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ANO 32 - nº 148 - 2º Quadrimestre de 2007

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REVISTA DO CRCPRÓrgão de divulgação do Conselho Regional de

Contabilidade do Paraná

Diretor ExecutivoGerson Luiz Borges de Macedo

Jornalista ResponsávelJoaquim Pereira Barros - 0921/06/62v-PR

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ente

O Supersimples contribui para um novo modelo tributário? 04

CONSELHO REGIONAL DECONTABILIDADE DO PARANÁ

Rua XV de Novembro, 2987Caixa Postal 1.480 - Fone/Fax: (41) 3360-4700

80.050-000 - Curitiba - PRe-mail: [email protected] • www.crcpr.org.br

COMPOSIÇÃO DA DIRETORIAPresidente: Maurício Fernando Cunha Smijtink

Vice-presidente: Marcos Sebastião Rigoni de Mello

CÂMARA DE CONTROLE INTERNOVice-presidente: Ana Maria Golas

CÂMARA DE FISCALIZAÇÃOVice-presidente: Antônio Augusto Godoi de Oliveira

CÂMARA DE REGISTROVice-presidente: João Gelásio Weber

CÂMARA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONALVice-presidente: Paulo César Caetano de Souza

CÂMARA DE DESENVOLVIMENTO REGIONALVice-presidente: Sandro Di Carlo Teixeira

RELAÇÃO SOCIALVice-presidente: Dolores Biasi Locatelli

COMPOSIÇÃO DO PLENÁRIOEFETIVOS:

Armando Santos Lira • Atair Gomes da SilvaCésar Alberto Ponte Dura • Dolores Biasi Locatelli

Gilberto Nassif • José Aparecido SouzaLauro Antunes de Oliveira • Mauro Luis MoreschiMoacir Rener Bomgiorno • Ney Patrício da Costa

Orlando Chiqueto Rodrigues Paulo Júlio Coelho de Lima

Túlio Francisco Andrade Hofmann Wolmir Tadeu Ficagna

SUPLENTES:Aguinaldo Mocelin

Fernando Antônio Borazo RibeiroIvan Ferreira da Cruz • João Antonio Alves Batista

João Carlos Cheslak • João Eloi OlenikJosé Reinaldo Vieira • Juvêncio Sampaio Castilha

Lucélia Lecheta • Luiz Fernando FerrazMarcela Divair Martins • Maria Célia Mariotto Moroti

Moacyr Luiz da Silva • Monika Prasel IatskivNarciso Doro Junior • Neiva Maria Dapont Nestor Dornelles Arndt • Oswaldo PadovinSelvino Mucelin • Silvana Balestra da Silva

Vilson José Masutti

[email protected]

Capa e DiagramaçãoJonathan Felippe [email protected]

Tiragem: 2 mil exemplares

Administração com qualidade através do recrutamento, seleção e integração de pessoas05

A Ciência Contábil e sua responsabilidade na Educação

Financeira 1 9O mercado de trabalho para o graduado em Ciências Contábeis23

Desmistificando o factoring: Esclarecendo os dogmas e indagações 30

As imunidades tributárias e a questão do Livro Eletrônico36

Contabilidade Ambiental: o passaporte para a competitividade 39

O artigo “O Comportamento dos orçamentos públicos das maiores cidades do Paraná: uma

pesquisa empírica das suplementações e contingências orçamentárias”, publicado na edição 147 da Revista do CRCPR, páginas 30

a 36, omitiu o nome das autoras Ivone Vaz de Lima e Marinês Lúcia Boff, citando apenas o

de Jorge Eduardo Scarpin.

ERRATA

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ed i to r i a ledit

oria

lEmbora não trate apenas de questões

tributárias, a Lei Complementar 123 (Lei Geral da Micro e Pequena

Empresa), que traz em seu corpo o Supersimples, apelidado ironicamente de supercomplicado, tem sido apontada como contribuição para um novo modelo tributário no país.

O principal feito da lei, porém, é a unificação do pagamento de oito impostos, mas que permanecem os mesmos - IRPJ, IPI, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, INSS patronal, ICMS e ISS -, embora com alíquotas diferenciadas, desonerando em parte as empresas enquadradas.

O Supersimples está muito longe de uma redefinição do sistema tributário, conceito que deve vir atrelado a uma visão específica de desenvolvimento. Esta redefinição, que deveria ter sido feita desde a Constituição Federal de 1988, aí delineada, deve abranger toda a economia, prever a redução do número de impostos, que hoje passam de 50; simplificar

as normas e obrigações acessórias; tributar de acordo com a capacidade contributiva de cada brasileiro; reduzir e limitar o avanço da carga tributária que passa de 35% do PIB; ampliar o universo de contribuintes; incentivar o crescimento econômico.

Sinais de que mais uma vez não haverá reestruturação tributária, embora se fale dela, ficando talvez o Supersimples como se fosse uma, é a proposta de prorrogação, até 2011, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

A CPMF é um dos novos tributos criados no embalo de pseudoreformas, apenas aumentando as arrecadações. Além dela, impuseram-se da mesma forma o IOF, a CIDE, Cofins, PIS/Pasep, CSLL e a DRU. A CPMF, importa frisar, é um imposto provisório, aprovado sob o apelo emocional de que o país precisava investir na construção, manutenção e modernização dos hospitais públicos. A gambiarra já tem 14 anos e a saúde pública continua precária. Para agravar, a alíquota, que inicialmente era de 0,20%, está em 0,38%, obtendo arrecadação de cerca de R$ 35 bilhões ao ano. Sem uma iniciativa séria, capaz de mexer em toda a parafernália de tributos e impor limites aos gastos oficiais, de prorrogação em prorrogação, a CPMF pode ganhar o “p” de permanente.

Um movimento nacional pró-extinção da contribuição está se organizando, podendo transformar-se, a exemplo da mobilização que derrubou a MP 232, em uma frente nacional, reunindo as principais entidades de classe do país. A reação das entidades é um sinal evidente de que a sociedade não aprova essa prorrogação, e, mesmo, quer a extinção do tributo.

MAuRICIO FERNANDO CuNHA SMIJTINkpresidente do CRCPR

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O Supersimples contribui para um novo modelo tributário?

revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

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5revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

A estrutura organizacional é uma ferramenta básica para alcançar as situações almejadas pela empresa e

deve ser delineada de acordo com os objetivos e as estratégias estabelecidas.

Para a adequada organização de uma empresa, deve-se considerar a estrutura organizacional e as rotinas dos procedimentos administrativos. Além da organização da empresa, o executivo tem como funções básicas o planejamento, a direção e o controle da empresa.

1Segundo Oliveira (2002), “quando a estrutura organizacional é estabelecida de forma adequada, ela propicia à empresa alguns aspectos: identificação das tarefas necessárias ao alcance dos objetivos estabelecidos; organização das funções e responsabilidades; informações, recursos e feedback aos colaboradores; medidas de desempenho compatíveis com os objetivos e condições motivadoras.”

2Oliveira (2002) orienta que a estrutura organizacional se divide em duas linhas de desenvolvimento, a estrutura formal e a estrutura informal.

A estrutura formal, objeto de grande parte de estudo das organizações empresariais, “ 3[...] é aquela deliberadamente planejada

A importância de realizar uma estrutura organizacional, através de um adequado sistema de recrutamento, seleção, integração,

treinamento e desenvolvimento de pessoal. Este sistema possibilitará reunir profissionais que desempenhem serviços com qualidade,

presteza, assiduidade, versatilidade, produtividade e alcance a rentabilidade empresarial. Este também apresenta meios de

administração que proporcionam reduzir custos e fazer com que atinjam os lucros desejados de forma humana e bem gerenciados

todos os recursos.

e formalmente representada, em alguns de seus aspectos pelo organograma.” (OLIVEIRA, 2002).

De acordo com Oliveira ( 2002), “[...] estrutura informal é a rede de relações sociais e pessoais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve, espontaneamente, quando as pessoas se reúnem. Portanto, apresenta relações que, usualmente, não aparecem no organograma.”

Para que as organizações caminhem em busca de uma estrutura adequada ela deve seguir sistemas comportamentais que possibilitem os convívios profissionais dentro dos estabelecimentos empresariais, sendo estes identificados como:

• Sistema de Responsabilidade• Sistema de Autoridade• Sistema de Comunicação• Sistema de Decisão

As empresas, para avançar na sua estrutura organizacional, mesmo seguindo a linha formal de organização, e compor um quadro de colaboradores, responsáveis, sabendo utilizar a autoridade, também necessitam montar e fazer visível o organograma da organização. A

Administração com qualidadeatravés do recrutamento, seleção e integração de pessoas

Wagner Luiz Marques

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representação gráfica da estrutura organizacional é utilizada para facilitar a visualização das empresas como um todo.

Segundo Cury ( 2000), “[..] em princípio, o organograma tem como finalidade representar: os órgãos componentes da empresa; tanto quanto possível, de forma genérica, as funções desenvolvidas pelos órgãos; as vinculações e ou relações de interdependência entre os órgãos; os níveis administrativos que compõem a organização e a via hierárquica.

2 ORGANIZAÇÃO

De acordo com Chiavenato (2000), “a Administração de Recursos Humanos funciona em um contexto de organizações e de pessoas. Administrar pessoas significa lidar com pessoas que participam de organizações. Mais do que isto, significa administrar os demais recursos com as pessoas. Assim, organizações e pessoas constituem a base fundamental em que funciona a Administração de Recursos Humanos.”

A vida das pessoas constitui uma infinidade de interações com outras pessoas e com organizações. O ser humano é eminentemente social e interativo. Não vive isoladamente, mas em constante convívio e relacionamento com seus semelhantes. Devido a suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a cooperarem uns com os outros, formando organizações para alcançar certos objetivos que a ação individual isolada não conseguiria alcançar. A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação entre elas é essencial para a existência da organização. uma organização somente existe quando há pessoas capazes de se comunicarem e que estão dispostas a contribuir com ação conjunta, a fim de alcançarem um objetivo comum.

3 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

As estratégias na atualidade, avaliando preço, tecnologia ou serviços são mais importantes para conseguir o avanço da qualidade empresarial? Certamente, pois o mercado absorve e está em constante busca de preço, avanços tecnológicos para competir no mercado e bons serviços dos prof iss ionais. Nos momentos críticos as e m p r e s a s apostam em estratégias ou em pessoas?

Avaliando esta questão, pode-se observar que as empresas necessitam apostar muito em estratégias, mas é com as pessoas que podem chegar a uma excelente estratégia, ou seja, a alienação da mão-de-obra não possibilitará as empresas terem pessoas pensantes e inovadoras para contribuir com a evolução empresarial. Com a nova economia, com um mundo globalizado, a história demonstra que a tecnologia é o centro da evolução, mas se as empresas não avaliarem primeiramente o capital humano não chegarão a lugar algum, pois, 6[...] o dinheiro fala no mercado econômico, mas não pensa. As máquinas trabalham, até melhor do que qualquer ser humano, mas não criam. No entanto, pensar e criar são os ativos fixos dos quais dependem o trabalho de conhecimento e as empresas de conhecimento.

Todas as organizações necessitam de talentos no novo mercado econômico, independentemente do tamanho do faturamento mensal, do serviço prestado ou do produto comercializado. O ser humano é o esteio da evolução empresarial em todos os tempos. Para que as empresas evoluam adequadamente necessitam realizar um bom recrutamento, seleção e treinamento para não dar errado, sendo que uma conduta malfeita significará prejuízos para empresa

em perda de oportunidades ou desastres econômicos. Portanto, o cuidado deve ser redobrado no processo de seleção que se inicia no planejamento das necessidades que a empresa buscará.

3.1 FLUXOGRAMA DE RECRUTA-MENTO, SELEÇÃO E INTEGRAÇÃO DE PESSOAS.

Fonte: Pontes (2001)

A avaliação do gerenciamento adequado de pessoas é colocar o profissional adequado no local certo, no momento certo. Isto ocasionará a motivação da pessoa e automaticamente existirá um relacionamento adequado no grupo, pois, o motivo do bom andamento de um setor, o dinamismo da execução das tarefas é ocasionado por pessoas que fazem o que gostam e se adequar ao lugar que pré-determinou este fator consiste no planejamento do recrutamento, seleção e integração de pessoas. Para muitos autores, este último também utiliza a nomenclatura de treinamento pessoal.

O entendimento que nos leva a refletir e entender a importância destes termos é que o planejamento de pessoas desenvolve uma missão adequada na preparação do sistema para realizar adequadamente um recrutamento, sendo que este procura candidatos para ocupar as vagas existentes na organização e aí realizará a seleção para efetivar a colocação do profissional na vaga existente. A seleção não cria bons candidatos, mas sim avalia a efetivação dos concorrentes à vaga. O recrutamento faz esta triagem e seleciona os possíveis candidatos. Realizada a seleção, encaminhado para a contratação, a empresa realiza a integração de pessoal (treinamento) para que se concretize o

1 OLIVEIRA, Djalma de P. Rebouças de. Sistemas, Organizações e Métodos: uma abordagem gerencial. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

2 OLIVEIRA, Djalma de P. Rebouças de. Sistemas, Organizações e Métodos: uma abordagem gerencial. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2002

3 OLIVEIRA, Djalma de P. Rebouças de. Sistemas, Organizações e Métodos: uma abordagem gerencial. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

4 OLIVEIRA, Djalma de P. Rebouças de. Sistemas, Organizações e Métodos: uma abordagem gerencial. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

5 CuRY; Antônio. Organização e Métodos: uma visão holística. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

6 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

Análise de

Cargo

Planejamento de

Pessoas

Recrutamento de

Pessoas

Seleção de

Pessoas

Integração de

Pessoas ( Treinamento)

6 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

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início dos serviços a serem prestadas na organização.

Falar em um bom planejamento de pessoas não é falar exclusivamente em realizar um bom recrutamento, seleção e integração de pessoas, mas sim realizar uma abrangência nesta análise. A rotação de pessoas é um fator preponderante na análise de admissão.

uma admissão malfeita e um setor desestruturado no relacionamento entre os colaboradores e demais fatores que levam a inquietação dos mesmos provocam demissões precoces, saídas voluntárias ou até mesmo involuntárias, tudo em decorrência de uma má estrutura setorial, conhecida como clima organizacional.

7Clima Organizacional é um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização.

Os administradores devem se preocupar com o alto índice de desligamento na empresa, fato que na maioria das vezes não proporciona redução de custos para melhoria dos lucros empresariais, mas sim aumenta os gastos empresariais. Os empresários precisam avaliar adequadamente os custos na área de gestão de pessoas. um alto índice de rotatividade da empresa provoca: gastos no desligamento; uma nova sistemática de recrutamento, seleção, integração de pessoas; e o mais importante a ser analisado é o ativo fixo do profissional, com qualidade, experiência e dedicação exclusiva na empresa.

A insegurança é fator que pesa no processo produtivo da empresa.

A instabilidade, o entendimento dos empresários e administradores em avaliar a velhice precoce no ser humano, tudo isso leva a desmotivação e perda para as organizações.

As empresas devem avaliar adequadamente seu quadro de colaboradores, deve dar chance para os profissionais experientes, que mostram a vontade de desempenhar adequadamente os serviços diários que a empresa necessita, são compromissados e responsáveis nas tarefas a serem executadas, não dispensando dia, horário.

As empresas devem ter um quadro que possua mulheres, homens, experientes, inexperientes, deficientes, não deficientes e todos que beneficiem a coletividade humana

“Falar em um bom planejamento de pessoas não é falar exclusivamente em realizar um bom recrutamento, seleção e integração de pessoas, mas sim realizar uma abrangência nesta análise.”

7 TOLEDO, Flávio de e MILIONI, Benedito, Dicionário de Administração de Recursos Humano.

7revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

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da sociedade. A organização que tiver esta mentalidade terá um sistema adequado para a sociedade que tanto necessita de compreensão e valorização para o ser humano.

3.2 FÓRMULA PARA CÁLCULO DE ROTAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA

I – Índice de rotatividade dos colaboradores

D – Número de demissão do período a ser mensurado

Ni – Número do efetivo no início do período a ser mensurado

Nf – Número do efetivo do final do período a ser mensurado

Fonte: Pontes (2001)

Avaliando esta fórmula, o administrador poderá identificar o nível de rotatividade que existe na empresa e com isso poder fazer uma avaliação de como está agindo em relação ao capital humano. Em alguns ramos empresariais o índice aceitável é menos de 10% ao ano da rotatividade dos colaboradores, sendo menor que 1% ao mês, mas para avaliar adequadamente é melhor realizar uma pesquisa de mercado em relação à categoria profissional e concluir a avaliação da empresa.

Pegando como base uma categoria profissional aleatória em uma determinada região, observa-se que:

• No início do ano, a categoria absorvia no mercado profissional 5.000 funcionários.

• No final do ano, a mesma categoria absorve no mercado profissional 4.500 funcionários.

• Número de demissão no ano: 500 funcionários.

O Índice da categoria no período em relação à rotatividade está em:

I= 500 x 100 (5000 + 4500)

2 10,53 %

O índice de 10,53% (dez e cinqüenta e três porcento) corresponde ao ideal de rotatividade da categoria em questão, para que as empresas estejam dentro dos padrões comportamentais em relação ao convívio humano na organização.

Para as empresas avaliarem o seu índice de desligamento por parte dos seus colaboradores devem ser identificados dois momentos:

O primeiro é quando a empresa demite seus funcionários por motivo de política organizacional. Neste caso quem pode saber realmente é a própria administração geral que aplica o seu gerenciamento pessoal. O índice, estando elevado por este motivo, pode ser em decorrência de redução de custo por parte de corte da folha de pagamento, por negligência administrativa do setor de Recursos Humanos na contratação, não realizando adequadamente o planejamento de recrutamento, seleção e treinamento dos funcionários, principalmente se este índice ocorre com funcionários com pouco tempo de desempenho profissional na organização. Também existem diversos casos que ocorrem ocasionados por fatores diversos na economia do país.

O segundo é quando os funcionários se desligam da empresa por motivo próprio, o fator que predomina neste caso é o clima organizacional, ou seja, os colaboradores não se entendem com companheiros de serviço, superiores ou mesmo com a política da empresa. Neste caso, o gerenciamento de Recursos Humanos necessita estar atento e desenvolver um questionário que faça com que este colaborador responda sem medo os motivos que levaram a se demitir e através desta tabulação verificar como é o ambiente do setor e as diversas atitudes que necessitam ser tomadas. Talvez necessite até de uma reciclagem do grupo de colaboradores que fazem parte do setor, para que não venham acontecer prejuízos irreparáveis por parte da empresa, como realizar novamente todo o processo de seleção. Os custos de admissão são muito elevados e ainda acompanhados com a demissão representam significativa perda para a organização.

O sistema de Administração de Recursos Humanos integra: Planejamento, Avaliação, Carreira, Participação, Apoio e Controle. Para que este sistema de gerenciamento desenvolva eficientemente o sistema deve seguir um programa macro de desenvolvimento que possibilita programar adequadamente a estrutura nas atividades de recrutamento e seleção.

=

3.3 SISTEMA DE GESTÃODE RECURSOS HUMANOS

FONTE: PONTE (2001)

3.4 MACROSSISTEMA DE PLANEJAMENTOFonte: Ponte (2001)

3.5 MACROSSISTEMA DE

AVALIAÇÃOFONTE: PONTE (2001)

3.6 MACROSSISTEMA DE

CARREIRAFONTE: PONTE (2001)

Planejamentode recursoshumanos

Recrutamento

Seleção

Treinamentoe

desenvolvimento

Integração

Macro sistemasde

planejamento

Planejamentode recursoshumanos

Recrutamento

Seleção

Treinamentoe

desenvolvimento

Integração

Macro sistemasde

planejamento

Avaliação deResultados

Avaliação decargos

Avaliação depotencial

MacrosSistema decarreira

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9revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

3.7 MACROSSISTEMA DE

PARTICIPAÇÃOFONTE: PONTE (2001)

3.8 MACROSSISTEMA DECONTROLEFONTE: PONTE (2001)

3.9 MACROSSISTEMA DE APOIO

Análise decargos

Avaliação decargos

Carreira

Benefícios

Políticasalarial

MacrosSistema decarreira

Sistema deInformação

Registro efolha sindical

RelaçõesSindicais

MacrosSistema deControle

Participaçãonos

resultados

Opções porAções

MacrosSistema de

Participação

FONTE: PONTE (2001)

O sistema apresentado por Pontes identifica claramente a organização empresarial através de sua estrutura e com isso proporciona uma boa administração de Recursos Humanos e valorização pessoal dos colaboradores e retornos positivos para a organização.

Toda empresa organizada desenvolve planos através de seu planejamento na Administração de Recursos Humanos, e estes proporcionam benefícios empresariais, atraindo assim profissionais qualificados e também mantendo o quadro profissional.

8 Segundo Pontes apresenta:• Visão e Missão Organizacional;• Estratégica Organizacional Definida;• Clima Organizacional Positivo;• Informações Adequadas;• Treinamento e Desenvolvimento;• Carreira;• Salário;• Benefícios;• Avaliação de

Resultados;• Acompanhamento

Individual;• Participação nos

Resultados;• Opção por Ações;• Qualidade de Vida;• Segurança e

medicina do Trabalho.

9 Em se tratando de Mercado de trabalho, Chiavenato o define como o “conjunto das ofertas de trabalho oferecidas pelas empresas, em certa época e em determinado lugar”. Verifica-se que este conceito é correto, mas restrito para

Segurança emedicina do

trabalho

Programa deQualidade

Qualidadede vida

MacrosSistema de

Apoio

avaliação do mercado de trabalho, mas Lodi define que “O mercado de trabalho pode ser definido como a área onde os diversos grupos ocupacionais encontram emprego, mudam de emprego, mudam de empregador ou onde encontram salários relativamente uniformes”. Portanto, o mercado de trabalho é constituído da demanda (procura) de mão-de-obra pelas empresas e oferta de trabalho pelos indivíduos, tornando assim possível avaliar um grupo adequado de profissional e selecionar para as diversas áreas em que se enquadre esse profissional.

Portanto, o Planejamento Pessoal tem como objetivo trabalhar com sistemas que facilitem encontrar profissionais capacitados para preencher as vagas da organização, desta forma produzindo com qualidade, dando qualidade de vida para o profissional, rentabilidade para a empresa e desenvolver trabalhos humanizados para que ocorra adequadamente um clima organizacional positivo na empresa e proporcionando valores adequados na cultura empresarial.

O planejamento proporciona a análise de previsão de vagas, para que não se contratem profissionais que estarão ociosos no setor ou que falte mão-de-obra adequada para a organização.

3.10 BASES PARA PREVISÃO DE PESSOAL

FONTE: PONTES (2001)

Também o planejamento de pessoal analisa a oferta interna de Recursos humanos. Para que a empresa incentive os colaboradores da organização, primeiramente avalie o recrutamento interno da empresa

• Planos Organizacionais

• Planos Estratégicos;• Planos e Orçamentos das unidades;• Previsão de Venda;• Reorganizações Inter-nas.

• Fatos Externos• Cenário Econômico;• Aspectos Legais. • Previsão

de Pessoal

• Rotação de Pessoal

• Aposentadorias;• Pedido de Demissão;• Promoções;• Transferências.

8 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

9 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

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para que valorize o quadro de promoções de carreira; esgotadas todas as avaliações, parte para o recrutamento externo. A utilização deste sistema de planejamento proporciona a busca interna de conhecimento, aperfeiçoamento, conduta, relacionamento e atualização de todos os profissionais para a busca do crescimento profissional dentro da própria instituição empresarial.

Outro fator que é benéfico para o sistema de planejamento de pessoal é a avaliação de potencial. Para isso, o Administrador de Recursos Humanos analisa as ofertas internas utilizando o instrumento de avaliação de 10potencial humana que reserva quantitativamente e qualitativamente os valores e energias fundamentais para a sustentação e o crescimento da empresa, representadas pela somatória de talentos, potenciais e capacidades.

3.11 PLANO DE SUCESSÃO

11 uM PLANO DE SuCESSãO é A EXTRA-

POLAçãO DE uMA SITuAçãO PRESENTE PARA uMA FuTuRA. VERIFICA OS POSSÍ-VEIS SuBSTITuTOS PARA AS VAGAS FuTu-RAS. DEVEM INDICAR PELO MENOS DOIS PROVáVEIS CANDIDATOS àS VAGAS PARA PREENCHIMENTO. O ESTuDO DOS PROVá-VEIS CANDIDATOS ADVéM DO INVENTá-RIO DOS RECuRSOS HuMANOS INTERNOS ATRAVéS DOS RESuLTADOS DA AVALIAçãO DE DESEMPENHO E POTENCIAL.

3.12 AVALIAÇÃO DE DESEMPE-NHO

12A avaliação de desempenho visa analisar o comportamento do colaborador em relação às responsabilidades impostas a ele. Avalia o desempenho do colaborador na ocupação do seu cargo atual. Assim como a avaliação de potencial, a avaliação de desempenho é feita pelo superior do colaborador, enquanto a avaliação de desempenho é feita por sistema gráfico ou por avaliação de teste realizado pelo setor de recursos humanos.

4 RECRUTAMENTO DE PESSOAL Pessoas e organizações convivem em um

interminável processo dialético. As pessoas e as organizações estão engajadas em um contínuo e interativo processo de atrair uns aos outros.

Da mesma forma como os indivíduos atraem e selecionam as organizações,

informando-se e formando opiniões a respeito deles para decidir sobre o interesse de admiti-los ou não.

13De acordo com Chiavenato ( 2000), recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos p o t e n c i a l m e n t e qualificados e capazes de ocupar cargos

dentro da organização. é basicamente um sistema de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos oportunidades de emprego que pretende preencher. Para ser eficaz, o recrutamento deve atrair um contingente de candidatos suficiente para abastecer adequadamente o processo de seleção. Aliás, a função do recrutamento é a de suprir a seleção de matéria-prima básica

(candidatos) para seu funcionamento. O recrutamento é feito a partir

das necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização. Consiste na pesquisa e intervenção sobre as fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas necessárias à consecução dos seus objetivos.

O recrutamento requer um cuidadoso planejamento, que constitui uma seqüência de três fases: o que a organização precisa em termos de pessoas, o que o mercado de Recursos Humanos pode oferecer, e quais as técnicas de recrutamento a aplicar.

Daí, as três etapas: pesquisa interna das necessidades, pesquisa externa do mercado e definição das técnicas de recrutamento a utilizar. O planejamento do recrutamento tem, pois, a finalidade de estruturar o sistema de trabalho a ser desenvolvido.

14Segundo Pontes (2001), “são duas as fontes de recrutamentos: a interna e a externa. Por meio da interna, os candidatos são recrutados na própria empresa e mediante a externa, os candidatos são recrutados no mercado de trabalho.”

4.1 RECRUTAMENTO INTERNO

15Segundo Pontes (2001), “recrutamento interno é o preenchimento das vagas por meio da promoção ou transferência de funcionários da organização. é a valorização dos recursos humanos internos.”

uma das vantagens do recrutamento interno é que, com a política de valorização dos profissionais internamente, há elevação do moral interno. é o reconhecimento que a companhia faz aos funcionários que estão aprimorando seus conhecimentos, aumentando suas capacitações e tem desempenhado bem suas tarefas atuais, estimulando os demais profissionais na busca da excelência.

A estimativa de que o profissional escolhido venha a desempenhar bem seu novo cargo estará praticamente garantida, quando são feitas sistematicamente

Previsãodas Vagas

• Treinamento• Substituição/

Contratação

Avaliaçãode Potencial

PLANODE

SuCESSãO

PLANODE

AçãO

• Promoção• Transferência

Avaliação de

Desempenho

• Programa de Melhoria de Desempenho

FONTE: PONTES (2001)

10 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR.

11 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR.

12 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR.

13 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição Compacta. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

14 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

15 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

10 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

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11revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

avaliações de potencial e planejamento de pessoal, já que as pessoas são preparadas previamente para os cargos da carreira.

16De acordo com Pontes (2001), “as principais vantagens do recrutamento interno são: valorização dos funcionários; desempenho e potencial conhecidos; funcionários adaptados à cultura organizacional; tempo de ambientação menor; processo mais rápido e econômico e valorização do autodesenvolvimento.”

Os argumentos contrários ao recruta-mento interno são os de que não há reno-vação das idéias na empresa. A renovação de idéias pode ser conseguida pela participação dos funcionários em seminários externos ou pela contratação de consultorias externas em determinadas áreas da empresa, para a elaboração de projetos novos, para os quais a companhia não dispõe de know-how.

17De acordo com Pontes ( 2001), “como a área de Recursos Humanos é um sistema, os instrumentos necessários a uma atividade são basicamente os mesmos. Nesse caso es-pecífico do recrutamento interno, esses in-strumentos são: planejamento de pessoal; análise de cargos; política salarial; avaliação

de desempenho; avaliação de potencial; plano de car-reira e treinamento.”

Pelo planejamento de pessoal haverá a preparação dos candidatos previamente aos cargos futuros. A análise de cargos permite que as pessoas tenham o conheci-mento prévio das exigências do cargo que pretendam ocupar em sua trajetória de carreira e se preparem, au-mentando sua capacitação profissional. A política sal-arial irá permitir justiça na fixação do percentual de aumento a ser concedido ao promovido, já que define um critério único para a pro-moção com justiça e recom-pensa os esforços individuais por desempenho e aumento da capacitação. O plano de carreira permite que o em-

pregado vislumbre suas oportunidades de crescimento na empresa. Ele é o instrumento que define as trajetórias de carreiras ex-istentes na organização e sem ele fica difícil a consolidação do crescimento profissional. Finalmente o programa de treinamento visa melhorar a capacitação do empregado, tor-nando-o preparado para ocupar postos mais importantes. Quando tudo isso funciona, o recrutamento interno é coroado de sucesso.

4.2 RECRUTAMENTO EXTERNO

18De acordo com Milkovich ( 2000), “[...]o recrutamento externo atrai um grupo de candidatos os quais alguns serão escolhidos para receber uma proposta de trabalho.” O recrutamento é um processo bilateral, cujas mensagens servem não apensas para mos-trar a qualidade esperada nos candidatos a emprego, mas também como sinalizadores da imagem e da filosofia da empresa para os próprios candidatos, o governo e toda a comunidade.

19Segundo Pontes (2001), “o recruta-mento externo também tem vantagens,

principalmente no tocante à renovação de idéias. É positiva a entrada de novos profis-sionais para trazer idéias renovadoras à or-ganização.”

Quando uma empresa inicia uma nova área, a contratação poderá ser a melhor opção. No entanto, a opção pelo recruta-mento externo pode resultar em prejuízos para o moral e cultura da organização e, por isso, recomenda-se que tal opção, no preenchimento das vagas em níveis mais el-evados, não seja constante. Acredita-se que o ideal é que cerca de 10% a 20% dessas va-gas sejam preenchidas por pessoal externo.

Quando a opção for pelo recrutamento externo, podemos utilizar diversas fontes, tais como: Apresentação espontânea; recru-tamento por meio de funcionários; inter-câmbio com outras companhias; anúncios em classificados em jornais; classificados em revistas; anúncios em outras mídias; recru-tamento em escolas; casa aberta; Internet; feira de emprego, etc.

5 SELEÇÃO DE PESSOAL

Após o recrutamento, uma boa seleção de pessoal é fundamental a toda e qualquer organização. Selecionar bem o pessoal é uma atividade que traz benefícios aos futuros fun-cionários e à própria empresa. Seria o proc-esso de administração de recursos humanos por meio do qual a empresa procura satisfaz-er suas necessidades de recursos humanos, escolhendo aqueles que melhor ocupariam determinado cargo na organização, com base em uma avaliação de suas caracterís-ticas pessoais, conhecimentos e habilidades, além de sua motivação.

Dentre os candidatos recrutados, deve-se procurar selecionar aqueles cujas aptidões estão de acordo com as especificações do cargo. Esse processo seletivo é de vital im-portância para as organizações, portanto, deve ser realizado cuidadosamente. é es-sencial que se especifique os requisitos do cargo a ser preenchido, como também, as qualificações das pessoas.

Dessa forma, o processo de seleção deve ser tomado como um processo realista de comparação entre duas variáveis:

• O requisito do cargo (requisitos que

16 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

17 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR.

18 MILkOVICH, George T. & BOuDREAu, Jonh W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.

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12 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

o cargo exige de seu ocupante) e,• O perfil das características dos can-

didatos que se apresentam.Para realizar tal comparação são utiliza-

das técnicas de seleção, entre as quais po-dem ser citadas:

a) Entrevista de seleção: Constituindo im-portante elemento de avaliação a entrevista deve ser conduzida com bastante habilidade e tato a fim de produzir bons resultados. Deve também ser usado como instrumento auxiliar de todo o processo de seleção ou como atividade pré-selecionadora.

b) Entrevista dirigida: Neste tipo de en-trevista, o entrevistador segue um roteiro de perguntas previamente elaboradas, baseadas numa análise da especificação do cargo.

c) Provas ou testes de conhecimento: Visam avaliar o grau de noções, conheci-mentos e habilidades adquiridas através do estudo ou práticas.

Existem ainda outras formas de seleção como testes de personalidade, técnicas de simulação entre outros, porém é importante saber qual metodologia aplicada para cada situação.

A seleção de pessoas faz parte do proces-so de provisão de pessoal, vindo logo depois do recrutamento. O recrutamento e a seleção de recursos humanos devem ser tomados como duas fases de um mesmo processo: a introdução de recursos humanos na organi-zação. Se o recrutamento é uma atividade de divulgação, de chamada, de atenção, de incremento da entrada, portanto, uma ativi-dade positiva e convidativa, a seleção é uma atividade obstativa, de escolha, de opção e decisão, de filtragem da entrada, de classifi-cação e, portanto, restrita. Segundo (PON-TES, 2001)20

Enquanto a tarefa do recrutamento é a de atrair com seletividade, através de várias técnicas de comunicação, os candidatos que possuam os requisitos mínimos do cargo a ser preenchido, a tarefa básica da seleção é a de escolher, entre os candidatos recrutados aqueles que tenham maiores probabilidades de ajustar-se ao cargo vago e desempenhá-lo

bem. Assim, o objetivo básico do recrutamento é abastecer o processo seletivo de sua matéria-prima básica: os can-didatos. O objetivo básico da seleção é o de escolher e classificar os candidatos adequa-dos às necessidades da organização.

21Segundo Chiaven-ato (2000), “a seleção busca entre os candi-datos recrutados aque-les mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando a manter ou aumentar a eficiência e o desem-penho do pessoal, bem como a eficácia da organização.”

A seleção visa solucionar dois problemas básicos: adequação do homem ao cargo; e eficiência e eficácia do homem no cargo. Se todas as pessoas fossem iguais e reunissem as mesmas condições individuais para aprender e trabalhar, certamente a seleção de pessoal poderia ser dispensada. Contudo, a variabilidade humana é enorme: as diferenças individuais tanto no plano físico como no plano psicológico levam as pessoas a se comportarem diferentemente com maior ou menor sucesso nas organizações. As pessoas diferem entre si tanto na capacidade para aprender uma tarefa como na maneira de realizá-la após a aprendizagem. 22“A estimativa apriorística dessas duas variáveis – tempo de aprendizagem e nível de execução – é a tarefa da seleção de pessoal.”

Existem vários conceitos sobre a seleção de pessoal, mas de acordo com 23Pontes (2001), a seleção de pessoal não é unilateral e não deve levar em conta apenas a qualificação e o potencial; por isso inclina-se a concordar com a definição prestada por vários autores: “o processo de Administração de Recursos Humanos, por meio do qual a

empresa procura satisfazer suas necessidades de recursos humanos, escolhendo aqueles que melhor ocuparem determinado cargo na organização, com base em uma avaliação de suas características pessoais (conhecimentos, habilidades, etc.) e de suas motivações.”

um instrumento importante de pré-seleção é o currículo, sendo o documento para identificar profissionais com o perfil

19 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

20 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

21 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição Compacta. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

22 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição Compacta. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

23 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

24 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

25 PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas, 3ª Ed. Editora LTR, 2001.

“A seleção busca entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando a manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da organização.”

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desejado para o cargo. é considerado o instrumento inicial para a seleção de pessoal para a maioria dos cargos da empresa, com exceção dos cargos mais simples. Ao analisar um currículo, é importante ter muito claro o perfil do candidato, porque nas entrelinhas, um currículo pode revelar instabilidade ou estagnação nos empregos anteriores, alto ou baixo grau de atualização profissional, redação boa ou ruim, desorganização, etc.

Outro instrumento coadjuvante do processo de seleção são os testes. uma vez tomada a decisão de teste na seleção, essa aplicação deve ser a mais humana possível e não ser utilizada como ferramenta única. Existem três tipos de testes: testes de conhecimentos, testes de desempenho e testes psicológicos.

A etapa mais bonita do processo de seleção é a entrevista de seleção, que é o momento de conversar com as pessoas, de conhecê-las e dar-lhes a oportunidade de conhecer a empresa.

Para buscar informações de forma objetiva e organizada é bom ter um roteiro para a entrevista, no entanto, não se deve

adotar um roteiro de forma rígida, mas um que possa sair fora dele quando necessário.

24São onze os grandes passos da entrevista de seleção, conforme mostrado a seguir segundo Pontes (2001):

1. Planejamento da Entrevista;2. Quebra Gelo;3. Histórico Profissional;4. Formação Escolar;5. Dados Familiares;6. Dados sociais;7. Explicação sobre o cargo, Empresa

e Remuneração - (Negociação);8. Espaço para Perguntas do

Candidato;9. Análise da Pré-disposição;10. Encerramento da Entrevista,

Classificação. A Próxima Etapa do Processo de Seleção;

11. Síntese da EntrevistaPara 25Pontes (2001), “o trabalho do

recrutamento e seleção não termina no momento da admissão ou recolocação de um indivíduo na organização. é necessário um processo de adaptação do indivíduo à empresa e ao cargo que denomina-se

integração.” O processo de integração deve ser

enfocado, então, por dois ângulos: a adaptação do indivíduo ao trabalho e à empresa.

6 INTEGRAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL

Ambientação de pessoal é o programa menor de Administração de Recursos Humanos, é o momento em que o contratado conhecerá a história da empresa; produtos da empresa; modos de produção; valores evidenciados pela organização; principais políticas e procedimentos administrativos; conduta esperada do novo colaborador; benefícios oferecidos; possibilidade de carreira e política salarial.

A integração de pessoal é um programa mais amplo, a chefia do colaborador deve ser a principal responsabilidade na conduta do programa. Este deve facilitar a integração do novo funcionário à equipe de trabalho. Mostrar a conduta cultural da empresa; o conhecimento mais profundo das normas;

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políticas e programas; o conhecimento das pessoas com as quais irá se relacionar, este pode demorar até alguns meses para que o novo funcionário se familiarize adequadamente na empresa. No momento que o colaborador conhece o valor da empresa certamente desempenhará com maior presteza as suas funções determinadas no seu dia-a-dia.

A palavra treinamento tem muitos significados. Alguns especialistas consideram o treinamento como um meio para desenvolver a força de trabalho dentro dos cargos ocupados.

Outros interpretam mais amplamente, considerando o treinamento para um adequado desempenho no cargo e estendendo o conceito para uma nivelação intelectual através da educação geral. Outros autores referem-se a uma área genérica chamada desenvolvimento, a qual divide em educação e treinamento: o treinamento significa o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o propósito da educação é o de preparar as pessoas para o ambiente dentro ou fora do seu trabalho. Sendo a última abordagem a mais utilizada.

26Conforme Milkovich (2000), “[...] treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais.” Desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras experiências.

O treinamento cobre uma seqüência programada de eventos, que podem ser visualizados como um processo contínuo cujo ciclo se renova a cada vez que repete. O processo de treinamento é composto por quatro etapas, tais como:

• Levantamento da necessidade de treinamento;

• Programação de treinamento para atender as necessidades;

• Implementação e execução; e, • Avaliação dos resultados. O levantamento das necessidades de

treinamento pode ser efetuado em três diferentes níveis de análise:

No nível da análise da organização total: o sistema organizacional deve estar voltado para que os objetivos do treinamento estejam intimamente ligados às necessidades da organização. O treinamento interage profundamente com a cultura organizacional. à medida que a organização cresce, suas necessidades mudam, e consequentemente, o treinamento deverá atender às novas necessidades.

Assim, as necessidades de treinamento precisam ser periodicamente levantadas, determinadas, pesquisadas, para, a partir desse novo momento, estabelecerem os programas adequados a satisfazê-las convenientemente.

No nível da análise dos recursos humanos: o sistema de treinamento, onde procura verificar se os recursos humanos são suficientes quantitativamente e qualitativamente para as atividades atuais e futuras da organização. O funcionamento organizacional pressupõe que os empregados possuam as habilidades, conhecimentos e atitudes desejadas pela organização.

No nível da análise das operações e tarefas: o sistema de aquisição de habilidades, onde consiste em determinar que tipos de comportamentos os empregados devem exibir para desempenhar eficazmente as funções de seus cargos. A análise das operações permite a preparação do treinamento para cada cargo tomado isoladamente, a fim de que o ocupante adquira as habilidades necessárias

para o seu desempenho.A programação do treinamento requer

o planejamento que é uma decorrência do diagnóstico das necessidades do treinamento.

No sentido de otimizar a aprendizagem, é necessário que se faça a escolha das técnicas a serem utilizadas no programa de treinamento.

As técnicas de treinamento podem ser classificadas em três etapas:

• Quanto ao uso: podendo ser técnicas de treinamento orientadas para o conteúdo; orientadas para o processo; técnicas de treinamento mistas.

• Quanto ao tempo: podendo ser treinamento de indução ou de interação à empresa; treinamento depois do ingresso no trabalho.

• Quanto ao local de aplicação: podendo ser treinamento no local de trabalho e ou treinamento fora do local do

26 MILkOVICH, George T. & BOuDREAu, Jonh W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.

“O treinamento pressupõe uma relação de instrução X aprendizagem, onde aprender é modificar o comportamento em direção ao que foi instruído.”

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trabalho.27Segundo Chiavenato (2000), “[...]

a execução do treinamento pressupõe o binômio: instrutor X aprendiz. Os aprendizes são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa e que necessitam aprender ou melhorar seus conhecimentos sobre alguma atividade ou trabalho. Os instrutores são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa, experientes ou especializadas em determinada atividade ou trabalho e que transmitem seus conhecimentos aos aprendizes. Assim, os aprendizes podem ser auxiliares, chefes ou gerentes, bem como os instrutores também podem ser auxiliares, chefes ou gerentes ou ainda o encarregado ou gerente de treinamento.

O treinamento pressupõe uma relação de instrução X aprendizagem, onde aprender é modificar o comportamento em direção ao que foi instruído. A execução do treinamento depende dos seguintes fatores: adequação do programa de treinamento às necessidades da organização; a qualidade do material de treinamento apresentado;

a cooperação dos chefes e dirigentes da empresa; a qualidade e preparo dos instrutores e a qualidade dos aprendizes.

Os programas de treinamento são destinados a manter e a melhorar o desempenho no trabalho atual, enquanto os programas de desenvolvimento buscam desenvolver habilidades para os trabalhos futuros.

A necessidade de treinarem empregados novos ou recém-promovidos fica evidente em qualquer empresa que quer se adequar aos novos rumos da administração moderna. Nem sempre as n e c e s s i d a d e s de treinamento são fáceis de ser determinadas, e quando podem ser determinadas, as pessoas envolvidas podem se ressentir por estarem sendo solicitadas a mudar o modo habitual de

fazerem seu trabalho.Os gerentes podem usar quatro

procedimentos para determinar as necessidades de treinamento dos indivíduos em sua organização ou mesmo em algum departamento a serem seguidos:

a) Avaliação de desempenho: o trabalho de cada empregado é comparado aos padrões de desempenho ou aos objetivos estabelecidos para este trabalho;

b) Análise de requisitos do trabalho. As habilidades ou os conhecimentos especificados na descrição apropriada dos trabalhos são examinados, e aqueles empregados que não têm as habilidades ou os conhecimentos necessários tornam-se candidatos a um programa de treinamento.

c) Análise organizacional. A eficácia da organização e o seu sucesso em alcançar os seus objetivos são analisados para determinar onde existem diferenças. Por exemplo, os membros de um

departamento com alta taxa de rotatividade ou com uma história de baixo desempenho podem precisar de treinamento adicional.

d) Pesquisa de recursos humanos. Pede-se aos gerentes e aos não-gerentes que descrevam os problemas pelos quais estão passando no trabalho, e que ações acham necessárias para resolvê-los.

Assim que sejam identificadas as necessidades de treinamento da organização, o departamento de pessoal pode iniciar um programa de treinamento adequado. Dentre as várias abordagens, as mais comuns são os métodos de treinamento no trabalho, onde o empregado trabalha por um período de tempo numa série de funções, aprendendo assim uma ampla variedade de habilidades; o estágio, onde o treinamento no trabalho é combinado com instrução em sala de aula; e o programa de aprendizes, onde o empregado é treinado sob a orientação de um colega altamente habilitado.

São apontados ainda por diversos autores pesquisados, o treinamento fora do trabalho, que ocorre fora do local de trabalho mas busca simular as condições de trabalho existentes. Este tipo de treinamento inclui o treinamento de entrada, em que os empregados treinam com o equipamento verdadeiro e num ambiente de trabalho que poderiam interferir com o processo de aprendizagem.

No treinamento com experiência comportamental alguns métodos são usados nos centros de avaliação, onde são

27 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição Compacta. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

28 CARVALHO, Antônio Vieira de. Administração de recursos humanos. 2ª ed. São Paulo.

“Os programas de treinamento são destinados a manter e a melhorar o desempenho no trabalho atual, enquanto os programas de desenvolvimento buscam desenvolver habilidades para os trabalhos futuros.”

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empregadas simulações de problemas de modo que o treinando possa aprender o comportamento apropriado para o trabalho. Este treinamento pode se concentrar em sala de aula, com seminários, palestras e filmes, ou pode envolver instrução auxiliada via informatizada, onde o tempo é reduzido, auxiliando o treinamento individual.

Os programas de desenvolvimento gerencial são desenvolvidos para aumentar a eficácia genérica dos gerentes em seus cargos atuais e a prepará-los para maiores responsabilidades quando forem promovidos. Estes programas tornaram-se mais preponderantes nos últimos anos por causa das exigências cada vez mais complexas feitas aos gerentes, e porque treinar gerentes através da experiência é um processo mais demorado e incerto.

Com a evolução da administração de recursos humanos, as primeiras atividades de desenvolvimento gerencial que eram centradas em programas, sem tomar em conta as individualidades, os programas gerenciais são mais centrados no gerente, procurando atender sua individualidade e suas necessidades; sendo que antes é realizado um levantamento para identificá-las e devido a grande quantidade de abordagens, este treinamento pode ser feito dentro e fora do trabalho.

Para o doutor 28RICARDO DE MARCHI, (apud:CARVALHO), promover um estilo de vida saudável dentro da empresa é fazer economia.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARVALHO, Antônio Vieira de. Administração de recursos humanos. 2ª ed.

São Paulo.CHIAVENATO, Idalberto. Recursos

humanos. Edição Compacta. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

CuRY; Antônio. Organização e Métodos: uma visão holística. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MARQuES, Wagner Luiz. O líder não acontece por Acaso. 1ª ed. Cianorte: Bacon, 2004.

MARQuES, Wagner Luiz. O poder da superação. 1ª ed. Cianorte: Bacon, 2002.

MARQuES, Wagner Luiz. Contabilidade Gerencial a Necessidade da empresa! 1ª ed. Cianorte: Bacon, 2004.

MILkOVICH, George T. & BOuDREAu, Jonh W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.

OLIVEIRA, Djalma de P. Rebouças de.

Análise deCargo

Planejamentode pessoas

Recrutamentode pessoas

RecrutamentoInterno

RecrutamentoExterno

Seleçãode pessoas

Análise deCurrículo

Análise deSeleção

Entrevistade Seleção

Integração dePessoas

Programa deAmbientação

Integraçãode Pessoal

TreinamentoProfissional

Sistemas, Organizações e Métodos: uma abordagem gerencial. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

TOLEDO, Flávio de e MILIONI, Benedito, Dicionário de Administração de Recursos Humano.

7 FLUXOGRAMA GERAL DE RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E INTEGRAÇÃO DE PESSOAS

Wagner Luiz MarquesProfessor da UNIPAR – Universidade

Paranaense, Coordenador do CIAPE – Centro Integrado de Apoio a Projetos

Empresariais, Departamento de Consultoria na UNIPAR. E-mail-

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19revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

7 FLUXOGRAMA GERAL DE RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E INTEGRAÇÃO DE PESSOAS

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A Ciência Contábil e sua responsabilidade na Educação

FinanceiraEste artigo tem por finalidade a evidenciação da atual conjuntura

insalubre, pela qual a sociedade vem tratando as próprias finanças, em seus níveis pessoais e coletivos; e tornar clarividente o grau da importância da Ciência Contábil na contextualização de suas técnicas, com sua instrumentação científica-aplicada, no dirimir dos dilemas. Extravasando os limites protocolares em face sua atual presença social, a fim de estabelecer um elo de proximidade e relevância a usuários, não necessariamente vinculados à órbita empresarial, mas que possivelmente venham a fazer parte dela, cada vez mais carentes de informações técnicas, mas que possam ser visualizadas nos moldes de suas necessidades práticas. Anunciando a educação financeira, como uma de suas ramificações de alcance incisivo, preconizando sua difusão, como via pedagógica mais apropriada tanto na reversão do atual quadro, de perspectivas sombrias, quanto na utilização de tais mecanismos ao despertar de ensejos empreendedores ou mesmo de melhor preparo a estas presentes manifestações, numa ótica financeira próxima à justiça das possibilidades de acesso às informações pertinentes, sob a égide da laica inclusão financeira, atenuando significativamente os efeitos negativos do atual sistema econômico, famigerado e predador, insensível às próprias causas da autocorroboração, carente de inspirações que mantenha o luxo de suas inconsistências e inconseqüências.

Palavras chaves: Ciência Contábil, Educação Financeira, Sistema Econômico.

Paulo Henrique Silva de Souza

Valmir Alberto Thomé

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“A visão contábil, em sua postulação científica, sem bandeiras de interesses, viria a elucidar o emaranhado de possibilidades, comparações, preconizando pelas suas demonstrações, o grau de comprometimento das receitas disponíveis.”

“A alta propensão ao desejo do desenvolvimento acelerado, vista as privações que se arrastaram durante a história da humanidade, fizeram dos ideais do “século das luzes” vértices do atual sistema econômico, subdividido numa série de pulsantes correntes, que passaram a ditar as regras da nova ordem econômica mundial ou a própria inexistência destas, sobrepujando velhos entraves.

Não obstante, a deliberação prática e do emprego instantâneo do novo modelo do capital, distorceu a ótica sob a qual as correções deveriam ser feitas, se fazendo míope aos problemas que se inseriam no contexto do novo sistema.”

O maniqueísmo entre os segmentos da vida é assaz enriquecedor à tomada das decisões mais acertadas, no que tange ao prisma financeiro, os ideais se dão concomitantes entre a vontade e a necessidade; as correntes dessa forma se dividem quando da dissonante associação entre riqueza & felicidade, que ora se faz controversa ora conflui a uma consonância uniforme.

A satisfação diante das circunstâncias origina-se da anulação do intervalo entre o possível e o desejável, configurando a felicidade como produto do controle dos desejos (estoicismo) frente ao inatingível, “...os desejos devem também ser reprimidos ao máximo, e as aversões limitadas aos assuntos que controlamos.” (STANIFORTH apud Marco Aurélio, 2002, p.124). Já para Epicuro (341 – 270 A.C), o “filósofo da amizade e dos prazeres”, “...nada é suficiente para aqueles que o suficiente é pouco...”, ideal este que posteriormente influenciou o Pensamento Iluminista preconizado pela temática da harmonia equacional dos desejos, progresso, riqueza proporcionalmente ao grau de felicidade que esses proporcionariam.

A alta propensão ao desejo do desenvolvimento acelerado, vista as privações que se arrastaram durante a história da humanidade, fizeram dos ideais do “século das luzes” vértices do atual sistema econômico, subdividido numa série de pulsantes correntes, que passaram a ditar as regras da nova ordem econômica mundial ou a própria inexistência destas, sobrepujando velhos entraves.

Não obstante, a deliberação prática e do emprego instantâneo do novo modelo do capital, distorceu a ótica sob a qual as correções deveriam ser feitas, se fazendo míope aos problemas que se inseriam no contexto do novo sistema.

2 A EDUCAÇÃO CONTÁBIL-FINANCEIRAA APLICABILIDADE LATO SENSU

A fim de quebrar os estereótipos errôneos ainda em franca expansão, a perspectiva da prática contábil vem a reduzir o espaço entre a ciência e a sua correta aplicabilidade. Capaz de desempenhar um papel substancial na própria sobrevivência do sistema capitalista, leia-se pela ponderação que viria a trazer quanto da expansão das políticas e linhas de crédito, amplamente disseminadas pelos veículos de comunicação, dadas as facilidades, o caráter cômodo, tornando cada vez mais acessível o montante desejado. Onde o consumidor, a partir daí, perde-se nos limites dos próprios rendimentos e da capacidade de se endividar, tendo como um de seus

revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 200720

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21revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

exemplos as compras feitas no cartão de crédito, em que a falseabilidade do não contato com o dinheiro em espécie, dilata o gasto em função da retração da culpa pelo consumo; tratos como este são muito comuns. “Há uma absoluta inconsciência dos brasileiros no momento da compra, que geralmente é feita por impulso, dentro da lógica de que se (a prestação) cabe no bolso, dá pra comprar.” (ROCHA, apud MORGENSZTERN, 2005, p.C2).

Envolto numa redoma de altos juros, o pagamento posterior cede lugar a grandes índices de inadimplência, antecipando um panorama catastrófico, com a diminuição da receita em circulação, o superendividamento vislumbra um cenário de colapso da máquina financeira; dado também pela voracidade pelo retorno sobrecapitalizado inviável e pela ausência de mecanismos paliativos ou profiláticos à conscientização, seja por parte das instituições públicas ou privadas, ao uso correto do crédito.

A visão contábil, em sua postulação científica, sem bandeiras de interesses, viria a elucidar o emaranhado de possibilidades, comparações, preconizando pelas suas demonstrações, o grau de comprometimento das receitas disponíveis, evidenciando a ausência de lastro durante aquele espaço temporal, facilitando o gerenciamento, mas principalmente questionando a real necessidade da contração do crédito, se fazendo limítrofe entre gastos supérfluos ou pseudoativos, entre as despesas imprescindíveis e os ativos reais que se pagarão posteriormente e a ainda serão fonte de geração de novas receitas.

1A partir daí, a Ciência Contábil ganha o escopo da educação financeira, que “refere-se ao conhecimento e habilidades dos indivíduos relacionadas ao gerenciamento do dinheiro ” (BERVERLY e BuRkHALTER, 2005, p.121); as quebras de paradigmas suceder-se-ão, transformando um cenário absolutamente desfavorável numa oportunidade de construir novos conceitos e práticas na administração do próprio capital. O livro Pai Rico, Pai Pobre para Jovens, faz célebre priorização quando da

destinação dos diferentes tipos de renda: a auferida: obtida pelo pagamento do trabalho; passiva: obtida pelo “trabalho” do dinheiro indiscriminadamente, sem esforço físico e a de portfólio: obtida pelo rendimento de papéis financeiros. Aqueles que obtêm apenas uma renda auferida devem canalizá-la para ativos que se enquadrem nos dois tipos de renda subseqüentes, dessa forma irão potencializar novos ganhos, ilustrar-se financeiramente além de antecipar, em muito, a própria independência financeira. No raciocínio inverso a esse, o que se nota é a aplicação dos recursos auferidos aplicados em pseudoativos, que satisfazem as necessidades momentâneas, mas que após a efêmera satisfação, englobarão a fila dos vilões que gerarão novos passivos (dívidas) e despesas, fixas e certas; estes ainda sofrerão todo o desgaste de suas naturezas passageiras e se extinguirão, físico-contabilmente, salientando ainda mais a impressão do esvaimento sem lógica ou retorno do dinheiro, gerando indagações ou arrependimentos futuros.

A simples mudança da concepção prática de bens (ativos) faz aflorar uma característica louvável e angular no conhecimento das próprias finanças, a de que certas despesas, na pior das hipóteses, podem ser evitadas ou mesmo serem convertidas em novas fontes de renda.

Chegam a soar óbvias todas estas palavras de reestruturação dos hábitos financeiros, mas diante do alienante ritmo das relações de produção, onde a insegurança quanto ao desemprego assola e ecoa no mundo capitalista, nossa sociedade se faz ansiosa e dominada pelo medo, atendo-se e vivendo apenas os imediatismos do presente, sem se preocupar com o próprio futuro e sem metas ou planos a longo prazo, característica saliente à obra do filósofo francês Jean Baudrillard, tornando-se em demasia dependentes do círculo vicioso hoje instaurado, o que de certa forma a fragiliza e a torna suscetíveis a qualquer mudança do atual quadro.

uma vez assimilada a prática no nível pessoal, é natural o despertar de outro potencial talvez nem mesmo conhecido: o

empreendedorismo; que se pode construir invariavelmente à percepção de sua presença consciente, atendendo interesses não só particulares, mas neste caso numa esfera ainda mais importante à perpetuação das atividades econômicas salutares. Ratificado e se for de inequívoca vontade o ingresso neste outro campo de relações, são fantásticos os pontos com os quais se largam à frente de velhas ideologias que em suma não vêm logrando êxito; a acepção de que os clichês envolvidos nestas mascaram interesses deturpados se faz evidente daquilo que realmente tem validade empírica, daquilo que experimentalmente tem a verificação atestada. A exemplo cite-se a alta taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras, em torno de 50%, segundo o Sebrae, em grande parte devido ao despreparo na gestão do negócio, desconhecimento de mercado, falta de capital de giro mas principalmente pelo alto teor de endividamento por débitos desenvolvimentistas, “créditos e financiamentos reduzidos, caros e de difícil acesso a maior parte de seus interessados, sobretudo nano e microempresários” (CARVALHO e ABRAMOVAY, 2004, p.17), seja este oriundo da própria constituição empresarial ou no decorrer das atividades, sob o panfletarismo fomentador das economias locais, com juros “módicos” à medida proporcional ao grau de sucesso da empresa, tributação além da realidade e acompanhamento organizacional aquém da necessidade, o novo empreendedor se vê à deriva entregue ao acaso, à espera de um golpe de sorte para a alavancagem definitiva.

Constituída e sedimentada uma nova mentalidade financeira, o crivo quanto às prioridades se afunila, e o nível de exigência intra e extrapessoal nesta escala gradativamente se equipara ao próprio conhecimento que se fará progressivo, salientando que o equilíbrio é preferível aos excessos de ímpeto, que por ventura venham a corroer as relações, em nome de valores não necessariamente morais.

é de conhecimento mútuo que o atual sistema econômico se faz díspar quanto aos mecanismos de troca; as informações

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necessárias às mudanças estão envoltas no medo da perda de vantagens por interesses escusos e nunca são difundidas às grandes massas, apesar de “... o capital ser uma força social, do coletivo”. (MARX & ENGELS, 2001, p.49). As correntes econômicas atuais são irreversíveis, porém adaptáveis a práticas mais equânimes, não por demonstrações demagógicas paternalistas e populistas em consolo aos desprovidos de sorte melhor, transeuntes combustíveis da máquina financeira privada ou estatal; mas do livre acesso e estímulo à educação precípua em prol do seu bem-estar de forma digna, honrosa, independente e incandescente à contínua busca de novos significados.

Chama a atenção num circuito, não necessariamente interligado ao pensamento coletivo, o projeto do consultor financeiro Cláudio Boriola, do colhimento de assinaturas ao abaixo assinado que pede a inserção da educação financeira na grade curricular das escolas públicas, a exemplo de instituições escolares particulares nacionais e internacionais; anexo a justificativas da ordem econômica mas sobretudo difundindo técnicas saudáveis em relação ao dinheiro a jovens que ainda sem uma formação sólida quanto ao controle das próprias finanças, se tornam posteriormente presas fáceis ao fulgor do crédito pré-aprovado, simplificado, contraindo muitas dívidas, em função, na maioria pelo uso indiscriminado de cartões de crédito, febril neste insipiente campo extremamente consumista e explorados nos grandes templos do consumo, os shoppings centers; evitando a estes o precoce arrebatamento ao caos condicionante à dependência financista. Tal iniciativa mereceu a atenção do Secretário Executivo Jairo Jorge, do Ministério da Educação, sendo para esse entregue o projeto, que atualmente encontra-se sob apreciações e análises por parte dos técnicos do Ministério, cabendo doravante posição final do Poder Público. Entretanto, mais do que apenas correlação com as disciplinas elementares, em disposições

transitórias pouco esclarecedoras, a educação financeira defendida por Boriola, necessitaria de cátedra independente com sonoridade científica, tendo como instrumento pedagógico principal os artífices contábeis, pela objetividade, consistência informativa, clarividência atemporal, com a teoria elucidada pelo vislumbre prático; o que contribui enormemente a um maior índice de absorção.

3 CONCLUSÃO

Portanto, uma vez classificados, reiterados os lados e as suas necessidades profícuas, e a sombra de inanidades abjetas, cabe à Ciência Contábil, no exercício não apenas complementar ao tocante empresarial, na resenha fiel de dados, o desvencilhamento para um circuito macro de educação primaz, de base, a fim de incorporar seus conceitos à vida cotidiana de todos, adquirindo um conceito novo, de “...uma contabilidade social que procura estudar as influências das variações patrimoniais, não apenas nas entidades mas também na sociedade...” (kROETZ, 1999, p.32), ocupando um lugar cada vez mais importante, desempenhando sua função social como ciência, a exemplo de outras, fundamentalmente prospectando o olhar além do que está diante dele. Formando cidadãos conscientes, empreendedores sagazes, nivelando as possibilidades, desobstruindo velhos percalços e estabelecendo seu vínculo perene às atividades, de toda a sociedade.

REFERÊNCIAS

BERVERLY, Sondra G., BuRkHALTER, Emily k. Improving the Financial Literacy and Practices of Youths. Children & Schools, Vol. 27. n. 2, Abr/2005.

CARVALHO, Carlos E., ABRAMOVAY, Ricardo . O difícil e custoso acesso ao sistema financeiro. 1 ed. Brasília: Sebrae, 2004, v. 1, p. 17-54.

1 “Financial literacy refers to knowledge and skills related to money management.”

kROETZ. César Eduardo Stevens. Contabilidade Social. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, CFC, p. 28 a 38, Nov/Dez. 1999.

MARX, karl, ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Porto Alegre: L&PM, 2001.

ROCHA, J. Sem educação financeira, expansão do crédito é perigosa para o sistema. Apud MORGENSZTERN, Vitor. Jornal Valor Econômico. São Paulo: 21 set 2001. Caderno Finanças. Pg C2.

STANIFORTH, Maxwell (2002). Marco Aurélio – Meditações. Acedido em 27 de março de 2007 em http://buscalegis.ccj.ufsc.br/arquivos/meditacoes_ma.pdf

Paulo Henrique Silva de Souzadiscente do curso de Ciências

Contábeis da FACINTER, Curitiba-PR; e-mail: pauloffalm@

yahoo.com.br

Valmir Alberto ThoméContador, Mestre em Ciências

Contábeis, professor da Faculdade Internacional de Curitiba –

FACINTER, e coordenador do curso de Pós-Graduação MBA em

Administração Pública e Governo do Alleanza Instituto. e-mail: thome.

[email protected]

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O mercado de trabalho

RESUMO

A contabilidade, por ser uma ciência de infor-mação, foi uma das que mais evoluíram na última década para acompanhar a revolução tecnológica e os reflexos que estas mudanças trouxeram para o cotidiano das empresas. Enquanto no mercado de trabalho atual encontramos diversos profissio-nais que não conseguem aliar realização profissio-nal e sucesso financeiro, a profissão de contador demonstra que, ao menos para esses profissionais, isto é possível, pois diversas alternativas são ofere-cidas ao contador dentro do exercício da profissão. A pesquisa realizada na cidade de umuarama – Pr. identificou o perfil do contador como sendo um profissional que ingressa no curso superior com objetivos previamente definidos, e uma idéia ge-ral em relação à profissão, o que comprova que os graduados identificaram uma alteração positiva em sua carreira profissional após a conclusão do curso superior. Outro fator que contribui para o ingresso no curso superior de Ciências Contábeis é o baixo

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para o graduado em Ciências Contábeis

revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

Débora Cristina da Silva Couto Sirlene Garcia Caparroz.Isabel Cristina Gozer

custo do investimento financeiro, comparado às possibilidades de retorno comprovadas através da análise de retorno do investimento apresen-tada no desenvolvimento do artigo. Assim, o profissional desta área deve vislumbrar as amplas oportunidades que o curso oferece, pois atua junto com a Economia e a Administração, além de ser a ciência que controla o patrimônio das instituições e contribui para o desenvolvimento das mesmas.

Palavras chaves: Sucesso, Profissão, Contador.

1. Introdução

Em um mercado de trabalho competitivo e de grandes mudanças, escolher uma profissão na hora de ingressar em um Curso Superior tornou-se uma tarefa árdua. Decidir qual a opção dentre tantas alternativas, e tentar aliar objetivos pesso-ais e retorno financeiro rápido, torna essa decisão ainda mais difícil a todos aqueles que buscam a

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formação acadêmica em nível superior.A economia brasileira passou por grandes

transformações na última década, haja vista as constantes inovações tecnológicas, abertura de mercado, o fortalecimento da moeda brasilei-ra, entre outras.

O aparecimento explosivo da Internet (...) está modificando profundamente economias, mercados e estruturas setoriais; os produtos e serviços e seu fluxo; a segmentação, os valores e o comportamento dos consumidores; o mer-cado de trabalho. O impacto, porém, pode ser ainda maior nas sociedades e políticas empre-sariais e, acima de tudo, na maneira como en-caramos o mundo e nós mesmos dentro dele. (Drucker, 2000, p. 48)

O resultado de tanta mudança são as cons-tantes alterações nas práticas contábeis verifi-cadas na última década, pois a necessidade do usuário de informação contábil se modificou, forçando a Contabilidade a se adequar para fornecer informações mais precisas, para o di-recionamento das empresas.

Ingressar no curso superior de Ciências Contábeis tornou-se atrativo, pois o investi-mento é relativamente baixo, comparado a outros cursos de graduação, onde o retorno financeiro ao término do curso pode ser até quatro vezes maior que o valor investido, sem contar a ampla área de trabalho, ou seja, onde houver uma empresa sempre existirá a neces-sidade de um contador.

O profissional formado poderá atuar nos órgãos públicos como auditor fiscal, contador, perito contábil, analista financeiro, contador de custos, escritórios de auditoria, consultoria contábil, empresas comerciais, industriais e agrícolas em geral, bancos e magistério e ou-tros.

Há diversas oportunidades para o profis-sional em Ciências Contábeis. Como seu uni-verso de trabalho é diversificado, a especiali-zação é inevitável. Atuando em uma economia globalizada, o profissional pode desempenhar papéis estratégicos junto à gestão empresarial.

Para Franco (1999, p. 86) ao se referir so-bre as expectativas da sociedade em relação ao profissional contábil, afirma:

“As expectativas da sociedade crescem continuamente, uma vez que ela vê a profissão contábil como capaz de enfrentar os desafios do futuro e de cumprir suas responsabilidades. A profissão tem, portanto, de avaliar e reco-nhecer até onde ela pode atender as expectati-vas da sociedade, sempre crescente, adaptan-

do-se as novas situações, seu crescimento será assegurado.

Isso exigirá constante comparação entre as expectativas da sociedade e a capacitação dos membros da profissão para atender essas expectativas. Ela terá, portanto, de atualizar constantemente seus conhecimentos para jus-tificar sua afirmação de que pode atender as necessidades da sociedade.”

A internacionalização do cenário econômi-co, também exige do contador o domínio de línguas estrangeiras. Por fim, disciplina e paci-ência são obrigatórias para o desempenho da Contabilidade, que apresenta boas possibilida-des de retorno financeiro.

2. ANÁLISE

O mundo sem fron-teiras apresenta uma am-pla visão de mercado, no entanto, o profissional de Contabilidade deve apro-priar-se de conhecimentos, habilidades e atitudes ne-cessárias para atender as necessidades do exigente mercado globalizado.

é importante seguir as mudanças, assim, o profissional não deve ter apenas uma forma-ção, mas, também, uma pós-formação e uma pré-qualificação. Alguns estudos evidenciam habi-lidades contábeis básicas para o futuro. A forma-ção acadêmica é apenas o ponto de partida para o desenvolvimento pro-fissional. Desta forma, é importante o auxílio da informação tecnológica e um amplo conhecimento para ampliar oportuni-dades, não se limitando apenas a métodos tra-dicionais, dando ênfase a tarefas de valores adi-cionais como análises de negócio, finanças, apoio nas decisões gerenciais e inovação de idéias, pois essas possibilidades

agregam valor à profissão.Na era do conhecimento e em momentos

de tomada de grandes decisões, a função do contador na sociedade é fundamental, por-quanto:

O contador deve estar no centro e na lide-rança deste processo, pois, do contrário, seu lugar vai ser ocupado por outro profissional. O contador deve saber comunicar-se com as outras áreas da empresa; para tanto, não pode ficar com os conhecimentos restritos aos temas contábeis e fiscais. O contador deve ter forma-ção cultural acima da média, inteirando-se do que aconteceu ao seu redor, na sua comunida-de, no seu estado, no país e no mundo. O con-

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0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

1

Mercado de Trabalho

Perspectivas Salariais

Influência do Mercado

Formação anterior compatível

Por exercer atividadesrelacionadas ou semelhantesPor possibilitar trabalhar eestudar

Tabela 1 – Motivo da Escolha do CursoSuperior

MOTIVOS

FREQ

UÊN

CIA

PERCEN

TUA

L

Formação anterior compatível 9 36%Por exercer atividades relacionadas ou semelhantes 7 28%

Mercado de trabalho 4 16%

Por possibilitar trabalhar e estudar 3 12%

Perspectivas salariais 1 4%

Influência do mercado 1 4%

Vocação 0 0%

Por ser uma profissão valorizada 0 0%

Exigência do mercado 0 0%

Concorrência do vestibular 0 0%

Por possibilidade de ser autônomo 0 0%

Ascensão funcional 0 0%

Menor custo para realização do curso 0 0%

Curso fácil 0 0%

Outros 0 0%

TOTAL 25

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25

tador deve participar de eventos destinados a sua permanente atualização profissional. O contador deve estar consciente de sua respon-sabilidade. (NASI, 1995, p.5)

No passado, a Contabilidade tinha por ob-jetivo o caráter meramente informativo sobre o lucro obtido da empresa comercial. No mundo moderno, isso só não basta. As empresas pre-cisam ter conhecimento sobre sua capacidade de pagamento. O governo demanda a agre-gação de riqueza à economia e à capacidade de pagamento de impostos. Os ambientalistas exigem conhecer o impacto e a contribuição para o meio ambiente; os diretores querem calcular o nível de endividamento e possível probabilidade de pagamentos das dívidas; os gerentes precisam de informações para auxiliar nos processos decisórios de compra, venda e contratação, e assim por diante.

O conceito de que a contabilidade é a ciên-cia que estuda e controla o patrimônio, precisa ser repensado, principalmente quando se tra-tar de grandes empresas.

3. Metodologia

A pesquisa é de abordagem qualitativa, descritiva. Para tanto, optou-se por uma pes-quisa bibliográfica e de campo. Participaram do estudo 25 (vinte e cinco) profissionais for-mados em Ciências Contábeis que trabalham nas grandes empresas da cidade de umuara-ma-Pr. Como instrumento de coleta de dados, utiliza-se de um questionário.

4. Resultado e Análise dos Dados

A seguir, apresenta-se os resultados ob-tidos através do questionário aplicado junto aos 25 profissionais graduados em Ciências Contábeis que atuam nas grandes empresas de umuarama – Pr.

Analisando a tabela acima, percebe-se que dos pesquisados que optaram pelo curso de Ciências Contábeis, 36% escolheram por ter formação anterior compatível, seguidos por profissionais que já exerciam atividades semelhantes ou relacionadas, 28%; e para 16% dos pesquisados, o estímulo para in-gressar no curso foi o mercado de trabalho. A possibilidade de trabalhar e estudar moti-varam 12% dos entrevistados; e o que levou 4% dos pesquisados a ingressarem no curso foram as perspectivas salariais e a influência do mercado.

O resultado da pesquisa demonstra que 64% dos entrevistados escolheram o curso de Ciências Contábeis já decididos com rela-ção à profissão, pois os mesmos já exerciam atividades anteriores relacionadas, demons-trando que o acadêmico do curso de Ciências Contábeis possui vínculos fortes, fazendo com que a maior parte da desistência do curso ocorra só por fatores alheios à sua vontade, como fatores financeiros ou de saúde. Não se observou falta de adaptação ao curso.

Titulação dos Contadores

FREQ

UÊN

CIA

PERC

ENTU

AL

Doutor 0 0%Mestre 0 0%

Especialista ( Com pós graduação Lato sensu)

1456%

Não freqüentou 11 44%TOTAL 25 100%

Fonte: Dados da Pesquisa, 2006.

Na tabela acima foram pesquisadas a Titulação dos Profissionais graduados em Ciências Contábeis. Os dados revelaram que 56 % dos pesquisados freqüentam ou freqüentaram um curso de especialização “lato sensu”, deixando em evidência que os pesquisados reconhecem a importância da busca contínua de conhecimento para seu crescimento profissional. A pesquisa não identificou nenhum profissional com titulação de mestrado ou doutorado, pois os pesquisados trabalham em empresas privadas, onde a titulação de mestre não é necessária para a ascensão profissional, sendo essa uma exigência direcionada aos profissionais que exercem a profissão d o c e n t e .Tabela 2 - Titulação dos Contadores

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Sim Não

A demonstração gráfica acima evidencia

que 88% dos pesquisados estagiaram ou

trabalharam durante o curso de graduação,

comprovando que o mercado de trabalho já

oferece oportunidades para os profissionais

revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

antes mesmo do término da graduação. A

esse respeito Marion (2003, p.29) evidencia

que a “área contábil é a que mais proporciona

oportunidades profissionais”.

Mudança funcional após a

conclusão do curso

FREQ

UÊN

CIA

PER

CEN

TUA

L

Não houve mudança 11 44%Promovido 9 36%

Outros 4 16%Estagiário efetivado 1 4%

Estagiário 0 0%Contratado efetivado 0 0%Aumento de salário 0 0%

TOTAL 25 100%Fonte: Dados da Pesquisa, 2006.

Os dados da tabela acima demonstram as mudanças funcionais dos pesquisados após o término do curso superior. Assim, pode-se observar que 56% tiveram mudanças profissionais positivas, ou seja, dos 25 pesquisados, 1 (um) era estagiário e foi efetivado, 9 (nove) foram promovidos após o termino do curso, e, para 44% não houve ascensão profissional porque os mesmos já atuavam na área contábil e freqüentaram o curso superior pela necessidade de melhor qualificação profissional, e aprimoramento da função que desempenhavam.Os discursos dos entrevistados ilustram a satisfação dos mesmos com a escolha do

curso.Estou bastante satisfeito com a profissão que escolhi. Tudo que conquistei até o momento, boa parte é fruto da minha formação acadêmica aliada com minha experiência profissional Antonio.

O conhecimento que adquiri através do curso de ciências contábeis agregou conhecimento

na minha área de atuação Joana.

Gráfico 3 - Tempo espera para inclusão no mercado de trabalho

68%

16% 16%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Imediatamente Mais de 6 meses Não obteve

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Os dados do gráfico revelam que 68% dos pesquisados conseguiram ingressar no mercado de trabalho imediatamente após o término do curso. Verifica-se através deste resultado que existe um retorno rápido do mercado de trabalho em relação ao curso de Ciências Contábeis, como demonstrado nas tabelas anteriores. Há uma necessidade de aprimoramento dos profissionais que atuam nas áreas relacionadas, diminuindo o tempo de espera do profissional para inserção no mercado de trabalho. Outros 16% dos questionados aguardaram mais de seis meses para entrar no mercado de trabalho, e os 16% restantes não obtiveram êxito na inserção na área pretendida, após a conclusão do curso. Dos 4 (quatro) pesquisados que não obtiveram êxito, apenas um classifica sua escolha como “ruim”. A fala do entrevistado evidencia a questão.

Considero que foi uma boa escolha ter optado em me formar em contabilidade, mas ainda não alcancei todos os objetivos e nem o sucesso profissional desejado. João

A tabela 4 evidencia os conhecimentos mais importantes para um contador inserir-se mercado de trabalho. Assim, para 84% dos pesquisados, o mais importante para um contador é ter “sólida formação em custos, auditoria e contabilidade gerencial”, o que demonstra que as grandes empresas estão buscando profissionais qualificados, capazes não somente de apresentar informações contábeis, mas também oferecer dados que sirvam como uma ferramenta de apoio gerencial. De acordo com Johnson e kaplan

(1996, p.3) “o sistema de contabilidade gerencial precisa fornecer informação oportuna e precisa, para facilitar os esforços de controle de custos, para medir e melhorar a produtividade, e para a descoberta de melhores processos de produção”.

Outros conhecimentos também citados pelos pesquisados estão relacionados à “capacidade de tomar iniciativa e ter pensamento crítico” apontados por 8% dos pesquisados; 4% dos entrevistados apontaram como sendo mais importante para o profissional de contabilidade ter “sólida formação financeira”; e para o restante, num total de 4%, o mais importante é ter “conhecimento da realidade financeira e estatística”.

Tabela 5 - Área de atuação na empresa em que trabalha

Área de atuação

FREQ

UÊN

CIA

PER

CEN

TUA

L

Contador 7 28%Financeiro 7 28%Outros cargos 7 28%Cargo de gerência 4 16%Escrituração fiscal 0 0%Controller 0 0%Auditor interno 0 0%Recursos humanos 0 0%TOTAL 25 100% Fonte: Dados da Pesquisa, 2006.

Analisando a tabela acima percebe-se

que 32% do total de entrevistados atuam nas

grandes empresas de umuarama, ocupando

funções diversificadas, não descritas na tabela

acima como: (analista contábil, auxiliar

administrativo, analista de crédito, assistente

contábil, secretária executiva, encarregado

de conferência, entre outras), demonstrando

que o profissional graduado em Ciências

Contábeis pode desempenhar diversas

funções administrativas, pois é o profissional

que mais conhece o funcionamento de uma

organização.

Outra área de destaque é a Financeira,

onde estão 28% dos profissionais pesquisados.

Convém ressaltar que estes profissionais

que atuam na área financeira utilizam

constantemente a Contabilidade de Custos

como apoio.

Ainda, encontram-se 24% dos pesquisados

como “contadores responsáveis”, e os demais;

16% dos entrevistados ocupando cargos de

gerência.

Marion (1997) descreve: “A Contabilida-

de Financeira, a de Custos e a Gerencial têm

mais do que nunca um espaço garantido.

Sem uma boa Contabilidade, a empresa é

como um barco em alto mar, sem bússola,

à mercê dos ventos, quase sem chance de

sobrevivência, totalmente à deriva.”

O resultado desta pesquisa pode ser

confirmado através do comentário de um

dos pesquisados, onde ele avalia sua escolha

profissional, através do seguinte comentário:

“o mercado oferece muitas oportunidades

para quem possui conhecimento prático

sobre a contabilidade e seus segmentos” Emanuel .

Tabela 6 - Nível salarial em que se enqua-

dra

Área de Atuação

FREQ

UÊN

CIA

PER

CEN

TUA

L

De 1 a 3 salários mínimos 7 28%De 4 a 6 salários mínimos 12 48%De 7 a 10 salários mínimos 4 16%Acima de 10 salários mínimos 2 8%TOTAL 25 100%

Fonte: Dados da Pesquisa, 2006.

revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

Conhecimentos importantes para o mercado

FREQ

UÊN

CIA

PER

CEN

TUA

L

Sólida formação em custos, auditoria e cont. gerencial 21 84%Capacidade de tomar iniciativa, pensamento crítico 2 8%Sólida formação em contabilidade financeira 1 4%Conhecimento da realidade financeira e estatística 1 4%Domínio do software contábil 0 0%Conhecimento de outro idioma 0 0%Habilidade e criatividade na gestão de pessoas 0 0%Habilidade para trabalhar em grupo 0 0%Outros 0 0%TOTAL 25 100%

Fonte: Dados da Pesquisa, 2006.

Tabela 4 - Conhecimentos importantes para um contador no mercado de trabalho

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29

A tabela 6 (seis) demonstra a faixa salarial do profissional pesquisado, evidenciando nitidamente os percentuais de níveis nos quais os mesmos se enquadram. Em primeiro lugar, com 48% estão os profissionais que têm renda entre 4 e 6 salários mínimos mensais; seguidos de 28% que percebem de 1 a 3 salários mínimos; 16% ficam entre 7 a 10 salários mínimos, e, finalizando, 8 % dos profissionais pesquisados recebem acima de 10 salários mínimos.

Para cálculo do fluxo de caixa, considera-se o salário mínimo federal de R$ 350,00, e o investimento no curso de graduação de Ciências Contábeis onde a mensalidade é de R$ 341,00 mensais, tem-se então ao longo dos 4 anos letivos, um total de R$ 16.368,00. Percebe-se que um profissional que após o termino do curso superior recupera seu

investimento da seguinte forma:

Se aplicarmos a fórmula do payback teremos:

PB = Valor do investimento Valor do Fluxo de Caixa

PB= 16368,00/8400= 1,94 anos, ou seja em 1 ano, 11 meses e 16 dias.

Para os profissionais que estão na faixa salarial de 1 a 3 salários mínimos, onde con-sideramos uma média de 2 salários, o capital investido é recuperado em apenas 1 ano e 11 meses e 16 dias.

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0

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Ano

4

Investimento -16368,00

(+) Entrada de Recursos

Salários Recebidos 8400,00 8400,00 8400,00 8400,00

( = ) Saldo -16368,00 -7968,00 432,00 8832,00 17232,00

Tabela 7 – Fluxo Caixa do Investimento para 2 Salários Mínimos

Fonte: Dados de pesquisa 2006

Aplicando a fórmula do payback teremos:

PB = Valor do investimento Valor do Fluxo de Caixa

PB= 16368,00/16800= 1,94 anos, ou seja em 0,99 anos, 11 meses e 25 dias.

Na tabela acima, estão os profissionais que recebem de 4 a 6 salários mínimos, onde considerando uma média de 4 salários, o retorno do investimento é alcançado em 11 meses e 25 dias após a conclusão do curso.

5. Conclusão

O principal objetivo da pesquisa foi mostrar a empregabilidade do formado em Ciências Contábeis no mercado de trabalho na cidade de umuarama – Pr., levando-se em consideração

fatores importantes, como exi-gência de mercado e necessidade de um contínuo aperfeiçoamento profissional. O formado não pode sair apenas com a teoria, neces-sitando também desenvolver habilidades e conhecimentos es-pecíficos, desempenho eficiente, aprendizado contínuo, liderança, influência e bom entendimento no processo de decisão participa-tiva. Tais fatores importantes para

que o gestor de contabilidade trabalhe para atender o exigente mercado em crescimento.

A pesquisa demonstrou que o mercado de trabalho consegue absorver de forma rápida os profissionais formados em Contabilidade, pois sabe-se que assim como não pode ha-ver hospitais sem médicos, não pode haver empresas sem contadores, cabendo aos pro-fissionais abraçarem as oportunidades que lhe aparecem e fazerem de sua carreira um sucesso profissional.

Quanto à remuneração do profissional de Contabilidade que atua nas grandes empresas

de umuarama, con-clui-se que existe uma variação salarial de acordo com as fun-ções desempenhadas e ramos de atividade das empresas, sendo que o salário médio desses profissionais está entre 4 e 6 salá-

Débora Cristina da Silva CoutoBacharel em Ciências Contábeis

UNIPAR – Umuarama; especialista em Qualidade Total

e Readministração – UNIPAR –Umuarama;

e-mail: [email protected]

Sirlene Garcia CaparrozBacharel em Ciências Contábeis UNIPAR – Umuarama; e-mail: [email protected]

Isabel Cristina GozerMestre em Engenharia de Produção,

Área de Concentração Produção - UFSC - Florianópolis, SC; e-mail:

[email protected]

revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

rios mínimos mensais. Considerando o capital investido durante a graduação, o retorno se dá de maneira bastante satisfatória.

Referências Bibliográficas

DRuCkER, P. Além da revolução da infor-mação. HSM Management. São Paulo, a. 3, n. 18, jan. - fev. 2000.

FRANCO, H. A contabilidade na era da globalização: temas discutidos no XV Congres-so Mundial de Contadores, Paris, de 26 a 29 -10-97.

HAMMES, C. et al. Perspectiva para a pro-fissão e para o profissional da contabilidade. Pensar Contábil, Rio de Janeiro, a. 1, n. 2, nov. 1998, p. 12-13.

MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 502 p.

MARION, J. C. Preparando-se para a pro-fissão do futuro. Revista Contabilidade Vista e Revista, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, mar. 1998.

NASI, A. C. A Contabilidade como Instru-mento de Informações, Decisão e Controle da Gestão. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília. a. 23, n. 77, abr. 1994.

OLIVEIRA, A. F. uma análise da importân-cia de alguns fatores externos nas atividades profissionais dos contadores. Disponível em: http://www.unb.br. Acesso em 15 de Agosto de 2006.

Tabela 08 – Fluxo de Caixa do Investimento para 4 Salários Mínimos

Investimento

Ano

0

Ano

1

Ano

2

Ano

3

Ano

4

(+) Entrada de Recursos

-16368,00

Salários Recebidos

16800,00 16800,00 16800,00 16800,00

( = ) Saldo =-16368,00 432,00 17232,00 34032,00 50832,00

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30 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

Constantino de Gaspari Gonçalves

RESuMO

Este artigo tem por finalidade esclarecer as indagações e dogmas que pairam sobre as operações de factoring, bem como demonstrar sua utilidade, aplicabilidade e a forma de atuação dos operadores dessa atividade mercantil, além das exigências e qualificação para ostentar tal condição. E, finalmente, demonstrar a importância das empresas de factoring na prestação de serviços de auxílio às micros, pequenas e médias empresas no que diz respeito ao enfretamento da concorrência com os grandes conglomerados num mercado cada vez mais concorrido.

O FA C T O R I N GEsclarecendo os dogmas e indagações

A origem do factoring remonta à origem da própria humanidade, surgindo juntamente com as primeiras relações de comércio

estabelecidas. Conforme Leite (2001) nos traz:A troca (venda) de mercadorias ou ativos com

a finalidade de obter recursos necessários para o comerciante tocar e girar os seus negócios é tão velha quanto o comércio em si e atividades desta natureza datam daqueles tempos praticadas pelos comerciantes da Babilônia para contornar dificuldades encontradas na comercialização de suas mercadorias.

A palavra factoting é formada pelo radical “FACTOR”, cuja origem etimológica vem do latim “FACERE”, que significa fazer. Portanto, “FACTOR” era o “FAZEDOR” de negócios dos romanos , ou seja, o Agente Mercantil.

A figura do agente mercantil já é conhecida

Desm ist i f i cando

desde os primórdios da civilização para desenvolver o comércio, que naqueles tempos se baseavam na troca de mercadorias, ou escambo, que mais tarde evoluiu para a promessa de entrega das mercadorias e pagamento. Assim, a troca de ativos (bens e direitos) que atualmente consiste num dos pontos essenciais da atividade de factoring já era praticada desde a época mais remota da civilização.

Os romanos nomeavam um “FACTOR” nas terras conquistadas como consultor de negócios. Normalmente era um próspero comerciante conhecido na região que cuidava de todos os aspectos do negócio, tais como: fornecimento de informações comerciais, armazenamento de mercadorias, cobrança e para tanto recebia uma remuneração pelos serviços prestados.

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31revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

o p i n i ão

Assim, desse relato podemos verificar que a prestação de serviço de gestão de negócios é outro ponto essencial na atividade atual do factoring. O factoring moderno consiste na prestação de serviço conjugado com a aquisição de direitos creditórios e surgiu nos Estados unidos em 1808, quando um próspero Factor que prestava serviços a algumas indústrias têxteis passou a comprar os direitos creditórios das vendas por elas efetuadas.

Percebe-se que, historicamente, o aspecto da prestação de serviços antecede o aspecto da compra de créditos, isto é, o factoring surgiu como um prestador de serviços a comerciantes e, na ampliação do leque de serviços oferecidos aos seus clientes e buscando fomentar seus negócios passou a possibilitar um adiantamento de suas vendas a prazo.

O factoring é um contrato originalmente de prestação de serviços ao qual se adicionou a função de fornecer recursos.

No Brasil, o factoring teve início em 1982, juntamente com a criação da ANFAC – Associação Nacional de Factoring, presidida desde a sua fundação pelo Sr. Luiz Lemos Leite, ex-diretor do Banco Central do Brasil. Tendo seu início como atividade regulamentada a participação de 11 empresas na associação.

A palavra factoring não teve uma tradução exata no Brasil, inicialmente foi proposta a denominação de “Faturização”. Porém, não se trata da melhor interpretação, já que esta denominação restringe o factoring ao seu aspecto de compra de faturamento de uma empresa, não levando em conta as demais faces de sua finalidade.

Criou-se então, juntamente com o

desenvolvimento do assunto, pela ANFAC, a expressão “Fomento Mercantil”, hoje consagrada por retratar todo o papel exercido pelas empresas de factoring.

CARACTERÍSTICAS

O contrato de factoring, ou Fomento Mercantil, no tocante à aquisição de créditos, é aquele pelo qual uma empresa (faturizadora) cede créditos decorrentes de sua atividade mercantil a outra empresa de factoring, que o adquire, mediante pagamento à vista, com uma margem de deságio, de onde tira sua remuneração, obrigando-se a cobrá-los na data ajustada.

Wald (1992) define o contrato de factoring da seguinte forma:

Consiste na aquisição, por uma empresa especializada, de créditos faturados por um comerciante ou industrial, sem o direito de regresso contra o mesmo. Assim, a empresa de factoring, ou seja, o factor, assume os riscos da cobrança e, eventualmente, da insolvência do devedor, recebendo uma comissão ou remuneração, ou fazendo a compra de créditos com redução em relação ao valor dos mesmos.

Em outras palavras, o contrato de factoring se dá entre duas empresas, onde uma tendo créditos a receber por um determinado prazo, mas necessitando de capital de giro, procura uma outra empresa, no caso uma factoring, para adiantar o recebimento de tais valores, sendo que esta última, ao adquirir os referidos créditos, pagá-os à vista, reserva uma remuneração para si. Possui evidentemente um caráter

especulativo, já que este é inerente à atividade comercial.

O contrato de Fomento Mercantil (factoring) pode ser classificado como bilateral, pois há dois pólos, duas partes convergentes para o mesmo fim, por isso consensual, com direitos e obrigações recíprocos, cumulativos, mediante remuneração, oneroso, por um serviço ou uma venda de forma continuada e personalíssima ou intuitu personae. Entretanto, segue-se um contrato comercial atípico, porém, com objeto próprio e características que o identificam como tal.

Trata-se de um contrato essencialmente comercial, já que ambos os pólos da relação são comerciantes e dessa atividade buscam sua subsistência. Sendo marcante e determinante o traço da interempresarialidade do factoring.

é uma atividade comercial que, mesmo sendo considerada atípica, muito se assemelha a outras, como por exemplo, a compra e venda mercantil. O operador de

“O contrato de factoring se dá entre duas empresas, onde uma tendo créditos a receber por um determinado prazo, mas necessitando de capital de giro, procura uma outra empresa, no caso uma factoring.”

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32 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

factoring dedica-se à compra de créditos advindos da atividade comercia de outras empresas, que, realizando negócios a prazo, mediante a emissão de duplicatas mercantis ou até mesmo proveniente de vendas com cheques pré-datados, fica com valores a receber. Porém, em face de necessidade de caixa busca sua transformação em liquidez sem precisar aguardar o prazo ajustado.

Este, pode-se dizer que é apenas um dos serviços oferecidos por uma factoring, talvez o de menor importância, já que o leque de serviços oferecidos por uma empresa de factoring é inesgotável, podendo abranger desde um simples aconselhamento até uma moderna e completa consultoria e assessoria empresarial, seguindo as novas tendências de parcerias prestadas pelo setor.

SERVIÇOS PRESTADOS PELAS EM-PRESAS DE FACTORING

Além do já conhecido serviço de compra de direitos creditícios, as empresas de factoring têm seu foco voltado para os seguintes e considerados mais importantes serviços:

Acompanhamento de contas a receber e a pagar;

Assessoria creditícia; Assessoria mercadológica; Avaliação de riscos; Gestão de créditos; Gestão empresarial ou gerencial; Seleção de créditos.Ainda quaisquer outros serviços que

vierem ser solicitados pela empresa-cliente, no sentido de auxilio à sua atividade. Atualmente as factoring estão avançando cada vez mais no sentido de fornecimento de subsídios aos seus clientes.

Cabe destacar que a prestação desses serviços deve ser conjugada com a compra “pró-soluto” de direitos creditícios resultantes das vendas mercantis, realizadas a prazo pela empresa-cliente, elemento essencial para configurar a atividade de uma empresa de factoring.

O QUE DIFERENCIA A FACTORING

DE UMA FINANCEIRA

As factoring têm sido alvo, principalmente pelos meios de comunicação, de informações vagas, superficiais, incorretas e até equivocadas com relação ao seu conceito, pois, constantemente, essa atividade é comparada precipitadamente como agiotagem.

Essa visão distorcida do real papel das factoring se deve muito porque as poucas instituições que se intitulam de operadoras de factoring estão na verdade realizando empréstimos, cobrando juros exorbitantes, dignos dos mais sórdidos dos agiotas.

Isso só vem macular a imagem desse segmento, que é visto até com certo preconceito pela sociedade. Factoring é uma atividade profissional e por profissionais deve ser exercida.

é importante destacar que só pode explorar a atividade de factoring uma pessoa jurídica sendo vetado seu exercício a pessoas físicas. Da mesma forma, não pode uma pessoa física negociar seus créditos junto a uma factoring, pois é um negócio substancialmente interempresarial, ou seja, praticado por e para empresas.

Erroneamente se usa a expressão factoring para denominar a compra de direitos creditícios de pessoas físicas, que na

grande maioria das vezes se trata de “troca” de cheques pós-datados, sendo tal atividade ilícita, integrante das operações tidas como agiotagem.

As operações praticadas pelas empresas de factoring têm características tipicamente mercantis e não financeiras, como, entre outras, aquelas passíveis de integrar a materialidade do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.

As empresas dedicadas ao factoring, e que legalmente assim se propõem, não possuem o caráter e nem a pretensão de atuarem como financeiras, pois em muito divergem suas operações do mútuo, por exemplo.

Equiparar as instituições de factoring às instituições financeiras é o mesmo que equiparar a esta o comerciante que vende a prazo seus produtos e serviços, visto que é na condição deste que a operadora de factoring se investe ao adquirir o direito das vendas mercantis, assumindo os riscos daí inerentes, exceção feita aos vícios redibitórios.

Tanto é que a Resolução do Conselho Monetário Nacional nº. 2.144/95 estabeleceu que qualquer operação realizada por empresa de fomento mercantil – factoring que não se enquadre no conceito legal e que caracterize operação privada de instituição financeira constitui ilícito administrativo e

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33revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

criminal. Bulgareli (1997) assim se pronuncia a

esse respeito:O factoring insere-se entre as novas

técnicas utilizadas modernamente na atividade econômica. Enquanto o leasing e a franchising, por exemplo, dizem respeito a técnicas de comercialização, o factoring liga-se a necessidade de reposição de capital de giro nas empresas, geralmente nas pequenas e médias.

O factoring é considerado uma atividade mista porque reúne aspectos de várias espécies de negócios, embasados tanto nos institutos do Direito Comercial como do Direito Civil.

Os artigos de 191 a 220 do Código Comercial Brasileiro disciplina as operações de factoring. Entre outros pontos, destacam-se os seguintes:

A empresa faturizada literalmente vende seus créditos a faturizadora, e esta o adquire, pagando-os à vista, passando a ser a legitima detentora do título, sendo quem pode exigi-lo judicial ou extrajudicialmente;

É vetado o direito de regresso da factoring contra a empresa que lhe cedeu os créditos, em caso de inadimplência do devedor. O risco assumido do pagamento de terceiros é inerente a esta atividade. Porém responde a faturizada em caso de inexistência, nulidade ou vicio de crédito, que lhe impossibilite o pagamento;

Os títulos são adquiridos sem que remanesça, em favor da adquirente (factor), direito de regresso contra o sacador ou garantias inerentes ao endosso ou aval.

Assim, fica claro que as operações de factoring tratam-se de operações de compra e venda de créditos mercantis, realizadas a vista, em dinheiro, entre duas empresas (pessoas jurídicas).

Já na operação financeira, quer os títulos permaneçam em caução em mãos da instituição bancaria para garantia do empréstimo concedido, quer seja objeto de desconto, permanece a instituição financeira com o direito de regresso ou com as garantias decorrentes do aval ou endosso contra o sacador do título, que continua responsável pela liquidação do empréstimo tomado.

No factoring não é permitido o direito

de regresso, e isto é da sua essência. Conforme resume de forma incisiva Markusons (1997) essa peculiaridade: “assim, no contrato de factoring vigora a regra: quem adquiriu o ativo, adquiriu o risco”.

As instituições financeiras não compram direitos crediticios, ou seja, os direitos oriundos de vendas mercantis; nem presta os serviços não - c red i t í c i o s inerentes ao fomento mercantil; as instituições financeiras fazem a captação dos recursos públicos e os empresta.

As instituições financeiras e as sociedades de fomento mercantil (factors) têm suas áreas de atuação delimitadas por normas legais e administrativas, com sua clientela ocupando nichos próprios do mercado que não se confundem.

Entretanto, pessoas desavisadas, que ignoram os fundamentos do fomento mercantil, à primeira vista, julgam-no concorrentes de instituições financeiras. Na verdade, são atividades que se completam ou se complementam. As instituições financeiras, principalmente os bancos, inteligentemente já entenderam o que é fomento mercantil e entendem como importante nicho de mercado a explorar para obter redução de seus custos, para operar com riscos praticamente inexistentes, já que a factoring, na qualidade de detentora de créditos, é que pode perder com seu não pagamento. é mais uma aplicação do principio obrigacional “resperit domino”. Como o proprietário do direito é a empresa de fomento, ela é quem sofre com a inadimplência do devedor.

A grande prova de que o factoring configura prestação de serviços é o fato

das empresas de fomento mercantil serem contribuintes do Imposto sobre Serviços – ISS, sendo esse mais um fator de diferenciação em relação às instituições financeiras que não contribuem com tal tributo e sim com o Imposto sobre Operações Financeiras – IOF não incidente nas operações de factoring.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As sociedades de Fomento Mercantil, profissionalmente administradas, asseguram excelente margem de rentabilidade aos titulares, prestam inegáveis serviços às micros, pequenas e médias empresas, assessorando-as nas atividades comerciais e financeiras, na avaliação de riscos, no acompanhamento de contas a receber e a pagar, na administração do fluxo de caixa, no orçamento de custos, na análise de novos produtos, no desenvolvimento mercadológico e no acompanhamento dos compradores finais, que são os devedores da operação.

Firmada a parceria entre a empresa faturizada e a factoring, o empresário poderá dedicar-se a produzir e vender seus produtos e/ou serviços. Tendo o assessoramento

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34 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

necessário para melhor gestão empresarial, reduzindo seus custos e podendo expandir seus negócios, tornando-se competitiva no mercado e reduzindo consideravelmente seu endividamento.

Conclui-se que as empresas de factoring não têm vinculação com o Sistema Financeiro, apesar da proximidade com o instituto do desconto bancário. E por isso está impedida de exercer atividades próprias das instituições financeiras, tais como bancos, seguradoras e etc, aquelas dispostas na Lei nº 4595/64 e de acordo com a definição da Lei 8981/95.

A empresa de factoring tem caráter mercantil (ou comercial), bastando a inscrição dos seus estatutos na Junta Comercial e alvará de funcionamento junto ao Município.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BuLGARELI, Waldirio. Contratos

Constantino de Gaspari Gonçalves

Professor do Departamento de Ciências Contábeis – Fundação

FAFIMAN;Mestre em Contabilidade e Controladoria – UNOPAR;

Doutor em Ciências Empresariais - UMSA

mercantis. São Paulo: Atlas, 1997.CÓDIGO TRIBuTáRIO NACIONAL. São

Paulo: Atlas.CONSTITuIçãO DA REPuBLICA

FEDERATIVA DO BRASIL de 1988.FEDERAçãO BRASILEIRA DE FACTORING

– FEBRAFAC – SISTEMA FEBRAFAC/ANFAC. São Paulo.

PEDROSO, Antenógines Leonel, GONçALVES, Constantino de Gaspari. O factoring como ferramenta de fomento as exportações. Apucarana: Fecea, 2004 (monografía)

LEITE, Luiz Lemos. Fundamentos básicos de factoring. São Paulo: ANFAC, 1997

MARkuSONS, Luiz Alexandre. Factoring – teoria – prática – legislação. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 1997.

WALD, Arnoldo. Curso de direito civil. vol 2. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1992

Constantino de Gaspari GonçalvesProfessor do Departamento de Ciências

Contábeis – Fundação FAFIMAN;Mestre em Contabilidade e Controladoria

– uNOPAR;Doutor em Ciências Empresariais -

uMSA

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36 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

A IMUNIDADE RECÍPROCA OU HETERô-NOMA

A questão das imunidades tributárias prevista pela Constituição Federal é um assunto um tanto quanto intrincado, haja vista a atual conjuntura econômica pelo qual atravessa a insípida República Federativa do Brasil, pós Carta Magna de 1988.

Considerando-se que os governos em todas as esferas estimulam maior aumento na arrecadação tributária, e que esta atividade está subordinada ao

poder Executivo, o qual está mais preocupado na obtenção de recordes de arrecadação do que com a aplicação correta dos recursos públicos, prevista em nossa Constituição.

é que o art. 150, VI, “a” da CF, assim expressa:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à união, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

...VI – instituir impostos sobre:a) Patrimônio, renda ou serviços, uns dos

outros;

Trata-se da chamada imunidade recíproca, ou heterônoma, entre os entes políticos da República Federativa do Brasil, eis que não poderão cobrar impostos uns dos outros, ou seja, a união não tributará aos Estados e aos Municípios, estes entre si e a união, tendo como objetivo a preservação das unidades integrantes da Federação.

Ao comentar o referido artigo, Leandro Pauslen1

diz que o STF entende que não se restringe aos vocábulos ‘patrimônio’, sobre a ‘renda’ ou sobre ‘serviços’, mas a toda a imposição tributária, a título de impostos, que possa comprometer o patrimônio, a renda e os serviços do ente imune.

Por este prisma, poder-se-ia questionar a validade de imposição de multa aplicada pela união aos Estados membros, relativamente ao Estado do Paraná, recentemente fora autuado pela união em

AS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS E A QUESTÃO DO LIVRO

ELETRÔNICOARIOVALDO CANEpA CABREIRA

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37revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

ARIOVALDO CANEpA CABREIRA

razão dos títulos podres do extinto Banco Banestado.

Contudo, deixando de lado a questão política, em sua obra Paulsen registra o pensamento de Sacha Calmon Navarro Coelho2, “o que importa é preservar o ‘patrimônio’ e a ‘renda’ das pessoas políticas e de suas autarquias do ataque de quaisquer impostos”.

Por outro lado, há jurisprudências em sentido de que não se pode estender a interpretação da expressão patrimônio, rendas ou serviços, conforme os acórdãos, abaixo:

Cuidando-se de importação de equipamentos hospitalares, por instituição dita de assistência social, com incidência de ICMS, não há como se admitir a ocorrência de imunidade tributária, porque fora da abrangência do art. 150, VI, c, e 4°, da Constituição Federal. Apelação provida e

reexame necessário prejudicado” (TJRS, 1ª Câm. Cível, AC 59858369-8, rel. Dês. Leo Lima, set/99).

A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal de 1988, não alcança o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – vez que a referida imunidade se dá somente nas hipóteses de tributação sobre o patrimônio, a renda e os serviços das entidades ali mencionadas. (TRF4, Primeira Seção, maioria, EIAC 1998.04.01.020758-5/RS, rel. Desª. Fed. Maria Lúcia Luz Leiria, mai/02.).

Entretanto, Roque Antonio Carrazza3

ensina:A nosso ver, o princípio da imunidade

recíproca alcança as pessoas políticas (imunidade subjetiva) e os serviços e atos de polícia de que são titulares (imunidade objetiva)... De conseqüência, são imunes a

impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços diretamente relacionados com suas finalidades essenciais (cf. o art. 150, VI, “a”, e § 3°, da CF). Os ganhos (receitas) que obtêm com o exercício do poder de polícia ou com a prestação de serviços públicos não podem ser tributados por meio de impostos (ou de contribuições que revistam esta característica). Tais ganhos são objetivamente imunes.

Diante da premissa maior, ou seja, pela manutenção da autonomia dos entes políticos da República Federativa do Brasil, e consubstanciada pelos ilustres doutrinadores conclui-se que é possível estender-se as expressões ‘patrimônio’, ‘renda’ e ‘serviços’, contidas no art. 150, VI, “a” da CF, a todas as atividades previstas na lei, na mesma linha do art. 14 do CTN, atendidos os requisitos legais a imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “c” da CF.

A IMUNIDADE DOS LIVROS ELE-TRôNICOS

A imunidade prevista no art. 150, VI, “d” da Constituição Federal, assim expressa:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à união, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

...VI – instituir impostos sobre:...d) livros, jornais, periódicos e o papel

destinado a sua impressão.A doutrina interpreta o vocábulo livro,

como sendo de natureza como um meio de transmissão de idéias, portanto nos termos da Constituição Federal é livre a expressão do pensamento, então o que se visa com a imunidade é a liberdade de pensamento, e não o meio físico onde tais idéias e

1 PAuLSEN. Leandro, Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência, 9.ed.rev.atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado:ESMAFE, 2007,

p.240.

2 Apud. COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito tributário brasileiro, 3ª edição. Forense, 1999, p. 259 e 264.

3 CARRAZZA, Antonio Roque. Curso de direito constitucional tributário, 22ª edição, rev.ampl. e atual. Até EC.52/2006, Malheiros, 2006, p.709-710.

4 Idem, p.254.

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38 revista do CRCPR - Ano 32 - no 148 - 2o Quadrimestre de 2007

pensamentos são escritos. A esse respeito ensina o Professor

Eduardo Sabbag: “o suporte material é irrelevante”, no entanto, para Ricardo Lobo Torres o suporte físico deverá ser o impresso em papel e a finalidade espiritual de criação de bem cultural educativo.

A jurisprudência firmou entendimento quanto aos livros eletrônicos, ou escritos em suporte de meio magnético, tais como CD-ROM, disquetes, vejamos:

IMuNIDADE. LIVROS. QuICkITIONARY. CF/88, ART.150, INC. VI, ALÍNEA D. (TRF4, 2ª T., um., MAS 2000.70.00.002338-5/PR, rel. Juiz Vilson Darós, ago/01).

De outro modo, Paulsen5 “entende que a imunidade aplicar-se-ia tão somente a livros, jornais e periódicos impressos em papel, não abrangendo, pois, outros meios de transmissão de informação.”

Entretanto, se fizermos uma interpretação do art. 150,VI, “d” da CF/88, apenas e tão-somente pelo método gramatical, certamente que não se alcançaria o entendimento esposado, por certo que o constituinte originário pretendeu dar um alcance e compreensão que os livros imunes a tributação, não somente em seu suporte físico, mas como forma de manifestação do pensamento e idéias.

Portanto, a norma constitucional de imunidade tributária interpreta-se para alcançar também os livros eletrônicos, pois o que se pretende imunizar não é o meio físico em que as idéias e pensamentos são escritos, mas qualquer suporte físico em que estejam gravados, nos termos do art. 5°, § 2° da CF/88.

Ariovaldo Canepa CabreiraAdvogado e contabilista em Curitiba, graduado em Direito pela UniBrasil, pós-graduando em direito tributário

na Unisul/LFG.

BIBLIOGRAFIA

PAuLSEN. Leandro, Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência, 9.ed.rev.atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado:ESMAFE, 2007, p.240.

CARRAZZA, Antonio Roque. Curso de direito constitucional tributário, 22ª edição, rev.ampl. e atual. Até EC.52/2006, Malheiros, 2006, p.709-710.

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RESUMO

Diante da necessidade de preservar e manter o ambiente natural, as empresas passaram a interagir proativamente com o meio ambiente. Através de ações social-mente responsáveis foi possível verificar a mudança por parte das empresas nas questões ambientais. Por causa desses motivos, a Contabilidade se deparou com a necessidade de reconhecer os investimen-tos em eventos ambientais, e para isso foi preciso inserir na contabilidade a variável ambiental. O plano de contas foi implemen-tado com contas de ativo, passivo, receitas e despesas ambientais tais como: auditoria ambiental, venda de resíduos reciclados e redução de matéria-prima, água ou energia.

PALAVRAS CHAVES: receita ambien-tal, despesa ambiental, investimentos em eventos ambientais, responsabilidade social, Contabilidade Ambiental.

Contabilidade Ambiental

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O passaporte para a competitividade

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INTRODUÇÃO

Em tempos de globalização e estudo da economia brasileira verifica-se a crescente preocupação com a responsabilidade social nas empresas. Em virtude dessa mudança de foco, que a partir da década de 90 passou a interagir mais com o ambiente externo, necessitou-se mudar a maneira de pensar e agir para atender as necessidades de seus clientes e fornecedores. O que antes era um produto ou serviço exclusivo passou a ser apenas mais um produto ou serviço, com diversos substitutos ou, no caso dos serviços, profissionais cada vez mais qualificados. E, para mudar esse cenário, as empresas passaram a preocupar-se em agregar maior valor ao produto ou serviço para poder, novamente, ter o consumidor comprando. Estamos vivendo em um mer-cado que, a cada dia que passa, torna-se mais difícil manter a fidelidade do cliente. Diante desse fato, as empresas têm voltado sua visão para problemas que vão além das considerações meramente econômicas, atingindo um aspecto muito mais amplo, envolvendo preocupações de caráter políti-co-social, tais como proteção ao consumi-dor, assistência médica e social, defesa de grupos minoritários, controle da poluição, segurança e qualidade de produtos.

A partir desses acontecimentos, a Contabilidade passou a introduzir em seus procedimentos a contabilização dos fatos sócio-ambientais para que houvesse regis-tros e pudesse gerar informações de quanto e como as empresas utilizam seus recursos financeiros. Entretanto existem muitas controvérsias sobre as empresas investirem ou não seus recursos financeiros em ações

sociais, haja vista que se defendem dizendo que pagam impostos, geram empregos e muitas dessas empresas brasileiras estão com dificuldades financeiras e por isso não investem em ações sociais.

Outro ponto importante a ser men-cionado é que as empresas podem ser socialmente responsáveis somente preserv-ando os recursos naturais utilizados em seu processo produtivo como: reciclando seus lixos, não poluindo a água ou não contami-nando o ar. Todas essas ações colaboram

“Outro ponto importante a ser mencionado é que as empresas podem ser socialmente responsáveis somente preservando os recursos naturais utilizados em seu processo produtivo como: reciclando seus lixos, não poluindo a água ou não contaminando o ar. ”

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socialmente para um desenvolvimento sustentável que contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

A partir de tais premissas, o objetivo desta pesquisa consiste em demonstrar como são registrados contabilmente os fatos sócio-ambientais, como forma de difundir essa prática ainda pouco utilizada nas em-presas brasileiras.

Este trabalho visa verificar e levantar se os fatos ambientais são reconhecidos e contabilizados de forma a atender a neces-sidade da gestão ambiental das empresas.

Para alcançar este objetivo tornou-se necessário também: conceituar contabi-lidade ambiental, bem como a receita e despesa ambiental, examinar a forma de divulgação e classificação e averiguar os mecanismos de prevenção ambiental como a redução da emissão de resíduos no meio ambiente.

O levantamento destas informações foi necessário para que a realidade das empre-sas pesquisadas fosse conhecida.

A pesquisa se caracterizou por uma pesquisa exploratória. Os dados das em-presas pesquisadas foram coletados a partir de pesquisa bibliográfica junto à internet, legislações, livros e artigos publicados bus-cando informações quantitativas e qualitati-vas. Quanto ao objetivo da pesquisa, esta se configura como descritiva que, segundo An-drade (1999: 17), busca observar, registrar,

analisar e interpretar os fatos sem que haja interferência do pesquisador sobre eles.

DEFINIÇÕES DE MEIO AMBIENTE

No momento em que a definição não é distinta, entre autores, a interpretação de cada pessoa é que torna esse conceito abrangente. O primeiro entendimento está diretamente ligado à natureza. Porém, pode-se entender o meio ambiente sendo

o lugar onde as pessoas trabalham, o meio ambiente de trabalho, por exemplo.

De acordo com a Lei nº. 6.938 de 31 de Agosto de 1981 que dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, em seu artigo 3º, inciso I, “entende-se por meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

“Meio ambiente também pode ser definido como o conjunto de elementos

A poluição por lixo é apontada como um dos diversos problemas ambientais que causam grande impacto ao meio ambiente

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bióticos (organismos vivos) e abióticos (energia solar, solo, água e ar) que inte-gram a camada da Terra chamada biosfera, sustentáculo e lar dos seres vivos”. (Tinoco, kraemer, 2004:35)

Para que o conceito abranja o tema de pesquisa, meio ambiente é definido como sendo o lugar, espaço ou recinto que cerca ou envolve os seres vivos e/ou as coisas.

CONSEQÜÊNCIAS AMBIENTAIS

Dentre os diversos problemas ambien-tais que causam grandes impactos ao meio ambiente podem-se mencionar os eventos citados pelos autores Tinoco e kraemer (2004), Ribeiro (2005), Paiva (2003) e Tachizawa (2004):

- Poluição do ar;- Poluição da água;- Poluição por lixo perigoso e sólido; e,- Poluição sonora e visual.

A PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL

As discussões acerca da preservação, controle e manutenção do meio ambiente são freqüentes e preocupantes em todo o mundo. A todo momento podem-se ob-servar campanhas publicitárias noticiando a preocupação em relação à escassez e desperdício de recursos naturais e também a preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores.

De acordo com Tinoco (2004: 45), a excessiva degradação do meio ambiente e a redução dos recursos naturais têm chamado a atenção em todo o mundo, e com isso o meio ambiente vem atraindo cada vez mais atenção e interesse.

Para Zulauf (1994:136), o meio ambi-ente é um tema cósmico, supranacional, atual e desafiante; sua proteção somente se efetivará se houver profundas modificações comportamentais, portanto culturais, em todas as sociedades e se esta ação ocor-rer simultaneamente em todas as latitudes e longitudes do planeta. Esta dimensão

holística obriga os povos e seus governos a pensar e planejar globalmente e a agir local e disseminadamente.

A preocupação com meio ambiente também atinge o meio acadêmico, que por meio de pesquisas, procura estudar e avaliar as conseqüências dos danos ambientais, a fim de buscar soluções para que as empresas e a sociedade possam ter um desenvolvimento com práticas auto-sustentáveis.

O DIREITO E A LEGISLAÇÃO AM-BIENTAL

As leis e os regulamentos ambientais no Brasil estabelecem restrições e proibições relativas a derramamentos e descargas ou emissões de produtos perigosos. Além disso, as operações e empreendimentos que produzem expressivos impactos ambien-tais exigem avaliações e procedimentos de licenciamentos federais e estaduais.

No Brasil, existem várias normas que

“As leis e os regulamentos ambientais no Brasil estabelecem restrições e proibições relativas a derramamentos e descargas ou emissões de produtos perigosos.”

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versam sobre o meio ambiente e sua preservação, dentre elas pode-se citar as seguintes:

- Constituição Federal: Capítulo VI, ar-tigo 235, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente;

- Lei 6.938 de 31/08/1981 dispõe sobre a política, seus fins e mecanismos de formu-lação e aplicação;

- Resolução CONAMA nº. 237 de 19/12/1997 dispõe sobre o licenciamento ambiental;

- Resolução CONAMA nº. 01 de 23/01/1986 dispõe sobre a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de impacto Ambiental – RIMA;

- Lei de Crimes Ambientais nº. 9.605 de 12/02/1998 dispõem sobre as sanções pen-ais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

Existem outras normas estabelecidas pelos Estados para o controle e manutenção do meio ambiente e também normas como a ISO 14000 que dá tratamento diferen-ciado àqueles que tiverem implantado Sistemas de Gestão Ambiental.

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIEN-TAL – RIMA

Em virtude do aumento desordenado da população e da velocidade dos avanços tecnológicos das últimas décadas, o meio ambiente sofreu grandes impactos ambi-entais principalmente nas regiões onde as concentrações demográfica são maiores.

A definição jurídica de impacto ambi-ental no Brasil vem expressa no art. 1º da Resolução nº. 1, de 23-1-1986, do Consel-ho Nacional do Meio Ambiente CONAMA,

nos seguintes termos:“Considera-se impacto ambiental

qualquer alteração das propriedades físicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma ou matéria ou energia resultante das atividades humanas, que di-reta ou indiretamente, afetam-se: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio am-biente e a qualidade dos recursos naturais”.

Segundo Tinoco e kraemer (2004: 112), o que caracteriza impacto ambiental não é qualquer alteração nas propriedades do ambiente, mas as alterações que provo-quem o desequilíbrio das relações constitu-tivas do ambiente, tais como as alterações que excedam a capacidade de absorção do ambiente considerado.

Existem vários procedimentos obrigatórios que as empresas devem

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cumprir antes do início das atividades operacionais dentre eles o EIA – Estudo de Impacto Ambiental, RIMA – Relatório de Impacto Ambiental e a AIA – Avaliação do Impacto Ambiental e todos estes pro-cedimentos estão atrelados inicialmente às exigências estabelecidas por órgãos finan-ciadores, como o Banco Mundial e o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento.

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

A Lei nº. 9.605 de 12/02/1998 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, considera crimes am-bientais sujeitos a penalidade os seguintes fatos:

- Crimes contra a fauna: matar, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silves-tre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente;

- Crimes contra a flora: destruir ou dan-ificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção;

- Poluição e outros crimes ambientais: causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização ou em desacordo com a obtida;

- Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: destruir, inutili-zar ou deteriorar bem, arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar, alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turís-tico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial.

Todos esses crimes são punidos de acordo com sua gravidade e incidência,

sob pena de multa, detenção ou reclusão.3.3 LEGISLAçÕES ESTADuAISAs legislações estaduais exercem um

papel fundamental para o desenvolvimen-to sustentável de cada região, pois através das secretarias de Meio Ambiente de cada Estado é possível autorizar, licenciar, fis-calizar e controlar a utilização dos recursos naturais.

CONTABILIZAÇÃO DE EVENTOS AMBIENTAIS

Esse tópico demonstra a forma ad-equada de registrar os eventos ambientais e o modo que devem ser evidenciados nas demonstrações contábeis.

CARACTERIZAÇÃO DE EVENTOS AMBIENTAIS

Percebe-se que a Contabilidade Am-

biental é pouco utilizada nas empresas, mesmo em se tratando de contexto mun-dial. Entretanto, uma significativa parcela da classe contábil e gestores empresariais da atualidade têm considerado as questões ambientais, ecológicas e sociais nos siste-mas de gestão o que leva ao reconheci-mento de uma Contabilidade Ambiental.

Segundo Tinoco e kraemer apud Ber-gami Jr (1999: 63),

“[...] a Contabilidade financeira ambiental tem o objetivo de registrar as transações da empresa que impactam o meio ambiente e os efeitos das mesmas que afetam, ou deveriam afetar, a posição econômica e financeira dos negócios da empresa, devendo assegurar que:

a) os custos, os ativos e os passivos am-bientais estejam contabilizados de acordo com os princípios fundamentais da Conta-bilidade ou, na sua essência, com práticas contábeis geralmente aceitas; e,

b) o desempenho ambiental tenha ampla transparência de que os usuários da informação contábil necessitam.”

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Tinoco e Kraemer (2004: 64) afirmam que “essa contabilidade é mais ambiciosa que a contabilidade tradicional, visto buscar as extremidades negativas e reg-istrar, avaliar e divulgar todos os eventos ambientais”.

No contexto eles consideram eventos e impactos ambientais aqueles relacionados a atividades de diversos setores:

“[...] que afetam o patrimônio e a continuidade das empresas, a qualidade de vida das pessoas, da fauna, da flora, dos rios e mares e que, por isso mesmo pre-cisam ser objeto de registro, acumulação, mensuração, avaliação e divulgação pela contabilidade empresarial.” (2004; 61)

Em suma, os eventos ambientais devem ser analisados antecipadamente para que sejam lançados corretamente na conta-bilidade caracterizando desse modo uma receita ou despesa ambiental.

DIVULGAÇÃO DE EVENTOS AM-BIENTAIS NO BRASIL

No Brasil a divulgação de eventos ambientais ainda é pouco difundida entre as empresas e pelos profissionais da área contábil. Nos últimos anos o meio acadêmico tem efetuado pesquisas e divulgação de textos nos meios de comuni-cação para que se crie a cultura de controle e manutenção ao meio ambiente. Essa preocupação também atinge as instituições governamentais e não-governamentais que promovem campanhas educativas para que as empresas e a sociedade tenham atitudes preventivas em relação à utilização dos recursos naturais, evitando deste modo sua escassez.

Segundo Paiva (2004: 55):“[...] cabe à Contabilidade o papel

de reportar as atividades da empresa por meio dos demonstrativos publicados, relatando inclusive os principais fatos não evidenciáveis nos demonstrativos tradicion-ais. Para tal, pode lançar mão de veículos de comunicação, como notas explicativas,

relatório da administração, ou fazer uso de recursos, como gráficos, tabelas e outros instrumentos que se fizerem necessários [...].”

A Contabilidade tem o dever de regis-trar todos os fatos que causam dispêndio financeiro da empresa e evidenciá-los de modo a atender as exigências dos gestores. A sociedade que cada vez mais se preocupa com a maneira que as empresas desenvolvem seus processos produtivos, a fim de coibi-los caso estes processos causem impactos ambientais.

PLANO DE CONTAS AMBIENTAIS

O plano de contas das empresas que necessitam registrar e mensurar eventos ambientais tem que se adequar a tal finali-dade de modo a permitir a elaboração de relatórios gerenciais e que seja claro e obje-tivo para atender aos usuários externos.

Verifica-se no plano de contas ambi-ental que para todas as contas sintéticas existe um grupo de contas analíticas que se destinam a registrar os eventos rela-cionados ao meio ambiente e percebe-se também a existência de provisões para possíveis danos ambientais. Essas provisões demonstram os possíveis riscos para a empresa e deste modo é possível dar uma visão ampla para os gestores e investi-dores analisarem e planejarem futuros investimentos visando o desenvolvimento sustentável.

GASTOS E CUSTOS AMBIENTAIS

A responsabilidade da Contabilidade com a questão ambiental pode surgir com o simples registro de gastos com insumos para eliminar/reduzir pequenos focos am-bientais prejudiciais no ambiente empre-sarial, ou, ainda com aquisições de filtros, por exemplo, para coibir emissões de poe-ira e outros tipos de poluição ambiental.

Segundo Tinoco e kraemer (2004: 167) o envolvimento da Contabilidade pode

ocorrer com:“[...] o reconhecimento que uma

empresa tem de problemas ambientais que precisam ser revertidos, ou seja, ela gera Valor Adicionado Negativo que se refere ao montante de gastos que as empresas devem realizar para recuperar o meio ambiente que elas degradam. Diante disso, deve-se criar provisões ambientais através de lançamentos contábeis em que se lança a débito uma conta de despesa ambiental e a crédito uma conta de provisão para restauração ambiental”.

Para Paiva (2000: 25), “gastos podem ser classificados de duas formas – os que se destinarão e os que não se destinarão à geração de receitas”.

Os gastos destinados a gerar receitas podem ser divididos em gastos ativados e não ativados. Paiva apud Horngren, Foster e Datar (2003) define da seguinte forma:

“Gastos ativados – primeiramente registrados como ativos. Parte-se do pres-suposto de que esses gastos trarão benefíci-os futuros para a empresa [...] Estes gastos são transferidos para despesa à medida que seus benefícios ocorrem. A exemplo disso temos a aquisição de estoques de matéria-prima e equipamentos.

Gastos não ativados – são registrados como despesa do período no qual são incorridos. Como por exemplo, os salários da administração e aluguel.

Os custos ambientais classificam-se em externos e internos. Os custos externos po-dem incorrer como resultado da produção ou existência da empresa e incluem danos que são pagos a outros como conseqüên-cia de eventos ambientais, ou seja, danos na propriedade de outros ou danos aos recursos naturais.

Os custos internos são os relacionados diretamente com a linha de frente da empresa e incluem os custos de prevenção ou manutenção.

ATIVOS AMBIENTAIS

Os Ativos Ambientais são os bens ad-quiridos pela companhia com a finalidade

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de controlar, preservar e recuperar o meio ambiente.

As características dos ativos ambientais são diferentes de uma organização para outra, pois a diferença entre os vários proc-essos operacionais das distintas atividades econômicas deve compreender todos os bens utilizados no processo de proteção, controle, conservação e preservação do meio ambiente.

De acordo com a ONu – Organiza-ção das Nações unidas (1997), os gastos realizados com a intenção de prevenção ou redução de danos ambientais futuros ou conservação de recursos podem ser clas-sificados como Imobilizados quando:

- estiverem relacionados com anteci-pação de benefícios ambientais, extensão da vida útil dos ativos, aumento de capaci-dade, melhoria de segurança e eficiência dos ativos da organização;

- propiciarem a redução ou prevenção de contaminação ambiental que possa ocorrer como resultado de operações futuras.

São ativos ambientais todos os bens e direitos destinados ou provenientes da atividade de gerenciamento ambiental, podendo estar na forma de capital circu-lante ou capital fixo.

PASSIVO AMBIENTAL

As empresas muitas vezes utilizam recursos naturais em seu processo opera-cional e nem sabem que precisam regis-trar contabilmente como contingências ambientais.

Tinoco e kraemer (2004: 178) diz que os passivos ambientais normalmente são “contingências formadas em longo período e surgem da posse e do uso de uma mina, uma siderúrgica, ou um lago, rio, mar e de uma série de espaços que compõem nosso meio ambiente”.

Em virtude do longo período que as empresas utilizaram os recursos naturais, sem a devida contabilização, fica cada vez mais difícil o reconhecimento por parte das empresas do passivo ambiental, pois reflete negativamente em suas demon-

strações econômico-financeiras. Uma vez que o seu reconhecimento pode causar a descontinuidade da operação e até mesmo penalidades de órgãos responsáveis pelo licenciamento e fiscalização.

Segundo Tinoco e kraemer apud Ribeiro e Gratão (2004: 178):

“[...] os passivos ambientais decorrem de conotação negativa como no caso de empresas que por longo tempo agrediram o meio ambiente e devem ressarcir com quantias vultosas a título de indeniza-ções ou multas, mas decorre também de conotação altamente positiva oriunda de atitudes responsáveis, onde empresas con-scientes aplicam um sistema de gerencia-mento ambiental”.

DESPESAS DE NATUREZA AMBIEN-TAL

De acordo com Tinoco e kraemer (2004: 186) consideram-se despesas am-bientais das empresas em seus processos produtivos os eventos a seguir:

“- ocasionadas pela prevenção de con-taminação relacionada com as atividades operacionais atuais;

- tratamento de resíduos e vertidos;- tratamento de emissões;- descontaminação;

- restauração;- materiais auxiliares e de manutenção

de serviços;- depreciação de equipamentos;- exaustões ambientais;- pessoal envolvido na produção;- gestão do meio ambiente;- investigação e desenvolvimento;- desenvolvimento de tecnologias mais

limpas;- auditoria ambiental”.

Constata-se que as despesas de natureza ambiental são principalmente despesas com a prevenção ou adequação do processo produtivo para atender as exigências legais e sociais.

Acerca da identificação das despesas ambientais, o Grupo de Trabalho de Peritos das Nações unidas (2001) relata que antes de se tornarem resíduos e emissões, geran-do, por conseguinte, despesas, os materiais que empresas poluentes utilizam foram:

“- comprados (valor de compra);- transportados, manuseados e esto-

cados (custos em gestão dos estoques, manuseio e transporte);

- processados em várias fases de fabricação (depreciação do equipamento, tempo de trabalho, transformação de matérias-primas em secundárias, custo de financiamento etc.);

A descontaminação é um dos processos enquadrados como despesa de natureza ambiental

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- recolhidos como desperdício, resíduos etc., selecionados, transportados, tratados, transportadas, estocados, de novo trans-portados; e, finalmente,

- deitados fora (gastos e taxas com deposição)”.

RECEITA AMBIENTAL

De acordo com Tinoco e kraemer (2004: 187), as receitas ambientais decor-rem de:

“- prestação de serviços especializados em gestão ambiental;

- venda de produtos elaborados de sobras de insumos do processo produtivo;

- venda de produtos reciclados;- receita de aproveitamento de gases e

calor;- redução do consumo de matérias-

primas;- redução do consumo de energia;- redução do consumo de água;- participação no faturamento total da

empresa que se reconhece como sendo devida a sua atuação responsável com o meio ambiente.”

Verifica-se que as receitas ambientais derivam de atitudes socialmente respon-sáveis como o aproveitamento ou venda de produtos reciclados. Atitudes como estas passaram a fazer parte do cotidiano das empresas para que seja possível conter o desperdiço dos recursos naturais ainda disponíveis.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO BRASIL

O artigo 176 da Lei nº. 6.407/76, Lei das Sociedades por Ações, estabelece que ao final de cada exercício social deverão ser elaboradas demonstrações financeiras que demonstrem com clareza a situação e as modificações ocorridas no exercício do patrimônio nas entidades, tais como: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração das Origens e Aplicações

de Recursos, e complementadas por notas explicativas.

Segundo Tinoco e kraemer (2004: 191),

“O Ativo representa aplicações de recursos na empresa, assim como inves-timentos em estoques, em clientes, em máquinas, equipamentos, estudos de viabi-lidade econômica de gestão ambiental que vise à realização da produção de bens e serviços para serem comercializados e que maximizem lucros para os acionistas.

O passivo representa a origem dos recursos tais como sua procedência, que pode ser de um financiamento obtido junto a terceiros, junto ao sistema finan-ceiro, de capital próprio, proveniente dos acionistas ou dos lucros gerados”.

As demonstrações divulgadas pelas em-presas no Brasil atualmente não atendem aos requisitos do que tange a evidenciação de eventos ambientais como deveria.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

O conceito de responsabilidade social ou sustentabilidade corporativa começou a surgir com força no Brasil durante a década de 90.

Há muitas explicações divergentes so-bre o que o termo responsabilidade social

signifique. Entretanto, na sua essência, Megginson, Mosley et al (1998; 93) dizem que:

“[...] representa a obrigação da admin-istração de estabelecer diretrizes, tomar decisões e seguir rumos de ações que são importantes em termos de valores da sociedade. Outros termos que também são usados, mas têm o mesmo sentido, são: ação social, relações públicas, atividades comunitárias, desafios e preocupação social”.

Existe uma grande diferença entre agir legalmente e agir com responsabilidade social e ética. Porém, apesar das diferentes denominações, a maioria dos administra-dores parece ter aceitado essa responsa-bilidade em relação à sociedade. Muitas empresas estabeleceram comissões, cargos especiais ou departamentos com essa finalidade.

ÁREAS DE PREOCUPAÇÃO SOCIAL

Existem várias áreas importantes de preocupação social que têm atraído a atenção das empresas desde os anos de 1970 e que continuarão a fazê-lo. Essas áreas são: a poluição do ar, da água e dos resíduos tóxicos; a poluição sonora e visual; a responsabilidade para com as minorias

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e a segurança dos funcionários. Tais áreas são importantes para todas as empresas, mesmo que elas assumam somente a abordagem da obrigação social para a responsabilidade social. Cada uma dessas áreas trás em si uma obrigação legal que deve ser seguida.

DIVULGAÇÃO E TRANSPARÊN-CIA DE INFORMAÇÕES AMBIEN-TAIS

A finalidade desse capítulo reside na importância de se aprimorar e divulgar as informações sócio-ambientais. Essa prática ainda está em sua fase primária e, somente através de imposição da obrigatoriedade por parte do governo, informações sobre a responsabilidade social praticada pelas empresas serão prestadas à sociedade e aos investi-dores.

A ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

A preocupação com princípios éticos, valores morais é um conceito abrangente de cultura necessário para que se estabeleçam critérios e parâmet-ros adequados para atividades empre-sariais socialmente responsáveis.

Segundo Ashley, Queiroz et al (2005; 5) responsabilidades éticas cor-respondem:

“[...] às atividades, práticas, políti-cas e comportamentos esperados pela sociedade, apesar de não codificadas em lei. Tal responsabilidade envolve uma série de normas e padrões visando atender aos diversos públicos com os quais a empresa se relaciona e é considerado legítimo, correto, justo e de acordo com as expectativas”.

O código de ética ou de comprom-isso social é um instrumento de realiza-ção da visão e da missão da empresa, orienta suas ações e explicita sua pos-tura social a todos com quem mantém relações. A formalização dos compro-missos éticos da empresa é importante

para que ela possa se comunicar de forma consistente com todos os parceiros.

6.2 O QUE AS EMPRESAS DEVEM DIVULGAR

A abordagem ecocêntrica requer um novo modelo mental levando em conta as relações recíprocas entre ser humano e natureza cujo objetivo deve primar pela sustentabilidade aliada à qualidade de vida, valorizando o ecossistema. Os produtos devem ser desenhados para integrar e inter-relacionar com o ambiente, em embalagens que não o agridam. O meio ambiente deve situar-se em harmo-nia com a natureza, utilizando recursos de forma organizada e com reaproveitamento ou reciclagem, eliminando a poluição e produção de lixo.

Segundo Tinoco e kraemer (2004; 257) a divulgação pode ser feita de modo a propor um marketing voltado para a educação no consumo; finanças atuando para o crescimento sustentável de longo prazo; contabilidade focalizando os custos ambientais e a gestão de recursos humanos dedicada a dar relevância ao trabalho, com ambiente seguro e saudável.

As novas tecnologias da informação induzirão novas formas de gestão dos

negócios e causarão impacto positivo na gestão ambiental à medida que melhora a qualidade das informações são geradas para o processo decisório.

As informações necessárias para a avaliação e a melhoria do desempenho em gestão ambiental incluem as relacionadas com o processo produtivo, o desempenho de produtos, o mercado, as comparações com a concorrência, os fornecedores, os colaboradores e os aspectos relacionados à gestão com pessoas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em nome de um crescimento econômico baseado em técnicas agrícolas, industriais, habitacionais e de lazer, se denomina desenvolvimento, extinguem-se os coqueiros no Nordeste, a pesca em jangadas, a fauna do pantanal, a flora da Amazônia, os mangues do litoral Sudeste e todas as peculiaridades culturais que o acompanham. Sendo assim, verifica-se não um desenvolvimento verdadeiro, uma vez que não desenvolve os potenciais nativos.

Para que se pudesse acompanhar esse convívio do homem com o meio ambi-ente, seja na forma de nação ou enti-dade, designou-se o termo Contabilidade Ambiental para o registro e geração de

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do desenvolvimento das atividades, da dis-cussão dos cenários produtivos e da análise de sua evolução, gerando políticas, metas e planos de ação.

é de grande importância ressaltar que os consumidores estão à procura de produ-tos e empresas que desenvolvam projetos sociais, estando cada vez mais conscientes do significado desses projetos, integrando também a participação da comunidade e governo.

Constatou-se a falta, por parte dos órgãos competentes, de um maior interesse na defesa de leis que obriguem a elabo-ração de demonstrativos que permitam melhor compreensão por parte dos usuários. Talvez a falta de incentivo, por parte desses órgãos, contribua para que demonstrações como o Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado, não sejam utilizadas entre as empresas com tanta freqüência que deveria.

Observou-se que algumas empresas não estão cientes da importância de inves-timentos em responsabilidade social. Talvez haja a necessidade de maior esclarecimen-to sobre o assunto, do retorno e do auxílio que o Balanço Social e a Demonstração do

Valor Adicionado poderão trazer. Constata-se a existência de material disponível em forma de artigos, livros, internet etc. e sugerimos que as empresas consultem tais referências, envolvendo-se no assunto.

Outro fato de importância a destacar prende-se ao futuro, pois caso ocorra aprovação do Anteprojeto de Lei que regu-lamenta obrigatoriedade da publicação do Balanço Social e da Demonstração do Valor Adicionado, será necessária uma parceria com o IBASE sobre implementação de dis-cussões do padrão a seguir, para que haja meio de comparabilidade entre as mesmas. Não obstante, surgirá também a necessi-dade de amplo conhecimento da matéria, pouco discutida até o presente.

Outro cerne da questão encontra-se no desenvolvimento sustentável, que é obtido de forma compatível com a preservação dos recursos naturais do país. Tal desen-volvimento é absolutamente válido do ponto de vista econômico, pois aconselha o planejamento baseado em um levan-tamento de todas as necessidades tais como alimento, energia, matéria-prima etc., comparando com as potencialidades,

relatórios.A Contabilidade Ambiental pode ser

entendida como a atividade de identi-ficação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas toma-das de decisões.

Os países desenvolvidos não devem sacrificar suas culturas em favor de um desenvolvimentismo que beneficia a indústria e comércio em detrimento da nação. um exemplo disso pode ser visto nas regiões vinícolas da Europa onde se continua a produzir vinhos pelo processo artesanal, preservando o ecossistema e respeitando as culturas locais, responsáveis pela característica nacional, e nem por isso deixa de expandir a industrialização do vinho, inclusive com reconhecimento mundial.

Diante de estudos, através da pesquisa exploratória, pode-se afirmar que signifi-cativa parcela das classes empresariais está preocupada com a imagem que possa ter perante o público em geral. A conscientiza-ção está mais crescente entre as empresas, pois estas procuram estar em sintonia com as mudanças no meio onde operam.

Durante o decorrer deste trabalho procurou-se mostrar a importância que as empresas estão dando ao setor social, assumida no contexto brasileiro, surgindo uma grande alternativa para amenizar os problemas que atingem a sociedade com relação ao desenvolvimento sócio-econômico do país; garantindo, desta forma, retorno de forma positiva, estando a cada dia mais preocupada com o bem-estar da comunidade e com a conquista de novos clientes.

O gerenciamento ecológico tem se preocupado em minimizar o impacto ambiental, tornando suas operações tão ecologicamente corretas quanto possível. Esse gerenciamento ecológico estende a integração da responsabilidade ambiental aos processos administrativos, atingindo todas as esferas de decisão. A função am-biental não é só de referência à produção, mas de toda a cúpula administrativa, fazendo parte do planejamento estratégico,

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ou seja, a capacidade de fornecimento das necessidades, de forma sustentável, sem desgastes, obedecendo às normas de renovação ou reciclagem natural. Como exemplo pode-se citar o corte de madeira, a caça, a capacidade de um rio renovar seu oxigênio após receber cargas de esgoto orgânico, enfim, verificar a capacidade de os ecossistemas se reabilitarem do impacto negativo. E ainda as reservas minerais, cujo procedimento há que ser cauteloso e crite-rioso tendo em vista não serem renováveis. Isto posto, o aconselhável é extrair, na medida do extremamente necessário, reaproveitando ao máximo, por meio de reciclagem artificial, de modo a prolongar o quanto possível sua disponibilidade.

Verifica-se assim que o princípio do desenvolvimento sustentável é altamente eficaz na condição preventiva, uma vez que cria recursos de manutenção do meio ambiente. uma vez observado tal princí-pio, evitar-se-ão os gastos exorbitantes em medidas corretivas.

Para que o desenvolvimento sus-tentável passe a fazer parte dos objetivos das empresas é preciso que a sociedade aprenda a preservar, a reciclar, a reaprovei-tar e a economizar recursos naturais. Para isso faz-se necessário que as universidades e escolas introduzam em suas grades cur-riculares “a responsabilidade social”. Com essa mudança cultural por parte da socie-dade, as empresas se verão obrigadas a se adaptarem às exigências dos seus clientes, que serão cada vez mais criteriosos na hora de adquirir um produto e serviço.

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Tainan de Lima BezerraAluna da UniFAE do 4º ano do

curso de Ciências Contábeis.

Admir Roque TelóProfessor da UniFAE

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