ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E...

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Vânia Ferreira de Figueiredo ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E O PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO DE ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSOS DA COMUNIDADE Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2009

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Vânia Ferreira de Figueiredo

ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E O

PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR

MEIO DE ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSOS DA COMUNIDADE

Universidade Federal de Minas Gerais

Belo Horizonte

2009

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Vânia Ferreira de Figueiredo

ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E O

PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO

DE ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSOS DA COMUNIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Ciências da Reabilitação.

Área de concentração: Desempenho Motor e Funcional Humano

Orientadora: Profa Dra Leani Souza Máximo Pereira

Co-orientador: Prof Dr Paulo Henrique Ferreira

Belo Horizonte

Mestrado em Ciências da Reabilitação - UFMG.

2009

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F475a 2009

Figueiredo, Vânia Ferreira de

Análise da associação entre condições clínicas e funcionais e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio de ultrassonografia em idosos da comunidade. [manuscrito] / Vânia Ferreira de Figueiredo. – 2009.

135 f., enc.:il.

Orientadora: Profa. Dra. Leani Souza Máximo Pereira Co-Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique Ferreira Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de

Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Bibliografia: f. 44-53

1. Idosos - Teses. 2. Ultra-sonografia – Teses. 3. Incontinência urinária - Teses. 4. Dor lombar - Teses. 5. Incapacidade – Avaliação - Teses. I. Pereira, Leani Souza Máximo. II. Ferreira, Paulo Henrique. III. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. IV. Título.

CDU: 613.98

Ficha catalográfica elaborada pela equipe de bibliotecários da Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.

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À minha família.

Por ser meu pilar, minha segurança,

meu apoio incondicional.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por tantas bênçãos, por conduzir-me pelas estradas da vida sustentando-

me, dando-me força e serenidade para superar os obstáculo e continuar a

caminhada.

À minha família, pela presença e apoio constantes. Desculpem-me as ausências.

Aos meus amigos, pela compreensão dos ‘nãos’ tão freqüentes e incentivo, mesmo

que à distância.

Á equipe da saúde coletiva, pela compreensão de minhas limitações e ausências,

pelas substituições tão prontamente realizadas, pelas trocas e desabafos. Sem

vocês tudo isso seria mais difícil.

À Adriana, amiga e companheira de trabalho há tantos anos. Aprendo muito com

você. Sua parceria incondicional, dinamicidade e humanidade.

À Aline, pela colaboração incondicional nas coletas, pelos momentos de

descontração e apoio, pelas contribuições tão valiosas. Este título também é seu.

Aos meus colegas de mestrado, pela troca de experiências.

Ao Warley, Zambelly, Cris e Fabianna, pelas sugestões e esclarecimentos tão

valiosos.

Às funcionárias do colegiado, pela prontidão em atender, orientar as minhas dúvidas

e necessidades.

À Maria José, meu anjo-da-guarda. Graças à Deus você é uma pessoa muito bem

relacionada e querida entre os idosos. Obrigada pela importante contribuição.

Aos profos Rosângela e João Marcos, pela confiança e exemplo de dedicação.

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À minha orientadora, Profª Leani, pela oportunidade, pelos anos de convivência e

aprendizado, pelo apoio, respeito e tranqüilidade nos momentos desesperadores.

Por compreender minhas dificuldades e limitações.

Ao meu co-orientador, Profº Paulo, pela competência e aprendizado.

Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para esta construção,

principalmente aos idosos que prontamente se dispuseram a participar deste

trabalho.

A todos, MUITO OBRIGADA!

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“Não é preciso consenso nem arte,

nem beleza ou idade: a vida é sempre dentro

e agora. (A vida é minha

para ser ousada.)

A vida pode florescer numa existência inteira.

Mas tem de ser buscada, tem de ser

conquistada.”

Lya Luft

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RESUMO

Introdução: A dor lombar (DL) e a incontinência urinária (IU) representam condições

de alta prevalência entre os idosos. Dificuldades no desempenho das atividades

cotidianas e redução da qualidade de vida desses indivíduos são relatados na

literatura em decorrência dessas disfunções. O conceito de estabilidade lombo-

pélvica vem sendo amplamente discutido, uma vez que a instabilidade da coluna é

considerada uma importante causa de DL não-específica. A co-ativação dos

músculos abdominais e do assoalho pélvico de maneira coordenada aumentam a

estabilidade da coluna lombar e mantem a continência urinária. Objetivos: 1)

analisar a associação existente entre DL, IU e o padrão de recrutamento dos

músculos transverso abdominal (TrA), obliquo interno (OI) e externo (OE), medidos

por meio de imagem ultrassonográfica; 2) verificar a prevalência de dor lombar não-

específica em uma amostra de idosos da comunidade e 3) determinar a correlação

existente entre as variáveis incapacidade funcional, sintomas depressivos, índice de

massa corpórea e sexo, em uma amostra da população de idosos ativos da

comunidade. Material e métodos: Participaram deste estudo 54 idosos hígidos da

comunidade, com média de idade de 72 (± 5,2). Foram avaliadas características

clínico-sócio-demográficas, DL por meio do Questionário de Macgill, incapacidade

funcional relacionada à DL pelo Roland Morris (RM – Br), características da

incontinência urinária e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais, por

meio de imagem ultrassonográfica (Siemens Sonoline SL1). A presença de sintomas

depressivos e o nível geral de atividade física foram avaliados por meio da Escala de

Depressão Geriátrica (GDS), versão reduzida com 15 itens e pelo Perfil de Atividade

Humana (PAH), respectivamente. Para análise estatística foi realizado uma

regressão linear múltipla e o índice de correlação de Spearman. O nível de

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significância de 5% foi considerado. Resultados: os modelos de regressão para o

nível de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE explicaram, respectivamente,

2,0% (R2=0,02; F=0,47; p=0,628), 10,6% (R2=0,106; F=3,03; p=0,057) e 10,1%

(R2=0,101; F=2,70; p=0,077) da variabilidade dos valores de recrutamento. Entre as

variáveis, apenas a IU apresentou uma associação significativa (p = 0,018) e

negativa (β = -0,0343) com o recrutamento do OI. Uma correlação alta e positiva

com a presença de dor lombar foi indicada para a incapacidade funcional (RM–Br)

(rs=0,774; p=0,00). Nenhuma correlação foi evidenciada entre IMC (rs=0,178;

p=0,197), sexo (rs=-0,073; p=0,599), sintomas depressivos (GDS–15) (rs=0,271;

p=0,048) e DL. Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que nenhum dos

três modelos de regressão linear múltipla usados para verificar a associação entre o

padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e IU, foram

explicados pelas variáveis estudadas. Foi verificado também, para os idosos que

apresentaram positividade para a dor lombar, a existência de uma correlação forte e

positiva com a variável relacionada à incapacidade funcional, reforçando as

evidencias clínicas e científicas dessa relação. Os resultados deste trabalho

chamam a atenção para a necessidade de uma avaliação da capacidade funcional

de idosos com DL e muitas vezes, uma abordagem multi/interdisciplinar, uma vez

que essa exerce impacto negativo tanto sobre a função física, mental,

comportamental e social dos idosos e que pesquisas para identificar a influência da

idade sobre o padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio

de imagens ultrassonográficas são necessárias.

Palavras-chave: idoso; ultrassonografia; incontinência urinária; dor lombar;

incapacidade

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ABSTRACT

Introduction: Low back pain (LBP) and urinary incontinence (UI) represent

conditions highly prevalent among the elderly. Difficulties in the performance of

activities of daily living and in quality of life of these subjects, arising from those

dysfunctions, are reported in the literature. The concept of lumbopelvic stability has

been widely discussed, once spine instability is considered an important cause of

non-specific LBP. The co-activation of the abdominal and pelvic floor muscles in a

coordinated pattern increases lumbar spine stability and maintains urinary

continence. Purposes: 1) To analyze the existing association between LBP, UI and

the recruitment pattern of the transverse abdominal muscle (TrA), internal and

external obliques (IO and EO), measured through ultrasonographic image; 2) To

verify the prevalence of non-specific low back pain in a sample of community-

dwelling elderly and 3) To examine the existing correlation between the variables:

functional disability, depressive symptoms, body mass index and sex, in a sample of

the active elderly population of the community. Material and Methods: Fifty-four

healthy community-dwelling elderly, with a mean age of 72 years-old (± 5,2), joined

this study. There were assessed clinical, social and demographic characteristics, low

back pain through the Mcgill Pain Questionnaire, functional disability associated to

back pain (RM – Br), characteristics of the urinary incontinence (ICIQ – SF) and the

abdominal muscles’ pattern of recruitment, through ultrasonographic image

(Siemens Sonoline SL1). The presence of depressive symptoms and the general

level of physical activity were assessed, respectively, through the Geriatric

Depression Scale (GDS), short-form containing 15 items and through the Human

Activity Profile (HAP), respectively. For the statistical analysis, a multiple linear

regression and the Spearman’s Correlation Coefficient were used. The level of

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significance of 5% was considered. Results: the regression models for the level of

recruitment of the TrA, IO and EO muscles explained, respectively, 2,0% (R2=0,02;

F=0,47; p=0,628), 10,6% (R2=0,106; F=3,03; p=0,057) and 10,1% (R2=0,101;

F=2,70; p=0,077) of the variability of the recruitment values. Among the variables

studied, only the UI presented a significant (p=0,018) and negative (β = -0,0343)

association with IO recruitment. A high and positive correlation with the presence of

LBP was indicated for functional disability (RM – Br) (rs=0,774; p=0,00). It was not

evidenced any correlation between BMI (rs=0,178; p=0,197), sex (rs=-0,073;

p=0,599), depressive symptoms (GDS–15) (rs=0,271; p=0,048) and LBP.

Conclusions: The results obtained in the present study show that none of the three

models of multiple linear regression used to verify the association between the

patterns of recruitment of the TrA, IO and EO with the variables LBP and UI, could be

explained by the variables analyzed. It was also verified that, for the elderly that

presented a positive result for lumbar pain, there is a strong and positive correlation

with the variable related to functional disability, what strengthens the clinical and

scientific evidences of this relationship. The findings of the present study highlight the

necessity of assessing the functional performance of the elderly with LBP and, often,

of a multi/interdisciplinary approach, once this condition causes a negative impact

both in the physical, mental, behavioral and social function of the elderly, and that

studies aiming to identify the influence of age in the pattern of recruitment of the

abdominal muscles, measured through ultrasound images, are necessary.

Key-words: elderly; ultrasonography; urinary incontinence; low back pain; functional

disability.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO..................................................................................16

1.1 Envelhecimento: aspectos demográficos e epidemiológicos....................................16

1.2 Dor lombar e incontinência urinária ........................................................................17 1.2.1 Dor no idoso .........................................................................................................17 1.2.2 Dor lombar na população geral e idosa ................................................................19 1.1.1 Incontinência Urinária no idoso ...........................................................................21

1.2 Estabilidade lombo-pélvica e controle motor: definição e implicações .................22

1.3 Avaliação do comportamento motor dos músculos abdominais por meio da ultrassonografia ......................................................................................................................25

1.4 As alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento..................26

1.5 Objetivos do Estudo ...................................................................................................28 1.5.1 Objetivo Geral ......................................................................................................28 1.5.2 Objetivos Específicos ...........................................................................................28

CAPÍTULO 2 - MATERIAL E MÉTODOS.................................................................29

2.1 - Tipo de estudo.................................................................................................................29

2.2 - Amostra...........................................................................................................................29

2.3 - Critérios de inclusão ......................................................................................................30

2.4 - Critérios de exclusão ......................................................................................................31

2.5 Instrumentação ...........................................................................................................32 2.5.1 Questionário Clínico-sócio-demográfico .............................................................32 2.5.2 Avaliação do estado cognitivo..............................................................................32 2.5.3 Determinação de sintomas depressivos ................................................................33 2.5.4 Medida do nível geral de atividade física.............................................................34 2.5.5 Determinação das características da dor lombar ..................................................35 2.5.6 Mensuração da incapacidade funcional gerada pela dor lombar..........................35 2.5.7 Determinação das características da incontinência urinária .................................36 2.5.8 Medida ultrassonográfica do padrão de recrutamento dos músculos abdominais37

2.6 Procedimentos e coleta de dados ...............................................................................37 2.6.1 Processamento dos dados .....................................................................................41

2.7 Análise estatística........................................................................................................43 CAPÍTULO 3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................45 CAPÍTULO 4 – ARTIGO ...........................................................................................55 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................83 CAPITULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................100 APÊNDICE 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..........102 APENDICE 2 –QUESTIONÁRIO CLÍNICO-SÓCIO-DEMOGRÁFICO ...................107 APENCICE 3 – CARTILHA.....................................................................................110

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ANEXO 1 – COEP ..................................................................................................114 ANEXO 2 - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL..................................................115 ANEXO 3 - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA – VERSÃO REDUZIDA....118 ANEXO 4 - VERSÃO BRASILEIRA DO PERFIL DE ATIVIDADE HUMANA ........119 ANEXO 5 - VERSÃO BRASILEIRA DO MCGILL PAIN QUESTIONNAIRE ..........121 ANEXO 6 - QUESTIONÁRIO DE ROLAND MORRIS - BR....................................124 ANEXO 7 - VERSÃO EM PORTUGUÊS DO “INTERNATIONAL CONSULTATION ON INCONTINENCE QUESTIONNAIRE – SHORT FORM”(ICIQ-SF)...................125 ANEXO 8 – NORMAS PARA PUBLICAÇÃO.........................................................126

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 Envelhecimento: aspectos demográficos e epidemiológicos

O aumento na proporção de idosos da população é observado mundialmente

e no Brasil, este aumento vem ocorrendo de forma contínua e bastante acelerada,

principalmente a partir da década de 90 1. Segundo a Organização das Nações

Unidas, em 1950 os idosos representavam apenas 8% da população mundial,

aumentando para 10% em 2005 e projeções revelam que para 2050, esse valor será

de aproximadamente 22% 2. Atualmente no Brasil, 650 mil novos idosos são

incorporados à população brasileira a cada ano3. O número de idosos passou de 3

milhões em 1960, para 17 milhões em 2006 (um aumento de 600% em menos de

cinqüenta anos) e estima-se que alcançará 32 milhões em 2020, correspondendo a

sexta maior população idosa do mundo 4.

Em paralelo às mudanças demográficas verificadas em nosso país, ocorre

também uma modificação no perfil epidemiológico da nossa população. Doenças

crônicas degenerativas inerentes ao envelhecimento ganham maior expressão em

detrimento às doenças infecto contagiosas presentes na população mais jovem. Em

geral, as doenças dos idosos são crônicas, múltiplas, irreversíveis, não

transmissíveis e exigem acompanhamento constante e cuidados permanentes,

aumentando a procura por serviços de saúde 5-7.

Nesse contexto, destacam-se as doenças e disfunções músculo-

esqueléticas8,9, e de continência10-12 e os sintomas álgicos, como condições

freqüentemente encontradas entre os idosos. Evidências apontam que 80 a 85% das

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pessoas com 65 anos e mais apresentam, pelo menos, uma condição de saúde

significativa que os predisponham à dor 8. Dentre as condições músculo esqueléticas

causadoras de dor, a dor lombar (DL) é um dos sintomas mais freqüentemente

relatado pelos idosos 8,9,13,14. Embora a DL seja identificada como um importante

problema de saúde entre os idosos, sua prevalência é pouco conhecida nesta

população 15-19.

Outra condição de saúde relevante entre a população idosa é a incontinência

urinária (IU) 10-12. A IU é um dos principais fatores de risco para institucionalização e

integra o grupo das condições clínicas mais importantes e freqüentes entre os

idosos. Isaacs20 denominou as incontinências como um dos “Gigantes da Geriatria”,

condição essa de difícil diagnóstico, grande complexidade terapêutica, com

repercussões negativas tanto no âmbito físico, psicossocial quanto econômico, mas

sem constituir risco eminente de vida para o paciente.

Alterações que comprometem o convívio social, depressão e isolamento,

freqüentemente fazem parte do quadro clínico da IU, causando grande transtorno

tanto para os indivíduos incontinentes, quanto para seus amigos e familiares 21,22,

constituindo-se num desafio para os profissionais de saúde, na busca de formas

alternativas de abordagem e para o adequado tratamento dessa disfunção 21

1.2 Dor lombar e incontinência urinária

1.2.1 Dor no idoso

A dor é o principal sintoma presente em 99% dos indivíduos com disfunção da

coluna vertebral 23. De acordo com a Associação Internacional do Estudo de Dor, dor

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é “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real

ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões” 24. É sempre uma

condição subjetiva e pessoal. A severidade da dor não é diretamente proporcional à

extensão da lesão e muitos fatores, físico, mental, social, cultural e espiritual, podem

influenciar em sua percepção 8

A dor é um relato comum entre os idosos, sendo que a dor crônica∗ assume

particular importância nessa população devido ao aumento em sua prevalência,

comprometimento funcional, sofrimento físico e afetivo e custo socioeconômico 13,25-

27. Mossey e colaboradores28 em um estudo que utilizou uma análise multivariada,

observaram que idosos que relataram presença de dor crônica apresentaram quatro

vezes mais limitações funcionais que idosos sem dor. Harris e colaboradores29

identificaram a presença de dor crônica como o maior preditor de depressão em

idosos, mesmo após o controle de outras variáveis. Idosos da comunidade com

relato de dor crônica revelaram uma prevalência de sintomas depressivos em até

55,3% e a presença de dores severas que limitam a realização de atividades

funcionais foi verificada em mais de 20% dos idosos pesquisados.

Teixeira e colaboradores 8 referem que dos indivíduos com 60 anos e mais,

25 a 85% apresentam algum quadro de dor. Em um estudo de base populacional

realizado na França (1998) 30, dos 741 idosos da comunidade entrevistados, 71,5%

relatavam queixa de algum tipo de dor, sendo que 32,9% relatavam dor crônica. Os

sintomas mais freqüentes foram associados às dores articulares (44,5%) e da coluna

vertebral (29,6%).

∗ Dor crônica é definida como dor contínua ou recorrente que persiste além do tempo razoável para a cura de uma lesão. Tem duração mínima de três meses. Segundo AGS Panel on persistent pain in older persons 25, o termo ‘dor persistente’ é freqüentemente utilizado como sinônimo, e devido ao caráter negativo que o termo ‘crônico’ pode exercer sobre os idosos, o termo ‘persistente’ pode encorajar uma atitude mais positiva tanto por parte do paciente/idoso, quanto do profissional para os muitos tratamentos disponíveis para o alívio da dor.

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No Brasil, poucos são os estudos sobre prevalência da dor em idosos. Um

dos poucos estudos foi realizado por Dellaroza e colaboradores 27.Trata-se de um

estudo transversal de base populacional incluindo 451 idosos da comunidade

residentes em Londrina. Constatou-se prevalência de dor crônica em 51,44% dos

participantes. Os locais de dores mais freqüentes foram região dorsal (21,73%) e

membros inferiores (21,5%). Já no estudo realizado por Silva e colaboradores 14,

com adultos, mas com uma faixa etária ampla (idade média±DP = 44±16,3 anos), a

coluna lombar foi identificada como um importante local de dor crônica.

1.2.2 Dor lombar na população geral e idosa

A DL é usualmente definida como uma dor, tensão ou rigidez localizada na

região compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea. Pode ser classificada

como específica, quando os sintomas são causados por condições clínicas definidas

(protusão discal, osteoporose, fraturas, doenças inflamatórias) e não-específica,

quando o mecanismo da dor não é claramente definido31. Segundo van Tulder e

colaboradores31, 90% da população geral apresenta DL não-específica.

Aproximadamente 50 a 80% da população geral é acometida por pelo menos

um episodio de DL em algum momento da vida8,31. Segundo Teixeira e

colaboradores8, essa se manifesta em 70% da população brasileira. Cayea e

colaboradores32 relataram que 36% dos idosos comunitários com 65 anos e mais

são acometidos por um episódio de DL ao ano.

Não há um consenso na literatura quanto a um aumento 14 ou diminuição33-35

da prevalência de DL com o aumento da idade. Isto se deve em parte pela

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variabilidade de definições de DL e referências temporais de prevalência utilizadas

nos estudos, a amplitude da faixa etária (16 a 85 anos; 18 anos e mais), problemas

comuns aos idosos como dificuldades na compreensão e memória podem

comprometer o relato dos sintomas9. Hartivigsen e colaboradores16, conduziram um

estudo de base populacional com 4486 idosos, com idades entre 70 e 102 anos, e

observaram que a prevalência da dor de coluna parece não aumentar com o

aumento da idade, permanecendo relativamente constante (49%). Já Bressler e

colaboradores9, em uma revisão sistemática envolvendo 12 estudos, relatam uma

variação da prevalência de 13 - 49% de DL em idosos. Um estudo epidemiológico

realizado no Sul do Brasil reportou prevalências de DL crônica de 4,9 - 5,3%,

respectivamente, para as faixas etárias de 60 - 69 anos e 70 ou mais anos,

demonstrando uma tendência de aumento linear da freqüência da dor com o

aumento da idade 14.

A maioria dos episódios de DL ocorrem espontaneamente nas atividades

cotidianas36, mas sua etiologia é multifatorial, quase sempre decorrendo da

interação cumulativa de vários fatores intrínsecos ao indivíduo (doenças

inflamatórias, degenerativas, alterações congênitas, desequilíbrios musculares,

instabilidades segmentares da coluna, obesidade, morbidades psicológicas) além

dos fatores sócio-demográficos (idade, sexo, renda, escolaridade) e

comportamentais 14,15,31.

A DL é considerada como um problema para o paciente, para os profissionais

de saúde e para a sociedade. Para os pacientes porque eles nem sempre são

esclarecidos quanto a causa da dor e dessa forma, não sabem como lidar com ela, e

sua provável evolução. Para os profissionais de saúde é uma condição de difícil

diagnóstico e a cura nem sempre é definitiva. Por ser uma das causas mais comuns

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21

de absenteísmo ao trabalho entre a população adulta economicamente ativa e pelo

aumento da utilização de cuidados de saúde e auxilio doença é considerada também

um problema social 8,14,36.

Em idosos, a presença de DL é relevante. Sua associação com prejuízos nas

funções do corpo, dificuldades no desempenho das atividades cotidianas, restrição

na participação social repercutem na qualidade de vida desses indivíduos 37.

1.1.1 Incontinência Urinária no idoso

A Sociedade Internacional de Incontinência define incontinência urinária (IU)

como sendo a perda involuntária de urina, que representa um problema psicossocial

e higiênico, devendo ser objetivamente demonstrável11,21. A IU pode afetar

indivíduos de todas as idades, no entanto sua prevalência aumenta com a

idade10,21,38 e, muitas vezes, é erroneamente interpretada como parte natural do

processo de envelhecimento10,21

A prevalência da IU no idoso pode variar dependendo das características da

população estudada, das condições físicas e mentais, das definições de

incontinência adotadas nos estudos e das condições de saúde geral da população

alvo11,21. De acordo com dados da American Academy of Family Physicians39,

aproximadamente 10 a 15% dos homens e 20 a 35% das mulheres com 60 e mais

anos apresentam episódios de perda urinária. Diokno e colaboradores40 e Mohide41,

estimaram em seus estudos uma prevalência de 5 a 37% para idosos que vivem na

comunidade; enquanto Solomon42, apresentou uma prevalência de 10 a 20% para

aqueles que vivem na comunidade, 19 a 35% em hospitalizados e aproximadamente

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22

50% em idosos institucionalizados. Segundo Guccione43 as mulheres apresentam IU

com uma freqüência duas vezes maior que os homens. Dois recentes estudos

europeus de base populacional relataram a prevalência da IU variando de 18 a 36%

para o sexo feminino44,45, e de 7 a 13% para o sexo masculino44,46. Rodrigues e

colaboradores12 relataram em seu estudo realizado com 50 mulheres do município

de Ribeirão Preto/SP uma prevalência da IU de 36% na amostra pesquisada. Esse

percentual variou entre 23,7% na faixa etária de 65 a 79 anos e de 75% entre as

mulheres com idade de 80 a 89 anos. Apesar das altas prevalências da IU entre a

população idosa e o seu reconhecido impacto na qualidade de vida, a IU é muitas

vezes sub relatada pelas idosas aos profissionais de saúde, devido ao

constrangimento e desconhecimento das possibilidades de tratamento12,21,47.

A IU no idoso é um sintoma multifatorial. Dentre os fatores de risco para o seu

desenvolvimento incluem a idade avançada, a queda dos níveis de estrógeno na

menopausa, hiperplasia prostática, as incapacidades física e mental, diminuição da

força dos músculos do assoalho pélvico, dentre outros11,21.

Alterações que comprometem o convívio social, depressão e isolamento,

freqüentemente fazem parte do quadro clínico da IU, causando grande transtorno

tanto para os indivíduos incontinentes, quanto para seus amigos e familiares 21,22,

constituindo-se num desafio para os profissionais de saúde, na busca de formas

alternativas de abordagem e tratamento do problema21.

1.2 Estabilidade lombo-pélvica e controle motor: definição e implicações

O conceito de estabilidade lombo-pélvica vem sendo amplamente discutido,

na literatura uma vez que a instabilidade da coluna é considerada uma importante

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23

causa de DL48,49. Entende-se estabilidade como um processo dinâmico que inclui

uma adequada modulação neuro-músculo-esquelética do tronco e pelve, tanto

durante posturas estáticas quanto na execução de padrões de movimento49,50.

Panjabi48 propôs um modelo conceitual que descreve a interação entre os

componentes que fornecem estabilidade ao complexo lombo-pélvico. O modelo

incorpora três subsistemas: passivo, ativo e de controle neural. O sub sistema

passivo é representado pelas estruturas osteo-articulares e ligamentares; o

subsistema ativo é composto pelos músculos que envolvem a coluna e o terceiro sub

sistema, é o de controle neural que coordena as ações dos outros subsistemas.

Segundo Panjabi48, os três sub sistemas são interdependentes, sendo que um

sistema pode compensar o déficit do outro. Dessa forma, a instabilidade lombo-

pélvica pode ser o resultado de lesões osteo ligamentares, insuficiência muscular ou

alterações no controle motor. Usualmente a instabilidade é uma combinação dos três

fatores48,49.

O subsistema muscular compreende os músculos globais ou superficiais do

tronco (grande dorsal, glúteo máximo, eretor da espinha, bíceps femoral, oblíquos

interno e externo e os adutores do quadril) e os músculos profundos ou locais

(multífido, transverso abdominal, diafragma e músculos do assoalho pélvico)51.

Estudos recentes, têm ressaltado a associação entre IU e DL e algumas

evidências dessa relação foram observadas 38,52-54. Embora o mecanismo para o

desenvolvimento da DL não-específica não seja bem conhecido, ele pode estar

associado com alterações no controle motor dos músculos do tronco. 55. A

estabilidade da coluna lombar é dependente da atividade de músculos como o

diafragma 52 transverso abdominal52,56,57 e também dos músculos do assoalho

pélvico52,58

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24

Há uma especificidade de função e diferenças no controle neuromuscular dos

diversos músculos que estão ao redor da coluna. Especial consideração tem sido

feita para o músculo transverso abdominal (TrA) 51,55,59,60. Evidencias recentes,

sugerem que o músculo TrA está diretamente envolvido na estabilização da coluna

lombar51,55,59. Hodges e Richardson55 por meio de um estudo eletromiográfico

(EMG), constataram que o TrA é o primeiro músculo a ser ativado durante

movimentos dos membros, promovendo uma rigidez necessária à coluna lombar,

evitando movimentos segmentares indesejados, e que em indivíduos com história de

DL crônica ocorre um atraso na sua ativação, sugerindo uma falha do mecanismo de

estabilização.

Finkelstein53 em um estudo de base populacional envolvendo 54.920

indivíduos da comunidade, com idade de 30 anos e mais, encontraram uma

associação significativa entre IU e problemas de coluna para ambos os sexos (OR =

1.79; IC 95% [1,43 a 2,23]). Em seu estudo, Smith e colaboradores52 analisaram

dados de 38.050 mulheres que participaram de um estudo longitudianal, Australian

Longitudinal Study on Women’s Health, incluídas em três categorias etárias (18-23;

45-50, 70-75 anos). Mulheres com IU apresentaram um aumento significativo na

prevalência de DL, sugerindo uma redução da estabilidade da coluna lombar na

presença da IU. 55.

Estudos recentes demonstraram que, em indivíduos saudáveis, os músculos

abdominais e do assoalho pélvico trabalham em sinergismo61-63. Exercícios

abdominais específicos podem ativar os músculos abdominais e do assoalho pélvico

62 e vice-versa62,63. Por outro lado, Sapsford61 e Sapsford e Hodges62 em seus

estudos61,62 reportaram que um aumento da atividade dos músculos do assoalho

pélvico, medida por meio de registros EMG durante exercícios abdominais

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25

específicos, foi verificada antes do aumento da pressão intra-abdominal. Esses

resultados indicam que a ativação desses músculos não ocorre apenas em resposta

ao aumento da pressão intra-abdominal. Possivelmente, a ativação desses músculos

seria produzida por mecanismos centrais do controle motor. No estudo de Sapsford

e Hodges62 o padrão de ativação dos músculos abdominais foi observado por meio

de imagens ultrassonográficas com o objetivo de prover uma aproximação da

ocorrência da ativação muscular de cada músculo abdominal, concomitante ao

registro EMG dos músculos do assoalho pélvico, evidenciando uma relação entre

eles.

Estes resultados parecem demonstrar a importância tanto do treino da

musculatura pélvica na abordagem da IU, quanto, um possível benefício dos

exercícios abdominais na manutenção da coordenação, força e endurance, dos

músculos do assoalho pélvico, evidenciando assim uma interação funcional destes

músculos na manutenção da estabilidade dinâmica da coluna lombar.

1.3 Avaliação do comportamento motor dos músculos abdominais por meio

da ultrassonografia

Alguns estudos descrevem o padrão neuromuscular dos músculos do tronco,

obtidos através de registros EMG55,64 e ultrassonografia59,60,65,66 em adultos jovens

com e sem história de dor lombar, diferenças nos padrões de recrutamento dessa

musculatura foram evidenciadas55,59,60,65-68. Durante a contração muscular, além da

produção de potenciais de ação que podem ser detectados por meio da EMG,

mudanças na forma e geometria do músculo são observadas, permitindo assim que

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medidas na alteração da espessura do músculo durante a contração possam ser

observadas e registradas por meio de imagens ultrassonográficas60. Em um estudo

conduzido por Hodges e colaboradores69, uma contração muscular inferior ou igual a

20% da contração voluntária máxima produziu uma mudança na forma e geometria

do músculo e uma correlação excelente entre as medidas do TrA (R=0,90) e OI

(R=0,84) e os registros EMG foi estabelecida. O OE comportou-se diferentemente

dos outros músculos, não havendo uma correlação consistente entre a imagem

ultrassonográfica e a atividade EMG (R=0,23).

No entanto, não foram encontrados registros na literatura pesquisada de

estudos, que investigassem o controle motor dos músculos do tronco em idosos com

e sem DL.

1.4 As alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento

Alterações fisiológicas do envelhecimento, como sarcopenia, osteopenia,

diminuição na sensibilidade proprioceptiva e na velocidade de condução nervosa,

resultam em mudanças características nos padrões de movimento70.

O Quadro 1 sintetiza as principais alterações que ocorrem com o processo do

envelhecimento e que podem influenciar no controle motor dos músculos do tronco e

do assoalho pélvico.

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27

Quadro 1: Alterações fisiológicas do processo de envelhecimento nos sistemas

nervoso, muscular e osteo-articular.

SISTEMAS ALTERAÇÕES RELACIONADAS À IDADE

MUSCULAR71-74

↓ força muscular concêntrica, excêntrica e isométrica ↓ no tamanho e número das fibras musculares, mais

acentuada nas fibras tipo II ↓ do número e tamanho das unidades motoras ↓ da potência e resistência musculares

OSTEO-ARTICULAR71,75

↑ da rigidez dos tecidos conectivos ↑ na rigidez e degeneração do colágeno ↓ de força de tensão dos ligamentos ↑ dos cross-links alterações nos discos intervertebrais (↓ na % de água e

↑ na rigidez do colágeno) ↑ rigidez articular ↓ da massa óssea ↑ no diâmetro antero-posterior do gradil costal, com

modificação do posicionamento diafragmático

NERVOSO71,75

perdas neuronal, dendrítica e ramificações reduzidas ↓ do metabolismo e perfusão cerebral alteração no metabolismo de neurotransmissores ↓ de dopamina ↓ das células do córtex motor ↓ na velocidade de condução nervosa sensitiva e motora ↑ degeneração dos nervos alteração da sequência de ativação muscular ↑ dos tempos médios de contração e relaxamento dos

músculos redução dos motoneurônios alfa ↓ no número e sensibilidade dos mecanoceptores

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1.5 Objetivos do Estudo

1.5.1 Objetivo Geral

Analisar a associação existente entre dor lombar, incontinência urinária e o

padrão de recrutamento muscular dos músculos TrA, OI e OE, medidos por meio de

imagem ultrassonográfica em uma população de idosos da comunidade.

1.5.2 Objetivos Específicos

Caracterizar os sujeitos da amostra quanto às variáveis sócio-demográficas e

clínico-funcionais;

Identificar idosos com auto relato de IU, bem como as características de

freqüência e intensidade da perda urinária por meio do questionário de

qualidade de vida condição-específico, International Consultation on

Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ – SF);

Mensurar incapacidade gerada pela DL, através do questionário de Roland

Morris (RM - Br);

Identificar as características multidimencionais da DL, através do questionário

de dor de McGill (Br-MPQ);

Verificar a correlação entre DL e os sintomas depressivos avaliados pela GDS;

Verificar o nível geral de atividade física dos participantes por meio do Perfil

de Atividade Humana (PAH);

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29

Mensurar as alterações na espessura dos músculos TrA, OI e OE por meio de

imagem ultrassonográfica, durante contração isométrica involuntária dos

mesmos.

CAPÍTULO 2 - MATERIAL E MÉTODOS

2.1 - Tipo de estudo

Foi realizado um estudo observacional de corte transversal, para investigar a

associação existente entre o padrão de recrutamento da musculatura abdominal de

idosos da comunidade e condições clínicas comuns à essa população. A saber: dor

lombar e incontinência urinária, bem como a relação entre a dor lombar e a

incapacidade funcional por ela gerada.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais, parecer ETIC 324/07 (Anexo 1).

2.2 - Amostra

O tamanho da amostra foi calculado considerando-se o padrão de

recrutamento da musculatura abdominal, como a variável resposta do estudo e como

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variáveis explanatórias, a presença de dor lombar e o relato de incontinência

urinária. Para que haja uma relação de 0,40 entre as variáveis explanatórias e a

variável resposta, uma correlação de 0,20 entre as variáveis explanatórias, com

coeficiente de determinação (R2) de 0,40 e um poder de 80% 76, foi constatado a

necessidade de 55 idosos para que essas associações fossem verificadas.

Dessa forma, foram recrutados de forma seqüencial, por conveniência, 60

idosos da comunidade, selecionados em centros de saúde da grande Belo

Horizonte, grupos de convivência de idosos, lista de espera do Centro de Extensão

(CENEX) da Escola de Educação Física da UFMG e por indicação dos próprios

participantes e de outras pessoas.

Após a seleção dos participantes e início da coleta, um dos participantes

retirou-se do estudo, um não conseguiu assumir a posição necessária (90º de flexão

de joelhos) para a coleta da imagem ultrassonográfica dos músculos abdominais

devido a artroplastia total de joelho direito. Durante a análise das imagens

ultrassonográficas, verificou-se quatro imagens danificadas impossibilitando dessa

forma, a análise dos dados de quatro participantes do estudo. Sendo assim, todos os

dados referentes aos seis participantes foram excluídos e as análises estatísticas

foram feitas considerando 54 participantes.

2.3 - Critérios de inclusão

Foram incluídos no estudo 54 idosos residentes na comunidade, de ambos os

sexos, com idade igual ou superior a 65 anos. Todos os participantes estavam

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31

clinicamente estáveis e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE – Apêndice 1).

2.4 - Critérios de exclusão

Foram adotados como critérios de exclusão:

• dores agudas de coluna;

• sinais evidentes de radiculopatia, como alteração de reflexos,

dermátomos e/ou miótomos, teste de elevação da perna estendida

(SLRT) ou Laségue positivos 77;

• histórico positivo para doenças neurológicas, cirurgia tóraco-abdominal

e da coluna, fraturas vertebrais e câncer;

• presença de bandeiras vermelhas, indicativas de doenças graves de

coluna, como por exemplo, trauma, passado de tumor maligno (câncer

de próstata), perda de peso não explicada 78;

• deformidades graves observáveis na coluna (escoliose, hipercifose);

• realização de tratamento fisioterapêutico para problemas de coluna nos

últimos seis meses;

• prática de exercícios para musculatura estabilizadora da coluna lombar

e/ou região perineal na última semana;

• idosos com alterações cognitivas, identificadas pelo uso da versão

brasileira do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) 79, com os valores

de corte sugeridos por Brucki e colaboradores80. (Anexo 2)

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32

2.5 Instrumentação

2.5.1 Questionário Clínico-sócio-demográfico

Para caracterização da amostra foi utilizado um questionário contendo dados

sócio-demográficos e clínico-funcionais (Apêndice 2), como identificação pessoal,

idade, sexo, renda salarial, escolaridade, peso, altura, índice de massa corpórea

(IMC), estado de saúde diagnosticado, saúde auto-relatada, hábitos de vida e

medicação em uso, bem como aplicação da Escala de Depressão Geriátrica e do

Questionário do Perfil de Atividade Humana.

2.5.2 Avaliação do estado cognitivo

Um dos critérios de exclusão do estudo foi a presença de alteração cognitiva,

determinada pela aplicação da versão brasileira do MEEM proposta por Bertolucci79

e adaptada por Brucki e colaboradores 80 . O MEEM é um importante instrumento de

rastreio de comprometimento cognitivo amplamente utilizado tanto na clínica, como

em pesquisas e de fácil aplicação. Avalia: orientação tempo-espacial, memória,

cálculo, linguagem, e habilidades construtivas. A pontuação varia de 0 a 30 pontos,

valores mais altos indicam melhor desempenho. Uma influência clara da

escolaridade sobre os escores totais do MEEM foi evidenciada por Bertolucci 79,

sendo necessário uma adequação do ponto de corte em relação à escolaridade para

o nosso meio: 13 pontos para analfabetos (sensibilidade 82,4% e especificidade

97,5%), 18 pontos para 1 a 8 anos de escolaridade (sensibilidade 75,6% e

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33

especificidade 96,6%) e, 24 pontos para mais de 8 anos de escolaridade

(sensibilidade 80,0% e especificidade 95,6%). Brucki e colaboradores 80, em um

estudo recente sugeriram algumas adaptações à primeira versão brasileira do

MEEM. O objetivo dessas alterações foi permitir o uso do instrumento em diferentes

ambientes (hospitalar, consultório ou estudos populacionais) permitindo uma

comparabilidade maior de resultados entre os estudos. A principal adequação foi em

relação aos pontos de corte: 20 pontos para analfabetos, 25 pontos para 1 a 4 anos

de escolaridade, 26,5 pontos para 5 a 8 anos de escolaridade, 28 pontos para 9 a 11

anos de escolaridade e 29 pontos para escolaridade superior a 11 anos. A versão de

Brucki e colaboradores80 foi a utilizada nesse estudo.

2.5.3 Determinação de sintomas depressivos

Para caracterizar os participantes quanto à presença ou não de sintomas

depressivos foi utilizado a Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depressão

Scale - GDS) (Anexo 3). É um dos instrumentos mais amplamente utilizados para o

rastreio de depressão em idosos, traduzido e adaptado culturalmente para vários

idiomas, incluindo o português 81, com índices de confiabilidade e validade

adequados. Essa escala foi inicialmente desenvolvida por Yesavage e

colaboradores82 com trinta itens. Atualmente, versões reduzidas, como a GDS-15

vêm sendo preferencialmente utilizadas na prática clínica. Almeida e Almeida 81

relataram índices de confiabilidade, sensibilidade e especificidade para a versão

brasileira da GDS-15 de 0,81%, 85,4% e 73,9% respectivamente, considerando o

ponto de corte de cinco. É uma escala dicotômica, de fácil aplicação e entendimento,

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34

onde para cada resposta, coincidente com o exemplo entre parênteses, é atribuído

um ponto, sendo o resultado a somatória desses pontos.

2.5.4 Medida do nível geral de atividade física

Para avaliação e caracterização do nível geral de atividade física dos

participantes foi utilizado o Perfil de Atividade Humana (PAH) (Anexo 4). É um

instrumento amplamente utilizado tanto em populações com condições clínicas

específicas (doenças neurológicas, músculo-esqueléticas, cardiopulmonares) quanto

em populações saudáveis 83. Já adaptado culturalmente para a população brasileira

84, contem 94 itens e permite a avaliação funcional e do nível de atividade física da

população geral. Cada item equivale a atividades cotidianas, que incluem cuidados

pessoais, tarefas domésticas, transporte, atividades sociais, de lazer e exercícios

físicos, graduados de acordo com o custo energético de cada um deles. Ou seja,

itens com numeração mais baixa demandam menor gasto energético e aqueles com

numeração mais alta demandam maior gasto energético 83,84. O questionário fornece

três alternativas de respostas (ainda faço, parei de fazer e nunca fiz) e o resultado

apresenta duas pontuações sendo um Escore Máximo de Atividade (EMA)

correspondente ao último item que o indivíduo “ainda é capaz de fazer” e outro

Escore de Atividade Ajustado (EAA), subtraindo-se do EMA o número de itens que o

indivíduo “parou de fazer” 83,84. Para este estudo, foi utilizado apenas o EAA, por

fornecer melhor estimativa do nível médio de energia gasta pelo indivíduo nas

atividades diárias. A versão brasileira do PAH obteve um coeficiente global de

consistência interna de 0,91 para sua aplicação em idosos 84.

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35

2.5.5 Determinação das características da dor lombar

Para a avaliação das características da dor lombar foi utilizado o questionário

de dor McGill, já traduzido e adaptado culturalmente para a população brasileira (Br-

MPQ) (Anexo 5) 85-87 e demonstrou ser um instrumento adequado para avaliar a dor

crônica em idosos 26. Recentemente, Santos e colaboradores 26 relataram índices de

confiabilidade intra e interexaminador do instrumento para a versão brasileira

aplicada em idosos com dor crônica de 0,86 e 0,89 para doenças ortopédicas e 0,71

e 0,68 para doenças neurológicas, respectivamente.O questionário Br-MPQ é uma

escala multidimensional, que fornece medidas qualitativas da dor, que podem ser

analisadas estatisticamente. Avalia as qualidades sensoriais, afetivas, temporais e

miscelânea da dor. É formado basicamente por quatro partes: localização da dor,

início, tratamentos realizados e padrão temporal, descrição da dor e intensidade da

dor presente 85.

2.5.6 Mensuração da incapacidade funcional gerada pela dor lombar

Para avaliar a incapacidade apresentada pelos participantes devido a DL foi

utilizado o questionário de Roland Morris – Brasil (RM-Br) (Anexo 6), traduzido e

adaptado culturalmente para a população brasileira em 2001, por Nusbaum e

colaboradores 88. Esta versão traduzida foi considerada apropriada por 94% dos

pacientes participantes do estudo de tradução, adaptação e validação para o Brasil e

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36

apresentou coeficientes de confiabilidade teste-reteste de 0,86 e interobservador de

0,95 88,89.

O questionário de RM-Br consiste de 24 itens que avaliam a interferência das

dores nas costas nas atividades da vida diária e da vida prática das pessoas. É uma

escala dicotômica, onde a cada resposta “sim” é atribuído um ponto, sendo o

resultado a somatória desses pontos. O valor mínimo é zero, e representa nenhum

impacto da dor sobre o indivíduo, o valor máximo é 24, indicativo de incapacidade

funcional total. No artigo original, os autores consideraram uma pontuação acima de

14, indicativo de incapacidade significativa 88.

2.5.7 Determinação das características da incontinência urinária

Para a determinação da freqüência e da quantidade de perda urinária

autorrelatada foi utilizado duas questões do questionário de qualidade de vida

condição-específico para IU denominado International Consultation on Incontinence

Questionnaire – Short Form (ICIQ – SF) (Anexo 7) já adaptado e validado

culturalmente para a população brasileira por Tamanini e colaboradores90. O ICIQ –

SF avalia o impacto da IU na qualidade de vida e quantifica a perda urinária de

indivíduos de ambos os sexos. É simples e de fácil aplicação, composto por 4

questões que avaliam a freqüência, a gravidade e o impacto da IU na vida diária.

Contém também oito itens de autodiagnóstico, relacionados às causas ou situações

de IU vivenciadas pelo indivíduo90. O índice de confiabilidade teste-reteste do

instrumento para a versão brasileira foi avaliado separadamente para cada questão

e considerado de moderado a forte, variando de 0,72 a 0,7590.

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37

2.5.8 Medida ultrassonográfica do padrão de recrutamento dos músculos

abdominais

Para medir o recrutamento da musculatura abdominal foi utilizado um

aparelho de ultrassonografia (Sonoline SL1, Siemens). As imagens foram captadas

por um transdutor de 10cm, 7,5MHz, acoplado ao aparelho de ultrassonografia, que

por sua vez encontrava-se conectado a uma placa externa de vídeo (Pinacle Studio

Movie Box) e esta, a um computador. As imagens foram armazenadas em um

software de armazenamento de vídeos (Pinacle Studio, versão 9.4).

A ultrassonografia é identificada como um procedimento válido e confiável

para medir alterações nas estratégias de recrutamento dos músculos abdominais

evidenciadas pela mudança na espessura dos músculos abdominais durante

contração isométrica dos mesmos, desencadeada pelo movimento dos membros

superiores e inferiores. É um método que apresenta vantagens por ser uma técnica

não invasiva aplicável em ambiente clínico 60,69. Na literatura pesquisada não foram

encontrados trabalhos específicos com esse tipo de mensuração em idosos.

2.6 Procedimentos e coleta de dados

Os participantes foram contatados por telefone ou pessoalmente e

previamente informados sobre o objetivo geral do estudo. Para aqueles interessados

em participar foi agendado um horário para aplicação de todo o protocolo. O estudo

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38

foi realizado na Universidade Federal de Minas Gerais, departamento de Fisioterapia

da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Os participantes

foram então esclarecidos quanto à natureza e objetivo do estudo e, nessa

oportunidade foi lido o TCLE. Após concordarem com os termos do estudo,

assinavam o mesmo. Em seguida, o questionário clínico-sócio-demográfico, o

MEEM e a GDS foram aplicados por um pesquisador. Nesse momento, foram

excluídos aqueles com alterações cognitivas. Três pesquisadores participaram da

aplicação dos mesmos.

A presença ou não de DL foi determinada a partir da resposta para a seguinte

pergunta: “nos últimos doze meses, o(a) sr.(sra.) sentiu dores em suas costas?” 33,91-

93. A DL foi caracterizada por presença de dor, tensão muscular ou rigidez localizada

na região compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea 31, estabelecida

através da localização da dor em uma figura do corpo humano em posição ereta,

supina e dorsal 14,59 presente na parte I do questionário de dor de Br-McGill 85. Caso

a resposta fosse afirmativa, o participante respondia às demais questões do

questionário de dor de Br-McGill e ao RM-Br, que foram sempre aplicados por um

mesmo pesquisador.

Já para a presença de IU, durante a avaliação da presença de comorbidades,

o idoso era questionado em relação à perda urinária. Por ser uma condição

subrelatada, mesmo que este respondesse negativamente a ocorrência de perda

urinária, as questões relacionadas à freqüência e quantidade de perda urinária

autorrelatada do questionário ICIQ – SF90 foram realizadas: “muitas pessoas perdem

urina alguma vez. Estamos tentando descobrir quantas pessoas perdem urina.

Ficaríamos agradecidos se o(a) sr(a) pudesse nos responder às seguintes

perguntas, pensando em como o(a) sr(a) tem passado, em média nas ÚLTIMAS

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QUATRO SEMANAS”: 1) “com que freqüência o(a) sr(a) perde urina?” e 2)

“gostaríamos de saber a quantidade de urina que o(a) sr(a) pensa que perde”.

Considerando os baixos níveis de escolaridade da população idosa brasileira,

todos os instrumentos foram lidos e preenchidos por um pesquisador previamente

treinado e familiarizado com os mesmos. A aplicação de cada instrumento seguiu a

padronização fornecida pelos autores. Nenhuma informação ou explicação adicional

foi fornecida.

Para a mensuração do padrão de recrutamento dos músculos abdominais

(TrA, OI e OE) foi utilizado o protocolo proposto no estudo de Ferreira e

colaboradores 60. Para garantir a confiabilidade intra-examinador do pesquisador que

realizou as medidas ultrassonográficas foi realizado um estudo piloto com doze

idosos. Os resultados obtidos para a confiabilidade teste-reteste, utilizando o ICC

(intra-class correlation coeficient) tipo (3,1) para os músculos abdominais foram de

0,76 (95% CI: 0,16 a 0,93) para TrA; 0,49 (95% CI: -0,76 a 0,85) para OI e 0,58 (95%

CI: -0,46 a 0,88) para OE.

O participante foi solicitado a deitar-se em decúbito dorsal em uma maca e

seus membros inferiores foram adequadamente posicionados pelo pesquisador em

um aparato, adaptado 94 de um sistema já existente 60. O aparato consiste em uma

estrutura metálica formada apenas pelas hastes em forma de paralelogramo.

Permite regulagem de altura, largura, comprimento e profundidade. para se adaptar

ao tamanho dos participantes. Os membros inferiores foram posicionados de forma

que os quadris ficassem fletidos a 50º e os joelhos a 90º. Este posicionamento foi

mantido por meio de duas faixas que partiam da região superior do aparato, uma

sustentando os membros por meio dos joelhos, e a outra, ao redor dos tornozelos

(Figura 1). Em seguida, o participante foi solicitado a cruzar os membros superiores

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sobre o peito e, então o transdutor do ultrassom foi posicionado na altura da cicatriz

umbilical a aproximadamente 10 cm da linha média, lateralmente na parede

abdominal, entre o gradil costal e a crista ilíaca, para que as imagens

ultrassonográficas fossem capturadas.

Figura 1: Desenho esquemático do aparato para posicionamento do participante durante a coleta da

imagem ultrassonográfica

Fonte: OLIVEIRA, 200794 (com permissão)

Após posicionamento adequado, o participante foi solicitado a permanecer em

repouso para que fossem capturadas imagens de repouso dos músculos abdominais

(baseline). Em seguida, foi orientado a realizar uma força, ora em flexão, ora em

extensão dos joelhos, correspondente a 7,5% da massa corporal, aferido por meio

de uma balança digital de pesca (Cabela’s® Digital Scale) (Figura 2), produzindo

dessa forma, uma contração isométrica dos músculos abdominais, evitando

compensação por outros músculos. As imagens foram capturadas ao final da

expiração. Três medidas de cada movimento dos joelhos, intercaladas por uma

imagem em repouso, foram capturadas, perfazendo um total de doze imagens. A

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ordem das medidas de flexão e extensão dos joelhos foi selecionada aleatoriamente.

Todas as imagens ultrassonográficas foram capturadas e analisadas por um mesmo

pesquisador previamente treinado e cegado quanto ao resultado dos instrumentos

Br-McGill e RM.

Figura 2: Dinamômetro de força (balança digital de pesca Cabela’s® Digital Scale)

Fonte: Procedimentos da pesquisa

O tempo gasto para toda coleta foi de aproximadamente uma hora e trinta

minutos para cada participante.

Uma cartilha contendo orientações de cuidados com a coluna foi entregue a

tosos os participantes ao final do estudo. (Apêndice 3)

2.6.1 Processamento dos dados

As imagens capturadas pelo ultrassom foram armazenadas em um

computador no formato JPG e posteriormente analisadas utilizando o software

Distance ®.

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Para a mensuração da espessura dos músculos abdominais, um grid foi

sobreposto sobre a imagem. A espessura muscular foi medida em três pontos pré-

determinados: ponto central da imagem ultrassonográfica, uma distância

ultrassonográfica para a esquerda e uma distância ultrassonográfica para a direita

(Figura 3). As bordas das regiões hipoecoicas, que representam as fáscias

musculares, foram utilizadas como referência para as medidas. A média das três

medidas de cada músculo foi utilizada para análise, sendo a alteração na espessura

do músculo em contração expressa como uma porcentagem da espessura do

músculo em repouso, ou seja, o valor encontrado representa a atividade muscular 60.

Para o cálculo desta porcentagem, a seguinte fórmula foi utilizada 94:

C – R x 100 = RZZZZZZ

C = média das medidas de contração (flexão ou extensão) R = medidas de repouso respectivas à de contração

A B

Figura 3: Procedimento para medida da espessura dos músculos abdominais. As linhas pontilhadas

da figura B representam o grid sobreposto à imagem para realização da medida.

Fonte: FERREIRA e colaboradores, 2004 60.

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2.7 Análise estatística

Para descrever os indivíduos que compõem a amostra foi realizada uma

análise exploratória utilizando as informações sociais, demográficas e clínicas

coletadas durante a aplicação dos questionários.

A análise descritiva das variáveis quantitativas foi realizada através de cálculo

da média, medida de tendência central, e do desvio padrão, medida de variabilidade

(dispersão) dos dados amostrais. Já a análise descritiva das variáveis qualitativas foi

realizada através de cálculo de freqüências das categorias utilizadas para cada uma.

Para testar a associação entre as variáveis contínuas avaliadas neste estudo

foram propostos três modelos de análise de regressão linear múltipla, onde β0, β1 e

β2 são constantes (parâmetros) desconhecidos e ε é o erro aleatório (resíduo). Para

a realização desta análise é necessário que a variável resposta seja normalmente

distribuída. A normalidade dos dados foi testada através do teste estatístico de

Anderson-Darling.

Cada modelo utilizou como variável resposta a proporção do recrutamento

dos músculos abdominais (TrA, OI e OE) e como explicativas, as variáveis dor

lombar e incontinência urinária (IU).

Os modelos de regressão construídos foram:

1) Nível de recrutamento do TrA = β0 + β1 * dor lombar + β2 * IU + ε

2) Nível de recrutamento do OI = β0 + β1 * dor lombar + β2 * IU + ε

3) Nível de recrutamento do OE = β0 + β1 * dor lombar + β2 * IU + ε

Para verificar a relação entre a variável dor lombar e as variáveis relacionadas

a incapacidade (RM-Br), sintomas depressivos (GDS), IMC e sexo foi realizada a

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correlação de Spearman. Foram considerados para essas análises somente aqueles

idosos que afirmaram sentir dor lombar (n=34; 61,8% da amostra).

Toda a análise estatística foi realizada por meio do pacote estatístico

Statistical Package for the Social Science (SPSS) para Windows (versão 13.0, SPSS

Inc.©, Chicago, Illinois), com exceção do teste de normalidade, foi utilizado o

MiniTAB 14 Statistical Software. Em todos os testes usados foi considerado como

significativo α < 5%.

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CAPÍTULO 4 – ARTIGO

Artigo 1 Título: ASSOCIAÇÃO DA DOR LOMBAR, INCONTINÊNCIA URINÁRIA E O PADRÃO DE

RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS PELA ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSOS

DA COMUNIDADE.

Autores: Figueiredo, V.F.¹; Pereira, L.S.M.²; Ferreira, P.H.³; Pereira, A.M.4

¹ Departamento de Fisioterapia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo

Horizonte, Brasil e Mestranda em Ciências da Reabilitação, Departamento de Fisioterapia,

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

² Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação do Departamento de

Fisioterapia, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade

Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

³ School of Physiotherapy, Faculty of Health Sciences, University of Sydney, Australia. 4 Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Esportiva

Endereço para correspondência: Profa. Dra. Leani Souza Máximo Pereira. Departamento de

Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Universidade

Federal de Minas Gerais/Campus Pampulha. Av. Antonio Carlos, 6627. Belo Horizonte,

Minas Gerais, Brazil. CEP:31.270-901

phone/fax n.:55-31-3409-4781 e-mail: [email protected]

Este estudo apresenta resultados parciais da Dissertação de Mestrado: “Análise da associação entre condições

dlínicas e funcionais e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio de ultrassonografia em idosos da comunidade.” Artigo a ser traduzido para língua inglesa e enviado para Physiotherapy Research International http://www3.interscience.wiley.com/journal/112094326/home/ForAuthors.html

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Resumo

Contexto e objetivos: Dor lombar e incontinência urinária representam condições com alta

prevalência entre os idosos com grande repercussão na sua funcionalidade, restrição na

participação social e qualidade de vida. Evidências recentes mostraram a associação entre

incontinência urinária (IU) e dor lombar (DL). O recrutamento dos músculos abdominais e do

assoalho pélvico e a sua associação com a estabilidade da coluna lombar em adultos jovens

têm sido verificado por meio de imagens ultrassonográficas e eletromiográficas. Dessa forma,

o objetivo do presente estudo foi analisar a associação existente entre dor lombar,

incontinência urinaria e o padrão de recrutamento dos músculos transverso abdominal (TrA),

obliquo interno (OI) e externo (OE), medidos por meio de imagem ultrassonográfica, em uma

amostra de idosos comunitários. Métodos: Participaram deste estudo 54 idosos hígidos da

comunidade (72 ± 5,2 anos). Foram avaliadas características clínico-sócio-demográficas, dor

lombar por meio do Questionário de Macgill (Br – MPQ), características da incontinência

urinária (ICIQ – SF) e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais, por meio de

imagem ultrassonográfica (Siemens Sonoline SL1). Para análise estatística foi realizado uma

regressão linear múltipla. O nível de significância de 5% foi considerado. Resultados: os

modelos de regressão para o nível de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE explicaram,

respectivamente, 2,0% (R2=0,02; F=0,47; p=0,628), 10,6% (R2=0,106; F=3,03; p=0,057) e

10,1% (R2=0,101; F=2,70; p=0,077) da variabilidade dos valores de recrutamento.

Conclusão: De acordo com esses dados, nenhum dos modelos de regressão desenvolvidos

para os músculos abdominais apresentou significância estatística. O valor da variabilidade

explicada foi muito baixo, indicando que existem outros fatores tais como o controle motor,

sarcopenia e ou adequações da técnica ultrassonografica influenciados pelo envelhecimento

que podem estar relacionados ao valor obtido no recrutamento dos músculos abdominais para

esta amostra. Estudos sobre a mensuração do recrutamento dos músculos abdominais em

idosos são necessários.

Palavras-chave: idosos; ultrassonografia; incontinência urinária, dor lombar

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Abstract

Background and Purpose: Low back pain and urinary incontinence are highly prevalent

conditions among the elderly and cause a huge repercussion in their functional performance,

restriction in their social participation and quality of life. Current evidences showed an

association between urinary incontinence (UI) and low back pain (LBP). The recruitment of

the abdominal and pelvic floor muscles and its association with lumbar spine stability in

young adults has been registered through ultrasonographic and eletromyographic images.

Thus, the purpose of the present study was to analyze the existing association between low

back pain, urinary incontinence and the muscle recruitment pattern of the transverse

abdominal muscle (TrA) , internal and external obliques (IO and EO), measured through

ultrasonographic image, in a sample of community-dwelling elderly people. Methods: Fifty-

four healthy community-dwelling elderly joined this study (72 ± 5,2 years-old) . There were

assessed the clinical, social and demographic characteristics, low back pain through the

Mcgill Pain Questionnaire (Br – MPQ), characteristics of the urinary incontinence (ICIQ –

SF) and the muscle recruitment patterns of the abdominal muscles, through ultrasonographic

image (Simens Sonoline SL1). For the statistical analysis, a multiple linear regression was

used. The level of significance considered was 5%. Results: the regression models for the

level of recruitment of the TrA, IO and EO muscles explained, respectively, 2,0% (R2=0,02;

F=0,47; p=0,628), 10,6% (R2=0,106; F=3,03; p=0,057) and 10,1% (R2=0,101; F=2,70;

p=0,077) of the variability of the recruitment values. Conclusions: According to these data,

none of the regression models developed for the abdominal muscles presented statistical

significance. The value of the explained variability was very low, which indicates that there

are other factors such as motor control, sarcopenia and or the adequacy of the techniques

used, influenced by the age, that may be related to the value obtained for the recruitment of

the abdominal muscles for this sample. Studies about the recruitment of the abdominal

muscles in the elderly are necessary.

Key Words: elderly; ultrasonography; urinary incontinence; low back pain.

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Introdução

O envelhecimento populacional é observado mundialmente. No Brasil, o aumento do

contingente de idosos vem ocorrendo de forma contínua e bastante acelerada, quando

comparado a outros países (IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2002).

Paralelo às mudanças demográficas verificadas ocorre também uma modificação no perfil

epidemiológico da nossa população. Doenças crônicas degenerativas inerentes ao

envelhecimento ganham maior expressão em detrimento àquelas infecto contagiosas presentes

na população mais jovem. Em geral, as doenças dos idosos são crônicas, múltiplas,

irreversíveis, não transmissíveis e são associadas a problemas e disfunções de difícil manejo e

tratamento, exigindo acompanhamento e cuidados constantes, dessa forma, aumentando a

procura por serviços de saúde (Alves et al. 2007;Fiedler & Pimenta 2008;Lima-Costa,

Barreto, & Giatti 2003).

A dor lombar (DL) (Bressler et al. 1999;Dellaroza et al. 2008;Silva, Fassa, & Valle

2004;Teixeira et al. 2001) e a incontinência urinária (IU) (Meadows 2000;Reis et al.

2003;Rodrigues et al. 1995) representam condições de alta prevalência e com grande

repercussão na funcionalidade do idoso. Dificuldades no desempenho das atividades

cotidianas, sofrimento físico e afetivo, alto custo sócio-econômico, restrição na participação

social, e redução da qualidade de vida desses indivíduos são relatados na literatura em

decorrência dessas disfunções (Paul et al. 2008;Reis, Cologna, Martins, Paschoalin, Tucci Jr,

& Suaid 2003).

A DL é usualmente definida como uma dor, tensão ou rigidez localizada na região

compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea. A maioria dos episódios de DL ocorre

espontaneamente nas atividades cotidianas (Waddell 2004a). Sua etiologia é multifatorial

decorrendo da interação cumulativa de fatores intrínsecos ao indivíduo (doenças

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inflamatórias, degenerativas, alterações congênitas, desequilíbrios musculares, instabilidades

segmentares da coluna, obesidade, morbidades psicológicas) além dos fatores sócio-

demográficos (idade, sexo, renda, escolaridade) e comportamentais (Silva, Fassa, & Valle

2004;vanTulder, Koes, & Bombardier 2002;Weiner et al. 2006). Cayea et al. (Cayea, Perera,

& Weiner 2006) relataram que 36% dos idosos comunitários com 65 anos e mais são

acometidos por um episódio de DL ao ano.

A Sociedade Internacional de Incontinência define incontinência urinária (IU) como sendo a

perda involuntária de urina, que representa um problema psicossocial e higiênico, devendo ser

objetivamente demonstrável (Reis, Cologna, Martins, Paschoalin, Tucci Jr, & Suaid

2003;Silva & Santos 2005). A IU pode afetar indivíduos de todas as idades, no entanto sua

prevalência aumenta com a idade (Eliasson et al. 2008;Meadows 2000;Silva & Santos 2005)

e, muitas vezes, é erroneamente interpretada como parte natural do processo de

envelhecimento (Meadows 2000;Silva & Santos 2005)

Estudos recentes têm ressaltado a associação entre IU, DL e o padrão de recrutamento dos

músculos abdominais. Algumas evidências dessa relação foram observadas (Eisenstein,

Engelbrecht, & El Masry 1994;Eliasson, Elfving, Nordgren, & Mattsson 2008;Finkelstein

2002;Smith, Russell, & Hodges 2006). Em seu estudo, Smith et al .(Smith, Russell, & Hodges

2006) analisaram dados de 38.050 mulheres que participaram de um estudo longitudianal,

Australian Longitudinal Study on Women’s Health, incluídas em três categorias etárias (18-

23; 45-50, 70-75 anos). Mulheres com IU apresentaram um aumento significativo na

prevalência de DL, sugerindo uma redução da estabilidade da coluna lombar na presença da

IU. Embora o mecanismo para o desenvolvimento da DL não seja bem conhecido, ele pode

estar associado também com alterações no controle motor dos músculos do tronco. (Hodges &

Richardson 1996).

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A estabilidade da coluna lombar é dependente da atividade de músculos como o diafragma,

(Smith, Russell, & Hodges 2006) transverso abdominal (Hodges & Richardson 1999;Hodges

1999;Smith, Russell, & Hodges 2006) e dos músculos do assoalho pélvico (Hodges

2004b;Smith, Russell, & Hodges 2006). O conceito de estabilidade lombo-pélvica vem sendo

amplamente discutido, na literatura uma vez que a instabilidade da coluna é considerada uma

importante causa de DL (Barr, Griggs, & Cadby 2005;Panjabi 1992). Entende-se estabilidade

como um processo dinâmico que inclui uma adequada modulação neuromusculoesquelética

do tronco e pelve, tanto durante posturas estáticas quanto na execução de padrões de

movimento (Barr, Griggs, & Cadby 2005;Hodges 2004a).

O transverso abdominal (TrA) devido a suas características anatômicas é um músculo

preferencialmente estabilizador da coluna (Ebenbichler et al. 2001;Hodges & Richardson

1996;Richardson et al. 2002). Hodges e Richardson (Hodges & Richardson 1996) por meio de

um estudo eletromiográfico (EMG), constataram que o TrA é o primeiro músculo a ser

ativado durante movimentos dos membros inferiores e superiores, promovendo uma rigidez

necessária à coluna lombar, para a realização adequada dos movimentos, evitando dessa

maneira, movimentos segmentares indesejados. Em indivíduos com história de DL crônica foi

observado um atraso na ativação do TrA, sugerindo uma falha do mecanismo da estabilização

lombo pélvica (Hodges 2004b;Hodges 1999;Hodges & Richardson 1996).

Em indivíduos saudáveis, os músculos abdominais e do assoalho pélvico trabalham em

sinergismo (Neumann & Gill 2002;Sapsford 2001;Sapsford & Hodges 2001). Exercícios

abdominais específicos podem ativar os músculos abdominais e do assoalho pélvico (Sapsford

& Hodges 2001) e vice-versa (Neumann & Gill 2002;Sapsford & Hodges 2001). Sapsford

(Sapsford 2001) e Sapsford e Hodges (Sapsford & Hodges 2001) em seus estudos (Sapsford

2001;Sapsford & Hodges 2001) reportaram que um aumento da atividade dos músculos do

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assoalho pélvico, medida por meio de registros EMG durante exercícios abdominais

específicos, foi verificada antes do aumento da pressão intra-abdominal. Esses resultados

indicam que a ativação desses músculos não ocorre apenas em resposta ao aumento da

pressão intra-abdominal. Possivelmente, a ativação desses músculos seria produzida por

mecanismos centrais do controle motor. No estudo de Sapsford e Hodges (Sapsford & Hodges

2001) o padrão de ativação dos músculos abdominais foi observado por meio de imagens

ultrassonográficas com o objetivo de prover uma aproximação da ocorrência da ativação

muscular de cada músculo abdominal, concomitante ao registro EMG dos músculos do

assoalho pélvico, evidenciando uma relação entre eles.

O uso de imagens ultrassonográficas (rehabilitative ultrasound imaging – RUSI) tem sido

aceito como uma medida válida do recrutamento muscular pela sua comparação com os

registros da EMG (Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004;Hodges et al. 2003). Esse tipo de

mensuração é utilizada por fisioterapeutas para avaliar a função dos músculos e a morfologia

dos tecidos moles durante a realização de movimentos e tarefas específicas e assistir em

aplicações de intervenções terapêuticas objetivando melhora da função neuromuscular

(Teyhen 2007).

Apesar da DL e da IU serem condições prevalentes entre os idosos, com repercussões

significativas na saúde física, psicológica e social do indivíduo e de grande impacto sócio-

econômico, não há registros na literatura atual de estudos que investiguem o controle motor

dos músculos abdominais em idosos.

Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a associação entre dor lombar,

incontinência urinaria e o padrão de recrutamento muscular dos músculos TrA, obliquo

interno(OI) e obliquo externo(OE), medidos por meio de imagem ultrassonográfica, em uma

população de idosos comunitários.

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Metodologia

Desenho do Estudo

Trata-se de um estudo observacional de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, parecer ETIC 324/07

Sujeitos

O tamanho da amostra foi calculado considerando-se o padrão de recrutamento da

musculatura abdominal, como a variável resposta do estudo e como variáveis explanatórias, a

presença de dor lombar e o relato de incontinência urinária. Para que haja uma relação de 0,40

entre as variáveis explanatórias e a variável resposta, uma correlação de 0,20 entre as

variáveis explanatórias, com coeficiente de determinação (R2) de 0,40 e um poder de 80%

(Maxwell 2000), foi constatado a necessidade de 55 idosos para que essas associações fossem

verificadas.

Foram incluídos no estudo 54 idosos residentes na comunidade, de ambos os sexos, com

idade igual ou superior a 65 anos, sem alterações cognitivas identificadas por meio do Mini

Exame do Estado Mental (MEEM) (Bertolucci et al. 1994;Brucki et al. 2003). Foram

adotados como critérios de exclusão: dores agudas na coluna; evidencia de radiculopatias

(alteração de reflexos, dermátomos e/ou miótomos ou Laségue positivos) (BenDebba,

Torgerson, & Long 2000); histórico positivo para doenças neurológicas, cirurgia tóraco-

abdominal e da coluna, fraturas vertebrais; presença de bandeiras vermelhas, indicativas de

doenças graves de coluna, como trauma grave, passado de tumor maligno (câncer de

próstata), perda de peso não explicada (Waddell 2004b); deformidades graves observáveis na

coluna (escoliose, hipercifose); realização de tratamento fisioterápico para a coluna nos

últimos seis meses; prática de exercícios para musculatura estabilizadora da coluna lombar

e/ou do assoalho pélvico.

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63

Materiais e procedimentos

Para caracterização da amostra foram utilizados os dados sócio-demográficos e clínico-

funcionais obtidos a partir de um questionário e estão apresentados na Tabela 1.

A caracterização da DL foi realizada pelo questionário de dor McGill (Br-MPQ) (Castro

1999;Pimenta & Teixeira 1996;Varoli & Pedrazzi 2006), um instrumento amplamente

utilizado na literatura, adequado para avaliar a dor crônica em idosos (Santos et al. 2006).

Para verificar a presença da IU e determinar a freqüência e a quantidade de perda urinária

auto relatada foram utilizadas duas questões do questionário de qualidade de vida condição-

específico para IU denominado International Consultation on Incontinence Questionnaire –

Short Form (ICIQ – SF) (Tamanini et al. 2004).

Considerando os baixos níveis de escolaridade da população idosa brasileira, todos os

instrumentos foram lidos e preenchidos por um pesquisador previamente treinado e

familiarizado com os mesmos. A aplicação de cada instrumento seguiu a padronização

fornecida pelos autores.

Para medir o recrutamento da musculatura abdominal foi utilizado um aparelho de

ultrassonografia (Siemens Sonoline SL1) e aplicado a metodologia proposta por Ferreira et al.

(Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004) As imagens foram captadas por um transdutor de 10cm,

7,5MHz, acoplado ao aparelho de ultrassonografia. As imagens foram armazenadas em um

software de armazenamento de vídeos (Pinacle Studio, versão 9.4®).

Análise Estatística

A análise descritiva das variáveis quantitativas foi realizada através de cálculo da média,

medida de tendência central, e do desvio padrão, medida de variabilidade dos dados

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amostrais. Já a análise descritiva das variáveis qualitativas foi realizada através de cálculo de

freqüências das categorias utilizadas para cada uma.

Para testar a associação entre as variáveis contínuas avaliadas neste estudo foram propostos

três modelos de análise de regressão linear múltipla. Cada modelo utilizou como variável

resposta a proporção do recrutamento dos músculos abdominais (TrA; OI; OE) e como

explicativas, as variáveis DL e IU.

Toda a análise estatística foi realizada através do pacote estatístico Statistical Package for the

Social Science (SPSS) para Windows (versão 13.0, SPSS Inc.©, Chicago, Illinois). Em todos

os testes usados foi considerado como significativo α < 0,05.

Resultados

Participaram deste estudo 54 idosos, com média de idade de 72 (± 5,2) anos e variação de 65

a 84 anos, sendo que o sexo feminino representou 76% da amostra. Apresentaram peso

variando entre 45 e 107 quilos (66 ± 12,8) e altura entre 1,42 e 1,77 metros (1,58 ± 0,07).

Após o cálculo do IMC dos participantes 46,3% da amostra apresentou o padrão eutrófico (22

a 27 kg/m2), de acordo com os pontos de corte para idosos, propostos por Lipschitz (Lipschitz

1994).

Os idosos foram questionados quanto a problemas de saúde diagnosticados pelo médico e uso

de medicamentos. Foi relatado uma média de 4,78 (± 2,35) comorbidades e 37% relataram o

uso de 3 a 5 medicamentos.

Para aqueles idosos com positividade para dor lombar (n=34) pode-se verificar que mais da

metade (52,9%) informou apresentar dor lombar de intensidade moderada (2,24 ± 0,78) e

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44,1% classificaram-na como breve/momentânea/transitória, de acordo com o padrão

temporal da dor avaliado pelo questionário de Br-MPQ. (Tabela 1)

A Tabela 2 apresenta os resultados dos modelos de regressão linear múltipla para verificar a

associação entre o padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e

IU. Esses resultados mostraram que, os modelos de regressão para o nível de recrutamento

dos músculos TrA, OI e OE explicaram, respectivamente, 2,0% (R2=0,02; F=0,47; p=0,628),

10,6% (R2=0,106; F=3,03; p=0,057) e 10,1% (R2=0,101; F=2,70; p=0,077) da variabilidade

dos valores de recrutamento. De acordo com esses dados, nenhum dos modelos de regressão

desenvolvidos para os músculos abdominais apresentou significância estatística.

Discussão

O padrão de recrutamento dos músculos do tronco, obtidos por meio de ultrassonografia em

adultos jovens com e sem DL é evidenciado na literatura (Ferreira, Ferreira, & Hodges

2004;Hides et al. 2006;Richardson, Snijders, Hides, Damen, Pas, & Storm 2002;Vasseljen et

al. 2006). Durante a contração muscular, além da produção de potenciais de ação que podem

ser detectados por meio da EMG, mudanças na forma e geometria do músculo são

observadas, permitindo assim que medidas na alteração da espessura do músculo durante a

contração possam ser observadas e registradas por meio de imagens ultrassonográficas

(Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004;Hodges, Pengel, Herbert, & Gandevia 2003). Com isso, a

utilização do ultrassom na reabilitação demonstrou ser uma medida eficaz, segura, não

invasiva e menos onerosa do recrutamento dos músculos abdominais. No entanto, evidências

científicas quanto ao padrão de recrutamento dos músculos do tronco em idosos, medido por

meio de ultrassonografia, não foram encontrados na literatura pesquisada, o que dificulta a

comparação dos resultados evidenciados neste estudo com aqueles divulgados na literatura.

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Alterações fisiológicas inerentes ao processo do envelhecimento podem resultar em padrões

de movimento alterados.

Os resultados dos modelos de regressão linear múltipla para verificar a associação entre o

padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e IU, evidenciaram

que, nenhum dos músculos abdominais (TrA, OI e OE) teve seu recrutamento explicado pelas

variáveis. No entanto, entre as variáveis analisadas, apenas a IU apresentou uma associação

significativa e negativa (p=0,018; β = -0,0343) com o recrutamento do OI, ou seja, aqueles

idosos que apresentaram maior ativação do OI relataram menor perda urinária. Este achado

corrobora com relatos prévios da literatura.

A co-ativação dos músculos abdominais e do assoalho pélvico é consistente com o modelo de

estabilidade que prediz que os músculos ao redor da cavidade abdominal trabalham juntos em

uma manobra coordenada para aumentar a estabilidade da coluna lombar (Hodges 1999)

Nos estudos conduzidos por Sapsford (Sapsford 2001), Sapsford e Hodges (Sapsford &

Hodges 2001) e Neumann e Gill (Neumann & Gill 2002) em adultos jovens saudáveis uma

co-ativação entre os músculos abdominais e do assoalho pélvico foi evidenciada, sem um

concomitante aumento da pressão intra-abdominal. O OI e o TrA parecem ser

predominantemente recrutados durante a contração dos músculos do assoalho pélvico

(Neumann & Gill 2002). Estes achados sugerem que o exercícios envolvendo o recrutamento

do TrA e do OI podem ajudar no trabalho dos músculos do assoalho pélvico, sem produzir um

aumento significativo na pressão intra-abdominal, contribuindo tanto para melhorar a perda

urinária quanto para reduzir a instabilidade da coluna lombar e conseqüentemente, a DL

(Neumann & Gill 2002).

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A variabilidade do recrutamento dos músculos TrA e OE também não foi associada às

variáveis DL e IU na amostra estudada. Nenhuma das variáveis clinicas consideradas para

associação foi fortemente associada com o recrutamento tanto do TrA (IU[p=0,541];

DL[0,412]), quanto do OE (IU[p=0,091]; DL[p=0,078]). Assim como a variável DL, que

também não foi associada com o recrutamento do OI (p=0,931).

Uma possível explicação para os resultados do presente estudo pode ser fundamentada nas

características específicas da amostra pesquisada: idosos, com média de idade de 72 anos,

com uma variedade de condições clínicas e comportamentais associadas. A DL e IU, variáveis

analisadas são condições clínicas com alta prevalência entre a população idosa que podem

afetar de forma significativa sua capacidade funcional. Há relatos de que os idosos podem

subestimar tanto os sintomas dolorosos (Santos, Pereira, Resende, & Magno 2006;Teixeira,

Teixeira, Santos, Andrade, Bezerra, Figueiró, & Okada 2001) quanto de incontinência (Reis,

Cologna, Martins, Paschoalin, Tucci Jr, & Suaid 2003), por considerarem erroneamente, que

esses sintomas fazem parte do processo de envelhecimento. A IU apresenta um fator

psicossocial agravante para o seu relato que é o constrangimento que o idoso apresenta em

relatar sua ocorrência (Felicíssimo et al. 2007;Rodrigues, Marques, Oliveira, Mendes, Rocha,

& Nogueira 1995;Silva & Santos 2005). Por outro lado, o medo da necessidade de cuidadores

ou de institucionalização devido a esses problemas é freqüente. Esses achados nos faz inferir

que apesar dos idosos participantes relatarem ocorrência de IU (44, 4%) e de DL (61,8%)

esses dados podem estar subestimados.

Os resultados obtidos quanto a não associação do recrutamento dos músculos TrA, OI e OE

com a DL e a IU podem também ser explicados pelo processo inerente ao envelhecimento.

Alterações fisiológicas do envelhecimento, como a sarcopenia, osteopenia, diminuição na

sensibilidade proprioceptiva, alterações biomecânicas e posturais compensatórias, redução da

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velocidade de condução nervosa, resultam em mudanças características nos padrões de

movimento dos idosos (Lewis & Bottomley 1994;Pereira 2002).

A redução da massa muscular associada ao envelhecimento é causada principalmente pela

perda e atrofia das fibras musculares (perda mais acentuada nas fibras tipo II – contração

rápida, glicolíticas), e parece ser a principal responsável pela diminuição de força, potência e

resistência musculares (Janssen et al. 2002). Estudos de Vandervoort (Vandervoort & Symons

2001) e Porter (Porter 2001) indicam que indivíduos saudáveis entre 70-80 anos apresentam

declínio na força de 20% a 40% e perda superior a 50% em indivíduos mais idosos, quando

comparado a adultos jovens. Uma redução do número e tamanho das unidade motoras é

evidenciada com o envelhecimento (Lewis & Bottomley 1994;Thomas 2007) e seria

acompanhada de uma redução na velocidade de condução nervosa sensitiva e motora. Este

parece ser o principal fator para alteração no controle motor (Lewis & Bottomley 1994),

favorecendo o aparecimento de alterações nos padrões de movimento. Esses fatores podem ter

contribuído para os resultados encontrados nos modelos de regressão linear múltipla usados

para verificar a associação entre o padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as

variáveis DL e IU.

Reforçando essas considerações ressaltamos que, apesar do TrA ser o principal músculo

freqüentemente associado com a função de estabilização segmentar da coluna lombar

(Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004;Hodges 2004a;Hodges 1999) e de atuar sinergicamente

com os músculos do assoalho pélvico, contribuindo para a continência (Neumann & Gill

2002;Sapsford 2001;Sapsford & Hodges 2001), os resultados desse estudo não reforçaram

essa evidencia. Talvez o papel do subsistema muscular na estabilidade da coluna lombar

possa estar diminuído com o aumento da idade, em decorrência da sarcopenia. Possivelmente,

considerando que há um aumento na rigidez dos ligamentos e da coluna (Lewis & Bottomley

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1994) é de se esperar um aumento na contribuição do subsistema passivo, considerando o

modelo de estabilidade proposto por Panjabi em 1992 (Panjabi 1992).

Sapsford (Sapsford 2001) em seu estudo, investigou a resposta dos músculos abdominais à

uma contração voluntária dos músculos do assoalho pélvico realizadas em três posições

diferentes, em mulheres jovens e saudáveis. Os resultados do estudo mostraram que em todas

as participantes a atividade EMG dos músculos abdominais foi aumentada quando comparada

a seus valores basais em pelo menos uma das posições, sendo que maior atividade do OE foi

observada quando a coluna era ligeiramente fletida e a atividade do TrA foi maior quando a

coluna era posicionada em extensão. Esses achados sugerem que alterações posturais podem

influenciar na atividade motora sinérgica dos músculos abominais e do assoalho pélvico.

Alterações posturais e atitudes compensatórias compatíveis com o envelhecimento são

frequentes, possivelmente essas alterações influenciaram no presente estudo. No entanto é

necessário cautela ao extrapolar estes achados para outras populações considerando que a

amostra do estudo foi pequena e constituída apenas por mulheres jovens.

Além disso, a metodologia desenvolvida para a observação da musculatura abdominal via

ultrassonografia, foi desenvolvida e aplicada em adultos jovens (Ferreira, Ferreira, & Hodges

2004;Hodges, Pengel, Herbert, & Gandevia 2003). Durante a execução com idosos foram

observadas dificuldades para realizar o movimento isolado de flexão e/ou extensão dos

joelhos sem compensação de outras musculaturas, com musculatura glútea, até atingir o valor

de contração necessário (7,5% do peso corpóreo) para a isometria da musculatura abdominal.

Conclusão:

O presente estudo verificou que em uma amostra de idosos comunitários, com presença de

comorbidades associadas à DL e a IU, nenhuma associação entre o padrão de recrutamento

dos músculos TrA, OI e OE e as variáveis DL e IU foi estabelecida. O valor da variabilidade

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explicada é muito baixo, indicando que existem outros fatores, tais como o controle motor,

sarcopenia e ou adequações da técnica usadas influenciados pelo envelhecimento não inclusos

neste estudo, que estão relacionados ao valor obtido no recrutamento dos músculos

abdominais para esta amostra. Estudos sobre a mensuração do recrutamento dos músculos

abdominais em idosos são necessários e precisam ser estimulados.

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TABELA 1: Características sócio demográficas e clinicas da amostra (n = 54).

Características sócio demográficas e clínicas n (%) Média (+DP) Variação

Idade (anos) 54 (100%) 72 (± 5,2) 65 - 84Sexo

Masculino 13 (24%) Feminino 41 (76%)

Escolaridade (anos) Analfabeto 5 (9,3%) 1 a 4 26 (48,1%) 5 a 8 13 (24,1%) 9 a 11 2 (3,7%) 11 anos e mais 8 (14,8%)

IMC (kg/m2) < 22 kg/m2 8 (14,8%) 22 a 27 kg/m2 25 (46,3%) > 27 kg/m2 21 (38,9%)

Nº de comorbidades 4,78 (± 2,35) 1 - 13Nº de medicamentos

nenhum 7 (13%) 1 a 2 18 (33,3%) 3 a 5 20 (37%) > 5 9 (16,7%)

IU (sim) 24 (44,4%) Dor lombar (sim) 34 (61,8%) Intensidade da dor (Br-MPQ) ∗ 1,41 (± 1,25) 0 - 4

Fraca (1) 5 (14,7%) Moderada (2) 18 (52,9%) Forte (3) 9 (26,5%) Insuportável (4) 2 (5,9%)

Padrão temporal da dor (Br-MPQ)∗ Contínua/estável/constante 10 (29,4%) Ritmada/periódica/intermitente 9 (26,4%) Breve/momentânea/transitória 15 (44,1%)

DP = Desvio Padrão % = Porcentagem relativa ao n total de 54 idosos IMC: índice de massa corpórea Br- MPQ: Questionário de dor de McGill – Brasil IU: incontinência urinária ∗ Valores referentes ao n de 34 idosos que responderam positivamente à presença de dor lombar

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TABELA 2: Associação entre nível de recrutamento dos músculos abdominais, TrA/OI/OE,

dor lombar e IU

TrA OI OE Variável

β P - valor β P - valor β P - valor

Constante (β0) 0,039 0,015‡ 0,0303 0,015‡ 0,0001 0,992 IU* (β1) -0,011 0,541 -0,0343 0,018‡ 0,0218 0,091 Dor lombar (β2) 0,015 0,412 0,0012 0,931 -0,0232 0,078

* IU=incontinência urinária Análise de regressão linear múltipla; ‡p < 0,05

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Artigo 2

INCAPACIDADE FUNCIONAL, SINTOMAS DEPRESSIVOS E DOR LOMBAR NÃO-

ESPECÍFICA EM IDOSOS DA COMUNIDADE.

VÂNIA FERREIRA DE FIGUEIREDO1, LEANI SOUZA MÁXIMO PEREIRA2, PAULO

HENRIQUE FERREIRA3, ALINE DE MORAIS PEREIRA4, ELIZETE FERREIRA

BARROSO4

1 Fisioterapeuta, Mestranda em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Minas

Gerais – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.

2 Fisioterapeuta, Doutora em Ciências Biológicas, Professora Adjunta do Departamento de

Fisioterapia, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.

3 Fisioterapeuta, Professor of School of Physiotherapy, Faculty of Health Sciences, University

of Sydney, Australia

4 Fisioterapeutas

Correspondência para:

Dra. Leani Souza Máximo Pereira. Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação

Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Universidade Federal de Minas Gerais/Campus

Pampulha. Av. Antonio Carlos, 6627. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. CEP:31.270-901

phone/fax n.:55-31-3499-4783 e-mail: [email protected]

Título curto: Incapacidade funcional e dor lombar em idosos comunitários

Este estudo apresenta resultados parciais da Dissertação de Mestrado: “Análise da associação entre condições

clínicas e funcionais e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio de ultrassonografia em idosos da comunidade.” Artigo a ser enviado para Revista Brasileira de Fisioterapia http://www.rbf.ufscar.br/

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Resumo

Objetivos: os objetivos deste estudo foram verificar a prevalência de DL não-específica em

uma amostra de idosos da comunidade e determinar a correlação existente entre as variáveis

incapacidade funcional, sintomas depressivos, índice de massa corpórea e sexo, em uma

amostra da população de idosos ativos da comunidade. Métodos: Participaram deste estudo

54 idosos hígidos da comunidade (72 ± 5,2 anos). As características clínico-sócio-

demográficas foram avaliadas por meio de questionário semi-estruturado e a dor lombar, por

meio do Questionário de Macgill (Br-MPQ). Para a medida de incapacidade em indivíduos

com disfunções na coluna foi usado o Questionário de Roland Morris – Brasil (RM-Br). A

presença de sintomas depressivos e o nível geral de atividade física foram avaliados,

respectivamente, por meio da Escala de Depressão Geriátrica (GDS), versão reduzida com 15

itens e pelo Perfil de Atividade Humana (PAH). Para verificar a relação entre a variável dor

lombar e as variáveis relacionadas a incapacidade sintomas depressivos, IMC e sexo foi

realizado índice de correlação de Spearman. Em todos os testes usados foi considerado como

significativo α < 0,05. Resultados: Uma correlação alta e positiva com a presença de dor

lombar foi indicada para a incapacidade funcional (RM – Br) (rs=0,774; p=0,00). Nenhuma

correlação foi evidenciada entre presença de sintomas depressivos (GDS–15) (rs=0,271;

p=0,048), IMC (rs=0,178; p=0,197), sexo (rs=-0,073; p=0,599) e DL. Conclusão: O presente

estudo observou uma prevalência significativa de DL não específica entre a amostra de idosos

estudada. Além disso, a incapacidade avaliada pelo RM mostrou ser uma condição fortemente

associada com dor lombar em idosos da comunidade. Estes achados chamam a atenção para a

necessidade de uma avaliação da capacidade funcional de idosos com DL e uma abordagem

multi/interdisciplinar, uma vez que essa exerce impacto negativo sobre a independencia e

autonomia dos idosos e dessa forma prejudicando a sua qualidade de vida.

Palavras-chave: idoso; dor lombar; incapacidade funcional; depressão

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Abstract

Purposes: the purposes of the present study were to verify the prevalence of non-specific

LBP in a sample of community-dwelling elderly and to determine the existing correlation

between the variables: functional disability, depressive symptoms, body mass index and sex,

in a sample of the active elderly population of the community. Methods: Fifty-four healthy

community-dwelling elderly joined this study (72 ± 5,2 years-old). The clinical, social and

demographic characteristics were assessed through a semi-structured questionnaire and the

low back pain, through the Mcgill Pain Questionnaire (Br-MPQ). The Rolland Morris

Questionnaire (RM – Br) was used to measure the disability of the subjects with spine

dysfunctions. The presence of depressive symptoms and the general level of physical activity

were assessed, respectively, through the Geriatric Depression Scale (GDS), short-form

containing 15 items, and through the Human Activity Profile (HAP). In order to verify the

relation between the variable low back pain and the variables related to disability, depressive

symptoms, BMI and sex, it was used the Spearman’s Correlation Coefficient. For all tests

used, the level of significance considered was α < 0,05. Results: A high and positive

correlation with the presence of low back pain was appointed for functional disability (RM –

Br) (rs=0,774; p=0,00). No correlation was evidenced between depressive symptoms (GDS –

15) (rs=0,271; p=0,048), BMI (rs=0,178; p=0,197), sex (rs=-0,073; p=0,599) and LBP.

Conclusions: The present study observed a significant prevalence of non-specific LBP in the

elderly sample studied. Besides that, the disability assessed through RM proved to be a

condition strongly associated to LBP in community-dwelling elderly. These findings highlight

the necessity of assessing the functional performance of the elderly with LBP and of a

multi/interdisciplinary approach, once this condition causes a negative impact both in the

independence and autonomy of the elderly, compromising their quality of life.

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Key words: elderly; low back pain; functional disability; depression.

Title: Functional disability, depressive symptoms and non-specific low back pain in

community-dwelling elderly

Brief-title: Functional disability and low back pain in community-dwelling elderly

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Introdução

O envelhecimento populacional é uma realidade em nosso país. Mudanças no perfil

demográfico e epidemiológico ocorrem de maneira rápida quando comparadas aos países

desenvolvidos. Paralelo ao crescente contingente de idosos ocorre uma modificação no perfil

de saúde da sociedade com as doenças próprias do envelhecimento ganhando maior

expressão. Em geral, as doenças dos idosos são crônicas, múltiplas, não-transmissíveis e vem

acompanhadas de problemas associados exigindo um acompanhamento constante e cuidados

permanentes, aumentando a procura por serviços de saúde1-3.

Dentre as condições de saúde mais prevalentes em idosos estão as músculo

esqueléticas muito causadoras de dor. A dor lombar (DL) é um dos sintomas mais

freqüentemente relatados pelos idosos 4-7. No entanto, mesmo sendo identificada como um

importante problema de saúde, sua prevalência é pouco conhecida na população idosa 8-12.

Fatores tais como a superestimação ou subestimação dos sintomas álgicos ou a resiliência

quanto a esse tipo de sintoma pelos indivíduos que envelhecem são fatores que dificultam o

levantamento da sua real prevalência.

A DL é usualmente definida como uma dor, tensão ou rigidez localizada na região

compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea 13. Pode ser classificada como

específica, quando os sintomas são causados por condições clínicas definidas e não-

específicas, quando o mecanismo da dor não é claramente definido13. Aproximadamente 50 a

80% da população geral é acometida por pelo menos um episódio de DL em algum momento

da vida5, 13. Segundo Teixeira et al. (2001)5, a DL manifesta-se em 70% da população

brasileira. Cayea et al. (2006)14 relataram que 36% dos idosos comunitários com 65 anos e

mais são acometidos por um episódio de DL ao ano.

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A maioria dos episódios de DL ocorrem espontaneamente nas atividades cotidianas15,

mas sua etiologia é multifatorial, quase sempre decorrendo da interação cumulativa de vários

fatores intrínsecos ao indivíduo, além dos fatores sócio-demográficos e comportamentais 6, 8,

13.

A DL é considerada como um problema para o paciente, para os profissionais de saúde

e para a sociedade. Para os pacientes, porque esses nem sempre recebem uma definição clara

sobre a causa da dor e não sabem como lidar com esses sintomas e sua evolução. Para os

profissionais de saúde, pois é uma condição de difícil diagnóstico e complexa abordagem

terapêutica sendo que a melhora ou cura nem sempre é possível. E para a sociedade, por ser

uma das causas mais comuns de absenteísmo ao trabalho entre a população adulta

economicamente ativa e pelo aumento da utilização de cuidados de saúde e auxilio doença 5, 6,

15. Dessa forma, uma das principais implicações da DL na população geral, em especial no

idoso, devido a uma maior susceptibilidade a condições que reduzem sua capacidade

funcional é a sua associação com prejuízos nas funções do corpo, dificuldades no desempenho

das atividades cotidianas e uma restrição na participação social do indivíduo16.

A DL modifica e limita aspectos tanto físicos quanto psicossociais da vida do idoso,

impondo muitas vezes mudanças que causam transtornos pessoais, familiares, redução da

capacidade funcional e interrupção de projetos de vida17, 18. Entre os aspectos físicos

destacamos a incapacidade física, que segundo a Organização Mundial da Saúde, por meio da

Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, engloba as deficiências,

limitação da capacidade ou restrição no desempenho de atividades17, 19, 20.

Entre as alterações psicológicas, vários estudos têm mostrado que sintomas

depressivos estão freqüentemente associados com presença de dor lombar 17, 20-23

Neste contexto, os objetivos deste estudo foram verificar a prevalência de DL não-

específica em uma amostra de idosos da comunidade e determinar a correlação existente entre

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as variáveis incapacidade funcional, sintomas depressivos, índice de massa corpórea e sexo

em uma amostra da população de idosos ativos da comunidade.

Materiais e Métodos

Tipo de estudo e aspectos éticos

Trata-se de um estudo observacional de corte transversal. O presente estudo foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Cada participante, após leitura e esclarecimento

dos termos do estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,

concordando em participar do mesmo.

Amostra

Foi realizado previamente o cálculo amostral seguindo logaritmos propostos por

Maxwell24. A amostra deste estudo foi constituída por 54 idosos residentes na comunidade, de

ambos os sexos, com idade igual ou superior a 65 anos, sem alterações cognitivas

identificadas por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM)25. Foram adotados como

critérios de exclusão: presença de dores agudas de coluna; sinais evidentes de radiculopatias

(alteração de reflexos, dermátomos e/ou miótomos, teste de elevação da perna estendida

(SLRT) ou Laségue positivos); histórico positivo para doenças neurológicas, cirurgia tóraco-

abdominal e da coluna, fraturas vertebrais e câncer; presença de ‘bandeiras vermelhas’,

indicativas de doenças graves de coluna, como por exemplo, trauma, passado de tumor

maligno (câncer de próstata), perda de peso não explicada26; deformidades graves observáveis

na coluna (escoliose, hipercifose); realização de tratamento fisioterápico para problemas de

coluna nos últimos seis meses; prática de exercícios para musculatura estabilizadora da coluna

lombar e/ou do assoalho pélvico.

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Instrumentação

Para caracterização da amostra foi utilizado um questionário contendo dados sócio-

demográficos e clínico-funcionais, como identificação pessoal, idade, sexo, renda salarial,

escolaridade, peso, altura, índice de massa corpórea (IMC), estado de saúde diagnosticado,

saúde auto relatada, hábitos de vida e medicação em uso.

A presença ou não de DL foi determinada a partir da resposta para a seguinte pergunta:

“nos últimos doze meses, o(a) sr.(sra.) sentiu dores em suas costas?”21, 27-29. A DL foi

caracterizada por presença de dor, tensão muscular ou rigidez localizada na região

compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea 13, estabelecida através da localização

da dor em uma figura do corpo humano em posição ereta, supina e dorsal 6, 30 presente na

parte I do questionário de dor de McGill (Br-MPQ)31. Caso a resposta fosse afirmativa, o

participante respondia às demais questões do questionário de dor de Br-MPQ31-33, instrumento

amplamente utilizado na literatura e demonstrou ser um instrumento adequado para avaliar a

dor crônica em idosos34. Para a medida de incapacidade em indivíduos com disfunções na

coluna foi usado o Questionário de Roland Morris – Brasil (RM-Br)35-37. A presença de

sintomas depressivos e o nível geral de atividade física foram avaliados, respectivamente, por

meio da Escala de Depressão Geriátrica, versão reduzida com 15 itens (GDS-15)38 e pelo

Perfil de Atividade Humana (PAH)39.

Procedimentos

Os participantes foram contatados por telefone ou pessoalmente e previamente

informados sobre o objetivo geral do estudo. Para aqueles interessados em participar foi

agendado um horário para aplicação de todo o protocolo no Centro de Pesquisa em Ciências

da Reabilitação de uma universidade. Os participantes foram então esclarecidos quanto à

natureza e objetivo do estudo e, nessa oportunidade foi lido o Termo de Consentimento Livre

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e Esclarecido. Após concordarem com os termos do estudo, assinavam o mesmo. Em seguida,

o questionário clínico-sócio-demográfico e o MEEM foram aplicados. Para aqueles idosos

que apresentavam positividade para a presença de dor lombar, os questionários de Br-McGill

e RM-Br foram aplicados.

Considerando os baixos níveis de escolaridade da população idosa brasileira, todos os

instrumentos foram lidos e preenchidos por um pesquisador previamente treinado e

familiarizado com os mesmos. A aplicação de cada instrumento seguiu a padronização

fornecida pelos autores. Nenhuma informação ou explicação adicional foi fornecida.

Análise estatística

Para descrever os indivíduos que compõem a amostra foi realizada uma análise

exploratória utilizando as informações sociais, demográficas e clínicas coletadas durante a

aplicação dos questionários. A análise descritiva das variáveis quantitativas foi realizada

através de cálculo da média, medida de tendência central, e do desvio padrão, medida de

variabilidade (dispersão) dos dados amostrais. Já a análise descritiva das variáveis qualitativas

foi realizada através de cálculo de freqüências das categorias utilizadas para cada uma.

Para verificar a relação entre a variável DL e as variáveis relacionadas a incapacidade

(RM-Br), sintomas depressivos (GDS), IMC e sexo foi realizado o índice de correlação de

Spearman. Foram considerandos para essas análises somente aqueles idosos que afirmaram

sentir DL (n=34; 61,8% da amostra). A normalidade dos dados foi testada através do teste

estatístico de Anderson-Darling.

Toda a análise estatística foi realizada por meio do pacote estatístico Statistical

Package for the Social Science (SPSS) para Windows (versão 13.0, SPSS Inc.©, Chicago,

Illinois), com exceção do teste de normalidade, foi utilizado o MiniTAB 14 Statistical

Software. Em todos os testes usados foi considerado como significativo α < 0,05.

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Resultados

Participaram deste estudo 54 idosos, com média de idade de 72 (± 5,2) anos e variação

de 65 a 84 anos, sendo que o sexo feminino representou 76% da amostra. A maioria era

casado(a) ou vive com companheiro(a) ou viúvos(as) (48,1% e 31,5%, respectivamente).

Cerca de 35% dos idosos relataram renda mensal familiar de 3 a 5 salários mínimos. Sobre o

nível de escolaridade dos idosos, aproximadamente metade (48,1%) informou ter de 1 a 4

anos de estudo. Os dados sócio demográficos são apresentados na Tabela 1.

Apresentaram peso variando entre 45 e 107 quilos (66 ± 12,8) e altura entre 1,42 e

1,77 metros (1,58 ± 0,07). Após o cálculo do IMC dos participantes, 46,3% da amostra

apresentou o padrão eutrófico (22 a 27 kg/m2), de acordo com os pontos de corte para idosos,

propostos por Lipschitz 40. Com relação ao nível geral de atividade física, avaliado pelo PAH,

os idosos foram classificados como ativos e moderadamente ativos (66,7% e 33,3%,

respectivamente). Os idosos foram questionados quanto a problemas de saúde diagnosticados

pelo médico e relataram uma média de 4,78 (± 2,35) comorbidades (Tabela 2), sendo a

hipertensão (64,8%) a mais freqüente entre os idosos da amostra.

Para aqueles idosos com positividade para DL (n=34) pode-se verificar que mais da

metade (52,9%) informou apresentar DL de intensidade moderada (2,24 ± 0,78, em uma

escala de 0 a 10) e 44,1% classificaram-na como breve/momentânea/transitória, de acordo

com o questionário de Br-MPQ. Quanto a funcionalidade avaliada pelo questionário de RM –

BR o desempenho dos idosos avaliados apresentou média de 6,8 ± 6,4 e mediana de 3,5

pontos. A Tabela 3 fornece uma síntese das informações dos dados relacionados aos

indivíduos com dor lombar.

A interpretação dos resultados do coeficiente de correlação de Spearman pode ser

evidenciada na Tabela 4. Uma correlação alta e positiva com a presença de DL foi indicada

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apenas para a incapacidade funcional (RM – Br) (rs=0,774; p=0,001). Nenhuma correlação foi

evidenciada entre presença de sintomas depressivos (GDS – 15) (rs=0,271; p=0,048), IMC

(rs=0,178; p=0,197), sexo (rs=-0,073; p=0,599) e DL.

Discussão

O presente estudo investigou a prevalência de DL não-específica em uma amostra de

idosos da comunidade e sua possível correlação com algumas características tanto intrínsecas

ao indivíduo (IMC e sintomas depressivos), quanto ao sexo e funcionais (incapacidade/RM-

BR). Alguns estudos internacionais prévios, envolvendo a população idosa, relatam a

associação entre essas variáveis21, 21, 23, 41, 42, mas entre a população brasileira esses dados

ainda são escassos.

A amostra avaliada apresentou características clínicas e demográficas semelhantes a

observações previamente realizadas em outros estudos da população brasileira43-45, exceto

para a renda familiar média, que foi mais elevada e pelo nível de atividade física (ativo e

moderadamente ativo). A amostra apresentou uma prevalência maior de mulheres, casadas ou

viúvas; com baixa escolaridade e alta morbidade, indicada pelo número de condições clínicas

de saúde associadas, sendo que a condição de saúde mais freqüentemente relatada foi a

hipertensão. Esses achados vem confirmar o fenômeno de feminização da velhice presente em

nosso país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o aumento na

expectativa de vida ao nascer tem sido mais significativo no sexo feminino. Isto se deve a

vários fatores, principalmente pela proteção cardiovascular dada pelos hormônios femininos,

mas também pelas mulheres desta faixa etária apresentarem menor exposição aos riscos no

trabalho; maior atenção ao aparecimento de problemas de saúde; maior utilização dos serviços

de saúde; menor consumo de tabaco e álcool. Além de viver mais, casa-se mais jovem e, uma

vez viúva apresenta uma menor taxa de segundo casamento que o homem viúvo44.

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O PAH é um questionário de autorrelato do nível de atividade física. Tem sido usado

freqüentemente em idosos39. Como a amostra foi de conveniência e constituída de idosos da

comunidade e um dos critérios de inclusão foi a capacidade de locomoção independente,

possivelmente esse perfil dos participantes influenciou no bom desempenho dos idosos no

PAH, considerando que o questionário inclui muitas atividades de baixo nível de dificuldade

para sua execução como ‘ouvir rádio’, ‘levantar de uma cadeira sem ajuda’, ‘ler livros ou

revistas’, ‘ficar de pé por um minuto’, entre outras. Por outro lado, culturalmente e

diferentemente dos homens, as mulheres desenvolvem no seu dia a dia mais atividades

consideradas como domésticas, que na maioria das vezes são de moderada a alta dificuldade.

A prevalência de um maior número de mulheres nesse estudo pode também explicar os

resultados encontrados.

Sintomas depressivos e incapacidade física têm sido condições fortemente associados

com DL em idosos da comunidade9, 21, 21, 23, 41. Uma correlação forte e positiva entre dor

lombar e incapacidade física (rs=0,774; p=0,001) foi evidenciada corroborando com os

achados de outros estudos. Edmond e Felson42 evidenciaram em seu estudo que idosos da

comunidade com DL relataram dificuldade de permanecer em ortostatismo por um tempo

prolongado, puxar ou empurrar um objeto e caminhar um distância aproximada de 800

metros. Leveille et al.46, relataram que mulheres idosas com DL apresentavam maior

dificuldade em realizar as atividade básicas e instrumentais de vida diária quando comparadas

com mulheres assintomaticas. No entanto, apesar da freqüência de observação da severidade

da dor ter sido de uma dor moderada, o nível de incapacidade física gerada foi relativamente

baixo. Alguns estudos reforçam esses resultados. Relatam que há uma fraca correlação entre

incapacidade e intensidade da DL 47. Isto se deve ao fato da dor ser uma condição subjetiva e

pessoal, sendo influenciada por fatores sociais, mentais, culturais e espirituais5, 47 e no caso do

idoso, maior resiliência em relação a ocorrência da dor41.

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Um dado importante de se considerar é em relação ao uso de medicamentos para dor.

Todos os participantes com relato positivo para dor lombar informaram utilizar medicamento

para dor apenas quando sentiam dor forte, nenhum estava em uso contínuo da medicação.

Apenas 3 pacientes (8,8%) relataram uso de antidepressivos, um número baixo para

considerar interferência nos resultados encontrados.

O baixo índice de incapacidade física causada pela DL observado na amostra pode ser

explicado também pelo fato de terem sido excluídos idosos com DL em decorrência de

condições clínicas prévias como, fraturas osteoporóticas, degeneração discal, compressão

radicular e alterações posturais graves. Foram incluídos apenas idosos com DL não-

específica.

Com relação aos sintomas depressivos, a relação entre DL e sintomas depressivos

parece ser uma condição bidirecional48. Alguns estudos relatam que sintomas depressivos são

fatores de risco para o desenvolvimento futuro de DL em pessoas que previamente não

apresentavam DL17, 23enquanto outros20, 48 acreditam que a depressão parece ser tanto

conseqüência como fator de risco para DL. No entanto, para a amostra estudada essa

correlação não foi evidenciada (rs=0,271; p=0,048). Isto pode ser parcialmente explicado pela

amostra em questão ter sido de conveniência, onde os idosos são da comunidade, mais ativos,

engajados com atividades da comunidade o que diminui o relato de sintomas depressivos.

Nenhuma correlação foi evidenciada no presente estudo entre IMC (rs=0,178;

p=0,197), sexo (rs=-0,073; p=0,599) e DL não especifica. Contrariando alguns relatos prévios,

onde o IMC mais elevado é considerado fator de risco para DL 6, 13 e segundo estudos

anteriores há uma prevalência de DL no sexo feminino 4, 6, 41. Leboeuf-Yde49 em uma recente

revisão sistemática para investigar a relação entre o peso corporal e DL, reportou que há uma

fraca associação entre peso corporal e os sintomas de DL. Esse autor concluiu ainda, que não

há uma clara evidência de que a obesidade seja um fator de risco significativo para DL. Com

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relação à maior prevalência de DL entre as mulheres, Silva et al. 6 e Waddell50 atribuem este

achado tanto a um viés de informação, pois as mulheres apresentam melhor percepção da dor,

maior procura por serviços de saúde. Além disso, o sexo feminino apresenta algumas

características biomecânicas, como menor massa óssea e muscular, menor adaptação articular

durante elevação de peso e a gravidez. No entanto, segundo Teixeira et al.5 as diferenças entre

a percepção da DL em relação ao sexo feminino e masculino ocorrem em indivíduos mais

jovens, essas diferenças tendem a reduzir-se em idades mais avançadas. Os resultados

encontrados no presente estudo corroboram com o relato de Teixeira et al..

O presente estudo verificou que em uma amostra de idosos da comunidade, de baixa

escolaridade e funcionalmente ativos uma prevalência de DL não específica foi significativa.

Além disso, a incapacidade física mostrou ser uma condição fortemente associada com dor

lombar em idosos da comunidade e chama a atenção para a necessidade de uma avaliação da

capacidade funcional de idosos com DL e muitas vezes, uma abordagem

multi/interdisciplinar, uma vez que essa exerce impacto negativo tanto sobre a função física,

mental, comportamental e social. A manutenção da capacidade funcional do idoso está

diretamente relacionada com a sua independência funcional e autonomia, uma vez que refere-

se a capacidade do idoso permanecer ativo até idades mais avançadas. Dessa forma, a

elaboração de programas específicos de intervenção para a eliminação de certos fatores de

risco relacionados a DL, bem como ações promotoras de saúde e capacitação do profissional

se fazem indispensáveis.

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TABELA 1: Características sóciodemográficas da amostra (n = 54).

Características sóciodemográficas n (%) Média (+DP) Variação

Idade (anos) 54 (100%) 72 (± 5,2) 65 - 84

Sexo

Masculino 13 (24%)

Feminino 41 (76%)

Estado Civil

Casado(a) ou vive com companheiro(a) 26 (48,1%)

Solteiro(a) 6 (11,1%)

Divorciado(a), separado(a) ou

desquitado(a) 5 (9,3%)

Viúvo(a) 17 (31,5%)

Renda Familiar (salários mínimos)

Até ½ 1 (1,9%)

1 a 2 8 (14,8%)

2 a 3 7 (13%)

3 a 5 19 (35,2%)

5 a 10 10 (18,5%)

10 a 20 3 (5,6%)

Mais de 20 6 (11,1%)

Escolaridade (anos)

Analfabeto 5 (9,3%)

1 a 4 26 (48,1%)

5 a 8 13 (24,1%)

9 a 11 2 (3,7%)

11 anos e mais 8 (14,8%)

DP = Desvio Padrão

% = Porcentagem relativa ao n total de 54 idosos

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TABELA 2: Características clinicas da amostra (n = 54).

Características clínicas n (%) Média (+DP) Variação

Peso (quilos) 66 (± 12,8) 45 - 107

Altura (metros) 1,58 (± 0,07) 1,42 – 1,77

IMC (kg/m2)

< 22 kg/m2 8 (14,8%)

22 a 27 kg/m2 25 (46,3%)

> 27 kg/m2 21 (38,9%)

Nº de comorbidades 4,78 (± 2,35) 1 - 13

GDS

Rastreio negativo 43 (79,6%)

Rastreio positivo 11 (20,4%)

PAH

Ativo 36 (66,7%)

Moderadamente ativo 18 (33,3%)

Dor lombar (sim) 34 (61,8%)

DP = Desvio Padrão

% = Porcentagem relativa ao n total de 54 idosos

IMC: índice de massa corporal com pontos de corte para idosos sugeridos por

Lipschitz (1994)

GDS: Escala de Depressão Geriátrica

PAH: Perfil de Atividade Humana

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TABELA 3: Dados relacionados aos participantes com DL (n = 34).

Variáveis n (%) Média (+DP) Variação

Intensidade da dor (Br-MPQ) 2,24 (± 0,78) 1 - 4

Fraca (1) 5 (14,7%)

Moderada (2) 18 (52,9%)

Forte (3) 9 (26,5%)

Insuportável (4) 2 (5,9%)

Padrão temporal da dor (Br-MPQ)

Contínua/estável/constante 10 (29,4%)

Ritmada/periódica/intermitente 9 (26,4%)

Breve/momentânea/transitória 15 (44,1%)

RM-Br 6,8 (± 6,4) 0 - 21

DP = Desvio Padrão

% = Porcentagem relativa ao n total de 34 idosos

Br- MPQ: Questionário de dor de McGill – Brasil

RM-Br: Questionário de Roland Morris - Brasil

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TABELA 4: Correlação entre DL e as variáveis incapacidade, sintomas depressivos, IMC e sexo

RM-Br: Questionário de Roland Morris

Incapacidade (RM-Br)

Sintomas depressivos

(GDS) Escore IMC Sexo

Variável

rs p rs p rs p rs p

Dor Lombar 0,774 0,001* 0,271 0,048* 0,178 0,197 -0,073 0,599

GDS: Escala de Depressão Geriátrica

IMC: índice de massa corpórea

rs: valor da correlação de Spearman

*p<0,05

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CAPITULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

As alterações fisiológicas provocadas pelo processo do envelhecimento fazem

com que a velhice seja uma fase do ciclo de vida com maior ocorrência de condições

crônicas, limitações físicas e funcionais e isolamento social. Dessa forma, o

interesse em desvelar fatores que, de forma individual ou associada, possam

acarretar maior morbidade e conseqüentemente, maior limitação em atividades do

dia a dia e restrição na participação social entre os idosos, tem crescido

significativamente e com grande expressividade clínica e científica.

Trata-se do primeiro estudo sobre a associação existente entre dor lombar,

incontinência urinaria e o padrão de recrutamento muscular dos músculos TrA, OI e

OE, medidos por meio de imagem ultrassonográfica em uma população de idosos da

comunidade.

Os resultados obtidos demonstram que nenhum dos três modelos de regressão

linear múltipla usados para verificar a associação entre o padrão de recrutamento

dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e IU, foram explicados pelas

variáveis estudadas. Foi verificada também, para os idosos que apresentaram

positividade para a dor lombar, a existência de uma correlação forte e positiva com a

variável relacionada à incapacidade funcional, reforçando as evidencias clínicas e

científicas dessa relação. Os resultados deste trabalho chamam a atenção para a

necessidade de uma avaliação da capacidade funcional de idosos com DL e muitas

vezes, uma abordagem multi/interdisciplinar, uma vez que essa exerce impacto

negativo tanto sobre a função física, mental, comportamental e social dos idosos e

que pesquisas para identificar a influência da idade sobre o padrão de recrutamento

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dos músculos abdominais medidos por meio de imagens ultrassonográficas são

necessárias.

Como implicações deste estudo e tendo como base o modelo integrador da

funcionalidade e incapacidade humanas, proposto pela Organização Mundial da

Saúde, são igualmente importantes a melhor compreensão e avaliação da influência

da idade sobre o padrão de recrutamento dos músculos abdominais por meio de

métodos não-invasivos como a ultrassonografia e a avaliação da capacidade

funcional de idosos com DL e IU de forma multi/interdisciplinar, uma vez que essas

condições exercem impacto negativo sobre as funções física, mental,

comportamental e social do idoso.

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APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do Projeto: ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E

O PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO DE

ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSO DA COMUNIDADE

Pesquisadores: Vânia Ferreira de Figueiredo, Professora Leani Souza Máximo

Pereira (orientadora) e Professor Paulo Henrique Ferreira (co-orientador).

Instituição: Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da

UFMG, Campus Pampulha, Departamento de Fisioterapia, 3º andar. Telefones: (031)

34994781 ou (031) 34994783

Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao

pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas

completamente.

1) Introdução O(a) sr(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa - ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO

ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E O PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS

ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO DE ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSO DA COMUNIDADE Se

decidir participar dela, é importante que leia estas informações sobre o estudo e o seu

papel nesta pesquisa.

A decisão de participar neste estudo é voluntária e sua participação não é obrigatória.

A qualquer momento o(a) sr(a) pode desistir de participar e retirar seu consentimento.

Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a

instituição envolvida.

É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu

consentimento livre e esclarecido por escrito.

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2) Objetivo A pesquisa pretende, num primeiro momento, observar o funcionamento da

musculatura abdominal de idosos com e sem dor lombar. Caracterizar a dor que o(a)

sr(a) sente e o tanto que essa dor interfere com suas atividades do dia-a-dia. Com

isso o fisioterapeuta poderá compreender melhor algumas condições que

comprometem a capacidade funcional e independência de idosos e qual abordagem

fisioterapeutica é mais adequada.

3) Procedimentos do Estudo Se concordar em participar deste estudo o(a) sr(a) será solicitado(a) a ler o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, e caso concorde em participar da pesquisa,

assinar o termo. Em seguida, algumas informações como endereço, telefone,

condições de saúde (doenças que tenha), seu peso, altura e idade (dentre outras)

serão registradas e arquivadas no computador. Em seguida o(a) sr(a) será

solicitado(a) a responder alguns questionários. Um para avaliar o quanto que as

suas dores nas costas interferem com algumas de suas atividades do dia-a-dia

(Roland Morris), outro para compreendermos melhor como é a sua dor, onde se

localiza, se é muito forte ou fraca (questionário de dor – Br-MPQ), outro para saber

se o(a) sr(a) é sedentário ou não (Perfil de atividade humana) e o último, para saber

como o(a) sr(a) vem se sentido na última semana (GDS). Todos os questionários

serão lidos e preenchidos pela pesquisadora. Responder aos questionários não

oferece nenhum tipo de risco à sua saúde física, psicológica ou mental.

Para as próximas avaliações é importante que o sr.(a) esteja com uma roupa

confortável (blusa e calça ou bermuda que não limitem seus movimentos), calçado

com um sapato usual (do dia-a-dia). Para medir como a sua musculatura abdominal

trabalha, o sr(a) será solicitado(a) a deitar-se de barriga para cima em uma maca,

com os braços cruzados no peito e levantar sua blusa de forma que sua barriga

apareça. Suas pernas estarão dobradas e sustentadas por tiras que passam pelos

seus joelhos e tornozelo. Um ultrassom (Siemens, Sonoline SL1) será posicionado

na altura de seu umbigo, para que uma imagem de seus músculos abdominais seja

vista em um monitor de computador. Após realizar uma expiração tranqüila (soltar o

ar normalmente pelo nariz) uma imagem da musculatura abdominal será registrada.

Em seguida, o sr.(a) será solicitado(a) a fazer força para dobrar seus joelhos ou para

estica-los e manter por alguns segundos, para que outra imagem seja registrada.

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104

Serão realizados três registros para cada movimento, com um intervalo de um

minuto de descanso entre eles. O tempo que o sr(a). permanecerá no laboratório

será no máximo de uma (1) hora.

4) Riscos e desconforto Apesar de todos os testes serem simples, de fácil execução e não oferecerem riscos

diretos para sua saúde, qualquer desconforto como cansaço, falta de ar, aumento

das dores nas costas ou outros deverá ser relatado e os testes serão interrompidos.

5) Benefícios A participação na pesquisa não acarretará gasto para o(a) sr(a), sendo totalmente

gratuita. Os resultados dessa pesquisa não trarão nenhum benefício imediato ao

o(a) sr(a), mas futuramente poderá contribuir para que outros idosos com dor crônica

nas costas venham a ter um tratamento fisioterapêutico mais direcionado.

O(a) sr(a) receberá uma cartilha informativa quanto a hábitos posturais adequados e

exercícios específicos para coluna. A pesquisadora explicará todo o conteúdo da

cartilha.

Se identificada alguma alteração física que necessite de intervenção específica da

fisioterapia o(a) sr(a) será adequadamente encaminhado ao serviço de reabilitação

conveniado à Prefeitura de Belo Horizonte mais próximo de sua residência, seguindo

o protocolo de encaminhamento utilizado por esta instituição.

6) Custos/Reembolso O(a) sr(a) não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo. Os gastos com

transporte serão arcados pela pesquisadora.

7) Responsabilidade Toda responsabilidade do presente projeto é da pesquisadora Leani Souza Máximo

Pereira.

8) Caráter Confidencial dos Registros Algumas informações obtidas a partir de sua participação neste estudo não poderão

ser mantidas estritamente confidenciais. Além dos profissionais de saúde que

estarão cuidando do(a) o(a) sr(a), agências governamentais locais, o Comitê de

Ética em Pesquisa da Instituição onde o estudo está sendo realizado podem precisar

consultar seus registros. O(a) sr(a) não será identificado quando o material de seu

registro for utilizado, seja para propósitos de publicação científica ou educativa. Ao

assinar este consentimento informado, o(a) sr(a) autoriza as inspeções em seus

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registros. Para registro de suas informações será assinalado um número ao seu

nome, e toda informação buscada será referenciada usando este número.

9) Participação É importante que o(a) sr(a) esteja consciente de que a participação neste estudo de

pesquisa é completamente voluntária e de que o(a) sr(a) pode recusar-se a participar

ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos

quais o(a) sr(a) tenha direito de outra forma. Em caso de o(a) sr(a) decidir retirar-se

do estudo, deverá notificar a pesquisadora que esteja atendendo-o(a). A recusa em

participar ou a saída do estudo não influenciarão seus cuidados nesta instituição.

10) Para obter informações adicionais O(a) sr(a) receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do

pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação,

agora ou a qualquer momento. Caso o(a) sr(a) venha a sofrer uma reação adversa

ou danos relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas sobre o estudo, por

favor, ligue para Vânia Ferreira de Figueiredo, nos telefones (031) 33323097 ou

(031) 91096224 ou professora Leani Souza Máximo Pereira, nos telefones

34994783 ou 99522878

Se o(a) sr(a) tiver perguntas com relação a seus direitos como participante do estudo

clínico, o(a) sr(a) também poderá contatar uma terceira parte/pessoa, que não

participa desta pesquisa, Prof Dr. Dirceu Greco, Coordenador do Comitê de Ética em

Pesquisa da Instituição, no telefone (31) 3248-9364.

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106

Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Mestrado em Ciências da Reabilitação

Declaração de consentimento Título do Projeto: ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E

O PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO DE

ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSO DA COMUNIDADE

Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de

assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os métodos e

meios a ser utilizado, as inconveniências, riscos, benefícios e eventos adversos que

podem vir a ocorrer em conseqüência dos procedimentos. Declaro que tive tempo

suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a

linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi

satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas.

Confirmo também que recebi uma cópia deste termo de consentimento.

Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem

perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.

Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para

participar como sujeito deste estudo.

________________________________________

Nome do participante (em letra de forma)

______________________________________

Assinatura do participante ou representante legal

Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os

possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante e/ou

seu representante autorizado. Acredito que o participante e/ou seu representante

recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem

adequada e compreensível e que ele compreendeu essa explicação.

___________________________________________

Assinatura do pesquisador

Data: ___/___/_____

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107

APENDICE 2 –Questionário clínico-sócio-demográfico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO

oN do Indivíduo Instrumento para Coleta de Dados

Data da coleta: ____/____/______.

1- Identificação: Nome: ___________________________________________________________________________

Sexo: (__) Masculino (__) Feminino D.N.: ____/____/_____ Idade:

______

Endereço:_________________________________________________________________________

Bairro:_______________________________________ Telefone: ______________________

Telefone para recado (familiar / amigo / vizinho): __________________________________________

Responsável pela coleta: ________________________________________________________

2- Características Clínico-socio-demográficas:

Casado(a) ou vive com companheiro(a)

Solteiro(a)

Divorciado(a), separado(a) ou desquitado(a)

1 Qual é o seu estado civil?

Viúvo(a)

Não 2 Trabalha atualmente? Sim

Até ½ salário mínimo Mais de ½ a 1 salário mínimo Mais de 1 a 2 salários mínimos Mais de 2 a 3 salários mínimos Mais de 3 a 5 salários mínimos

Mais de 5 a 10 salários mínimos Mais de 10 a 20 salários mínimos

3 Qual a renda mensal da sua família, ou seja, das pessoas que moram em sua casa, incluindo o(a) do(a) senhor(a)?

Mais de 20 salários mínimos Não 4 O (a) senhor(a) é aposentado(a)?

Sim Não 5 O (a) senhor(a) é pensionista? Sim

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Nunca foi à escola Ensino fundamental, 1º a 4º série incompleto

Ensino fundamental, 1º a 4º série completo

6 Qual o seu nível de escolaridade?

Ensino fundamental, 5º a 8º série incompleto Ensino fundamental, 5º a 8º série completo

Ensino médio incompleto Ensino médio completo

Ensino superior incompleto Ensino superior completo

Pós-graduação incompleta

Pós-graduação completa Total de anos de escolaridade

3- Estado de saúde diagnosticado e auto-relatada

3.1- Problemas Associados: (marque todas as condições presentes)

Algum médico já disse que o senhor(a) tem os seguintes problemas de saúde?

� Doença do coração

� Pressão alta / HAS

� Diabetes

� AVE (derrame)

� Doença Respiratória

(Qual? ____________)

� Dificuldade de locomoção

� Catarata / Glaucoma

� Câncer (local_________Data________)

� Depressão

� HAS

� Osteoporose

� Osteoartrite

� Dor em joelhos (D) (E)

� Dor nos quadris (D) (E)

� Cirurgia de Períneo ou de Próstata

Data: ______________

� Cirurgia abdominal (Qual?___________)

� Incontinência: (IU) (IF)

� Outros: __________________________

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3.2- Avaliação subjetiva da Saúde (saúde percebida) 3.2.1- Pensando de um modo geral, como o senhor(a) avalia a sua saúde no momento atual?

Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim

3.2.2- Quando o senhor(a) compara a sua saúde com a de outras pessoas da sua idade, como o senhor(a) avalia a sua saúde no momento atual?

Igual Melhor Pior

4-. Hábitos de vida: Tabagismo e alcoolismo Agora eu gostaria de saber sobre alguns de seus hábitos de vida. 4.1- Fuma atualmente? Não Sim 4.2- O senhor(a) costuma tomar bebidas alcoólicas? Não Sim 5- Medicação em uso: Quantos medicamentos o(a) sr(a) tem usado de forma regular nos últimos 3 meses, receitados pelo médico ou que o(a) sr(a) toma por conta própria? (_0_) 0- nenhum (_1_) 1 – 2 (_2_)3 – 5 (_3_) >5

Medicamento Dose Freqüência

1

2

6- Dados Clínicos Iniciais • Peso: ________ Altura: ________ IMC:____________ • Avaliação de sinais de compressão radicular:

o Teste de elevação da perna reta (SLRT) (__) Positivo (__) Negativo o Dermátomos

“Obrigada por ter respondido todas as questões.”

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APENCICE 3 – Cartilha

A nossa coluna é formada por 33 ossos (as vértebras) que têm a função

de sustentar e efetuar os movimentos do tronco. Dividimos a coluna

vertebral em 4 regiões:

Coluna cervical (C1 a C7)

Coluna torácica (T1 a T12)

Coluna lombar (L1 a L5)

Coluna sacral (S1 a S5)

Para estar em boas condições a

coluna deve estar alinhada. Vários

fatores podem contribuir para a dor

na coluna: traumatismos, alterações

congênitas, MÁ POSTURA, etc. A

adoção de hábitos saudáveis como

uma boa postura durante a

realização de atividades do dia-a-dia

e exercícios físicos adequados ajuda

a manter a saúde de sua coluna e

uma boa postura.

JANSSEN-CILAG

Como Manter sua Coluna

em Plena Forma

A Coluna VertebralOrientações Posturais

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Algumas dicas para manter uma boa postura Evite dormir com travesseiro muito baixo ou muito

alto ou mesmo sem travesseiro.

Use sempre um colchão firme.

Ao levantar-se da cama, vire de lado,

apoie-se nos braços e assente-se antes de

levantar. Para deitar, faça os mesmos

movimentos em sentido contrário.

Ao sentar-se, encoste-se completamente na cadeira e evite

“esparramar-se”. O que parece confortável pode ser muito

prejudicial para a sua coluna.

Divida o peso das sacolas para diminuir o

esforço sobre suas costas.

ERRADO

ERRADO

CERTO

CERTO

ERRADO ERRADO

CERTO CERTO

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Evite inclinar as costas em suas atividades do dia-a-dia.

Ao levantar um peso, lembre-se

de que o melhor é dobrar os joelhos,

pegar o peso entre as pernas, e levantá-

lo devagar, mantendo a coluna reta.

Alguns exercícios para manter sua coluna em forma

Deitado de costas, dobrar uma das

pernas e com a ajuda das mãos, trazê-

la de encontro ao peito. Conte até 30 e

em seguida repita com a outra perna.

Repita 03 vezes com cada perna.

Deite-se de costas e segure uma perna

com o joelho esticado, puxando o pé em

sua direção. Conte até 30 e em seguida

repita com a outra perna. Repita 03

vezes com cada perna.

Deite-se de costas, contraia o

bumbum, levante-o da cama

enquanto puxa o ar pelo nariz.

Volte lentamente à posição inicial,

enquanto solta o ar pelo nariz.

CERTO

ERRADO

ERRADO

CERTO

ERRADO

CERTO

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113

Deite-se de costas, com as pernas

dobradas e a coluna bem apoiada. Respire

normalmente. Ao soltar o ar pelo nariz

“murche” a barriga. Conte até 05 e relaxe.

Repita 10 vezes.

Com as duas pernas para cima

movimente-as alternadamente,

com se estivesse pedalando

uma bicicleta. Conte até 15 e

relaxe. Repita 04 vezes.

Para relaxar os músculos das costas,

balance lentamente as pernas dobradas

para um lado e para o outro.

Pratique atividade física regularmente. A inatividade leva à flacidez

fazendo com que a musculatura tenha de se contrair mais que o

recomendável para cumprir sua função de sustentação. A hidroginástica,

natação e caminhada são excelentes para a manutenção de uma boa

postura.

Elaboração: Vânia Ferreira de Figueiredo Orientação: Profa. Leani Souza Máximo Pereira

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Departamento de Fisioterapia

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ANEXO 1 – COEP

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ANEXO 2 - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL

(Brucki SM, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PH, Okamoto IH. [Suggestions for utilization of the mini-mental state examination in Brazil]. Arq Neuropsiquiatr 2003; 61:777-781.) Agora vou lhe fazer algumas perguntas que exigem atenção e um pouco de sua memória. Por favor, tente se concentrar para respondê-las.

(__) Analfabeto – 20 (__) 1 a 4 anos – 25 (__) 5 a 8 anos – 26,5 (__) 9 a 11 anos – 28 (__) 11 anos e mais – 29

CERTO ERRADO

1- Que dia é hoje?

2- Em que mês estamos?

3- Em que ano estamos?

4- Em que dia da semana estamos?

5- Que horas são agora aproximadamente? (Considere correta a variação de mais

ou menos uma hora)

6- Em que local nós estamos? (dormitório, sala, apontando para o chão)

7- Que local é este aqui? (apontando ao redor num sentido mais amplo para a casa)

8- Em que bairro nós estamos ou qual o nome de uma rua próxima?

9- Em que cidade nós estamos?

10- Em que estado nós estamos?

11- Preste atenção. Vou dizer 3 palavras, e O (a) senhora (a)irá repeti-las a seguir,

certo?: CARRO (pausa), VASO (pausa), TIJOLO (pausa). Agora repita para mim.

Um ponto para cada

palavra repetida na

primeira tentativa.

Repita até as 3 palavras

serem entendidas ou o

máximo de 5 tentativas.

11 a.Carro

11 b. Vaso

11 c. Tijolo

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12- Gostaria que O(a) senhor(a) me dissesse quanto é: (se o idoso acertar, registre imediatamente o acerto

e prossiga a seqüência. Se o idoso errar, diga NÃO, não dê dica sobre qual é a resposta correta e prossiga

com a seqüência e assim por diante. Atenção: se o idoso errar na primeira tentativa e corrigir

espontaneamente, isto é, sem a sua dica, considere como acerto. Se ele corrigir depois da sua dica, registre

como erro)

12a. (100 –7)

12b. (93 – 7)

12c. (86 – 7)

12d. (79 – 7)

12e. (72 – 7)

13- O(a) senhora(a) consegue se lembrar das 3 palavras que lhe pedi que repetisse agora há pouco? (uma

única tentativa sem dicas. Considere como correta a repetição das 3 palavras em qualquer ordem)

13a. Carro

13b. Vaso

13c. Tijolo

14- Mostre um RELÓGIO e peça ao entrevistado que diga o nome, dizendo: O que é

isto?

15- Mostre uma CANETA e peça ao entrevistado que diga o nome, dizendo: O que

é isto?

16- Preste atenção: vou lhe dizer uma frase e quero que repita depois de mim: NEM

AQUI, NEM ALI, NEM LÁ. (Registre como acerto somente se a repetição for

perfeita, sem dicas.)

17- Agora pegue este papel com a mão direita. Com as duas mãos, dobre-o ao meio uma vez e coloque-o no

chão.

17a. Pega a folha com a mão correta.

17b. Dobra corretamente

17c. Coloca no chão

18- Vou lhe mostrar uma folha onde está escrita uma frase. Gostaria que fizesse o

que está escrito. (FECHE OS OLHOS).

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19- Gostaria que o(a) senhor(a) escrevesse uma frase de sua escolha, qualquer

uma, não precisa ser grande. (Se o idoso não compreender, ajude dizendo alguma

frase que tenha começo, meio e fim, alguma coisa que aconteceu hoje ou alguma

coisa que queira dizer). Não são considerados para pontuação, erros gramaticais ou

ortográficos.

20- Vou lhe mostrar um desenho e gostaria que o senhor(a) copiasse, da melhor forma possível. (Um ponto se 5 ângulos em cada figura com 2 ângulos sobrepostos.)

Pontuação Total:

FRASE: DESENHO:

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ANEXO 3 - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA – VERSÃO REDUZIDA

(Almeida O, Almeida S. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr 1999; 57:421-426.) Vou lhe fazer algumas perguntas para saber como o (a) Sr(a) vem se sentindo na última semana.

Perguntas NÃO SIM

1. O Sr (a) está basicamente satisfeito com sua vida? (não) 0 1

2. O Sr (a) deixou muitos de seus interesses e atividades? (sim) 0 1

3. O Sr (a) sente que sua vida está vazia? (sim) 0 1

4. O Sr (a) se aborrece com freqüência? (sim) 0 1

5. O Sr (a) se sente de bom humor a maior parte do tempo? (não) 0 1

6. O Sr (a) tem medo que algum mal vá lhe acontecer? (sim) 0 1

7. O Sr (a) se sente feliz a maior parte do tempo? (não) 0 1

8. O Sr (a) sente que sua situação não tem saída? (sim) 0 1

9. O Sr (a) prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? (sim) 0 1

10. O Sr (a) se sente com mais problemas de memória do que a maioria? (sim) 0 1

11. O Sr (a) acha maravilhoso estar vivo? (não) 0 1

12. O Sr (a) se sente um inútil nas atuais circunstâncias? (sim) 0 1

13. O Sr (a) se sente cheio de energia? (não) 0 1

14. O Sr (a) acha que sua situação é sem esperança? (sim) 0 1

15. O Sr (a) sente que a maioria das pessoas está melhor que o Sr (a)? (sim) 0 1

Total

Observações: 1. Quando a resposta do paciente for igual a que está entre parênteses, junto á pergunta, o item vale um ponto 2. Quando a soma da resposta do paciente for diferente da que está entre parênteses o item vale zero pontos 3. A soma total de pontos superior a 5 é sugestiva de depressão

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ANEXO 4 - Versão Brasileira do PERFIL DE ATIVIDADE HUMANA

(Souza AC, Magalhaes LC, Teixeira-Salmela LF. [Cross-cultural adaptation and analysis of the psychometric properties in the Brazilian version of the Human Activity Profile]. Cad Saude Publica 2006; 22:2623-2636.) Instruções Este folheto contém itens que descrevem atividades comuns que as pessoas realizam em suas vidas diárias. Para cada atividade, pense se o(a) sr(a) ainda a realiza no seu dia-a-dia. Se o(a) sr(a) conseguiu realizar a atividade sozinho(a) quando precisou ou quando teve oportunidade, responda “ainda faço”. Se o(a) sr(a) conseguia realizar a atividade no passado, mas, provavelmente, não consegue realizá-la hoje, mesmo se tivesse oportunidade, responda “parei de fazer”. Ou se o(a) sr(a) nunca realizou a atividade, responda “nunca fiz”. Por favor, fique atento a essas orientações e então responda os itens da forma mais verdadeira possível.

ATIVIDADES Ainda faço Parei de fazer Nunca fiz 1. Levantar e sentar em cadeiras ou cama (sem ajuda) 2. Ouvir rádio 3. Ler livros, revistas ou jornais 4. Escrever cartas ou bilhetes 5. Trabalhar numa mesa ou escrivaninha 6. Ficar de pé por mais que 1 minuto 7. Ficar de pé por mais que 5 minutos 8. Vestir e tirar a roupa sem ajuda 9. Tirar roupas de gavetas ou armários 10. Entrar e sair do carro sem ajuda 11. Jantar num restaurante 12. Jogar baralho ou qualquer jogo de mesa 13. Tomar banho de banheira sem ajuda 14. Calçar sapatos e meias sem parar para descansar 15. ir ao cinema, teatro, ou a eventos religiosos ou esportivos 16. Caminhar 27 metros (um minuto) 17. Caminhar 27 metros sem parar (um minuto) 18. Vestir e tirar a roupa sem parar para descansar 19. Utilizar transporte público ou dirigir por 1 hora e meia (158 quilômetros ou menos)

20. Utilizar transporte público ou dirigir por ± 2 horas (160 quilômetros ou mais)

21. Cozinhar suas próprias refeições 22. Lavar ou secar vasilhas 23. Guardar mantimentos em armários 24. Passar ou dobrar roupas 25. Tirar poeira, lustrar móveis ou polir o carro 26. Tomar banho de chuveiro 27. Subir 6 degraus 28. Subir 6 degraus sem parar 29. Subir 9 degraus 30. Subir 12 degraus 31. Caminhar metade de um quarteirão no plano 32. Caminhar metade de um quarteirão no plano sem parar 33. Arrumar a cama (sem trocar os lençóis) 34. Limpar janelas 35. Ajoelhar ou agachar para fazer trabalhos leves 36. Carregar uma sacola leve de mantimentos 37. Subir 9 degraus sem parar 38. Subir 12 degraus sem parar 39. Caminhar metade de um quarteirão numa ladeira 40. Caminhar metade de um quarteirão numa ladeira, sem parar 41. Fazer compras sozinho 42. Lavar roupas sem ajuda (pode ser com máquina)

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43. Caminhar um quarteirão no plano 45. Caminhar um quarteirão no plano, sem parar 46. Caminhar 2 quarteirões no plano, sem parar 47. Esfregar o chão, paredes ou lavar carros 48.Arrumar a cama trocando os lençóis 49. Varrer o chão 50. Varrer o chão por 5 minutos, sem parar 51. Carregar uma mala pesada ou jogar 1 partida de boliche 52. Aspirar o pó de carpetes 53. Aspirar o pó de carpetes por 5 minutos, sem parar 54. Pintar o interior ou o exterior da casa 55. Caminhar 6 quarteirões no plano 56. Caminhar 6 quarteirões no plano, sem parar 57. Colocar o lixo para fora 58. Carregar uma sacola pesada de mantimentos 59. Subir 24 degraus 60. Subir 36 degraus 61. Subir 24 degraus, sem parar 62. Subir 36 degraus, sem parar 63. Caminhar 1,6 quilômetros (±20 minutos) 64. Caminhar 1,6 quilômetros (± 20 minutos), sem parar 65. Correr 100 metros ou jogar peteca, voley, baseball 66. Dançar socialmente 67. Fazer exercícios calistênicos ou dança aeróbia por 5 minutos, sem parar

68. Cortar grama com cortadeira elétrica 69. Caminhar 3,2 quilômetros (± 40 minutos) 70. Caminhar 3,2 quilômetros sem parar (± 40 minutos) 71. Subir 50 degraus (2 andares e meio) 72. Usar ou cavar com a pá 73. Usar ou cavar com pá por 5 minutos, sem parar 74. Subir 50 degraus (2 andares e meio), sem parar 75. Caminhar 4,8 quilômetros (± 1 hora) ou jogar 18 buracos de golfe

76. Caminhar 4,8 quilômetros (± 1 hora), sem parar 77. Nadar 23 metros 78. Nadar 23 metros, sem parar 79. Pedalar 1,6 quilômetro de bicicleta (2 quarteirões) 80. Pedalar 3,2 quilômetros de bicicleta (4 quarteirões) 81. Pedalar 1,6 quilômetro, sem parar 82. Pedalar 3,2 quilômetros, sem parar 83. Correr 400 metros (meio quarteirão) 84. Correr 800 metros (1 quarteirão) 85. Jogar tênis/frescobol ou peteca 86. Jogar uma partida de basquete ou de futebol 87. Correr 400 metros, sem parar 88. Correr 800 metros, sem parar 89. Correr 1,6 quilômetro (2 quarteirões) 90. Correr 3,2 quilômetros (4 quarteirões) 91. Correr 4,8 quilômetros (6 quarteirões) 92. Correr 1,6 quilômetros em 12 minutos em menos 93. Correr 3,2 quilômetros em 20 minutos ou menos 94. Correr 4,8 quilômetros em 30 minutos ou menos

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ANEXO 5 - Versão Brasileira do McGILL PAIN QUESTIONNAIRE

(Castro, CES. A formação lingüística da dor - versão brasileira do questionário McGill de dor. 1999. São Carlos, Universidade Federal de São Carlos. Ref Type: Thesis/Dissertation)

Parte I . LOCALIZAÇÃO DA DOR Usando as figuras do corpo humano abaixo, marque, por favor, onde é sua dor. Indique: • (S) se a dor for Superficial, • (P) se a dor for Profunda, • (SP) se Superficial e Profunda, • (L) se a dor for Localizada, • (D) se a dor for Difusa.

Parte II . INÍCIO, TRATAMENTOS REALIZADOS E PADRÃO TEMPORAL a) Circunstâncias de Início

( ) acidente em casa ( ) após doença ( ) acidente no trabalho ( ) após cirurgia ( ) outros acidentes ( ) dor 'sem causa'

Outros: _________________________________________________________________________ b) Analgésicos (Já administrados e em Uso atual)

Medicação Dose Freqüência Duração do Alívio Quantidade do Alívio

Tempo de Uso

Outros Tratamentos Realizados: _____________________________________________________

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c) Padrão Temporal da Dor : ' Como a sua dor muda com o tempo ? '

1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) contínua Ritimada breve estável periódica momentânea constante Intermitente transitória

Freqüência e duração das crises :_______________________________________________ Parte III . DESCRIÇÃO DA DOR Fale um pouco sobre sua dor. Como ela é? Com o que ela se parece? Para cada conjunto (subclasse) de palavras abaixo, escolha aquela que melhor descreve a sua dor. (Não é preciso escolher palavras em todas as categorias) :

01- S. Temporal 02- S. Espacial 03- S. Pressão - Ponto 04- S. Incisão (1) que vai e vem (2) que pulsa (3) latejante (4) em pancadas

(1) que salta aqui e ali (2) que se espalha em círculos (3) que irradia

(1) pica como uma agulhada (2) é como uma fisgada (3) como uma pontada de faca (4) perfura como uma broca

(1) que corta como uma navalha (2) que dilacera a carne

05- S. Compressão 06- S. Tração 07- S. Calor 08- S. Vivacidade (1) como um beliscão (2) em pressão (3) como uma mordida (3) em cãimbra / cólica (4) que esmaga

(1) que repuxa (2) que arranca (3) que parte ao meio

(1) que esquenta (2) que queima como água quente (3) que queima como fogo

(1) que coça (2) em formigamento (3) ardida (4) como uma ferroada

09- S. Surdez 10- S. Geral 11- A. Cansaço 12- A. Autonômica (1) amortecida (2) adormecida

(1) sensível (2) dolorida (3) como um machucado (4) pesada

(1) que cansa (2) que enfraquece (3) fatigante (4) que consome

(1) de suar frio (2) que dá ânsia de vômito

13- A. Medo 14- A. Punição 15- A. Desprazer 16- Aval. Subj. (1) assustadora (2) horrível (3) tenebrosa

(1) castigante (2) torturante (3) de matar

(1) chata (2) que perturba (3) que dá nervoso (4) irritante (5) de chorar

(1) leve (2) incômoda (3) miserável (4) angustiante (5) inaguentável

17- M. Dor / Movimento 18- M. Sensoriais 19- M. de Frio 20- M. Emocionais (1) que prende (2) que imobiliza (3) que paralisa

(1) que cresce e diminui (2) espeta como uma lança (3) que rasga a pele

(1) fria (2) gelada (3) que congela

(1) que dá falta de ar (2) que deixa tenso (a) (3) cruel

Legendas: S = Sensorial A = Afetiva Aval. Subj. = Avaliação Subjetiva M = Mistas.

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Parte IV . QUAL É A INTENSIDADE DE SUA DOR PRESENTE?

___ (0) SEM DOR

___ (1) FRACA

___ (2) MODERADA

___ (3) FORTE

___ (4) VIOLENTA

___ (5) INSUPORTÁVEL

• Que palavra melhor descreve sua dor agora ? ____ • Que palavra descreve sua dor máxima ? ____ • Que palavra descreve sua dor quando ela é mínima ? ____ • Que palavra descreve sua maior dor de dentes ? ____ • Que palavra descreve sua maior dor de estômago ? ____ - O que faz sua dor aumentar ? - O que faz sua dor diminuir ? - Você acha que suporta bem as dores ?

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ANEXO 6 - Questionário de ROLAND MORRIS - Br

(Nusbaum L, Natour J, Ferraz M, Goldenberg J. Translation, adaptation and validation of the Roland-Morris questionnaire - Brazil Roland-Morris. Braz J Med Biol Res 2001; 34:203-210.) Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldade em fazer algumas coisas que normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado para se descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ouvir estas frases pode notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ouvir a lista pense em você hoje. Quando você ouvir uma frase que descreve você hoje, responda sim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase. Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você HOJE

Avaliação PERGUNTAS

SIM NÃO

1 Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas. 1 0

2 Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis. 1 0

3 Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas. 1 0

4 Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos que

geralmente faço em casa.

1 0

5 Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas. 1 0

6 Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar mais freqüentemente. 1 0

7 Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me

levantar de uma cadeira normal.

1 0

8 Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as coisas

por mim.

1 0

9 Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas. 1 0

10 Eu somente fico em pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas costas. 1 0

11 Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar. 1 0

12 Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas costas. 1 0

13 As minhas costas doem quase que o tempo todo. 1 0

14 Tenho dificuldade em me virar na cama por causa das minhas costas. 1 0

15 Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas. 1 0

16 Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das dores em

minhas costas.

1 0

17 Caminho apenas curtas distâncias por causa de minhas dores nas costas. 1 0

18 Não durmo tão bem por causa de minhas costas. 1 0

19 Por causa de minhas dores nas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas. 1 0

20 Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas. 1 0

21 Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas. 1 0

22 Por causa das dores em minhas costas, fico mais irritado e mal humorado com as

pessoas do que o habitual.

1 0

23 Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o habitual. 1 0

24 Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas. 1 0

TOTAL:

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ANEXO 7 - Versão em Português do “International consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form”(ICIQ-SF) (Tamanini J, Dambros M, D'Ancona C, Palma P, Rodrigues Neto JR N. Validação para o português do "International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form" (ICIQ - SF). Rev Saúde Pública 2004; 38:438-444.) Muitas pessoas perdem urina alguma vez. Estamos tentando descobrir quantas pessoas perdem urina e o quanto isso as aborrece. Ficaríamos agradecidos se o(a) sr(a) pudesse nos responder às seguintes perguntas, pensando em como o(a) sr(a) tem passado, em média nas ÚLTIMAS QUATRO SEMANAS. 1. Com que freqüência o(a) sr(a) perde urina? (assinale uma resposta)

Nunca (0)

Uma vez por semana ou menos (1)

Duas ou três vezes por semana (2)

Uma vez ao dia (3)

Diversas vezes ao dia (4)

O tempo todo (5)

2. Gostaríamos de saber a quantidade de urina que o(a) sr(a) pensa que perde (assinale uma resposta) Nenhuma (0)

Uma pequena quantidade (2)

Uma moderada quantidade (4)

Uma grande quantidade (6)

3. Em geral quanto que perder urina interfere em sua vida diária? Por favor, circule um número entre 0 (não interfere) e 10 (interfere muito)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não interfere Interfere muito ICIQ Escore: soma dos resultados 1 + 2 + 3 = __________

4. Quando você perde urina? (Por favor assinale todas as alternativas que se aplicam a você) Nunca (__)

Perco antes de chegar ao banheiro (__)

Perco quando tusso ou espiro (__)

Perco quando estou dormindo (__)

Perco quando estou fazendo atividades físicas (__)

Perco quando terminei de urinar e estou me vestindo (__)

Perco sem razão óbvia (__)

Perco o tempo todo (__)

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ANEXO 8 – Normas para publicação

ARTIGO 1 - Revista Physiotherapy Research International (disponível em: http://www3.interscience.wiley.com/journal/112094326/home/ForAuthors.html)

For Authors

NIH Public Access MandateFor those interested in the Wiley-Blackwell policy on the NIH Public Access Mandate, please visit our policy statement

For additional tools visit Author Resources - an enhanced suite of online tools for Wiley InterScience journal authors, featuring Article Tracking, E-mail Publication Alerts and Customized Research Tools

Copyright Transfer Agreement

Instructions To Authors

Initial Manuscript Submission. The preferred method for submitting your manuscript is by e-mail. Please send the text as a Word file. Graphics, including photographs and charts, should be in separate individual files (jpeg format, max file size 100k). Send to the Editor, Dr. Fiona Jones, email:[email protected] 4:

Authors must also supply:

• Copyright Transfer Agreement with original signature(s) - without this we are unable to publish the article

• Permission Request Form– it is the author’s responsibility to obtain written permission to reproduce (in all media, including electronic) material which has appeared in another publication.

Submitted manuscripts should not have been previously published and should not be submitted for publication elsewhere while they are under consideration by Wiley. Submitted material will not be returned to the author unless specifically requested.

Manuscript style. The language of the journal is English (with American spelling where applicable). All submissions must have a title, be printed on one side of A4 paper with numbered pages, be double-line spaced and have a 3cm wide margin all around. Illustrations and tables must be printed on separate sheets, and not incorporated into the text.

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• The title page must list the full title, short title, word count, names and affiliations of all authors. Give the full address, including e-mail, telephone and fax, of the author who is to check the proofs. Please also include a page with the title only for sending anonymously to referees.

• Include the name(s) of any sponsor(s) of the research contained in the paper, along with grant number(s) .

• Research papers should not exceed 3,500 words and contain only 4/5 tables and figures . The paper should include the following headings: Introduction, Method – to include design, subjects, materials and procedure, Results, Discussion and end with a brief statement under the heading of Implications giving implications of the work for practice and research. A structured abstract (with subheadings of Background and Purpose, Methods (giving design first before subjects), Results, Conclusions) with no more than 300 words should also be supplied.

• Supply three to four keywords . • Case Reports should be between 1,000-2,000 words . The report should include a

short abstract, an introduction and a conclusion. (Please access the following link for more information with regards to writing case reports )

Reference style. The Harvard style of referencing should be followed. References should be arranged alphabetically by author surname. Where reference is made to more than one work by the same author, published in the same year, identify each citation in the text as follows: (Collins, 1998a), (Collins, 1998b). Where multiple authors are listed in the reference, please cite in the text as ‘Maxwell et al. (1999)’. All references must be complete and accurate. Where possible the DOI for the reference should be included at the end of the reference. Online citations should include date of access. References should be listed in the following style:

Website : The Geriatric Website (1999) http://www.wiley.com/oap/ [ 1 April 1999 ]

Paper in a journal : Thierry KL, Spence MJ. A real-life event enhances the accuracy of preschoolers' recall. Applied Cognitive Psychology 2004; 18: 297-309. DOI: 10.1002/acp.965

Book : Hare RD, Schalling D. Psychopathic Behaviour: Approaches to Research. New York: Wiley, 1978.

Chapter in a book : Oucho JO, Gould WT, Smith FK, Brown PL, Jones RH. Internal migration, urbanization and population distribution. In Foote KA, Hill KH, Martin LG (eds.) Demographic Change in Sub-Saharan Africa. Washington DC: National Academy Press, 1993; 255-296.

Personal communications and unpublished data should not be listed in the reference section but should be given in full in the text.

Illustrations . Supply each illustration on a separate sheet, with the lead author's name and the figure number (in Arabic numerals), with the top of the figure indicated, on the reverse. Line artwork must be high-quality laser output (not photocopies). Tints are not acceptable; lettering must be of a reasonable size that would still be clearly legible upon reduction, and consistent within each figure and set of figures. Supply artwork at the intended size for printing.

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Copyright . To enable the publisher to disseminate the author's work to the fullest extent, the author must sign a Copyright Transfer Agreement Copyright Transfer Agreement, transferring copyright in the article from the author to the publisher, and submit the original signed agreement with the article presented for publication. A copy of the agreement can be obtained from the journal editor or publisher.

Further information . Proofs will be sent to the author for checking. This stage is to be used only to correct errors that may have been introduced during the production process. Prompt return of the corrected proofs, preferably within two days of receipt, will minimise the risk of the paper being held over to a later issue. 25 complimentary offprints will be provided to the author who checked the proofs, unless otherwise indicated. Further offprints and copies of the journal may be ordered. There is no page charge to authors.

NIH Public Access Mandate

Wiley-Blackwell will support our authors by posting the accepted version of articles by NIH grant-holders to PubMed Central upon acceptance by the journal. The accepted version is the version that incorporates all amendments made during peer review, but prior to the publisher’s copy-editing and typesetting. This accepted version will be made publicly available 12 months after publication. The NIH mandate applies to all articles based on research that has been wholly or partially funded by the NIH and that are accepted for publication on or after April 7, 2008.

NIH authors should be aware that they will receive an e-mail request once Wiley-Blackwell has posted the files of their accepted manuscript to the NIH Manuscript Submission system to approve the upload for display on the PubMed Central system. This is a requirement of their grant/affiliation.

For NIH employees only, we will accept the NIH Publishing Agreement.

The societies for whom we publish may decide on a different policy. We will continue to brief them on any discussions that we have with the NIH regarding the processing of the articles, appropriate acknowledgements with citation and linking to the final published version on the publisher’s site, and clear licensing terms and conditions for the use of copyrighted material.

In addition, Wiley-Blackwell will continue to consult directly with authors, editors and society partners to determine how we as their publisher may best support them going forward.

Wiley-Blackwell also offers its OnlineOpen service. Upon payment of the OnlineOpen fee, we will deposit the published version of the article into PubMed Central, with public availability in PubMed Central and on the journal’s website immediately upon publication.

Digital Object Identifier (DOI) Help

The Digital Object Identifier (DOI) is an identification system for intellectual property in the digital environment. Developed by the International DOI Foundation on behalf of the publishing industry, its goals are to provide a framework for managing intellectual content,

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link customers with publishers, facilitate electronic commerce, and enable automated copyright management.

Using DOIs: An Overview

DOI Applications

Publishing on the Internet requires new tools for managing content. Where traditional printed texts such as books and journals provided a title page or a cover for specific identifying information, digital content needs its own form of unique identifier. This is important for both internal management of content within a publishing house and for dissemination on electronic networks.

In the fast-changing world of electronic publishing, there is the added problem that ownership of information changes, and location of electronic files changes frequently over the life of a work. Technology is needed that permits an identifier to remain persistent although the links to rights holders may vary with time and place.

The network environment creates an expectation among users that resources can be linked and that these links should be stable. The DOI system provides a way to identify related materials and to link the reader or user of content to them. DOI has wide applicability to all forms of intellectual content and can therefore be applied to all forms of related materials, such as articles, books, classroom exercises, supporting data, videos, electronic files, and so on.

DOI provides a basis for work now in progress to develop automated means of processing routine transactions such as document retrieval, clearinghouse payments, and licensing. Publishers and users are being encouraged to experiment with DOI usage, and to commonly develop guidelines for DOI scope and rules for usage.

The DOI System and how it works

The DOI system has two main parts (the identifier, and a directory system) and a third logical component, a database.

The identifier: The DOI, is made up of two components. The first element -- the prefix -- is assigned to the publisher by a registration agency. Eventually, there may be multiple registration agencies to serve separate geographical regions or for each intellectual property sector (such as text publishing, photographs, music, software, etc.). However, at this stage there is only one registration agency and Directory Manager. Prefixes all begin with 10 to designate the DOI directory manager, followed by a number designating the publisher who will be depositing the individual DOIs, which ensures that a publisher can designate its own DOIs without fear of creating duplicate numbers. Publishers may choose to request a prefix for each imprint or product line, or may use a single prefix.

The second element, following a slash mark, is the suffix. This is the designation assigned by the publisher to the specific content being identified. Many publishers have elected to use recognized existing international standards for their suffixes when such a standard applies to the object being identified (e.g., ISBN for a book), but may alternatively choose to use an internal code. In use, the DOI identifier is an opaque string without intelligent meaning other than as an identifier.

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The suffix can follow any system of the publisher's choosing, and be assigned to objects of any size -- book, article, abstract, chart -- or any file type -- text, audio, video, image or software. An object (book) may have one DOI, and a component within that object (chapter) may have another DOI. The publisher decides the level or "granularity" of identification based on the nature of objects sold and distributed over the Internet. The suffix can be as simple as a sequential number or a publisher's own internal numbering system.

The directory: The power of the DOI system is its function as a routing or "resolution" system. Because digital content may change ownership or location over the course of its useful life, the DOI system uses a central directory. When a user clicks on a DOI, a message is sent to the central directory where the current web address associated with that DOI appears. This location is sent back to the user's Internet browser with a special message telling the system to "go to this particular Internet address." In a split second the user sees a "response screen" -- a Web page -- on which the publisher offers the reader either the content itself, or, if not, then further information about the object, and information on how to obtain it. When the object is moved to a new server or the copyright holder sells the product line to another company, one change is recorded in the directory and all subsequent readers will be sent to the new site. The DOI remains reliable and accurate because the link to the associated information or source of the content is so easily and efficiently changed. The underlying technology used in the DOI system is optimised for speed, efficiency, and persistence.

The database: Information about the object identified is maintained by the publisher. However it is planned that the DOI system will also collect some minimum level of associated metadata to enable provision of automated efficient services such as look-up of DOIs from bibliographic data, citation linking, and so forth. Thus information about the object identified (metadata) might be distributed over several databases. It might include the actual content or the information on where and how to obtain the content or other related data. From these database systems is generated the information that the user has access to in response to a DOI query, forming the third component of the DOI system.

The DOI can also serve as an agent. In the future, the DOI will also be used to automate transactions. The DOI is being further developed to incorporate functionality which could enable the user to associate a function with the DOI.

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ARTIGO 2 - Normas para Publicação da Revista Brasileira de Fisioterapia PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA ISSN 1413-3555 versão impressa ISSN 1809-9246 versão online INSTRUÇÕES AOS AUTORES Objetivos, escopo e política A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy (RBF/BJPT) publica relatos originais de pesquisa concernentes ao objeto principal de estudo da Fisioterapia e ao seu campo de atuação profissional, veiculando estudos básicos sobre a motricidade humana e investigações clínicas sobre a prevenção, o tratamento e a reabilitação das disfunções do movimento. Será dada preferência de publicação àqueles manuscritos originais que contribuam significativamente para o desenvolvimento conceitual dos objetos de estudo da Fisioterapia ou que desenvolvam procedimentos experimentais novos. Os artigos submetidos à Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy devem preferencialmente enquadrar-se na categoria de Artigos Originais (novas informações com materiais e métodos e resultados sistematicamente relatados). Artigos de Revisão (síntese atualizada de assuntos bem estabelecidos, com análise crítica da literatura consultada e conclusões) são publicados apenas a convite dos editores e devem conter, no mínimo, 50 (cinqüenta) referências bibliográficas; Artigos de Revisão Passiva submetidos espontaneamente não serão aceitos; Artigos de Revisão Sistemática e Metanálises, Artigos Metodológicos apresentando aspectos metodológicos de pesquisa ou de ensino e Estudos de Caso (apresentando condições patológicas ou métodos/procedimentos incomuns que dificultem a execução de um estudo científico) são publicados num percentual de até 20% do total de manuscritos. Os artigos submetidos são analisados pelos editores e pelos revisores das áreas de conhecimento, que estão assim divididas: Fundamentos e História da Fisioterapia; Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia e Biomecânica; Controle Motor, Comportamento e Motricidade; Recursos Terapêuticos Físicos e Naturais; Recursos Terapêuticos Manuais; Cinesioterapia; Prevenção em Fisioterapia/Ergonomia; Fisioterapia nas Condições Musculoesqueléticas; Fisioterapia nas Condições Neurológicas; Fisioterapia nas Condições Cardiovasculares e Respiratórias; Fisioterapia nas Condições Uroginecológicas e Obstétricas; Ensino em Fisioterapia; Administração, Ética e Deontologia; Registro/Análise do Movimento; Fisioterapia nas Condições Geriátricas e Medidas em Fisioterapia. Cada artigo é analisado por, pelo menos, três revisores, os quais trabalham de maneira independente e fazem parte da comunidade acadêmico-científica, sendo especialistas em suas respectivas áreas de conhecimento. Os revisores permanecerão anônimos aos autores, assim como os autores não serão identificados pelos revisores por recomendação expressa dos editores. Os editores coordenam as informações entre os autores e os revisores, cabendo-lhes a decisão final sobre quais artigos serão publicados com base nas recomendações feitas pelos revisores. Quando aceitos para publicação, os artigos estarão sujeitos a pequenas correções ou modificações que não alterem o estilo do autor. Quando recusados, os artigos são acompanhados por justificativa do editor. A RBF/BJPT publica ainda: Seção Editorial; Cartas ao Editor; Resenhas de Livros (por solicitação dos editores); Resumos de eventos como Suplemento após submissão e aprovação de proposta ao Conselho Editorial. (A submissão de proposta será anual e realizada por edital, 86 atendendo às "Normas para publicação de suplementos" que podem ser obtidas no site http://www.rbf.ufscar.br) e eventualmente, Agenda de Eventos Científicos próximos. A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy apóia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors

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(ICMJE) http://www.wame.org/resources/policies#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e a divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos para publicação, a partir de 2007, os artigos de ensaios clínicos que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. Informações Gerais A submissão dos manuscritos deverá ser efetuada pelo site http://www.rbf.ufscar.br e implica que o trabalho não tenha sido publicado e não esteja sob consideração para publicação em outro periódico. Quando parte do material já tiver sido apresentada em uma comunicação preliminar, em Simpósio, Congresso, etc., deve ser citada como nota de rodapé na página de título e uma cópia deve acompanhar a submissão do manuscrito. Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy, e é vedada tanto a reprodução, mesmo que parcial em outros periódicos, como a tradução para outro idioma sem a autorização dos Editores. A partir de janeiro de 2008, todos os artigos publicados na RBF/BJPT terão também a sua versão em inglês, disponibilizados na base de dados Scientific Electronic Library Online-SciELO. Os artigos submetidos e aceitos em português deverão ser traduzidos para o inglês por tradutores indicados pela RBF/BJPT. Os artigos submetidos em inglês e aceitos também deverão ser encaminhados aos revisores de inglês indicados pela RBF/BJPT para revisão final. De acordo com a reunião do Conselho de Editores, realizada em 11 de outubro de 2007, é de responsabilidade dos autores os pagamentos dos custos de tradução e revisão do inglês dos manuscritos aceitos, sendo que a RBF/BJPT poderá subsidiar, de acordo com sua disponibilidade orçamentária, até 50% dos custos desse processo. Forma e Apresentação dos Manuscritos É de responsabilidade dos autores a eliminação de todas as informações (exceto na página do título e identificação) que possam identificar a origem ou autoria do artigo. Como exemplo, na versão inicial deve-se mencionar o número do parecer, mas o nome do Comitê de Ética deve ser mencionado de forma genérica, sem incluir a Instituição ou Laboratório, bem como outros dados no texto e no título. Esse cuidado é necessário para que os assessores que avaliarão o manuscrito não tenham acesso à identificação do(s) autor(es). Os dados completos sobre o Parecer do Comitê de Ética devem ser incluídos na versão final em caso de aceite do manuscrito. Os manuscritos devem ser submetidos por via eletrônica pelo site http://www.rbf.ufscar.br, preferencialmente em inglês, e devem ser digitados em espaço duplo, tamanho 12, fonte Times New Roman com amplas margens (superior e inferior = 3 cm, laterais = 2,5 cm), não ultrapassando 21 (vinte e uma) páginas (incluindo referências, figuras, tabelas e anexos). Estudos de Caso não devem ultrapassar 10 (dez) páginas digitadas em sua extensão total, incluindo referências, figuras, tabelas e anexos. (Adicionar números de linha no arquivo). Ao submeter um manuscrito para publicação, os autores devem enviar por correio ou por via eletrônica como documento(s) suplementar(es): 1) Carta de encaminhamento do material, contendo as seguintes informações: 87 a) Nomes completos dos autores e titulação de cada um; b) Tipo e área principal do artigo (ver OBJETIVOS, ESCOPO E POLÍTICA); c) Número e nome da Instituição que emitiu o parecer do Comitê de Ética para pesquisas em seres humanos e para os experimentos em animais. Para as pesquisas em seres humanos, incluir também uma declaração de que foi obtido o Termo de Consentimento dos participantes do estudo; d) Conforme descrito em OBJETIVOS, ESCOPO E POLÍTICA os manuscritos com resultados relativos aos ensaios clínicos deverão apresentar número de identificação que deverá ser registrado no final do Resumo/Abstract (Sugestão de site para registro: www.actr.org.au); 2) Declaração de responsabilidade de conflitos de interesse. Os autores devem declarar a existência ou não de eventuais conflitos de interesse (profissionais, financeiros e benefícios

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diretos e indiretos) que possam influenciar os resultados da pesquisa; 3) Declaração assinada por todos os autores com o número de CPF indicando a responsabilidade do(s) autor(es) pelo conteúdo do manuscrito e transferência de direitos autorais (copyright) para a Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy, caso o artigo venha a ser aceito pelos Editores. Os modelos da carta de encaminhamento e das declarações encontram-se disponíveis no site da Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy http://www.ufscar.br/rbfisio/. Formato do Manuscrito O manuscrito deve ser elaborado com todas as páginas numeradas consecutivamente na margem superior direita, com início na página de título, na seqüência abaixo: 1 Página de título e Identificação (1ª. página) A página de identificação deve conter os seguintes dados: a) Título do manuscrito em letras maiúsculas; b) Autor: nome e sobrenome de cada autor, em letras maiúsculas, sem titulação, seguido por número sobrescrito(expoente), identificando a afiliação institucional/vínculo (Unidade/Instituição/ Cidade/Estado/País); Para mais que um autor, separar por vírgula; ATENÇÃO: A RBF/BJPT aceita no máximo, 6 (seis) autores em um artigo. Outras pessoas que contribuíram para o trabalho podem ser incluídas no final do texto. c) Nome e endereço completo (incluindo número de telefone e e-mail do autor para envio de correspondência). É de responsabilidade do autor correspondente manter atualizado o endereço e e-mail para contatos; d) Título para as páginas do artigo: indicar um título curto para ser usado no cabeçalho das páginas do artigo (língua portuguesa), não excedendo 60 caracteres; e) Palavras-chave: uma lista de termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis) deve ser incluída. A RBF/BJPT recomenda o uso do DeCS – Descritores em Ciências da Saúde para consulta aos termos de indexação (palavras-chave) a serem utilizados no artigo (http://decs.bvs.br/). 1 Resumo (2ª. página) Para autores brasileiros, o resumo deve ser escrito em língua portuguesa e língua inglesa. Para 88 os demais países, apenas em língua inglesa. Uma exposição concisa, que não exceda 250 palavras em um único parágrafo digitado em espaço duplo, deve ser escrita em folha separada e colocada logo após a página de título. O resumo deve ser apresentado em formato estruturado, incluindo os seguintes itens separadamente: Contextualização (opcional), Objetivos, Métodos, Resultados e Conclusões. Notas de rodapé e abreviações não definidas não devem ser usadas. Se for preciso citar uma referência, a citação completa deve ser feita dentro do resumo, uma vez que os resumos são publicados separadamente pelos Serviços de Informação, Catalogação e Indexação Bibliográficas e eles devem conter dados suficientemente sólidos para serem apreciados por um leitor que não teve acesso ao artigo como um todo. 1 Abstract (3ª. página) Em caso de submissão em língua portuguesa, o título, o título curto, o resumo estruturado e as palavras-chave do artigo devem ser traduzidos para o inglês sem alteração do conteúdo. Após o Abstract, incluir, em itens destacados, a Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e a Discussão: Introdução - deve informar sobre o objeto investigado e conter os objetivos da investigação, suas relações com outros trabalhos da área e os motivos que levaram o(s) autor(es) a empreender a pesquisa. Materiais e Métodos - descrever de modo a permitir que o trabalho possa ser inteiramente repetido por outros pesquisadores. Incluir todas as

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informações necessárias – ou fazer referências a artigos publicados em outras revistas científicas – para permitir a replicabilidade dos dados coletados. Recomenda-se fortemente que estudos de intervenção apresentem grupo controle e, quando possível, aleatorização da amostra. Resultados - devem ser apresentados de forma breve e concisa. Tabelas, Figuras e Anexos podem ser incluídos quando necessários (indicar, no texto, onde devem ser incluídos) para garantir melhor e mais efetiva compreensão dos dados, desde que não ultrapassem o número de páginas permitido. Discussão - o objetivo da discussão é interpretar os resultados e relacioná-los aos conhecimentos já existentes e disponíveis, principalmente àqueles que foram indicados na Introdução do trabalho. As informações dadas anteriormente no texto (na Introdução, Materiais e Métodos e Resultados) podem ser citadas, mas não devem ser repetidas em detalhes na discussão. Após a Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão, incluir: a) Agradecimentos Quando apropriados, os agradecimentos poderão ser incluídos, de forma concisa, no final do texto, antes das Referências Bibliográficas, especificando: assistências técnicas, subvenções para a pesquisa e bolsa de estudo e colaboração de pessoas que merecem reconhecimento (aconselhamento e assistência). Os autores são responsáveis pela obtenção da permissão documentada, das pessoas cujos nomes constam dos Agradecimentos; b) Referências Bibliográficas O número recomendado é de no mínimo: 50 (cinqüenta) referências bibliográficas para Artigo de Revisão; 30 (trinta) referências bibliográficas para Artigo Original, Meta-análise, Revisão Sistemática e Metodológico e 10 (dez) referências bibliográficas para Estudos de Caso. As referências bibliográficas devem ser organizadas em seqüência numérica, de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborado pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE – http://www.icmje.org/index.html).; Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com a List of Journals do Index Medicus (http://www.index-medicus.com). As revistas não indexadas não deverão ter seus nomes abreviados. As citações das referências bibliográficas devem ser mencionadas no texto em números sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das referências bibliográficas constantes no manuscrito e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do manuscrito; Ver exemplos no endereço http://www.rbf.ufscar.br/. c) Notas de Rodapé As notas de rodapé do texto, se imprescindíveis, devem ser numeradas consecutivamente em sobrescrito no manuscrito e escrita em folha separada, colocada no final do material após as Referências; d) Tabelas e Figuras Tabelas. Todas as tabelas devem ser citadas no texto em ordem numérica. Cada tabela deve ser digitada em espaço duplo, em página separada. As tabelas devem ser numeradas, consecutivamente, com algarismos arábicos e inseridas no final do texto. Um título descritivo e legendas devem tornar as tabelas compreensíveis, sem necessidade de consulta ao texto do artigo. As tabelas não devem ser formatadas com marcadores horizontais nem verticais, apenas necessitam de linhas horizontais para a separação de suas sessões principais. Usar parágrafos ou recuos e espaços verticais e horizontais para agrupar os dados. Figuras. Digitar todas as legendas em espaço duplo. Explicar todos os símbolos e abreviações. As legendas devem tornar as figuras compreensíveis, sem necessidade de consulta ao texto. Todas as figuras devem ser citadas no texto, em ordem numérica e identificadas. Figuras - Arte Final. Todas as figuras devem estar no formato .tiff. Não é recomendado o uso de cores. Figuras de baixa qualidade podem resultar em atrasos na aceitação e publicação do artigo. Usar letras em caixa-alta (A, B, C, etc.) para identificar as partes individuais de figuras múltiplas. Se possível, todos os símbolos devem aparecer nas legendas. Entretanto, símbolos para identificação de curvas em um gráfico podem ser incluídos no corpo de uma figura, desde que isso não dificulte a análise dos dados. Cada figura deve estar claramente identificada. As figuras devem ser numeradas,

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consecutivamente, em arábico, na ordem em que aparecem no texto. Não agrupar diferentes figuras em uma única página; e) Tabelas, Figuras e Anexos - inglês Um conjunto adicional em inglês das tabelas, figuras, anexos e suas respectivas legendas deve ser anexado como documento suplementar, para artigos submetidos em língua portuguesa. Este conjunto adicional não será contabilizado no total de páginas do manuscrito. Outras Considerações Unidades. Usar o Sistema Internacional (SI) de unidades métricas para as medidas e 90 abreviações das unidades. Artigos de Revisão Sistemática e Meta-análises. Devem incluir uma seção que descreva os métodos empregados para localizar, selecionar, obter, classificar e sintetizar as informações. Estudos de Caso. Devem ser restritos às condições de saúde ou métodos/procedimentos incomuns, sobre os quais o desenvolvimento de artigo original seja impraticável. Dessa forma, os relatos de casos clínicos não precisam necessariamente seguir a estrutura canônica dos artigos originais, mas devem apresentar um delineamento metodológico que permita a reprodutibilidade das intervenções ou procedimentos relatados. Recomenda-se muito cuidado ao propor generalizações de resultados a partir desses estudos. Desenhos experimentais de caso único serão tratados como artigos científicos e devem seguir as normas estabelecidas pela Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy. Cartas ao Editor. Críticas às matérias publicadas, de maneiras construtivas, objetivas e educativas, consultas às situações clínicas e discussões de assuntos específicos à Fisioterapia serão publicados a critério dos editores. Quando a carta se referir a comentários técnicos (réplicas) aos artigos publicados na RBF/BJPT, esta será publicada junto com a tréplica dos autores do artigo objeto de análise e/ou crítica. Conflitos de Interesse: Os autores são responsáveis pela declaração de qualquer tipo de conflitos de interesse na realização da pesquisa, tanto de ordem financeira como de qualquer outra natureza. O relator deve comunicar aos editores quaisquer conflitos de interesse que possam influenciar na emissão de parecer sobre o manuscrito e, quando couber, deve declarar-se não qualificado para revisá-lo. Considerações Éticas e Legais. Evitar o uso de iniciais, nomes ou números de registros hospitalares dos pacientes. Um paciente não poderá ser identificado em fotografias, exceto com consentimento expresso, por escrito, acompanhando o trabalho original. As tabelas e/ou figuras publicadas em outras revistas ou livros devem conter as respectivas referências e o consentimento, por escrito, do autor ou editores. Estudos realizados em humanos devem estar de acordo com os padrões éticos e com o devido consentimento livre e esclarecido dos participantes (reporte-se à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata do Código de Ética para Pesquisa em Seres Humanos). Para as pesquisas em humanos, deve-se incluir o número do Parecer da aprovação das mesmas pela Comissão de Ética em Pesquisa, que deve ser devidamente registrada no Conselho Nacional de Saúde do Hospital ou Universidade ou o mais próximo da localização de sua região. Para os experimentos em animais, considerar as diretrizes internacionais (por exemplo, a do Committee for Research and Ethical Issues of the International Association for the Study of Pain, publicada em PAIN, 16: 109-110, 1983). A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy reserva-se o direito de não publicar trabalhos que não obedeçam às normas legais e éticas para pesquisas em seres humanos e para os experimentos em animais. É recomendável que estudos relatando resultados eletromiográficos sigam os "Standards for Reporting EMG Data" recomendados pela ISEK. 91 CONSIDERAÇÕES FINAIS Se o artigo for encaminhado aos autores para revisão e não retornar à RBF/BJPT dentro de 6 (seis) semanas, o processo de revisão será considerado encerrado. Caso o mesmo artigo seja reencaminhado, um novo processo será iniciado, com data atualizada. A data do aceite será registrada quando os autores retornarem o manuscrito, após a correção final aceita pelos Editores. As provas finais serão enviadas por e-mail aos autores, no endereço indicado na submissão, para revisão final (dúvidas e/ou discordâncias

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de revisão), não sendo permitidas quaisquer outras alterações. Manuscrito em prova final não devolvido em 48 horas, poderá a critério dos editores, ser publicado na forma em que se apresenta ou ter sua publicação postergada para um próximo número. Após publicação do artigo ou processo de revisão encerrado, toda documentação referente ao processo de revisão será incinerada. Contato: Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy Secretaria Geral - Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235, Caixa Postal 676 CEP 13565-905, São Carlos, SP, Brasil Email: [email protected] Tel.: +55(16) 3351-8755 © 2008 Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy

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