    FIGURA3.12Blocossendosubmetidosaoensaiodeinspeopormedida

    direta..........................................................................................

    FIGURA3.13Corposdeprovacilndricosdediferentesargamassas............

    FIGURA3.14Rupturadecorpodeprova..................................................

    FIGURA3.15Seqnciadedosagemdaargamassa.....................................

    FIGURA3.16Corposdeprovasendomoldadoseadensados.....................

    FIGURA3.17Corposdeprovadesmoldados................................................

    FIGURA3.18Seqnciaensaioderupturatraonaflexo.......................

    FIGURA3.19Seqnciaensaioderesistnciacompressoaxial...............

    FIGURA3.20Seqnciadaexecuodaspequenasparedes.......................

    FIGURA4.1Seqnciadaspequenasparedessendosubmetidasao ensaio

    eresistnciacompresso.........................................

    FIGURA4.2Mdulodedeformaodispositivodeensaio...........................

    FIGURA4.3Mdulodedeformaoblocodeparedemacia argamassa

    2MPa..........................................................................................

    65

    65

    66

    67

    68

    68

    69

    70

    70

    71

    72

    73

    73

    74

    74

    75

    75

    76

    77

    85

    87

    87

  • FIGURA4.4Mdulodedeformaoblocodeparedevazadaargamassa

    2MPa..........................................................................................

    FIGURA5.1Valoresdasresistnciascompressodosblocosvazados....

    FIGURA5.2Valoresdasresistnciascompressodosblocosmacios....

    FIGURA5.3Valoresdasresistnciascompressoaxialdaargamassade

    2MPa..........................................................................................

    FIGURA5.4Valoresdasresistnciascompressoaxialdaargamassade

    4MPa..........................................................................................

    FIGURA5.5Valoresdasresistnciascompressoaxialdaargamassade

    10MPa........................................................................................

    FIGURA5.6Valoresdasresistnciastraonaflexodasargamassasde

    2,4e10MPa.........................................................................

    FIGURA5.7Relaoentreasresistnciasmdias traonaflexoena

    compressoaxialdasargamassasde2,4e10MPa.................

    FIGURA5.8 Resistncia compressoaxial com argamassa plena e

    longitudinalde2MPa..................................................................

    FIGURA5.9Resistnciacompressoaxialargamassaplenaelongitudinal

    de2MPablocovazado.............................................................

    FIGURA5.10Pequenasparedesdeblocosdeparedesmaciasevazadas

    argamassaplenade2MPa.......................................................

    FIGURA5.11Pequenasparedesdeblocosdeparedesmaciasevazadas

    argamassalongitudinalde2MPa.............................................

    FIGURA5.12Pequenasparedescomparativoderesistnciasparaargamassa

    de2,0MPa................................................................................

    FIGURA5.13Resistnciacompresso axial com argamassa plena e

    longitudinalde2MPa................................................................

    FIGURA5.14Resistncia compresso axial com argamassa plena e

    longitudinalde4MPa................................................................

    FIGURA5.15Resistnciacompressoaxialargamassaplenaelongitudinal

    de4MPabloco.......................................................................

    FIGURA5.16Pequenasparedesdeblocosdeparedesmaciasevazadas

    argamassaplenade4MPa.......................................................

    FIGURA5.17Pequenasparedesdeblocosdeparedesmaciasevazadas

    argamassalongitudinalde4MPa.............................................

    88

    90

    91

    92

    92

    93

    93

    94

    95

    96

    97

    97

    98

    98

    99

    100

    100

    101

  • FIGURA5.18Pequenasparedes comparativoderesistnciasparaargamassa

    de4,0MPa...............................................................................

    FIGURA 5.19 Resistncia compresso axial com argamassa plena e

    longitudinalde4MPa.................................................................

    FIGURA 5.20 Resistncia compresso axial com argamassa plena e

    longitudinalde10MPa...............................................................

    FIGURA5.21Resistnciacompressoaxialargamassaplenaelongitudinal

    de10MPa..................................................................................

    FIGURA5.22Pequenasparedesdeblocosdeparedesmaciasevazadas

    argamassaplenade10MPa.....................................................

    FIGURA5.23Pequenasparedesdeblocosdeparedesmaciasevazadas

    argamassalongitudinalde10MPa...........................................

    FIGURA5.24Pequenasparedes comparativoderesistnciasparaargamassa

    de10MPa................................................................................

    FIGURA5.25Resistnciacompressoaxi0061nlcomargamassaplena e

    longitudinalde10MPa..............................................................

    FIGURA5.26Mdulosdedeformaoargamassas2MPa, 4 MPa e 10

    Mpa............................................................................................

    102

    102

    103

    103

    104

    105

    105

    106

    106

  • LISTADETABELAS

    TABELA2.1ResistnciacompressodasargamassasdaNormaBritnica

    (BS5628)....................................................................................

    TABELA2.2Valoresderesistnciaparablocoseparedes.............................

    TABELA2.3Resistnciacompressodeblocos..........................................

    TABELA2.4Tolernciasdefabricao...........................................................

    TABELA2.5Exignciasmnimasdasargamassas.........................................

    TABELA2.6Traosdasargamassasdeassentamento..................................

    TABELA2.7Especificaesdostraosdasargamassas................................

    TABELA3.1Nmerodepequenasparedesaseremensaiadas.

    TABELA4.1Precisodimensionalblocosvazados......................................

    TABELA4.2Dimensesnominaisblocosvazados......................................

    TABELA4.3Resistnciacompressoblocosvazados..............................

    TABELA4.4Ensaiosdimensionaisblocosdeparedesmacias..................

    TABELA4.5Dimensesnominaisblocoscermicosdeparedesmacias.....

    TABELA4.6Resistnciacompresso blocosestruturaisdeparedesmacias .

    TABELA4.7Resistnciacompressosimplesargamassaindustrializada

    (2MPa)........................................................................................

    TABELA4.8Resistnciacompressosimplesargamassaindustrializada

    (4MPa).......................................................................................

    TABELA4.9Resistnciacompressosimplesargamassaindustrializada

    (10MPa)......................................................................................

    TABELA4.10Resistnciatraonaflexoargamassa2MPa..............

    TABELA4.11Resistnciatraonaflexoargamassa4MPa..............

    30

    33

    53

    54

    60

    61

    61

    64

    79

    79

    80

    80

    81

    81

    82

    83

    83

    83

    84

  • TABELA4.12Resistnciatraonaflexoargamassa10MPa............

    TABELA4.13Resistnciacompressopequenasparedes argamassa

    de2MPa...................................................................................

    TABELA4.14Resistnciacompressopequenasparedes argamassa

    de4MPa...................................................................................

    TABELA4.15Resistnciacompressopequenasparedes argamassa

    de10MPa.................................................................................

    TABELA4.16Mdulodedeformao Pequenas paredes blocos de

    paredemaciaevazada...........................................................

    TABELA5.1Mdulodedeformaosegundoalgumaspesquisas nacionais,

    valoresemMPa.ModificadodeParsekian(2002).....................

    TABELA5.2Fatordeeficincia.......................................................................

    TABELA5.3Valoresdeeficinciaexperinciabrasileira.............................

    84

    85

    86

    86

    88

    107

    110

    110

  • LISTADESMBOLOS

    fak

    fbm

    fbk

    fb

    fb

    fa

    fk

    b

    a

    falv,c

    Eb

    resistnciacaractersticadaargamassacompresso

    resistnciamdiadoblococompresso(calculadonareabruta)

    resistnciacaractersticadoblococompresso(calculadonareabruta)

    resistnciacaractersticadoPrisma(pequenasparedes)(calculadonareabruta)

    resistnciacompressodobloco(calculadonareabruta)

    resistnciacompressodaargamassa

    resistnciacaractersticadaparede

    tensonobloco

    tensodaargamassa

    tensomximaadmissveldeclculoparaaparede

    mdulodeelasticidadedobloco

  • LISTADEABREVIATURASESIGLAS

    ABNT

    ANICER

    ASTMBIABS

    BS

    BSI

    CIENTEC

    GPDAE

    IPT

    LMCC

    NBR

    NCMA

    NEPAE

    UFRS

    UFSC

    UFSM

    UNISINOS

    AssociaoBrasileiradeNormasTcnicas

    AssociaoNacionaldaIndstriaCermica

    AmericanSocietyforTestingandMaterialsBrickInstituteofAmrica

    BritishStandard

    BritishStandard

    BritishStandardinstitute

    FundaodeCinciaeTecnologia

    GrupodePesquisaeDesenvolvimentoemAlvenariaEstrutural

    InstitutodePesquisasTecnolgicas

    LaboratriodeMateriaiseConstruoCivil

    NormaBrasileira

    NationalMasonryConcreteAssociation

    NcleodeEstudosePesquisasdaAlvenariaEstrutural

    UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul

    UniversidadeFederaldeSantaCatarina

    UniversidadeFederaldeSantaMaria

    UniversidadedoValedoRiodosSinos

  • LISTADEANEXOS

    ANEXOAEnsaiosdasargamassas................................................................

    ANEXOBEnsaiosdosblocosdeparedesmaciasevazadas.....................

    124

    131

  • SUMRIO

    RESUMO.............................................................................................................

    ABSTRACT.........................................................................................................

    LISTADEFIGURAS...........................................................................................

    LISTADETABELAS..........................................................................................

    LISTADESMBOLOS........................................................................................

    LISTADEABREVIATURASESIGLAS.............................................................

    LISTADEANEXOS............................................................................................

    1INTRODUO.................................................................................................

    1.1Consideraesiniciais...............................................................................

    1.2Objetivoprincipal........................................................................................

    1.3.Objetivosespecficos...............................................................................

    1.4Hipteses.....................................................................................................

    1.5Justificativaerelevnciadoestudo..........................................................

    1.6Estruturadotrabalho..................................................................................

    2REVISOBIBLIOGRFICA............................................................................

    2.1Introduo....................................................................................................

    2.2Conceituaespreliminares......................................................................

    2.3Fatoresqueinfluenciamnaresistnciadaalvenaria...........................

    2.3.1Resistnciadobloco..................................................................................

    2.3.2Resistnciadaargamassa.........................................................................

    2.3.3Espessuradasjuntashorizontais...............................................................

    2.3.4Geometriadaunidade................................................................................

    2.3.5Tipodeassentamento................................................................................

    6

    7

    8

    12

    14

    15

    16

    20

    20

    22

    22

    23

    23

    26

    27

    27

    27

    29

    29

    30

    31

    31

    35

  • 2.4Resistnciacompressodaalvenaria...................................................

    2.5Rupturanaalvenaria...................................................................................

    2.5.1CritriodeHilsdorf......................................................................................

    2.5.2CritriodeLenczner...................................................................................

    2.5.3Modosderupturaemalvenariaestrutural..................................................

    2.6Deformaesemdulodeelasticidade ....................................................

    2.6.1ExtensmetroseltricosderesistnciatipoCarlson..................................

    2.6.2ExtensmetroseltricostipoStrainGages................................................

    2.6.3Extensmetrosdemediomecnicas......................................................

    2.7MdulodeelasticidadeecoeficientedePoisson....................................

    2.8Caractersticasdosmateriaiscomponentesdaalvenaria......................

    2.8.1Blococermico...........................................................................................

    2.8.1.1Efeitosdoprocessodefabricaonodesempenhomecnicodobloco....

    2.8.2Prisma........................................................................................................

    2.8.3Pequenasparedes,paredinhas(prismacontrafiado)...........................

    2.8.4Argamassadeassentamento.....................................................................

    2.8.5Resistnciatraodaalvenaria..............................................................

    3METODOLOGIADAPESQUISA....................................................................

    3.1Consideraesiniciais...............................................................................

    3.2Metodologiaempregada.............................................................................

    3.3Planejamentodosensaios.........................................................................

    3.3.1Materiaisutilizados.....................................................................................

    3.3.1.1gua........................................................................................................

    3.3.1.2Argamassaindustrializada......................................................................

    3.3.1.3Blococermico........................................................................................

    3.3.1.4Corposdeprovadeargamassaindustrializada......................................

    3.4Ensaiodebloco...........................................................................................

    3.4.1Ensaioderesistnciacompressodeblocoscermicos........................

    3.4.2Ensaiodedimensesnominaisdeblocoscermicos................................

    3.4.3Ensaiodeprecisodimensionaldeblocoscermicos...............................

    3.5Ensaiodasargamassasindustrializadas.................................................

    3.5.1Ensaioderesistnciacompressoaxialdeargamassaindustrializada.

    3.6Execuodaspequenasparedes.................................................................

    35

    38

    39

    40

    41

    42

    43

    45

    46

    48

    51

    51

    53

    55

    57

    59

    61

    63

    63

    64

    66

    66

    66

    66

    67

    68

    69

    69

    71

    71

    72

    72

    76

  • 4RESULTADOSDOSENSAIOS.......................................................................

    4.1Consideraesiniciais...............................................................................

    4.2Resultadosdosensaiosdosblocos.........................................................

    4.2.1Resultadosdosblocosestruturaiscermicosvazados............................

    4.2.2Resultadosdosblocosestruturaiscermicosdeparedesmacias...........

    4.3Resultadosdasargamassasindustrializadas..........................................

    4.3.1Ensaioderesistnciacompressoaxial.................................................

    4.3.2Ensaioderesistnciatraonaflexodeargamassaindustrializada....

    4.4Resultadosdosensaiosdaspequenasparedes.....................................

    4.5Mdulosdedeformao.............................................................................

    5ANLISEEINTERPRETAODOSRESULTADOS....................................

    5.1Introduo....................................................................................................

    5.2Anlisedosresultados...............................................................................

    5.2.1Anlisedimensionalevisual......................................................................

    5.2.2Resistnciacompressodeblocoscermicosvazados,NBR6461......

    5.2.3Resistnciacompressodeblocoscermicosdeparedesmacias......

    5.2.4Anlisedosresultadosdosensaiosderesistncia compresso axial

    dasargamassasindustrializadas...............................................................

    5.2.5Resistnciatraonaflexodeargamassaindustrializada...................

    5.2.6Resistnciacompresso axial de prismas (pequenas paredes) de

    blocosdeparedesmaciasevazadas......................................................

    5.2.7Mdulosdedeformao.............................................................................

    5.2.8Eficincia ....................................................................................

    6CONCLUSES................................................................................................

    6.1Concluses..................................................................................................

    6.2Sugestesparaoutrosestudos.................................................................

    REFERNCIASBIBLIOGRFICAS...................................................................

    ANEXOS.............................................................................................................

    78

    78

    78

    78

    80

    82

    82

    83

    84

    86

    89

    89

    89

    89

    89

    90

    91

    93

    95

    106

    109

    111

    111

    114

    115

    123

  • 1INTRODUO

    1.1Consideraesiniciais

    Avantagembsicado processoda alvenariaestrutural est no fatodeque

    um mesmo elemento pode responder por diversas funes, atuando com a

    capacidadederesistirstensesecomodivisordeambientes.ParaFranco(1993),

    este fato resulta em inmeras vantagens do ponto de vista construtivo, que

    possibilitaram a racionalizao desse processo, com todos os benefcios que isso

    acarreta.Outroaspectosignificativoqueaalvenariaestruturalpermitefacilmentea

    incorporao construo de conceitos de industrializao e racionalizao, com

    conseqentemelhoriadequalidade.

    Apesar de todo o progresso conquistado para propiciar maior conforto ao

    homem, ainda o problema da habitao um desafio difcil e permanente. As

    elevadastaxasdecrescimentodemogrfico,aliadasaospequenosndicesderenda

    dapopulao,apresentamsecomofatoresagravantesdestedesafio.

    Esse problema social aumenta, principalmente, medida que nos grandes

    centrosascorrentesmigratriasse intensificam.Omigrante,procurandomelhores

    condies devida,mudase para as cidades, onde ter um local paramorar de

    fundamentalimportncia.

    Roman (1983) cita como as maiores vantagens do mtodo construtivo: a

    economiaqueresultaquandocomparadascomasestruturasdeaoouconcreto,a

    maior rapidez,a facilidadedeexecuoesuapropriedadeparausoscomgrandes

    variedades funcionais. Alm disso, o material cermico apresenta alto grau de

    proteo ao fogo, com bom isolamento trmico e acstico, proporcionando boas

    condiesdehabitabilidade,oquecomeaasernoBrasilumapreocupao.

    Gonalves(1997)comentaque,mesmocomestagrande influnciasobrea

    economia brasileira, h, atualmente, um dficit habitacional de aproximadamente

    cinco milhes de moradias. Ano aps ano, ele agravado pela ausncia de

    polticashabitacionaisquevenhamaimplementarumasoluovivelparasupriras

    necessidadesdopas(ALYeSABBATINI,1994,p.115).

    Ainda, outra caracterstica marcante da indstria da construo civil no

  • 21

    Brasilodesperdciodeinsumosque,segundoPicchi(1993),estemtornode30%

    em relao ao custo total das edificaes, considerando o volume de entulho

    retirado,bemcomooentulhoqueincorporadonoprprioprocessoconstrutivo,em

    funodanecessidadedecorreesdeproblemasdenveis,prumos,etc.

    Esse um dos fatores que geram a busca de novas tecnologias, pois se

    acreditaque,incorporadasaelas,estaromelhorescondiesdecontroledaobra.

    Outrofatordepesoparaestasmudanasaprpriademandadeummaiornmero

    de habitaes. Sendo assim, as novas tcnicas apresentam tambm maiores

    chancesdeincrementaraprodutividadedamodeobra.

    Aalvenariaestruturaldeveserentendidacomoumsistemaemqueparedes

    atuam simultaneamente como elemento de vedao e estrutural, podendo ser

    armada ou no, sendo executada com blocos de concreto, cermicos ou silico

    calcrios.

    Astcnicasconstrutivasutilizadasatualmente,pelasempresasdeconstruo

    civil, noqueserefereconstruodeedifcios,almdeapresentaremaltocusto,

    nemsempredeterminamdesempenhosatisfatriodasedificaesemutilizao,no

    propiciando,muitasvezes,asatisfaodousurio.Diversosfatorescontribuempara

    o crescimento constante desse problema, entre os quais merecem destaque:

    aplicaes inadequadas de materiais de construo, ausncia de modeobra

    qualificada,assimcomodediretrizesconstrutivas,ealtondicededesperdcios.

    Na buscade eficincia e produtividade foram tentadas, nos ltimos anos,muitas solues.Dentre as poucas experincias de sucesso destacamseosprocessosemalvenariaestrutural,osquaisse tornarampredominantesnaconstruohabitacionaldeinteressesocial(FRANCO,1993,p.10).

    O uso da alvenaria estrutural aumentou muito no Brasil nas ltimas trs

    dcadas.Oseuempregohojenoserestringesomenteaconstruespopulares.

    Atualmente, esse uso desponta como uma alternativa tcnica e economicamente

    vivelparaograndedficithabitacionalexistentenoBrasil.Issosedeveaogrande

    nmerodepesquisasqueestosendofeitasdesdeadcadade70,refletidaspelo

    nmerodeeventosepublicaessobreoassunto.

    Esse sistema construtivo parece ser ideal para a realidade brasileira, pois

    necessita de modeobra de fcil aprendizado, possui elevado potencial de

    racionalizao, no exige grandes investimentos e imobilizao de capital para a

  • 22

    aquisiodeequipamentos.

    Todavia,existeanecessidadederealizarpesquisasparacaracterizaodos

    materiais, devido grande variabilidade desses e em funo das condies

    especficas do Brasil. Ressaltase que o mtodo construtivo est servindo de

    parmetro para a elaborao de uma norma especfica no caso de alvenaria de

    blocosestruturaiscermicos.

    O desenvolvimento de pesquisas no campo tecnolgico da produo deblocosestruturais,comotambmodesenvolvimentoeacompanhamentodemetodologiasparaaexecuodeobrasso,semdvida,ocaminhoparaoavanotecnolgicodestesistema(MEDEIROSeSABBATINI,1993,p.10).

    Autilizaodenovas tecnologias,asquais trazem reduonoconsumode

    modeobra, menor desperdcio de materiais e melhores condies de trabalho,

    deveserconvenientementeestudada.Sabeseque,paraomaioraproveitamentode

    todasascondiesqueaalvenariaestruturalpodeoferecer,devesepromoveruma

    conscientizao do meio tcnico. No Brasil, alguns centros de pesquisa vm

    trabalhando nessa rea, a citar:CIENTEC (UFRGS), GPDAE (UFSM), FEC

    (UNICAMP),NEPAE(UNESP),UESCAR,UFSC.

    1.2Objetivoprincipal

    Otrabalhoprocuradarasuacontribuioatravsdoestudodainflunciada

    juntaplenacomalongitudinaldeargamassacomtrscomposies,deresistncias

    de2,4e10Mpa,naresistnciacompressodepequenasparedesdealvenaria

    estrutural cermica no armada, de blocos macios e vazados, enfatizando os

    conceitos a partir dos resultados dos ensaios obtidos a esforos verticais axiais.

    1.3Objetivosespecficos

    a)determinareavaliarocomportamentodaresistnciacompressodepequenas

    paredesdeblocosestruturaiscermicosmaciosevazadoscomargamassade

    trsresistncias,de2,4e10Mpanasjuntasplenasenalongitudinal

    b)verificar a influncia das trs composies de argamassa, 2, 4 e 10Mpa, nas

    juntasplenase longitudinais,na resistnciacompressodeblocosmaciose

  • 23

    vazados nas pequenas paredes, enfatizando os fatores e as tendncias

    conhecidasnosistemaconstrutivodaalvenariaestrutural

    c)compararascargasde rupturadaspequenasparedes,quandosoassentadas

    comargamassasplenasequandosoassentadascomargamassa longitudinal,

    comastrscomposiesdeargamassas,2,4e10Mpacomeosdoistiposde

    blocos,maciosevazados,mostrandoadiferenadaresistnciacompresso

    desseselementos.

    1.4Hipteses

    a)Oargamassamento,naspequenasparedinhaslongitudinaisdosblocosmaciose

    vazados,influinaresistnciacompressoemrelaoaocomportamentodoque

    astodaspreenchidasplena

    b)Ocomportamentodobloco deparedemacioeparedevazado,comounidade,

    diferenocomportamentodepequenasparedes

    c)Paraseestimarocomportamentorealdaalvenaria,necessriaarealizaode

    ensaiodepequenasparedes.

    d)Asargamassasdecomposiesde trsresistncias2,4e10Mpaeosblocos

    macios e vazados de duas geometrias diferentes, os quais apresentam melhor

    desempenho,podemsermaisviveisnaexecuodaalvenariaestrutural

    e)Oargamassamentonasparedesassentadasplenas,em relaosassentadas

    longitudinais, difere no desempenho, na resistncia, na economia de material, no

    tempoenaestanqueidadedaparede.

    1.5Justificativaerelevnciadoestudo

    Aalvenariaestruturalvemassumindo,nosltimosanos, importanteposio

    nomercadobrasileiro daconstruohabitacional.Quandobemutilizada,minimiza

    ndicesdedesperdcioe,poressemotivo,vmcrescendoo interesseeaplicao

    desse tipodealvenariaporpartedasconstrutoras.Mesmosemototaldomnioda

    tecnologia,asconstrutorasestovisualizando,nessesistema,umaalternativamuito

    competitivaparaaconstruodehabitaes.

    O setor de cermica vermelha tem, aproximadamente, o mesmo perfil em

    quase todos os estados do Brasil (ANICER2004). Esse perfil mostra um grande

  • 24

    potencial, aliado s empresas de pequena capacidade tecnolgica e de

    investimentose,conseqentemente,comafabricaodeprodutos(blocos)debaixa

    qualidade. Ao mesmo tempo, encontramse, praticamente em todas as regies,

    jazidasdeargilaemqualidadeequantidadesuficientesparajustificarinvestimentos

    econmicosecientficosnarea.

    Nesse sentido, o desenvolvimento de materiais adequados para o uso em

    alvenaria estrutural far com que a indstria cermica aumente a sua

    competitividade.

    A qualidade da alvenaria estrutural depende dos materiais a serem

    empregados e de suas tcnicas. Logo, melhorar a qualidade da alvenaria est

    intimamente ligado busca de materiais que permitam ao conjunto um melhor

    desempenho. Assim, o desenvolvimento de pesquisas que otimizem o uso de

    produtoscermicosparaaalvenariaestruturalpoderauxiliarnodesenvolvimento

    desteimportantesetorindustrial.

    Para muitos materiais estruturais, podese adotar ou adaptar tecnologias

    desenvolvidasemoutrospases,podendoseaplicarosmesmosprocedimentosde

    clculoeconstruoeasmesmasespecificaesdosmateriaisquandoseobjetiva

    produzir estruturas econmicas e seguras. Temse como exemplo o concreto

    armado.Contudo,essenoocasodaalvenariaestrutural,comblocoscermicos,

    umavezqueasdiferenasexistentesentreasunidadesdosdiversospasesfazem

    comquea tecnologiadaalvenarianopossasersimplesmentecopiada(ANICER

    2004).

    NoBrasil,porumproblemaestruturaloumesmodecultura,diversostiposde

    blocossofabricadossemouquasenenhumconhecimentosobreocomportamento

    estruturalqueapresentam.Almdodesconhecimentododesempenhomecnicona

    compressodessesblocos,parausodosprojetistas,nosepodeafirmarqualtipo

    deblocopossuimelhoreficinciaestruturalnemmelhoreficcia.

    Odesempenhomecnico avaliado tanto doponto devista dasegurana,

    emrelaoaoestadolimite,quantodopontodevistadeutilizao.Comrelao

    utilizao, so consideradas caractersticas como a deformao do elemento,

    fissuras e demais falhas que possam comprometer outras exigncias, como a

    estanqueidadeguaeadurabilidade.

    As caractersticas do bloco, ou da alvenaria, relacionadas ao desempenho

    trmico,acsticoevedaonoseroabordadasnestetrabalho.

  • 25

    praticamente aceito por todo o meio cientfico que o principal elemento

    resistentedasparedesdealvenariaobloco.Ele,basicamente,odeterminante

    da sua resistncia. Dessa forma, a resistncia da alvenaria cresce, de forma

    considervel, com a resistncia dos blocos, enquanto que a resistncia da

    argamassatem influnciaquandomantidadevidaproporoderesistnciaentre

    asduasunidadesargamassa/bloco.

    Dentrodessecontexto,algumasquestesdevemserlevantadas:porqueso

    usadasasformasdeargamassamentoatuais?Existemcondicionantestcnicospara

    o argamassamento longitudinal das pequenas paredes de blocos? Quais so?

    Seriamsimetria,espessuradeparedes,tipodesepto,espessuradosseptos,largura

    deargamassautilizadanalongitudinal,argamassamentopleno?

    Estapesquisatemcomoobjetivoavaliarocomportamentocompressodas

    alvenarias das pequenas paredes de blocos estruturais cermicos macios e

    vazados, argamassados com trs composies de resistncia 2, 4 e 10 Mpa,

    executadasnasjuntasplenasenasjuntaslongitudinais,procurandoempregar,nos

    dadosobtidos,osfatoresdeeficinciaeeficcia,tendnciasconhecidasnosistema

    construtivodaalvenariaestrutural.

    Para a realizao dos ensaios, optouse por blocos macios e vazados

    estruturais da Cermica Pallotti, parceira na pesquisa. Esses blocos, com duas

    diferentes geometrias, esto sendo analisados em uma tese de doutorado, junto

    comargamassaindustrializadaFida.

    Vrios pesquisadores afirmam que a resistncia dos blocos importante

    devido ao assentamento na argamassa, sem, contudo, caracterizar seu grau de

    importncia.Esperasequeosresultadosobtidosnessetrabalhocontribuamdeuma

    formageralparaosetor,naescolhadecomoprocedernoassentamentodosblocos

    estruturaisnasedificaesbrasileiras.

    Esse sistema construtivo parece ser ideal para a realidade brasileira, pois

    necessita de modeobra de fcil aprendizado, possui elevado potencial de

    racionalizaoenoexigegrandes investimentose imobilizaodecapitalparaa

    aquisiodeequipamentos.

  • 26

    1.6Estruturasdotrabalho

    Otrabalhoestestruturadoemseiscaptulos:

    Captulo1 descreveosobjetivosaquese prope apesquisa, a justificativa,as

    hiptesesadmitidaseaimportnciadotrabalho

    Captulo2 apresenta uma reviso da literatura, que abrange o comportamento

    dos componentes da alvenaria estrutural na compresso (bloco e

    pequenas paredes), os fatores que interferem na sua resistncia, o

    modo e o tipo de ruptura, o mdulo de deformao que ocorre na

    alvenaria, sua eficincia e eficcia. Tambm estabelece os

    componentesdaalvenariaestruturalblocoeargamassa

    Captulo3 define a metodologia e descreve os materiais da pesquisa a ser

    seguidaparaarealizaodotrabalho

    Captulo4 expe os resultados da pesquisa feita com os ensaios dos

    componentesdaalvenariaestruturalblocoseargamassa

    Captulo5 analisa e interpreta os resultados da pesquisa, considerando as

    diferentescaractersticasdosmateriais utilizados.Avalia, igualmente,

    os mtodos descritos no terceiro captulo com base nos resultados

    experimentais

    Captulo6 apresentaasconclusesfinaiserecomendapesquisasquepoderiam

    serfeitasemfuturostrabalho.

  • 2REVISOBIBLIOGRFICA

    2.1Introduo

    A alvenaria ummaterial que, em sua forma tradicional, constitudo por

    blocos unidos por argamassa. Por ser um material composto, anisotrpico e

    heterogneo,surgemdificuldadesdeseestabeleceroseucomportamento.

    Existem vrias maneiras de se determinar a resistncia compresso da

    alvenaria,podendoseratravsdeensaiosdeblocos,prismas,pequenasparedese

    paredes ou atravs de equaes resultantes de teorias, baseadas em dados

    experimentais.

    2.2Conceituaespreliminares

    Comoobjetivo deestabelecer uma linguagemcomum, soapresentadas a

    seguiralgumasdefinies:

    Alvenaria:componentecomplexo,queutiliza,comocomponentesbsicos,tijolosou

    blocosunidosentresiporjuntasdeargamassademodoaformarumconjuntorgido

    ecoeso.

    Alvenaria Estrutural: toda a estrutura em alvenaria, predominantemente laminar,

    dimensionadaporprocedimentosracionaisdeclculoparasuportarcargasalmdo

    pesoprprio.

    Argamassa: material composto por areia, gua e um ou mais aglomerantes

    (cimento,cal,cimentoecal)que,porsuascaractersticasplsticas,deadernciaa

    materiaisporososeendurecimentoapscertotempo,usadoparaunirasunidades

    daalvenaria,formandoasjuntasdeargamassa.Constituise,dessaforma,umdos

    componentesbsicosdaalvenaria.

    ArgamassaPlena:usadaparaunirasunidadesdaalvenaria,que,seaplicadaem

    todos osseptos do bloco, influina formaodas juntas horizontais longitudinaise

    emdoiscordesverticaisnosbordosenasextremidadesdoblocopara formao

    dasjuntastransversaishorizontais.

    ArgamassaLongitudinal: utilizada para unir as unidades da alvenaria. Deve ser

  • 28

    aplicada somente nas paredes externas do bloco, no sentido longitudinal, para a

    formao das juntas horizontais longitudinais, e em dois cordes verticais nos

    bordos.

    Amostra:conjuntodeblocosretiradoaleatoriamentedeumloteparadeterminao

    desuaspropriedadesgeomtricas,fsicasoumecnicas.

    rea Argamassada: rea da seo correspondente rea ocupada pela

    argamassadeassentamento.

    reaBruta(Ab):readaseodeassentamento,delimitadapelasarestasdobloco,

    semdescontodasreasdos furos,quandoexistirem. resultadodamultiplicao

    dasdimensesdasdimensesexternasdeumafacedaunidade.

    rea Lquida (Aliq): rea da seodeassentamento,delimitadapelas arestas do

    bloco,comdescontodasreasdosfuros,quandohouver.ovalorqueseobtmao

    subtrairdareabrutaareareferenteaosvazioscontidosnamesmaface.

    Corpodeprova:exemplardoblocoprincipal,integrantedaamostraparaensaio.

    Bloco cermico: segundoaNBR152702:2005, um componente de alvenaria

    quepossuifurosprismticose/oucilndricosperpendicularessfacesqueocontm.

    Os blocos cermicos so classificados de acordo com suas resistncias

    compresso,sendoaargilaomaterialbsicodesuafabricao.

    Unidade ou componente: cada parte em separado da alvenaria. Cada unidade

    possuisuaspropriedadesmecnicasindividuais(blocooutijolo,argamassa,graute).

    Elemento: resultado da unio de duas ou mais unidades. So os prismas e as

    pequenasparedes.

    ndicedeEsbeltez:relaoentreaalturaeaespessuradocorpodeprova.

    Fatordeeficincia:definidocomoarelaoentrearesistnciacompressoaxial

    daparede(fp)pelaresistnciadobloco(fb).fbfp

    Deformao especfica: grandeza adimensional que expressa a variao de

    comprimento da base de medida de um corpodeprova em relao ao seu

    comprimentoinicial.

    Mdulo de elasticidade: definido como o coeficiente de proporcionalidade entre

    tensoedeformaosobumcarregamento.umapropriedadequedefinecomose

    datransfernciadetensesentreosdiferentesmateriais.

    Mdulo de elasticidade tangente: dadopeladeclividade deuma reta tangente

    curvatensodeformao,emrelaoaqualquerpontodareta.

  • 29

    Mdulodeelasticidadesecante:neste trabalho,serconsideradocomosendoo

    valorobtidopeladeclividadedeuma reta traadadaorigemaumpontodacurva

    tensodeformaocorrespondentea30%dacargaderuptura.

    Resistncia compresso axial da alvenaria: valor limite da capacidade da

    alvenaria de suportar cargas verticais aplicadas ao longo do seu plano axial

    longitudinal, termo, s vezes, abreviado para resistncia ou resistncia

    compresso.

    Pequenasparedes, paredinhas :corpodeprovadealvenariamoldadocompelo

    menos trs fiadas, compostas de trs blocos mais trs meios blocos estruturais,

    unidosentresiesobrepostosnosentidodeamarrao,(contrafiados)solidarizados

    comargamassaindustrializadaoufeitainloco.

    2.3Fatoresqueinfluenciamnaresistnciadaalvenaria

    Existem vrios fatores que influenciam na resistncia compresso da

    alvenaria.Noentanto,nestapesquisa,abordarseoapenasosfatoresprincipais.

    2.3.1Resistnciadobloco

    A resistncia da alvenaria compresso cresce consideravelmente com a

    resistncia dos blocos.Entretanto,oaumento de resistnciadas alvenariasno

    linearmenteproporcionalaoaumentoderesistnciadosblocos.

    Roman (1983), com relaoao fator de eficincia, observouque esse fator

    diminui com o aumento da resistncia da unidade. A BS5628: Part 1 (1992)

    estabeleceascurvasdecrescimentodaresistnciadaparedecomaresistnciado

    bloco,comomostraafigura2.1.

  • 30

    FIGURA2.1Resistnciacompressocaractersticadaalvenaria,construdacom

    blocosvazadoscomrelaoh/tentre2e4(BS5628part1).

    TABELA2.1ResistnciacompressodasargamassasdaNormaBritnica(BS

    5628).

    ResistnciaTipo TraoemVolume

    Laboratrio Situ

    i 1:0:3 16MPa 11MPa

    ii 1:44,5 6,5MPa 4,5MPa

    iii 1:1:56 3,6MPa 2,5MPa

    iv 1:2:89 1,5MPa 1,0MPaFONTE:BS5628part1.

    2.3.2Resistnciadaargamassa

    Estandoomecanismoderupturadaalvenariaintimamenteligadointerao

    entre unidade e junta, o comportamento mecnico das argamassas relevante,

    embora alguns pesquisadores nodefendam isso. (RAMAMURTHYEGANESAN,

    1992).

    A influncia da resistncia compresso da argamassa aumenta com o

    aumento daqualidade dobloco econseqente aumento das tenses admissveis.

    Contudo, esse aumento de resistncia da argamassa gera um aumento menos

    significativoqueaqueleocasionadopelamaiorresistnciadosblocos.

    Gomes (1974)concluique a resistncia daargamassadevesesituar entre

    0,7a1,0daresistnciadobloco.Aoseutilizarargamassasmaisrgidas,aalvenaria

    passar a ter uma ruptura excessivamente frgil e tambm no acompanhar

  • 31

    eventuaismovimentosdaestruturasobcargasemservio.

    Quanto maior a diferena de deformao especfica entre a unidade e a

    argamassa,maiorodiferencialdedeformaoentreosmateriais,ocasionandoum

    aumentodastensesdetraonasunidadese,comisso,umarupturadaalvenaria

    comcargasmenores.

    2.3.3Espessuradasjuntashorizontais

    Diversaspesquisasindicamqueaespessuraidealdajuntahorizontalde1

    cm.Valoresmenores,que teoricamente gerariamalvenariasmais resistentes,no

    so recomendveis, pois a junta no consegue absorver as imperfeies das

    unidades.

    Espessuras maiores que 1 cm causam diminuio da resistncia das

    alvenarias devido ao aparecimento de tenses maiores de trao lateral nas

    unidades.

    SahlinapudRoman(1983)dizquearesistnciadaalvenariadiminuiem15%

    paracadaaumentode3mmnaespessuradajuntaeviceversa.

    Segundo Francis apud Gomes (1974), comprovado que a resistncia da

    parededecrescecomoaumentodaespessuradajuntahorizontal.

    2.3.4Geometriadaunidade

    Com os blocos vazados, a disposio e o tipo de furos podem acarretar

    grandesconcentraes de tenses, reduzindoa resistncia econduzindoa falhas

    frgeis.

    Comoobjetivodedefinirotipodearranjoexperimentalquemelhordefinao

    comportamento das paredes de alvenaria, Ramamurthy e Ganesan (1992)

    realizaram um estudo analtico, atravs domtodo dos elementos finitos, sobre o

    comportamento da alvenaria de blocos de concreto. Nesse estudo, tais autores

    consideraram a influncia de: diferentes geometrias, diferentes arranjos e

    propriedadesdasargamassas.

    Osresultadoseconclusesqueelesobtiveramforamosseguintes:

    - comrelaoaosblocos,surgeumalviodetensesverticaisnumintervaloentre

    5 cm acima e 5 cm abaixo do centro do prisma, sendo o ponto mnimo de

  • 32

    compressoocentrodoprisma

    - blocosde trs furosproduzemnveisde tensomaioresqueosdedois furose

    distribuiodetensesdiferentes

    - adistribuio de tensesemblocos dedois furos estruturalmente eficientesse

    assemelha mais de trs furos do que de dois convencionais. Na regio

    prxima ao centro do prisma, as tenses permanecem constantes, no se

    observandooalviocitadoanteriormente

    - comrelaoaosepto,adiferenadecomportamentoentreostrstiposdeblocos

    analisadosmaisevidentequandoessessoassentadoscomjuntaamarrada.

    Tensesdecompressosobemmaioresemblocosconvencionaisdedois

    furosquenosestruturalmenteeficientes,anosernomeiodoprisma,ondeocorre

    umalviodatensovertical.

    Boult (1979),estudandoprismasdeconcreto,observouqueaespessurado

    septo parece no influenciar na resistncia do prisma e que furosmais paralelos

    produzemmelhorresistnciasqueosafunilados,concluindoqueageometriadofuro

    umavarivelimportantenaresistnciadaalvenaria.

    Abiko (1994) estudoua influnciado formatodosblocoscermicos emsua

    resistncia compresso. Como resultado de sua pesquisa, concluiu que a

    resistnciacompressodafacelateraldosblocosdefurosredondosmenorque

    adosblocosdefurosquadrados.

    Shrive (1983), aps pesquisar o mecanismo de ruptura da alvenaria e a

    distribuio de tenses no bloco e na alvenaria, chegou seguinte concluso: a

    buscadeumageometriaadequadaparaoblocoimportanteparaqueseconsiga

    ummelhordesempenhodeambos,blocoealvenaria.Emseuestudo,prope trs

    tiposdeblocos,testandounidades,prismasdetrsblocoseparedesdetrsblocos

    delarguraeseisdealtura,utilizandoargamassasomentenasparedeslaterais,com

    juntaalternada:

    1) blocos com furos alinhados afunilamento de 0,8 % e septo central com

    espessura igual a duas vezes as paredes do bloco mais 10 mm, volume de

    concreto igual ao volume do bloco padro. Esses blocos apresentaram

    resistncias apenas um pouco superiores (8%) ao padro. Os prismas

    executados com blocos propostos foram significativamente mais resistentes

    (30%) que os tradicionais. A resistncia das paredinhas foi superior quelas

    construdas com blocos tradicionais. Tal diferena, porm, no se mostrou

    significativa.

  • 33

    2)blocoscomfurosonduladosdesenvolvidosapartirdoanterior,aespessuradas

    paredes lateraisesepto foramaumentadasde formaaaumentarareadocentro

    dosblocos.

    Essetipodeblocofoi5%menosresistente,nosignificativamente,enquanto

    que as capacidades resistentes dos prismas e das paredinhas foram bem mais

    expressivas,27,7%e24,4%respectivamente.

    3)blocoF (FinBlock)Esseblocopropostoapresentareentrncias,comumarea

    14,4%menor,notendooautorchegadoaumaconclusoquantoatalgeometria.

    Shrive(1983)defendequeexistemvantagensemaumentaraespessurados

    septos,reduziroafunilamentodosfurosealinharosfuros.

    Ganesan e Ramamurthy (1992) afirmam que o fator de eficincia varia

    conformeaformadoblocoeotipodeassentamento.Emalgumasformasdeblocos

    etiposdearranjo,aparecemconcentraesdetensesquereduzemaresistncia

    compressodaalvenaria.

    Osautoresanterioresfazemcomentriosarespeitodeestudosrealizadosna

    ndia, no Building Technology Laboratory, nos quais foram testadas trs formas

    diferentes de blocos. Os blocos tipoA foram assentadoscomargamassa apenas

    nasfaces,eosdemaisforamargamassadosnasfacesenosseptos.

    A figura2.2mostraos tiposdeblocosestudados.Osvaloresde resistncia

    parablocoseparedespodemservistosnatabela2.2.

    FIGURA2.2TipodeblocosestudadosnoBuildingTechnologyLaboratory(GANESAN

    eRAMAMURTHY,1988).

    TABELA2.2Valoresderesistnciaparablocoseparedes.

    Bloco fbk(MPa) fwk(MPa) FatordeEficincia

    A 3,30 1,46 44,24%

    B 5,10 3,33 65,29%

    C 4,94 2,91 58,91%FONTE:GanesaneRamamurthy(1992).

  • 34

    ConformeGanesaneRamamurthy(idem)necessrioqueaformadobloco

    sejarepensadaa fimdequeseaumenteaeficinciadeblocosestruturais.Esses

    pesquisadorespropemquesejamutilizadosblocoscujoseptocentralsejaigualao

    dobro da lateral mais a espessura da junta, conseguindose, dessa forma, o

    alinhamentodosfuros.Osreferidosestudiosostambmrealizaramumaanlisepor

    elementosfinitosem3D.

    Asconclusesaqueosautoreschegaramforam:

    - oblocoracionalizadotipoBmelhorqueosoutros

    - aanlisedetensesindicaconcentraodetensesevariaesbruscasdessas

    nos blocos convencionais, enquanto que,nos blocos racionais, a variao

    suave.

    Gomes(1974)constatouquearesistnciadosblocoscermicosdevedao

    de furos circulares apenas 12% da resistncia dos mesmos blocos de furos

    retangulares, quando ambos so ensaiados com as cargas normais aos furos e

    assentadossegundoamenor face.Nosensaios realizadoscomparedes,concluiu

    quearesistnciadasparedesdeblocoscermicoscomfuroscirculares50%da

    resistnciadasparedesconstrudascomblocosdefurosretangulares.

    Prado (1995) investigou a resistncia compresso de cinco unidades

    (blocos) diferentes e tambm elementos (prismas) confeccionados com essas

    unidades.Asunidadesutilizadassomostradasnafigura2.3.

    FIGURA2.3Unidadesensaiadascompresso(PRADO,1995).

    Comoconcluses,oautordizquenofoipossvelestabelecercomclarezauma

    tendnciademaiorrendimentodaunidadepelageometriaoupelaalturadaunidade.

  • 35

    Entretanto, com o aumento das dimenses das unidades, a resistncia

    compressodoblocoseaproximadaresistnciadoprisma.(PRADO,idem)

    Os resultados obtidos deixam claro o risco da generalizao de resultados

    feitoscomdeterminadotipodeunidadeparaumuniversodetiposmaisamploede

    unidadescomcomportamentosdesconhecidos.

    2.3.5Tipodeassentamento

    Otipodeassentamentoigualmenteumfatorquepodealterararesistncia

    daalvenaria.A ausnciade argamassa, nas paredes laterais dos blocos,provoca

    umaconcentraodetensesnessasparedes,causandoareduonaresistncia

    doprismaoudaspequenasparedes.

    Ganesan e Ramamurthy (1992), utilizando o mtodo dos elementos finitos

    paraestudar ocomportamento de prismas comdiferentes tipos deassentamento,

    chegaramconclusoqueacolocaodeargamassasomentenasparedeslaterais

    dosblocos,porimposioounodageometriadobloco,implicanosurgimentode

    grandes concentraes de tenses nas paredes transversais dos blocos. Nesse

    caso, a fissurao inicia na parede transversal central. Atravs da simulao

    computacional,puderamobservarque,seacolocaodaargamassaerarealizada

    emtodoobloco,essasconcentraesdetenseserameliminadas.

    Colville e Woldetinsae (1990) estudaram a influncia do tipo de

    assentamento na resistncia compresso da alvenaria de blocos de concreto.

    Foramanalisados224prismas,sendo115prismascomargamassamentolaterale

    109 prismas com argamassamento total. Com base nessa pesquisa, os autores

    puderamconcluirque:

    - aresistnciacompressodosprismasvazadosdevesercalculadacombasena

    readeassentamento

    - aresistnciacompressodosprismasvazados(calculadaemrelaoreade

    assentamentoda argamassa) aproximadamente 8%menor para prismascom

    assentamentototaldoqueparaprismascomassentamentolateral.

    2.4Resistnciascompressodaalvenaria

    Considerando que o principal esforo atuante nas alvenarias o de

  • 36

    compresso,emboraelastambmsejamsubmetidasaesforosdetrao,flexoe

    cisalhamento, numerosas pesquisas tm sido realizadas tentando estabelecer de

    maneiraanalticaaresistnciacompressodaalvenariadeblocos.

    O desenvolvimento de modelos matemticos, que expliquem o

    comportamento daalvenaria, dificultadoporser essa ummaterial composto por

    materiaisdepropriedadeselsticasdiferentes,tornandoseummaterialheterogneo

    eanisotrpico.

    Oesforo eadeformao,na ruptura doprisma, correspondemaum valor

    intermedirio entre os valores correspondentes do bloco e da argamassa que

    compemoprisma.

    LaRovere eSoliz (1995) uniformizameapresentamasequaes adotadas

    porPriestleyeYuketambmporHamideDrysdaleparaoclculodaresistnciada

    alvenaria.PelocritriodeHilsdorf,aresistnciacompressodaalvenariadada

    pelaexpresso:

    1

    'K

    f ym s

    = (2.1)

    onde:K1 =umcoeficienteparaconsideraranouniformidadededistribuiode

    tenseslaterais,variandoentre1,1e2,5.

    y=resistnciacompressodobloco

    PriestleyeYukadotaramamesmaequaodeHilsdorf,sugerindoadotarum

    valorde1,5paraocoeficienteK1:

    fm=5,91(0,1fcb+0,01284fa) (2.2)

    Hamid eDrysdale igualmente adotarama equaodeHilsdorf, tomandoK1

    igual a 1,08 chegando seguinte equao para a resistncia compresso da

    alvenaria:

    fm=8,08(0,1fcb+0,01460f) (2.3)

    onde: fcb=resistnciacompressodobloco

    fa=resistnciacompressodaargamassa

    Khalaf et al. (1994), baseados em resultados experimentais, propem a

    equaoabaixoparaprismasdeblocosdeconcreto,grauteadosounoemrelao

    reabruta.

  • 37

    fm=0,3.fb+0,2.fa+0,25.fg (2.4)

    onde: fm=resistnciacompressodaalvenaria(reabruta)

    fb=resistnciacompressodobloco(reabruta)

    fa=resistnciacompressodaargamassa

    fg=resistnciacompressodograute

    Mohamad(1998)estabeleceequaesparaindicararesistnciadaalvenaria

    deblocosdeconcreto nograuteadosem funoda rigidez entre osmateriais.A

    resistnciacompressodosprismas,em funoda resistnciadaargamassa,

    dada pela primeira equao a seguir j a resistncia do prisma, em funo da

    resistnciatraodobloco,dadapelasegundaequao.

    Fm=fa.0,5794.(Ea/Eb)1,1093 (2.5)

    Fm=fbt.[5,4491.(Ea/Eb)2+3,6377.(Ea/Eb)+10,219] (2.6)

    onde: Fm=resistnciacompressodaalvenaria

    Fa=resistnciacompressodaargamassa

    Fbt=resistnciadoblocotrao

    Ea=mdulodeelasticidadedaargamassa

    Eb=mdulodeelasticidadedobloco

    AnormabrasileiraNBR10837/89prevoclculoemalvenariaestruturalde

    blocosvazadosdeconcreto,masnoexistenormabrasileiraespecficaparabloco

    cermico. As cargas admissveis, para compresso de paredes de alvenaria no

    armada, so calculadas atravs do critrio das tenses admissveis, usando a

    resistnciacompressomdiadeprismascontrafiados.

    A Norma Britnica, BS 5628 part 1, no estabelece diferenas entre

    alvenarias de blocos cermicos ou de concretos. A resistncia caracterstica

    compressodaalvenariafkpodeserobtidaatravsdeduasmaneiras:

    a)testederesistnciafinaldepainisdetijolosoublocos,cujasdimensesdevem

    ser de 1,20m a 1,80m de comprimento por 2,40m de altura, com uma rea

    mnimada seco transversal de 0,125m2, emque aexecuoe a argamassa

    empregadasnospainistestesdevemserasmesmasutilizadasnaprtica

    b)atravs decorrelaes empricas, tendo por base a resistncia da unidade e o

    tipodeargamassaaseremempregados.

  • 38

    Aresistnciacaractersticacompresso,fk,podesercalculadacomosegue:

    2,1mum

    k xAFf y y = (2.7)

    onde: Fm mdiadacargamximadedoispainisteste

    Areadasecotransversaldequalquerpainel

    m fatorde reduodaresistnciadaargamassa,dadoTabela2.1daBS

    5628part1

    u fatordereduoparaamostrasdeelementosestruturais.

    Ainda, de acordo com a BS 5628 part 1, a resistncia caracterstica

    compressodependeprincipalmenteda resistnciadaunidade.Paravaloresmais

    baixos de resistncia compresso dos blocos, a argamassa no tem influncia

    significativanaresistnciadaalvenaria.medidaqueseaumentaaresistnciado

    blocoaserusado,essainflunciapassaasersignificativa.

    Aequaoabaixoestabelecidapelocdigoeuropeu,EUROCODE6,para

    determinaodaresistnciacaractersticadaalvenariacompresso:

    Fk=k.fb0,75 .fa0,25 (2.8)

    onde: k=umcoeficiente

    fa=resistnciacompressomdiadaargamassa

    fb=resistnciacompressomdiadaunidade

    k=0,4.

    Parafb>15N/mm2=(15/fb)0,331,5

    Parafb15N/mm2,=1

    Podeseobservarque,peloEUROCODE6,aargamassatemumainfluncia

    bempequenacomparadacomadobloco.

    2.5Rupturanaalvenaria

    Paraaelaboraodemodelosde rupturadasparedesquesejamrealistas,

    devem ser considerados os possveis modos de ruptura devido trao, ao

    cisalhamento,flexoeaosesforoscombinados.

    A alvenaria um elemento composto pela unio de componentes

    heterogneos, o que dificulta o desenvolvimento de modelos matemticos que

  • 39

    expliquemfielmenteoseucomportamentoestrutural.

    Vrios pesquisadores tm aprovado equaes na tentativa de estabelecer

    teoricamente o modo de ruptura que acontece na alvenaria. Os dois principais

    critrios,osquaisdescrevemarupturanaalvenariasubmetidacompresso,so

    oscritriosdeHilsdorfedeLenczner.Taiscritriossosemelhantes,assumemas

    mesmashipteses.Entretanto,Hilsdorfsebaseianastenses,eLencznersebaseia

    nacompatibilidadededeformaes.

    2.5.1CritriodeHilsdorf

    Hiptesesconsideradas:

    - os blocos ou tijolos somacios, e toda a rea das facesmaiores encontrase

    assentadaemargamassa,existindoperfeitaadernciaentreambos

    - adistribuiodetensesdetraouniformeaolongodaalturadaunidade

    - osesforosdetraolaterais soiguaisnasdireesxez

    - a relao linear deCoulombentre ovalorda resistncia traouniaxial e da

    resistnciacompressouniaxial,definindoaenvoltriaderupturabiaxialdotijolo

    (bloco)submetidoaocarregamentotriaxial.

    FONTE:Gomes,1974.

    FIGURA2.4Tensesnosblocosou tijolos e na argamassa na compresso

    simples.

    Essecritriopermitechegaravaloresquantitativos.Nafigura2.5,alinhaCD

    representa o esforo de compresso na argamassa, sendo que sua resistncia

  • 40

    aumentacomonveldecompressolateral.Ainterseodessaretacomaretade

    Coulomb, AB, a qual define a envoltria de ruptura, causar a ruptura doprisma.

    Admitese,nessecritrio,que,aomesmotempo,oblocorompesobestadobiaxial

    (traocompresso)eaargamassasobestadotriaxialdecompresso.

    Resistnciatrao

    FONTE:Gomes(1974).

    FIGURA2.5Relaoentreastensesdecompressoetraoemblocooutijolo

    naruptura.

    2.5.2CritriodeLenczner

    O critrio de Lenczner, apresentado em Gomes (1974), considera a

    contribuiodaargamassadeassentamentonaresistnciadaalvenaria,baseando

    se na compatibilidade de deformaes entre os elementos componentes da

    alvenaria,blocoeargamassa.

    Afigura2.6explicaessecritriodecompatibilidadededeformaes.Nela,

    possvelnotarqueaargamassa,porpossuirummdulodeelasticidademenorqueo

    bloco, ficasubmetidaaesforosdecompressoeosblocosaesforosdetrao,

    ocorrendoarupturaportraonobloco,devidoasuabaixaresistnciatrao.

  • 41

    FONTE:Gomes(1974).

    FIGURA2.6Deformaolateraldosblocoseargamassadeassentamentosubmetido

    compressosimples.

    2.5.3Modosderupturaemalvenariaestrutural

    Gomes (1974)concluiuquea rupturausual,emparedesdeblococermico

    submetido compresso, caracterizase pela ruptura dos blocos. Porm, quando

    ocorreoempregodeargamassascombaixaresistncia,arupturapodeocorrerpor

    esmagamentodeumadesuasfiadas.

    SegundoCheemaeKlingner (1986,) osmodosde rupturados prismasno

    grauteadosso:

    - trao no bloco, em que a tenso de trao principal no bloco maior que a

    resistnciatraodobloco

    - esmagamento do bloco, no qual a tenso principal de compresso no bloco

    maiorquearesistnciacompressodobloco

    - esmagamento da argamassa, em que a tenso de compresso axial na

    argamassamaiorquearesistnciacompressodaargamassa.

    ConformeMonk (1967), os resultados obtidos, em testes de laboratrio de

    alvenarianoarmada,mostraram,empraticamente todososcasos,quea ruptura

    ocorre no bloco cermico pelo fendilhamento vertical, ocasionado quando as

    tensesdetraoultrapassamaresistnciatraodaunidade.Quandounidades

    cermicassoensaiadascompresso,opratodeao,porsermuitomais rgido

    queobloco,produz,nessasdeformaes,lateraisdecompresso,oqueocasionaa

    rupturaporcisalhamento.

  • 42

    2.6Deformaesemdulodeelasticidade

    DeacordocomAndrade (1997),asvariaes decomprimento queocorrem

    no concreto so provocadas por diversos fatores. Elas podem ocorrer devido

    expanso ou contrao do concreto endurecido, resultante das seguintes causas:

    embebio, secagem, variaes de temperatura ou do fenmeno autgeno

    resultantedereaesqumicasnointeriordoconcreto.Adeformaoautgenano

    deve ser confundida com a contrao plstica, a qual ocorre no concreto fresco

    antesdoinciodesuapega.

    temperaturaconstante,ogeldecimentoformadonoconcretoendurecido,

    durante a reao de hidratao, aumenta de volume quando absorve umidade e

    retraiquandoliberaessaumidadenasecagem.Taisexpanseseretraesdogel,

    causadas pela embebio e secagem, respondem pela maioria das variaes de

    comprimento no concreto. Por exemplo, corposdeprova curados em ambiente

    continuamentemidomantmseucomprimentooriginal,enquantocorposdeprova

    mantidosemumaatmosferadeumidade relativade50%e temperaturaconstante

    de 23C podem retrairse entre 0,04%e 0,07% em ums ano. Por outro lado, a

    retraoporsecagemafetadapormuitosfatores,entreelestemperatura,umidade,

    dosagememateriaisconstituintes,notadamenteasvariaesdostiposlitolgicosde

    rocha.

    Avariaodecomprimento autgena, resultante das reaesdehidratao

    da pasta de cimento, quandomedida emcorposdeprova, requer que esses no

    tenham nenhum impedimento de se contrair ou se expandir. necessrio que

    estejam selados e sejam mantidos em salas ou ambientes com temperatura

    constante.

    Outra causa de variao de comprimento de interesse produzida por

    esforosaplicadosrapidamente(ensaiosdemdulodeelasticidadeecapacidadede

    deformaocomcarregamentorpido),ounosensaiosemqueessesesforosso

    mantidosporlongosperodos(ensaiosdeflunciaecapacidadededeformaocom

    carregamentolento).

    As expanses devidas s reaes alcaliagregado ou aos sulfatos, que

    afetam a durabilidade do concreto, constituemse outras causas de variaes de

    comprimentonasestruturasdeconcreto.

    Amediodedeformaesnoconcreto,paraa realizaodedeterminados

  • 43

    ensaios em laboratrio, revestese de caractersticas especficas, inerentes s

    mediesdevariaesdecomprimentoemfunodosdiversosostiposdecorpos

    deprovautilizados.

    No se pretende, neste captulo, abordarcommuita abrangncia osvrios

    mtodos empregados para a medio de deformao, mas mostrar apenas os

    procedimentos adotados, para as medies das variaes de comprimento na

    realizaodapesquisa.

    Comooassunto"mediodedeformao"ricodeinformaesnaliteratura

    especializada, qualquer pormenor, que requeira maior detalhamento, poder ser

    encontradoembibliografiaespecfica.

    Os seguintes procedimentos utilizados para medio de deformao sero

    abordados:

    - medio de deformao utilizando extensmetros eltricos de resistncia tipo

    Carlson

    - mediodedeformaoutilizandoextensmetroseltricosderesistnciavarivel

    tipoStrainGages,cujoelementosensvelpodeserformadopor"fio"oulminade

    umaligametlica(metalfilme),conhecidopor"foil"

    - mediodedeformaoutilizandoseextensmetrosmecnicos.

    2.6.1ExtensmetroseltricosderesistnciatipoCarlson

    Essesextensmetrossebaseiamnapropriedadequeosmateriaiscondutores

    apresentamdevariarderesistnciaeltricaquandosodeformados.

    OsmedidorestipoCarlsonutilizamdoisprincpioseletromecnicosdistintos:o

    davariaodatensoemumfio,queprovocaalteraodaresistnciaeltrica,eo

    davariaodaalteraodatemperaturadeumfio,oqualcausaomesmoefeito.

    Assim,fixandoseintimamenteumfiocondutornasuperfcieexternadeuma

    pea ou estrutura, podese acompanhar, a partir de ento, suas deformaes,

    apenasmedindoavariaoderesistnciaeltricadocondutor.

    A solicitaomecnica que produz avariao na resistncia eltrica do fio

    condutorderivadadeformaolocaldaestruturaaqueofioestsolidrio.Isto,a

    experinciamostraqueadeformaoE=/Lcorrespondeaumavariaounitria

    deresistnciaR/Rque,dentrodeamploslimites,sensivelmenteproporcional

    deformaodofio.

  • 44

    Um problema fundamental, nessa tcnica de medio de deformao,

    justamentegarantiraperfeita transmissodedeformaoentreaestruturaeo fio

    condutor.

    O extensmetro eltrico resistivo tipoCarlson constitudo por um tubo de

    lato (ououtra ligasemelhante),com formadeumcilindroalongado, fechadonos

    dois extremos por dois flanges, que fazem a sua ancoragem no concreto que o

    envolve.Nointeriordocilindro,existemduashastesdeaoligadasdiretamenteaos

    flanges, que formam a estrutura do aparelho. Tais hastes so livres para se

    deslocaremumaemfrenteaoutra,quandosevariaoafastamentodasextremidades

    do aparelho. Nessas hastes, so fixados pequenos isoladores de porcelana, nos

    quais esto enrolados fios de ao,formando duas bobinas. Tais fios possuem

    dimetrode0,06mmesomantidosaumatensodetraode700Mpa.

    Adeformaodapeaaplicadaaoextensmetro,emsuasextremidades,e

    transferidamecanicamenteaoselementossensveis.Esseselementossensveisso

    doisenrolamentosde fiodeaoesticados,decomprimentose resistncias iguais.

    Esses fios possuem deformaes iguais, em valor absoluto, mas de sinais

    contrrios.

    Asrelaesentreasresistnciasnosoafetadasporvariaessimultneas

    detemperatura,porqueasbobinassofremvariaesemporcentagensiguais.

    Oextensmetrofuncionatambmcomotermmetro.Atemperaturamedida

    tomandose a soma das resistncias das bobinas. A referida soma no afetada

    materialmente pela variao na resistncia, devido a mudanas de comprimento,

    poisoacrscimodeumacompensaodecrscimodaoutra,quandosesomam.A

    resistnciadosextensmetroscercade70ohmsa21,0C,aumentandocercade

    1ohmparacada5,0Cdeacrscimodetemperatura.

    OsextensmetrostipoCarlsonpossuemdimensesvariveis,possibilitando,

    destaforma,quesejamempregadosdeacordocomafinalidadeaquesedestinam

    na medio das deformaes nas estruturas, ou conforme a dimenso mxima

    caractersticadoagregado,emlaboratrio.

    A amplitude, ou seja, o valor mximo da deformao que o extensmetro

    pode registrar, ajustada na fbrica para dois teros na compresso, para os

    extensmetrosdogrupoA,eparadois terosa trsquartosparaosdogrupoM.

    Quandohouvernecessidade,aamplitude pode ser especificada parao fabricante

    comointuitode ajustlaigualmentecompressoetrao.

  • 45

    2.6.2ExtensmetroseltricostipoStrainGages

    OsStrainGagesabrangemosextensmetroseltricosde "fio",assimcomo

    osdenominados"foil(lmina),nosquaisomaterialdabaseconstitudodeligade

    metal filme estabilizada (constantan). Esses extensmetros podem ser colados s

    superfciesdosmateriaisoutambmembutidosemcorposdeprovanessescasos,

    obedecendoaosmesmoscritriosadotadosparaosextensmetrostipoCarlsonde

    embutir.

    OprincpiobsicodeoperaodosextensmetrosmicrorresistivostipoStrain

    Gages similar ao dos extensmetros Carlson. Os materiais dos condutores

    eltricos possuem uma sensibilidade deformao, definida como a relao da

    variaodaresistnciaeltricarelativadocondutorparaavariaorelativadeseu

    comprimento,podendoserconsideradoscomomedidoresdedeformao.

    A sensibilidade de deformao funo das variaes dimensionais,

    ocasionadasquandoocondutoresticadoelasticamente,gerandoalgumavariao

    naresistividadebsicadomaterialcomadeformao.

    A sensibilidade deformao F pode ser estabelecida em funo das

    variaes dimensionais, admitindo que a resistividade permanea constante. Se o

    condutor esticadoelasticamente, haveruma variao deseucomprimento (&),

    que ser associada reduo na seo transversal de sua rea, devido ao

    coeficiente de Poisson. tais efeitos so aditivos no acrscimo da resistncia do

    condutor.Admitindoum coeficientedePoissonmde 0,3,o fatordemedioser

    cercade1,6paraasligascomumenteutilizadasemextensmetros.

    Asensibilidadedeformao,noentanto,varivelparaosvriosmateriais,

    mostrando valores extremos entre 12 (nquel) a +6 (platina), sendo que, para o

    constantan,de+2,1.

    Ovalor do fator demedio, para uma determinada srie deStrainGages

    (obtidoatravsdetestesdecalibrao),dadopelofabricante.AmaioriadosStrain

    Gagesmodernosajustadaadequadamenteao fatordemedio,possibilitandoa

    mediodadeformaodiretamente.

    A figura 2.7 mostra os tipos de Strain Gages mais comuns utilizados nos

    ensaios.

  • 46

    FIGURA2.7StrainGages:a)decolagemsuperficialb)deembutir.

    2.6.3Extensmetrosdemediomecnica

    Amediodedeformaesoudeslocamentosdefundamental importncia

    no campo da engenharia, pois abrange operaes bsicas, tais como o controle

    dimensional de peas pela tcnica da medio diferencial, as pesquisas

    experimentais, a transduo de vrias grandezas fsicas (fora, presso, torque,

    temperaturaetc.),ouaindaamediodedeslocamentoslinearesouangulares.

    De modo geral, os medidores mecnicos, juntamente com os medidores

    eltricos (analgicos ou digitais), os pneumticos e os eletroticos, compem os

    sistemasdetransduodemedidoresdedeslocamentooudeformao.

    Dentreosprocessosousistemasdetransduoexistentes,osextensmetros

    mecnicossoosmaistradicionais.Sodispositivosque,emprincpio,apresentam

    ponteiros que se fixam em dois pontos do corpo a ser deformado e ampliam o

    movimentodedeslocamentodessespontos,quandoocorreadeformao,atravs

    deumsistemadealavancasouengrenagens,acopladoaumrelgiocomparadorou

    aumdispositivoqualquerderegistro,noqualindicadoomovimento.

    Os referidos extensmetros medem a variao de comprimento DL, cujo

    valor,divididoporL,dadeformaoespecficaourelativa.

    Conformeotipodeextensmetromecnico,podemsemedirdeformaesde

    10x106a100x106,sendoessasdeformaescausadassomentepor tenses

    estticas, no sujeitas a variaes bruscas. Compem o grupo de medidores

    mecnicos, ou genericamente extensmetros mecnicos, em especial, os

    denominadosalongmetrosoutambmcomparadoresdecomprimento.

    Osalongmetrospodemserdotipofixadoaoscorposdeprova,pormeiode

  • 47

    estribos ou de garras mveis, que so posicionados em pontos de referncia

    preestabelecidosdoscorpos deprovaouaindadebase fixaouestrutura rgida,

    nos quais so posicionados os corposdeprova. Nesse ltimo caso, as bases de

    medidasofixadasnasextremidadesdoscorposdeprova.

    Afigura2.8mostraalgunstiposdemedidoresmecnicosquesofixadosaos

    corposdeprovaemantidossomentedurantearealizaodosensaios.

    FIGURA 2.8 Extensmetros mecnicos fixos (maruto): utilizados emcorposde

    provade25x50Cm(montadosparaensaios).

    Dentreosmedidoresfixadosaoscorposdeprova,destacamseosutilizados

    em ensaios para determinao do mdulo de elasticidade ou capacidade de

    deformao(emcorposdeprovaprismticos),ambosparacarregamentosrpidos.

    Nocasodoensaiodemdulodeelasticidade,emcorposdeprovacilndricos

    dedimetro igualoumaiorque20cm,emgeral,sousadosmedidores individuais

    fixados aos corposdeprova e dispostos entre si, formando ngulos de 120 ou,

    mais freqentemente, para corposdeprova de 15 cm x 30 cm, o dispositivo

    denominado"compressmetroexpansmetro".

    Paramedieslongitudinais,emcorposdeprovacomcomprimento igualou

    superior a 50 cm, pode ser utilizado umdispositivo fixo ao corpodeprova, como

    mostradonafigura2.9abaixo.

  • 48

    FIGURA2.9Extensmetromecnicocomparadorfixocommedidoresdigitais:utilizados

    noscorposdeprovadestadissertao.

    Esses medidores so utilizados principalmente nos ensaios para

    determinao do mdulo de elasticidade. Tal dispositivo consiste de dois pinos,

    rosqueados em bases embutidas nos corposdeprova. Essas bases so

    posicionadas junto parede interna dos moldes, ficando assim embutidas e

    faceandoasgeratrizesdocorpodeprovaquandodeformado.

    Para o posicionamento do dispositivo de medio, utilizase uma barra de

    invar, fixaemumdospinos,naqualacopladooextensmetromecnico.Opino

    inferior serve paramanter o alinhamento dabarra e possui, em sua extremidade,

    umabasechata,aqualpermiteocontatocomocursordoextensmetro.

    2.7MdulodeelasticidadeecoeficientedePoisson

    O conhecimento do mdulo de elasticidade fundamental na anlise das

    deformaeselsticasouviscoelsticasdasestruturasdeconcreto.

    Quando se aplica uma carga de compresso num determinado corpode

    prova de concreto, produzse uma deformao proporcional tenso aplicada,

    dentrodolimiteelstico,conformeaLeideHooke.Arelaoentreoincrementode

    tenso e o incremento de deformao chamada de mdulo de elasticidade

    "E".Esse mdulo de elasticidade determinado de acordo com os mtodos NBR

    8522daABNT111ouASTMC469121.

    Para tensesmoderadas,oconcretosegue,comboaaproximao,a leide

    Hooke,sendoque,nosmaisresistentes,azonaaproximadamenteelsticamaior

  • 49

    doquenosmenosresistentes.

    Os concretos muito resistentes tm maior inclinao na origem da curva

    tensoxdeformao.Poroutrolado,osconcretosmenosresistentesrompemcom

    deformaes maiores, apresentando, assim, maior capacidade de acomodao

    plstica.Osconcretosmuitoresistentesso,porconseguinte,relativamentefrgeis.

    O conhecimento do grfico tensodeformao na compresso permite a

    obteno do mdulo de elasticidade. Vrias maneiras tm sido utilizadas para a

    determinaodomdulodedeformaoespecficodoscomponentesdaalvenaria.

    Nocasodoselementosdealvenaria,suadeterminaonormalmentefeitaatravs

    dogrficotensodeformaoparaumacargaequivalentea50%dacargaltima,

    paraseterocomportamentolineardocomponente(prismasoupequenasparedes).

    Parablocoscermicosoumesmodeconcreto,noexistemensaiosnormalizados,

    osquaisdeterminemomdulodeelasticidade.

    Omdulodeelasticidadeumamedidadaresistnciadeformaoelstica

    domaterial.Emboraoconcretonosejaverdadeiramenteummaterialelstico,eo

    grficotensodeformao,paraincrementoscontnuosdecargaemgeral,tenhaa

    forma de uma linha com uma suave curvatura, para fins prticos, considerado

    linear,dentrodocampodastensesnormalmenteadotadas.

    Omdulodeelasticidadeestticoobtidocarregandoseocorpodeprovae

    observandoseadeformaoelsticacorrespondenteacadaincrementodecarga.

    A figura 2.10 mostra o plano de carga mdulo de elasticidade diagrama

    tensodeformaoaefetuar(*).

    FIGURA2.10Representaoesquemticadosmdulosdeelasticidade:Tangente

    (Eig)'TangenteInicial(E.)eSecante(Esec.n).

  • 50

    TangenteInicialnaOrigem(A)SemtraododiagramaITangenteinicialem

    umpontosimulandoestruturapreviamentesubmetidaagenrico(A)carregamentos

    e descarregamentos (8) 11 Secante no primeiro carregamento (C) Simulando

    estruturaemseuprimeirocarregamento(C)li.

    ANBR8522consideraqueatensoinicial,pontoBdacurvadeensaio,de

    0,5MPa,eatensoconsiderada,paraoclculodosdiferentesmdulos,de30%da

    resistnciacompressodoconcretojaASTMC469consideraumadeformao

    especficainicial,pontoBdacurvadeensaio,de50x106,considerandoatenso,

    para o clculo dos diferentes mdulos, de 40% da resistncia compresso do

    concreto(PontoE).Oclculodealteraodetenses,emvirtudedemodificaono

    carregamento,deveserfeitocomomdulotangente.

    O mdulo de elasticidade tangente poder ser obtido determinandose o

    coeficienteangulardatangentedacurva,aumadadatenso.Essetipodeclculo

    socorreemalgunscasos,poisovalorobtidolimitadoacertoscritrios,comona

    avaliao da carga crtica de flambagem, em que o mdulo de deformao a

    empregarseromdulotangentecurvatensodeformao,obtidanoensaiode

    compresso,nopontocorrespondenteaessacargacrtica.

    A relao tenso x deformao, em qualquer ponto, a declividade da

    secante(corda)entreaorigemeopontonoqualomdulodeterminado,devido

    suavecurvaturadodiagramatensoxdeformao.

    Geralmente,omdulodeelasticidadeobtidonotrechododiagramatenso

    xdeformaoatumafraodovalormdiodatensoderupturadopardecorpos

    deprovamoldadosparaoensaiodecompresso,paraaidadenaqualsepretende

    fazeroensaio.

    Afigura2.11mostraumacurvatpicadetensodeformaodeumconcreto

    submetido a esforos de compresso ou trao, com carregamentos e

    descarregamentossucessivos.

  • 51

    FIGURA2.11Curvatensodeformaotpicadeconcretos.

    possveldeterminaromdulotangenteemqualquerpontodacurvatenso

    deformao,maseleaplicvelsomenteapequenasvariaesdovalordatenso

    emtornodopontoondeseconsiderouessemdulo.

    Um material denominado perfeitamente elstico se as deformaes

    aparecemoudesaparecemimediatamentecomaaplicaoeremoodetenses.

    Essadefinionoimplicalinearidadedarelaoentreatensoeadeformao.O

    comportamento elstico associado a uma relao no linear entre tenso e

    deformaoobservado,porexemplo,novidroeemalgunsminerais.

    2.8Caractersticasdosmateriaiscomponentesdaalvenaria

    Nesta parte do trabalho, ser feita a caracterizao dos componentes da

    alvenaria estrutural, de interesse neste estudo, os quais so: bloco cermico e

    argamassadeassentamento.Abordarsetambmoprocessodefabricao,suas

    caractersticasmecnicaseasespecificaesnacionaiseinternacionais.

    2.8.1Blococermico

    Omaterialconstituintedasunidadescermicasaargila.Elacompostade

    slica,silicatodealumnioevariadasquantidadesdexidosferrosos.Aargilapode

    ser calcria ou no. No primeiro caso, quando cozida, produz um bloco de cor

    amarelada.Aquenocalcriacontmde2a10%dexidodeferroefeldspatoe

  • 52

    produz umaunidade de variados tons vermelhos, que depende da quantidade do

    xidodeferro.

    Aargilaapropriadaparaafabricaodeblocosdeveterplasticidadequando

    misturada com gua, de maneira que possa ser moldada, deve ter suficiente

    resistnciatrao,paramantero formatodepoisdemoldada,e,ainda,deveser

    capazdefundiraspartculasquandoqueimadaaaltastemperaturas.

    Aplasticidade,aguademoldagemeocomportamento,nasecagemena

    queima,dependemdagranulomtricaedosdiversosmineraispresentes.

    Segundo a ABNT (PEB179), as argilas so compostas de partculas

    coloidaisdedimetroinferiora0,005mm,comaltaplasticidade,quandomidas,as

    quais,quandosecas, formam torres,dificilmentedesagregveispelapressodos

    dedos.

    Todasaspropriedades fsicasdosblocossoafetadaspelacomposioda

    matriaprimausadaepeloprocessodefabricao.

    O processo de preparao da matriaprima consiste da dosagem

    (formulao)emisturadasargilas.Adosagemdasargilasdeveserfeitadeformaa

    promover uma pasta que possua determinadas caractersticas para uma boa

    moldagem,secagemequeima.

    Tambmaformulaodamassapodeinfluenciarnascaractersticasfinaisdo

    produto acabado, como a sua resistncia compresso. Podem ser obtidas

    unidadesdebaixaresistncia(3MPa)edealtaresistncia(>100MPa).

    A norma brasileira NBR 152702: 2005 define bloco cermico como o

    componente da alvenaria que possui furos prismticos e/ou cilndricos

    perpendicularessfacesqueocontm.

    A rea da sua seo transversal pode ser calculada de trs maneiras

    diferentes,definindose:

    reabruta:readequalquerumadasfaces.

    rea lquida: reabruta de qualquer umadas faces do bloco diminudas darea

    dosvazioscontidosnessaface.

    reaefetiva:readaseotransversalocupadaporargamassa.

    ANBR152702005difineosblocosemdoisgrandesgrupos:

    Blocosdevedao:soosblocosquenotmafunodesuportaroutrascargas

    verticaisalmdeseupesoprprioepequenascargasdeocupao.

  • 53

    Blocosestruturais:soblocosprojetadosparasuportaremoutrascargasverticais

    almdeseupesoprprio,compondoaestruturaeavedaodaedificao.

    Tantoosblocosdevedaoquantoosblocosestruturaissoclassificadosde

    acordo com sua resistncia compresso definida conforme a tabela 2.3. de

    lamentar a falta de uma diferenciao, nessa norma, entre blocos cermicos de

    vedaoeblocoscermicosestruturais.

    TABELA2.3Resistnciacompressodeblocos.

    Classe Resistnciacompressonareabruta(Mpa)

    10

    15

    25

    45

    60

    70

    100

    1,0

    1,5

    2,5

    4,5

    6,0

    7,0

    10,0FONTE:NBR71711992.

    Asnormas brasileiras fixam valormuito baixo de resistncia compresso.

    Estudos realizados mostram que mesmo os blocos de baixssima qualidade

    possuemresistnciacompressomaiorquearesistnciade4,0Mpa,determinada

    pelaNBR6460.

    2.8.1.1Efeitosdoprocessodefabricaonodesempenhomecnicodobloco

    Aspecto

    Soascaractersticasvisuaisquetminteressedopontodevistaestruturale

    esttico.As falhas visualmente perceptveis, as quais tm reflexos na capacidade

    resistente das paredes, so as quebras, os trincamentos e as deformaes. Do

    pontodevistaesttico,podesecitaraintegridadedasarestasevrtices,atextura

    dasuperfcie,acor,etc.

    Dimenses

    Quanto mais uniforme o tamanho do bloco, mais fcil ser o trabalho do

  • 54

    pedreiroemelhoraqualidadedaparede.Ahomogeneidadedasdimensestornase

    aindamaisimportantenamedidaemque,cadavezmais,utilizaseamodulaoda

    alvenariacomoformadeeliminarodesperdciocom quebras.

    EsquadroePlaneza

    A extruso, o corte e a queima dos blocos cermicos fazem com que

    ocorram,eventualmente,distoresnessetipodebloco,senohouverumcontrole

    adequado na produo. Blocos no esquadro e planos facilitamo assentamento e

    permitemmaiorprodutividade.Naalvenariaestrutural,ageometriatemaindamaior

    importncia,poisoesquadroeaplanezainfluemnacapacidadeportantedaparede.

    Os blocos no devem apresentar defeitos sistemticos, tais como trincas,

    quebras, s