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2. Espaces et échanges La route des Indes et du Japon Après Venise et Gênes, Lisbonne devient le port par où transitent les échanges internationaux. Dans quelle mesure les découvertes portugaises marquent-elles le point de départ d’un processus de mondialisation en développant fortement les échanges marchands, culturels et linguistiques entre l’Europe, le Brésil et l’Orient ? Vasco da Gama ouvre la route maritime des Indes, Cabral découvre le Brésil, le Portugal échange des marchandises (or, argent, pierres précieuses, épices, soie, ivoire, bois de qualité, vaisselle, tissus, etc. ) emprunte des mots et apporte un nouveaux lexique aux autres langues …

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2. Espaces et échanges

La route des Indes et du Japon

Après Venise et Gênes, Lisbonne devient le port par où transitent les échanges internationaux. Dans quelle mesure les découvertes portugaises marquent-elles le point de départ d’un processus de mondialisation en développant fortement les échanges marchands, culturels et linguistiques entre l’Europe, le Brésil et l’Orient ? Vasco da Gama ouvre la route maritime des Indes, Cabral découvre le Brésil, le Portugal échange des marchandises (or, argent, pierres précieuses, épices, soie, ivoire, bois de qualité, vaisselle, tissus, etc. ) emprunte des mots et apporte un nouveaux lexique aux autres langues …

Doc. 1

Carta do achamento do Brasil de Pêro Vaz de Caminha

[...] Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro.

Então lançamos fora os batéis e esquifes; e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do capitão-mor, onde falaram entre si. E o capitão-mor mandou em terra no batei a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batei à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens. [...]

Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijamente sobre o bater; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. [...]

A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes. bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, do comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrês, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber. [...].

Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.

Pero Vaz de Caminha, Carta do achamento do Brasil (extrato)

Doc. 2

(no Japão)

Despedindo então el-rei toda a gente que o acompanhava, ceou recolhido com sua

mulher e seus filhos (...); porém ali nos mandou chamar a todos cinco, a casa de um seu

tesoureiro onde já estávamos aposentados, e nos pediu que por amor dele quiséssemos

comer com a mão, assim como fazíamos em nossa terra, porque a rainha ia gostar de

nos ver. E mandou logo preparar a mesa com muitas iguarias, servidas por mulheres

muito formosas. Nós comíamos tudo o que nos punham na frente, bem à nossa

vontade. Os ditos e graças que as damas nos diziam, e a troça que faziam de nós

quando nos viram comer com a mão, foram um grande divertimento para o rei e para

a rainha, porque como toda esta gente costuma comer com dois paus, como já por

vezes tenho dito, acham uma grande sujidade fazê-lo com a mão, como nós

costumamos.

Fernão Mendes Pinto, Peregrinação (extrato adaptado)

Doc. 3

A expansão do Português

Se o principal motor dos descobrimentos era economicista, outros houve que não

podem ser ignorados. Em 1513, quando D. Manuel envia uma embaixada ao Prestes

João, nela seguem uma pequena biblioteca e uma tipografia. Portanto, para além de

uma motivação religiosa, a difusão da cultura e da língua estiveram sempre presentes

no horizonte da expansão portuguesa. [...]

Os portugueses descobriram novas terras, novas línguas, novas realidades: animais,

plantas, frutos desconhecidos eram trazidos para Portugal. E com os novos produtos

chegavam, também, as suas designações originais. [...]

O intercurso comercial e a ação evangelizadora tornam o português um símbolo de

cultura cristã e língua franca de marinheiros, mercadores, missionários, europeus e

não europeus. E Lisboa, transformada em empório comercial, torna-se um centro

difusor de vocabulário asiático, africano, americano. Com produtos exóticos, Portugal

importava, também, os termos que os designavam. [...]

Importações de línguas asiáticas Jangada, canja, pijama, biombo …

Importações de línguas

africanas

Banana, girafa, missanga …

Importações do Tupi-guarani Ananás, amendoim, cacau …

Palavras portuguesas no malaio (Malaca na Malásia)

Kadera (cadeira), varanda (varanda), kamija (camisa), terigo(trigo) …

Palavras portuguesas no japonês Furasuko ( frasco), bisukettu (biscoito)

Palavras portuguesas no quicongo (Africa) Kesu (queijo), sapatu (sapato), lozo (arroz), matelo (martelo)

As línguas europeis recebem, por intermédio do português

Cobra, zebra (zebre), coco, manga (mangue), ananás, banana …

Doc. 4

O mundo conhecido dos europeusPrincipais rotas comerciais no início do século XV

1498 – A viagem de Vasco da Gama ─ ida ─ regresso

1500 – viagem de Pedro Alvares Cabral ─ ida ─ regresso

Territórios ocupados pelos portugueses, na Asia, nos séculos XV e XVI