Matérias publicadas no JC entre 2013 e 2014

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k emprego & concurso k rápidas Renato Spencer/JC Imagem/05-11-2008 Emídia Felipe [email protected] Q uando lançou o livro Faça Acontecer, no ano passado, a vice- presidente de opera- ções do Facebook, Sheryl Sand- berg, foi criticada por atribuir às próprias mulheres parte da culpa da opressão do mercado do trabalho sobre elas. Sheryl teve que se explicar: a cultura machista tem que ser combati- da, dentro e fora das empre- sas, mas essa luta começa com a mulher levantando-se e fa- zendo-se respeitar. Em um ce- nário em que elas ganham pou- co mais do que 80% do que é pago aos homens, executivas de Recursos Humanos ouvi- das pelo Jornal do Commer- cio repetem a mensagem de Sheryl: para fazer justiça, é preciso que as mulheres mos- trem que estão insatisfeitas com essa situação. Mesmo com ganhos ao lon- go das décadas, a situação da mulher no mercado de traba- lho ainda é desprivilegiada em relação aos homens, desde à es- cassez de mulheres acupando cargos de diretoria e presidên- cia até o preconceito contra grávidas e mães. “O mercado de trabalho materializa a dinâ- mica das relações sociais e, ne- las, as mulheres são discrimi- nadas”, comenta a pesquisado- ra do Dieese em Pernambuco Milena Prado. “Precisamos mudar essa cultura e educar as pessoas, para que elas compar- tilhem as tarefas em socieda- de, independentemente do gê- nero, para que, ao chegarem no mercado, essa segregação não se perpetue”. A sócia e consultora da Ági- lis RH Eline Nascimento acres- centa que, mesmo com uma presença feminina cada vez mais marcante no orçamento doméstico, a cultura que se es- palha pelas empresas é do ho- mem como arrimo de família. “Talvez ainda exista uma ima- gem culturalmente ativa de que o homem precisa ganhar mais como principal ou único mantenedor, o que hoje não é mais uma realidade.” Um dos principais reflexos da extensão da cultura machis- ta para dentro das empresas é a remuneração menor para mulheres. Dados recentes do Dieese mostram que a média de rendimento das mulheres na Região Metropolitana do Recife é quase 30% menor do que o dos homens. É verdade que eles trabalham cerca de cinco horas a mais por semana do que elas – o que, para a Mi- lena Prado, pode ser atribuído principalmente à opção femini- na por horários mais flexíveis, para cuidar da casa e da famí- lia. Porém, quando a remune- ração é isolada por hora, extin- guindo a diferença de carga ho- rária, a diferença entre os salá- rios feminino e masculino tem oscilado entre 26% e 29% nos últimos anos (ver quadro). “A culpa é da mulher tam- bém”, dispara a gerente execu- tiva da divisão de RH da con- sultoria Michael Page, Renata Wright. Ela explica que a mu- lher deve exigir que sua remu- neração seja pautada por sua competência e seus resulta- dos, não porque tem um útero. “Se ela está dentro de uma or- ganização onde há esse tipo de discriminação, essa não é a em- presa certa para ela estar”, diz a executiva. Renata esclarece que os resultados, a “entrega” e a produtividade são as variá- veis que devem ser compara- das na hora de analisar se está havendo preconceito de gêne- ro. “Se ela sabe que as metas acordadas são atingidas, ou até superadas, como também é co- mum entre as mulheres, ela precisa reivindicar”, afirma a especialista. Eline Nascimento comple- menta orientando que a profis- sional precisa estar consciente de quanto o mercado está pa- gando pela função que ela exerce. Com essas informa- ções e certa de que está fazen- do um bom trabalho, é hora de procurar o gestor quando se percebe que colegas homens em situação semelhante estão ganhando mais ou que ela não está ganhando o suficiente. “Em uma conversa franca e em particular, é preciso per- guntar quais critérios a empre- sa está usando para remunerar as pessoas. Se esses critérios não são claros, se a empresa não se preocupa em valorizá- la como profissional, talvez se- ja hora de mudar de emprega- dor”, aconselha. “A postura de- ve ser assertiva e a prioridade tem que ser: estar numa em- presa que lhe reconheça”, diz Eline. Editores: Saulo Moreira [email protected] Bianca Negromonte [email protected] Mona Lisa Dourado [email protected] Fale conosco: (81) 3413-6186 Twitter: @jc_economia O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicou dois editais abrindo 68 vagas, sendo 14 para pesquisador e 54 para tecnologista júnior. Os salários podem chegar a R$ 9.828. O candidato deverá preencher a ficha disponível no site www.inpe.br e entregá-la pessoalmente, ou por meio de procuração, na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP); ou na unidade de Cachoeira Paulista (SP). A empresa que vai organizar o próximo concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deverá ser anunciada dentro de alguns dias e o edital publicado ainda este mês, segundo informações de membros da comissão organizadora da seleção. O certame foi autorizado em dezembro, com 216 vagas de de agente administrativo (ensino médio) e remuneração inicial de R$ 3.689,77. CARREIRA Mercado reproduz cultura da sociedade e ainda discrimina profissionais por questões ligadas ao gênero. Mulher não precisa aceitar situação, dizem especialistas A Procuradoria-Geral do Estado do Piauí lançou edital do concurso público para selecionar 10 procuradores substitutos, com salário de R$ 18.306,74. As inscrições começam no dia 18 deste mês e vão até 16 de abril, no site Cespe (www.cespe.unb.br), no valor de R$ 210. A seleção contará com quatro etapas: prova objetiva, subjetiva e prática, além da avaliação de títulos, todas com caráter eliminatório e classificatório. Ricardo B. Labastier/JC Imagem Pesquisa da consultoria de carreira e recrutamento Hays aponta que o mercado de petróleo e gás no Brasil vai precisar de 250 mil profissionais nesta década. Entre as áreas mais carentes estarão engenharia de águas profundas, gestão de projetos, segurança e meio ambiente. Como há escassez desse tipo de mão de obra, a Hays aponta que entre cinco mil e 10 mil dessas vagas sejam ocupadas por estrangeiros, ao ano. LABOR Profissões mais qualificadas, discriminação menor Mulher é avaliada pelo que faz Diego Nigro/JC Imagem FACILIDADE Peppe diz que ferramenta é grátis e simples Inpe lança dois concursos com total de 68 vagas www.jconline.com.br PRF deverá lançar edital ainda este mês Seu empregador é machista? Reclame PGE do Piauí seleciona 10 procuradores Óleo e gás vai precisar de 250 mil profissionais REMUNERAÇÃO Eline: “critérios devem ser bem definidos” A necessidade de coragem fe- minina no mercado de trabalho vai muito além de questionar o chefe sobre os critérios de remu- neração. É preciso ter fôlego pa- ra provar que que é competen- te. No livro de Sheryl, são relata- dos diversos estudos acerca des- se tema. Um deles é um relató- rio da consultoria McKinsey de 2011, que destacou que os ho- mens são promovidos com base em seu potencial, enquanto as mulheres são promovidas com base no que já realizaram. As dificuldades existem tan- to para executivas de grandes empresas, quanto para mulhe- res em funções de nível funda- mental e médio. Levantamento recente da consultoria Salários BR, focado em atividades liga- das à venda de ovos de chocola- te para a Páscoa, mostra que, entre cinco cargos – embala- dor, confeiteiro, auxiliar de con- feiteiro, doceiro e vendedor –, quatro pagam mais para os ho- mens que para as mulheres. “Em geral, nas áreas de comér- cio e serviço, onde há flexibili- dade para pagamento de comis- sões e outros extras, a diferen- ça é maior do que na indústria, por exemplo, que tem nível de formalização maior e jornada de trabalho bem definida”, ana- lisa Milena Prado. Porém, as executivas de RH consultadas pelo JC estão oti- mistas quanto à mudança do mercado. “A diferença salarial existe. Mas vemos que essa dis- criminação está se reduzindo aos poucos, especialmente nas novas contratações”, afirma a gerente de HR Solutions na Ran- dstad Professionals, Ana Flávia Stella. Para ela, a disparidade é mais comum entre quem já está há mais tempo no mercado. “Hoje, quando as vagas são aber- tas, os salários são os mesmos”, destaca Ana Flávia, que atua com recrutamento para cargos de média e alta gerência. Para Eline Nascimento, a evolução da gestão nas companhias é aliada na luta feminina pelo res- peito salarial. “Quando a em- presa implanta um plano de carreiras, não há margem para fazer uma diferenciação de gê- nero”. Ela avalia ainda que o en- fraquecimento da discrimina- ção é mais significativo entre as profissões com maior nível de qualificação, pela pressão do mercado: “As empresas es- tão sendentas por mão de obra qualificada e precisam priori- zar a competência”. Banco de talentos para executivos S e médias e grandes em- presas estão procuran- do executivos qualifica- dos, não será por falta de can- didatos que ficarão com vagas abertas. A escola de negócios Cedepe vai abrir na próxima quarta-feira um banco de ta- lentos para alunos e ex-alu- nos ficarem à disposição de companhias que precisam de gerentes, diretores e outros cargos de média e alta gestão. Com um universo de 10 mil profissionais em 23 anos de atividades, entre estudantes e ex-alunos, o Cedepe vinha montando seu sistema online de currículos há alguns meses e havia planejado o lançamen- to para abril. No entanto, pes- quisa apresentada pela repre- sentação local da Câmara Americana de Comércio (Amcham Recife) adiantou o projeto. Feito com 94 gesto- res de recursos humanos de médias e grandes empresas de diversos segmentos, o le- vantamento apontou que to- dos se consideravam em ple- na “guerra de talentos” e esta- vam investindo para captar e manter bons profissionais em seus quadros. As primeiras parcerias já fo- ram fechadas. Cerca de 30 em- presas já têm acesso livre ao sistema, que vai receber currí- culos dos alunos formados no Cedepe. “Será uma ótima oportuni- dade, não apenas para aqueles que, por algum motivo não es- tão vinculados a uma empre- sa, mas também para os que buscam novas oportunida- des”, comenta o diretor acadê- mico do Cedepe, Caio Peppe. A ferramenta, estará dispo- nível no endereço www.cede- pe.com.br/talentos e terá utili- zação gratuita tanto para o que Caio chama de “Comuni- dade Cedepe” quanto para as companhias em busca de pro- fissionais. Peppe ressalta que a maior vantagem do recurso será a simplicidade. “Queremos criar um ambiente de encon- tro, sem burocratizar o proces- so. Por isso, a empresa pode contatar o aluno diretamente, sem necessidade de nossa intermediação”. Atualmente, a demanda do banco é de cargos em nível de coordenação supervisão e ge- rência, com exigência entre seis e oito anos de experiên- cia, em segmentos como auto- motivo, energia, logística e co- mércio exterior. No cadastro das vagas, a em- presa não precisa informar o salário ofertado. “O que mos- traremos são onde estão as boas vagas”, destaca o diretor da instituição. 6 jornal do commercio Recife I 10 de março de 2014 I segunda-feira

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Seu empregador é machista? Reclame CARREIRA Mercado reproduz cultura da sociedade e ainda discrimina profissionais por questões ligadas ao gênero. Mulher não precisa aceitar situação, dizem especialistas Hora de planejar a carreira VIRADA Avaliar os pontos fortes e os fracos e definir metas a serem atingidas são atitudes que aumentam as chances de sucesso Eles estão cada vez menores MORADIA Tamanho médio dos apartamentos caiu 32% nos últimos dez anos e cresce oferta de unidades com dois quartos e até 46 m² Afrouxe a corda do pescoço DÍVIDAS Sair do vermelho para o azul nas finanças pessoais pode ser difícil, mas é possível. Tudo começa com pequenas mudanças

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kemprego & concurso

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5-11-2008

Emídia [email protected]

Q uando lançou o livroFaça Acontecer, noano passado, a vice-presidente de opera-

ções do Facebook, Sheryl Sand-berg, foi criticada por atribuiràs próprias mulheres parte daculpa da opressão do mercadodo trabalho sobre elas. Sherylteve que se explicar: a culturamachista tem que ser combati-da, dentro e fora das empre-sas, mas essa luta começa coma mulher levantando-se e fa-zendo-se respeitar. Em um ce-nário emque elas ganhampou-co mais do que 80% do que épago aos homens, executivasde Recursos Humanos ouvi-das pelo Jornal do Commer-cio repetem a mensagem deSheryl: para fazer justiça, épreciso que as mulheres mos-trem que estão insatisfeitascom essa situação.Mesmo com ganhos ao lon-

go das décadas, a situação damulher no mercado de traba-lho ainda é desprivilegiada emrelação aos homens, desde à es-cassez de mulheres acupandocargos de diretoria e presidên-cia até o preconceito contragrávidas e mães. “O mercadode trabalhomaterializa a dinâ-mica das relações sociais e, ne-las, as mulheres são discrimi-nadas”, comenta a pesquisado-ra do Dieese em PernambucoMilena Prado. “Precisamosmudar essa cultura e educar aspessoas, para que elas compar-tilhem as tarefas em socieda-de, independentemente do gê-nero, para que, ao chegaremno mercado, essa segregaçãonão se perpetue”.A sócia e consultora da Ági-

lis RHElineNascimento acres-centa que, mesmo com umapresença feminina cada vezmais marcante no orçamentodoméstico, a cultura que se es-palha pelas empresas é do ho-mem como arrimo de família.“Talvez ainda exista uma ima-gem culturalmente ativa deque o homem precisa ganharmais como principal ou únicomantenedor, o que hoje não émais uma realidade.”Um dos principais reflexos

da extensão da culturamachis-ta para dentro das empresas éa remuneração menor paramulheres. Dados recentes doDieese mostram que a média

de rendimento das mulheresna Região Metropolitana doRecife é quase 30% menor doque o dos homens. É verdadeque eles trabalham cerca decinco horas amais por semanado que elas – o que, para a Mi-lena Prado, pode ser atribuídoprincipalmente à opção femini-na por horários mais flexíveis,para cuidar da casa e da famí-lia. Porém, quando a remune-ração é isolada por hora, extin-guindo a diferença de carga ho-rária, a diferença entre os salá-rios feminino e masculino temoscilado entre 26% e 29% nosúltimos anos (ver quadro).“A culpa é da mulher tam-

bém”, dispara a gerente execu-tiva da divisão de RH da con-sultoria Michael Page, RenataWright. Ela explica que a mu-lher deve exigir que sua remu-neração seja pautada por suacompetência e seus resulta-dos, não porque tem um útero.“Se ela está dentro de uma or-ganização onde há esse tipo dediscriminação, essa não é a em-presa certa para ela estar”, diza executiva. Renata esclareceque os resultados, a “entrega”e a produtividade são as variá-veis que devem ser compara-das na hora de analisar se estáhavendo preconceito de gêne-ro. “Se ela sabe que as metasacordadas são atingidas, ou atésuperadas, como também é co-mum entre as mulheres, elaprecisa reivindicar”, afirma aespecialista.Eline Nascimento comple-

menta orientando que a profis-sional precisa estar conscientede quanto o mercado está pa-gando pela função que elaexerce. Com essas informa-ções e certa de que está fazen-do um bom trabalho, é hora deprocurar o gestor quando sepercebe que colegas homensem situação semelhante estãoganhando mais ou que ela nãoestá ganhando o suficiente.“Em uma conversa franca eem particular, é preciso per-guntar quais critérios a empre-sa está usando para remuneraras pessoas. Se esses critériosnão são claros, se a empresanão se preocupa em valorizá-la como profissional, talvez se-ja hora de mudar de emprega-dor”, aconselha. “A postura de-ve ser assertiva e a prioridadetem que ser: estar numa em-presa que lhe reconheça”, dizEline.

Editores:Saulo Moreira [email protected] Negromonte [email protected] Lisa Dourado [email protected] conosco: (81) 3413-6186Twitter:@jc_economia

O Instituto Nacional dePesquisas Espaciais (Inpe)publicou dois editais abrindo68 vagas, sendo 14 parapesquisador e 54 paratecnologista júnior. Ossalários podem chegar a R$9.828. O candidato deverápreencher a ficha disponívelno site www.inpe.br eentregá-la pessoalmente, oupor meio de procuração, nasede do Inpe, em São José dosCampos (SP); ou na unidadede Cachoeira Paulista (SP).

A empresa que vaiorganizar o próximo concursoda Polícia Rodoviária Federal(PRF) deverá ser anunciadadentro de alguns dias e oedital publicado ainda estemês, segundo informações demembros da comissãoorganizadora da seleção. Ocertame foi autorizado emdezembro, com 216 vagas dede agente administrativo(ensino médio) eremuneração inicial de R$3.689,77.

CARREIRAMercado reproduz cultura da sociedade e ainda discrimina profissionaispor questões ligadas ao gênero. Mulher não precisa aceitar situação, dizem especialistas

A Procuradoria-Geral doEstado do Piauí lançou editaldo concurso público paraselecionar 10 procuradoressubstitutos, com salário de R$18.306,74. As inscriçõescomeçam no dia 18 deste mêse vão até 16 de abril, no siteCespe (www.cespe.unb.br),no valor de R$ 210. A seleçãocontará com quatro etapas:prova objetiva, subjetiva eprática, além da avaliação detítulos, todas com carátereliminatório e classificatório.

RicardoB.Lab

astier/JCIm

agem

Pesquisa da consultoria decarreira e recrutamento Haysaponta que o mercado depetróleo e gás no Brasil vaiprecisar de 250milprofissionais nesta década.Entre as áreas mais carentesestarão engenharia de águasprofundas, gestão de projetos,segurança e meio ambiente.Como há escassez desse tipode mão de obra, a Hays apontaque entre cinco mil e 10 mildessas vagas sejam ocupadaspor estrangeiros, ao ano.

LABOR Profissões mais qualificadas, discriminação menor

Mulher é avaliada pelo que faz

DiegoNigro/JCIm

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FACILIDADE Peppe diz que ferramenta é grátis e simples

Inpe lança doisconcursos comtotal de 68 vagas

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PRFdeverálançar editalainda estemês

Seu empregador émachista? Reclame

PGEdo Piauíseleciona 10procuradores

Óleo e gás vaiprecisar de 250mil profissionais

REMUNERAÇÃO Eline: “critérios devem ser bem definidos”

Anecessidade de coragem fe-minina no mercado de trabalhovai muito além de questionar ochefe sobre os critérios de remu-neração. É preciso ter fôlego pa-ra provar que que é competen-te. No livro de Sheryl, são relata-dos diversos estudos acerca des-se tema. Um deles é um relató-rio da consultoria McKinsey de2011, que destacou que os ho-mens são promovidos com baseem seu potencial, enquanto asmulheres são promovidas combase no que já realizaram.As dificuldades existem tan-

to para executivas de grandesempresas, quanto para mulhe-res em funções de nível funda-mental e médio. Levantamentorecente da consultoria SaláriosBR, focado em atividades liga-das à venda de ovos de chocola-te para a Páscoa, mostra que,entre cinco cargos – embala-dor, confeiteiro, auxiliar de con-

feiteiro, doceiro e vendedor –,quatro pagam mais para os ho-mens que para as mulheres.“Em geral, nas áreas de comér-cio e serviço, onde há flexibili-dade para pagamento de comis-sões e outros extras, a diferen-ça é maior do que na indústria,por exemplo, que tem nível deformalização maior e jornada

de trabalho bem definida”, ana-lisa Milena Prado.Porém, as executivas de RH

consultadas pelo JC estão oti-mistas quanto à mudança domercado. “A diferença salarialexiste. Mas vemos que essa dis-criminação está se reduzindoaos poucos, especialmente nasnovas contratações”, afirma a

gerente deHR Solutions naRan-dstad Professionals, Ana FláviaStella. Para ela, a disparidade émais comum entre quem já estáhá mais tempo no mercado.“Hoje, quando as vagas são aber-tas, os salários são os mesmos”,destaca Ana Flávia, que atuacom recrutamento para cargosde média e alta gerência. ParaEline Nascimento, a evoluçãoda gestão nas companhias éaliada na luta feminina pelo res-peito salarial. “Quando a em-presa implanta um plano decarreiras, não há margem parafazer uma diferenciação de gê-nero”. Ela avalia ainda que o en-fraquecimento da discrimina-ção é mais significativo entreas profissões com maior nívelde qualificação, pela pressãodo mercado: “As empresas es-tão sendentas por mão de obraqualificada e precisam priori-zar a competência”.

Banco de talentospara executivosS emédias e grandes em-

presas estão procuran-do executivos qualifica-

dos, não será por falta de can-didatos que ficarão com vagasabertas. A escola de negóciosCedepe vai abrir na próximaquarta-feira um banco de ta-lentos para alunos e ex-alu-nos ficarem à disposição decompanhias que precisam degerentes, diretores e outroscargos de média e alta gestão.Com um universo de 10 mil

profissionais em 23 anos deatividades, entre estudantes eex-alunos, o Cedepe vinhamontando seu sistema onlinede currículos há alguns mesese havia planejado o lançamen-to para abril. No entanto, pes-quisa apresentada pela repre-sentação local da CâmaraAmericana de Comércio(Amcham Recife) adiantou oprojeto. Feito com 94 gesto-res de recursos humanos demédias e grandes empresasde diversos segmentos, o le-vantamento apontou que to-dos se consideravam em ple-na “guerra de talentos” e esta-vam investindo para captar emanter bons profissionais emseus quadros.As primeiras parcerias já fo-

ram fechadas. Cerca de 30 em-presas já têm acesso livre aosistema, que vai receber currí-culos dos alunos formados no

Cedepe.“Será uma ótima oportuni-

dade, não apenas para aquelesque, por algummotivo não es-tão vinculados a uma empre-sa, mas também para os quebuscam novas oportunida-des”, comenta o diretor acadê-mico do Cedepe, Caio Peppe.A ferramenta, estará dispo-

nível no endereço www.cede-pe.com.br/talentos e terá utili-zação gratuita tanto para oque Caio chama de “Comuni-dade Cedepe” quanto para ascompanhias em busca de pro-fissionais.Peppe ressalta que a maior

vantagem do recurso será asimplicidade. “Queremoscriar um ambiente de encon-tro, sem burocratizar o proces-so. Por isso, a empresa podecontatar o aluno diretamente,sem necessidade de nossaintermediação”.Atualmente, a demanda do

banco é de cargos em nível decoordenação supervisão e ge-rência, com exigência entreseis e oito anos de experiên-cia, em segmentos como auto-motivo, energia, logística e co-mércio exterior.No cadastro das vagas, a em-

presa não precisa informar osalário ofertado. “O que mos-traremos são onde estão asboas vagas”, destaca o diretorda instituição.

6 jornal do commercio Recife I 10 de março de 2014 I segunda-feira

Hora de planejar a carreirakemprego & concurso

Emídia [email protected]

N o mundo empresa-rial, o planejamentoestratégico é uma

ferramenta importante paramanter-se nomercado, anteci-par tendências, proteger-sede crises e aproveitar oportu-nidades. Para os profissionais,o recurso também é válido,com os mesmos benefícios.Por isso, a orientação de espe-cialistas é que o início do anoé ummomento muito oportu-no para avaliar o que passou ecanalizar os esforços necessá-rios para que a carreira avan-ce em 2014.De acordo comuma pesqui-

sa do Trabalhando.com feitacom 187 profissionais, 56% de-les disseram que, no ano no-vo, fazem alguma promessarelacionada àmelhoria na car-reira. O diretor-geral da em-presa, Caio Infante, lembraque a qualidade desse compro-misso depende da atitude dequem fez. “Promessas relacio-nadas à carreira, assim comoas das dietas, exigem discipli-na. Não adianta prometer e fi-car sentado aguardando quealgo aconteça. É preciso cor-rer atrás dos objetivos para as-sim concretizar seus sonhos”.Para isso, ele e a sócia e con-sultora da Ágilis RH, ElineNascimento, indicam que omelhor caminho é o planeja-mento combinado com o es-forço.Eline explica que o planeja-

mento é um guia importantee deve ser feito mesmo que deforma básica, uma vez que aprofissão e o modo como elase desenvolve são uma parte

muito importante da vida. “Écomo ganhamos dinheiro, co-mo encontramos satisfaçãopessoal e onde nos relaciona-mos a maior parte do tempocomoutras pessoas, então pre-cisa ser pensado com cuidadopara que renda melhores re-sultados”, ressalta a consulto-ra.Ela explica que os concei-

tos de planejamento estratégi-co já utilizados rotineiramen-te pelas empresas podem sersimplificados para ajudar osprofissionais a refletirem so-bre os rumos de suas carrei-ras (veja quadro). Eline pon-tua que é imprescindível umaautoavaliação para considerartodos os aspectos, dos fracas-

sos às conquistas, das fraque-zas aos pontos fortes.Infante complementa que a

avaliação é pessoal: uns prefe-rem pensar nos pontos positi-vos, focar neles e tentar me-lhorá-los ainda mais e outroslevantam os negativos e ten-tammudá-los. Tanto ele quan-to Eline orientam que essaanálise seja feita com ajuda deregistros: seja escrevendo amão em um papel ou digitan-do no computador. “Ver asrespostas e ter isso guardadopara consulta ajuda muito”,lembra Eline.

RESULTADOSCom os resultados em

mãos, eles ensinam que deve

ser traçado um plano simplescom metas a serem atingidase a partir daí definir quais se-rão os prazos para colocá-lasem prática. Caio Infante dese-nha alguns cenários que po-dem aparecer dessa análise.No primeiro, o profissionaldescobre que está trabalhan-do numa empresa cujos objeti-vos não estão alinhados comos dele. “Essa é a hora de atua-lizar o currículo, acionar seunetworking e buscar umaoportunidade que tenha maisa sua cara”.Outra possibilidade é enten-

der que falta empenho da par-te do profissional: “Se é isso,então respire emude de atitu-de. Sejamais participativo, de-senvolva sua criatividade, pro-ponha, tente participar maisde atividades”. Entre as ou-tras alternativas, está tambéma conclusão de que a área es-colhida não está funcionando.“Nessa situação você tem doislongos caminhos”, diz Caio,“o primeiro é buscar uma es-pecialização naquilo que vocêquer fazer e depois tentaruma transferência; o segundoé buscar em outra empresauma oportunidade na áreaque você quer”.Eline Nascimento lembra

que consultores e especialis-tas em coaching podem aju-dar nesse processo. Quemnão tem orçamento para esseserviço, pode procurar conse-lhos de pessoas que considereuma referência no mercadoonde atua, além de se infor-mar através da mídia e de li-vros. “O importante é não es-perar estar estagnado ou en-frentar uma crise para fazeressa avaliação”.

Editores:Saulo Moreira [email protected] Negromonte [email protected] Lisa Dourado [email protected] conosco: (81) 3413-6186Twitter:@jc_economia

O anodaCopa deve aju-dar a Associação Bra-sileira de Bares e Res-

taurantes – Seccional Pernam-buco (Abrasel-PE) a bater ameta de pessoas treinadas em2014. A entidade promoveucursos para 800 profissionaisem 2013 e pretende chegar amil alunos no próximo ano.Entre os cursos oferecidos

este ano estão os de boas práti-cas, coquetelaria, gestão de sa-lão, vinhos e atendimento,

com investimento médio deR$ 50. Osmesmos treinamen-tos deverão ser ofertados em2014 e a associação tambémestá analisando a possibilida-de de oferecer cursos de idio-mas.Em geral, as capacitações

têm carga horária de 14 horas-aula, com exceção da de boaspráticas, que, para ter reco-nhecimento da AgênciaNacio-nal de Vigilância Sanitária(Anvisa), precisa ser ministra-

da em pelo menos 20 horas-aula. Segundo o diretor da as-sociação, Valter Jarocki, a par-ticipação nesses treinamentosproporciona a empresários efuncionários a oportunidadede implantar modelos maisavançados de gestão, ampliarrede de contatos e aderir a es-tratégias que estimulam a ino-vação.Dentro das atividades de

capacitação, a Abrasel tam-bém oferece ainda consulto-

ria individualizada por empre-sa, workshops, capacitação,palestras e encontros. “Tam-bém realizamos parceriascomo Sebrae e escolas de gas-tronomia, participação em fei-ras voltadas para a área, entreoutras ações, para estimularesse tipo de projeto”, lembraJarocki . Inscrições e mais in-formações podem ser obtidasatravés do email [email protected] oupelo telefone 3465-7570.

k rápidas

A Agência do Trabalho, daSecretaria Estadual deTrabalho, Qualificação eEmpreendedorismo, tem 109vagas abertas, sendo 12exclusivas para portadores denecessidades especiais. Asoportunidades são no Recife,Bezerros, Caruaru, Paulista,Santa Cruz do Capibaribe e SãoLourenço daMata. Na capital,a maioria dos postos é paraatividades ligadas à área deconstrução civil. Para a funçãode eletricista de instalações,por exemplo, são 10oportunidades, com exigênciade nível médio incompleto, seismeses de experiênciacomprovados na Carteira deTrabalho e salário de R$1.266,21. Mais informações eendereços das unidades daAgência do Trabalho no sitewww.stqe.pe.gov.br.

A multinacional KPMG estáem busca de jovens pararepresentar a empresa noBrasil durante o KPMGInternational CaseCompetition (KICC), umadisputa que está em sua 11ªedição e avalia a capacidadedos participantes de analisar,projetar, tomar decisões eapresentar recomendações naconstrução da melhor soluçãopara um case de negócio. Oevento, que serve deferramenta de contrataçãopara a empresa, será realizadoentre os dias 1º e 4 de abril de2014, em São Paulo, marcandoa primeira edição do KICC naAmérica Latina. As inscriçõespodem ser feitas até o dia 10de janeiro na área Carreira dosite www.kpmg.com/br. Paraparticipar, é preciso ter inglêsavançado.

Formados em direitopodem se inscrever noconcurso do Tribunal deJustiça deMato Grosso(TJMT). São 12 vagas parajuízes substitutos, com saláriode R$ 19,5 mil. Entre osrequisitos estão ter mais de 25anos de idade e pelo menostrês anos de atividadesjurídicas após a conclusão dagraduação. As inscrições estãoabertas até o dia 26 de janeiro,com taxa de R$ 195, atravésdo site da FMP Concursos(www.concursosfmp.com.br).A concorrência será feita emetapas: prova objetiva, provaescrita, inscrição definitiva(sindicância da vida pregressa,investigação social, exame desanidade física e mental epsicotécnico), entrevista,prova oral e avaliação detítulos.

Serão abertas no próximodia 13, as inscrições para oconcurso doMinistérioPúblico da Bahia (MPBA).São oferecidas 80 vagas.Dentre elas, 60 são para ocargo de analista técnico, emque é exigido nível superior,e as demais para nível médio:15 para assistentetécnico-administrativo ecinco para motorista – para oqual é preciso ter carteira dehabilitação na categoria D ouE. Os salários iniciais são deR$ 2.775,71 para os cargos denível médio, e de R$ 5.000,29para o de nível superior. Ajornada de trabalho paratodos os cargos é de 40 horas.Interessados devem seinscrever até 10 de fevereirono www.institutoaocp.org.br.As taxas são de R$ 80 (nívelmédio) e R$ 120 (superior).

Saques em dinheiro doseguro-desemprego, pago pelogoverno federal, terão que serfeitos através de biometria apartir de 2015. A decisão doConselho Deliberativo doFundo de Amparo aoTrabalhador (Codefat) foidivulgada recentemente e visareduzir fraudes e aumentar asegurança no pagamento. Amedida faz parte de umpacote de medidas adotadopara equilibrar o Fundo deAmparo ao Trabalhador(FAT), que registrou déficitnominal de R$ 222,3 milhõesde janeiro a agosto deste ano,contra lucro de R$ 179,9milhões no mesmo período de2012. O rombo considera aparcela do FAT que financia ocapital do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômicoe Social (BNDES).

CAPACITAÇÃOMaioria dos cursos custa em média R$ 50

Divulgação

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Interessados em trabalhar naárea de educação em Petrolinajá podem se inscrever naseleção simplificada que aSecretaria de Educação doMunicípio está realizando. Oobjetivo é contratarprofessores de nível superior enível médio (magistério), alémde auxiliares de cozinha e delimpeza. De acordo com oedital, o cargo de professor temvagas para cargas horárias de100 e 200 horas mensais,enquanto as demais funçõestêm 40 horas semanais. Ossalários para professoresvariam de R$ 783 a R$ 1.567.Para os auxiliares, aremuneração é de R$ 678. Asinscrições podem ser feitas nosite www.facape.br, ondetambém está disponível oedital, até as 20h do dia 9 dejaneiro.

Agência doTrabalho oferta109 vagas

KPMGbuscajovens talentospara evento

MatoGrossocombom saláriopara juízes

VIRADA Avaliar os pontos fortes e os fracos e definir metas a serem atingidas são atitudes que aumentam as chances de sucesso

MPdaBahia vaiabrir inscriçõespara concurso

Biometria seráexigida em saquede benefício

Abrasel vai ampliar treinamento

META Caio diz que promessa é válida, mas exige disciplina

Petrolinaselecionaráprofessores

8 jornal do commercio Recife I 30 de dezembro de 2013 I segunda-feira

qMais na web

Eles estão cada vezmenoresEmídia [email protected]

“A pertamento” éuma palavra quedefinitivamente

não faz parte do mundo dasconstrutoras e imobiliárias,mas é muito popular entrequem não tem dinheiro sufi-ciente para comprar um imó-vel acima de 45metros quadra-dos. O tamanho, quase quesempre distribuído em unida-des de dois quartos, tem sidocada vez mais comum na Re-gião Metropolitana do Recife(RMR) e reflete uma tendên-cia que deve se fortalecer nospróximos anos: com o déficithabitacional das camadasmaispopulares, as moradias com-pactas têm sido a saída encon-trada pelas construtoras paraatender essa demanda. Os con-sumidores, por sua vez, preci-sam ficar atentos às medidasmínimas exigidas pelas prefei-turas e avaliar bem a compraantes de fechar o negócio.Segundo fontes do mercado,

os apartamentos pequenos sãoopção para quem está com-prando o primeiro imóvel, es-pecialmente do programa Mi-nha Casa, Minha Vida, quetem limite máximo de preçode R$ 170mil dentro do Recifee de R$ 145 mil nas cidades daregião metropolitana.Mas, além desse perfil, há

também quem está migrandode moradias maiores, como aassistente social MaryleneMaymone, 58 anos. Comprevi-são de ficar pronto em abril, onovo apartamento dela tem 49m², metade do tamanho doatual. “Agora nós moramos so-zinhos e a casa ficou grandedemais”, comenta Marylene,que está se preparando para aadaptação. Esse processo vaiincluir a compra de novos mó-veis: “Não vou levar nada. Vaiter que ser tudo novo, porqueos móveis que tenho hoje sãomuito grandes”.Os números do Índice de Ve-

locidade de Vendas (IVV), me-dido pela Federação das Indús-trias (Fiepe) para o mercadoimobiliário e que traz diversasinformações sobre a

comercialização de imóveisnovos na RMR, demonstram omovimento de diminuição dosapartamentos nos últimos 10anos. A média de espaço porunidade, que era de 92,7 me-tros quadrados em 2003, estáchegando a 60 m² (veja qua-dro). É verdade que o cresci-mento da oferta de moradiasestilo home service/flat tam-bém contribuiu isso. Esses em-preendimentos têm aparta-mentos de até 22m² e, somen-te no ano passado, foram ven-didas 1.030 unidades, 89,8%delas entre 22 e 40 m². Contu-do, o peso das habitações dedois quartos ainda é bem maissignificativo - em 2013, essa es-trutura foi vendida em 4.642apartamentos, 46,7% delescom até 46 m². Nessa catego-ria compacta de dois quartos,a influência doMCMV é forte.Segundo o IVV, o programa

foi o maior canal de vendasem 2013, com 39,1% da origemdos recursos.Com custos maiores, unida-

des menores garantem preços

mais acessíveis ao consumi-dor, como lembra o presiden-te do Sindicato da Indústriada Construção Civil (Sindus-con), Gustavo de Miranda. Eleesclarece que atualmente oprincipal item na planilha deformação de preços é o terre-no.Segundo o presidente, há al-

guns anos o índice de troca deapartamentos na permutacom o dono do terreno ficavaentre 10% e 25% e hoje fica apartir de 55%. “Isso quer dizerque se você tiver um terrenoonde é possível construir 20unidades, 11 serão para pagaro terreno e os outros nove vãopagar toda a obra”. Todavia,ele reforça uma regra de mer-cado sobre o assunto: “No diaem que estiverem fazendoapartamentos que o mercadonão absorva, tudo muda”.

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Edmar

Melo/JCIm

agem

Veja dicas de decoração para45 m²:www.jconline.com.br/economia

economia

COMPACTO Apartamento decorado do Candeias Ville, da QGDI, que aparece no vídeo desta matéria na web, tem 45 m²

MORADIA Tamanho médio dos apartamentos caiu 32% nos últimos dez anos e cresce oferta de unidades com dois quartos e até 46 m²

Não confundadependênciacom depósitoResponsáveis pela autoriza-

ção dos empreendimentosimobiliários, as prefeituras de-finem tamanhos mínimos doscômodos para que uma mora-dia seja habitável. No caso daPrefeitura do Recife, elas es-tão determinadas na LeiMuni-cipal 16.292/97. Nessa legisla-ção, está determinado o tama-nho mínimo que o diâmetrode uma circunferência deveter para cada espaço (veja qua-dro) - definindo dessa forma, enão com um limite por metroquadrado, a regra garante acirculação livre dentro do cô-modo. Assim evita-se que se-jam construídos quartos comparedes de tamanhosmuito di-ferentes, deixando um ladomuito curto e outro muitocomprido, por exemplo.Dentre as medidas determi-

nadas, está a de depósito, que,se a comunicação da constru-tora não for clara, pode serconfundido com dependênciade empregada - isso ocorrequando a emprensa abrevia orótulo para “dep.”. Enquantoo depósito tem que comportaro diâmetro de 80 centímetros,em um quarto o tamanho é2,4 metros, além de ter regrasde circulação de ar e ilumina-ção.Preocupada em deixar claro

para seus clientes que tinhauma acomodação correta paraos empregados domésticos noempreendimento EspinheiroFamily Class, a construtoraCarrilho incluiu no anúncio areferência “dependência com-pleta”, ressaltando o quartopróximo ao banheiro de servi-ço. “Como é um apartamentocom perfil adequado a famí-lias com filhos, esse item fazdiferença para o cliente”, ex-plica a superintendente daCarrilho, Adriana Côrte Real.Coordenador do Procon Es-

tadual, José Rangel esclareceque se o cliente se depararcom a palavra “dep.” sugerin-do que ali é uma dependênciade emprega e não deixandoclaro que, na verdade, é umde-pósito, deve denunciar o casoàs entidades de defesa do con-sumidor. “Quando falta infor-mação adequada e transparen-te, deixando margem para du-pla interpretação, fere um dosdireitos essenciais do consumi-dor”, alerta Rangel, que acon-selha que a pessoa que se sen-tir prejudicada pode levar o ca-so à Justiça. “Só o fato de nãoestar claro já gera o motivo dadenúncia ou da ação, não é ne-cessário nem haver a com-pra”.

4 jornal do commercio Recife I 26 de janeiro de 2014 I domingo

Afrouxe a corda do pescoço

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Para a especialista RemédiosAntunes, independentementeda causa, o endividamento emexcesso exige que a pessoa bus-que ajuda, especialmente quan-do esse problema está compro-metendo a sua qualidade de vi-da, as relações pessoais, familia-res e profissionais. “Esse é o si-nal vermelho. Tanto para tratara angústia e depressão, o que émuito comum porque há preo-cupação excessiva, quanto as fi-nanças.”Depois demapear todas as dí-

vidas, saber quanto ganha equanto gasta por mês, é hora departir para a negociação com oscredores. Esses processos po-dem ser facilitados com ajudade órgãos de defesa do consumi-dor e do programa Proendivida-dos, do Tribunal de Justiça dePernambuco (TJPE) – algumasdas poucas instituições que aju-dam quem está tentando nego-ciar junto às empresasO coordenador do Procon Es-

tadual, José Rangel, diz que oconsumidor deve levar as pro-postas dos credores para análi-se do órgão,mesmo que elas pa-reçam vantajosas. Ele alertaque, em geral, as empresas apli-cam juros e correções monetá-rias abusivas, além de já teremomitido informações importan-tes na hora da venda do produ-to ou da concessão do crédito.

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Em seu doutorado, dra. Remé-dios Antunes trabalhou comuma categoria cada vezmais en-contrada entre quem está deven-do: a dos compradores compulsi-vos. Eles são endividados, embo-ra nem todo endividado seja, ne-cessariamente, um compradorcompulsivo. Apesar de aindanão ser reconhecida como umadoença, essa vontade descontro-lada de comprar está subclassifi-cada dentro dos transtornos docontrole dos impulsos (assim co-mo os por comida, sexo e inter-net) e já afetam de 5% a 8% dapopulação de consumidores nomundo, o mesmo índice da de-pressão.Independentemente do tipo

de problema com as dívidas,dra. Remédios comenta que opúblico de baixa renda é maisafetado pela falta de suporte pa-ra contornar a situação, especial-mente por parte do poder públi-co. “Infelizmente os mais po-bres, os idosos e os jovens sãobem mais vulneráveis”. Segun-do a pesquisa da Fecomércio-PE, os maiores índices deinadimplência estão nas famí-lias com renda até cinco saláriosmínimos (R$ 3.620), com per-centuais entre 31,9% e 36,4%.No entanto, as classes A e B

também estão entre as queman-têm dívidas atrasadas, com índi-ces de até 26,1%. A economistaAmanda Ayres acompanhou ocaso de um funcionário públicoque passou a andar de ônibus de-pois que seus dois carros novosforam apreendidos por falta depagamento. “O salário dele giraem torno de R$ 15 mil, mas elehavia elevado a vida a um pa-drão insustentável. Depois dedois anos, ele conseguiu acertaras contas”, relata Amanda.

Ir atrásde ajuda éo 1º passo

economia

DÍVIDAS Sair do vermelho para o azul nas finanças pessoais pode ser difícil, mas é possível. Tudo começa com pequenas mudançasEmídia [email protected]

C ompradores compulsi-vos, endividados emexcesso e inadimplen-

tes estão se tornando catego-rias cada vez mais comuns en-tre os consumidores. Apesardisso, quem tenta sair do ver-melho pode se sentir solitáriona hora de resolver os proble-mas trazidos pelas dívidas: en-quanto o estímulo ao crédito eàs compras vêm do governo edas empresas, a ajuda a quemprecisa sair do vermelho émais escassa. Mas especialis-tas garantem que, após assu-mir que precisa de ajuda, é pos-sível driblar essas dificulda-des, sair das armadilhas doconsumo e passar a conviverbem com o dinheiro que ga-nha.Segundo dados da Fecomér-

cio-PE, a inadimplência emPernambuco – pessoas comdé-bitos atrasados há mais de 90dias – era de 23% em 2012 echegou a 31,1% este ano. Con-sultor da Fecomércio-PE, Os-mil Galindo avalia que esse nú-mero ainda não é alarmante,mas está bem próximo de ser:um índice de 40%a 50% é con-siderado grave. “Esse processode endividamento em excesso(acima de 30% da renda, ondeestão 46% dos pernambuca-nos) afeta a produtividade daspessoas, afeta o resultado de-las nas empresas onde traba-lham e a família”, diz o econo-mista. Ele pondera que a faltaeducação financeira é uma fa-lha da nossa sociedade e que opoder público deveria encararisso commais seriedade.Soma-se ao despreparo para

lidar com dinheiro a imersãodo consumidor emmensagensque incitam a compra – espe-cialmente conectando esse atoao bem-estar, ao status e au-toestima. Não é à toa que umaequipe ideal de apoio a quemquer organizar as contas incluipsicólogos. “As bases dessas di-ficuldades estão principalmen-te na falta do autocontrole doconsumo. As pessoas não con-trolam o desejo e ficam nessabusca por compensações atra-vés da compra, como um alí-vio para os sentimentos negati-vos”, pontua a especilalista emneurociência do consumidorRemédios Antunes. “Em geral,essas pessoas estãomuito fragi-lizadas, envergonhadas, enten-dendo a situação como de fra-casso; e ela não pode se imporesse tipo de barreira. Por isso,primeiro se pergunta qual rela-ção dela com o dinheiro. Te-mos que perguntar: por que vo-cê está usando o dinheiro co-mo o sentido da sua vida? Oprimeiro passo do tratamentoé corrigir essa distorção”.Entre as principais orienta-

ções de Remédios e dos econo-mistas Osmil Galindo e Aman-da Aires, destaca-se uma per-gunta que pode demarcar umanova postura de quem está de-vendo: “Eu realmente precisodisso?”. Eles ressaltam que osprimeiros passos rumo às con-tas “azuis” podem ser doloro-sos, mas são suportáveis com aperspectiva de melhora emum futuro breve. Para isso,orientam foco na organizaçãodas receitas e das despesas; naconscientização da relaçãoque se tem com o dinheiro; ena realização de sonhos – quepodem ser metas grandes oupequenas, para si mesmo oupara a família (veja jogo ao la-do). “A maior dificuldade é terconsciência e aceitar que inevi-tavelmente vai baixar o pa-drão de vida”, comenta Aman-da Aires, “isso não quer dizerque você vai cortar todos osseus gastos, mas é preciso cor-tar alguns e, se possível, au-mentar a receita. É preciso en-tender que é um sacrifício tem-porário”.

Perfis dosdevedoressão variados

Recife I 18 de fevereiro de 2014 I terça-feira jornal do commercio 9

engarrafasaúde

Baixe receitas que usam suco de uva integralcomo ingrediente no www.jconline.com.br

Você vai sair assim? Brasil

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Emídia [email protected]

U ma coisa que poucos sabem: o suco pu-ro de uva, 100% integral, sem aditivosquímicos, é exclusividade do Brasil. Se-

gundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin),além de concentrar sais minerais, antioxidantese outros nutrientes, a bebida também atua na re-dução da gordura. Essas e outras vantagens es-tão empurrando as vendas do produto, que cres-ceram 43% somente no ano passado.A bebida não deve ser confundida com seus

congêneres menos valorizados (veja no quadro).As propriedades do suco são obtidas a partir dosbioativos naturais da fruta, enriquecidos no pro-cesso de fabricação: o líquido é aquecido, aumen-tando as trocas químicas entre casca, polpa e se-mentes. Essa troca liberamais polifenóis, as gran-des estrelas dos derivados da uva, que ficarammais conhecidas através dos vinhos. Mas as pro-priedades benéficas ao organismo são vastas: no-ve minerais, alto teor de vitamina C, fibras, efei-tos anti-inflamatório, melhoria cognitiva e damemória, inibição da formação de coágulos(trombos), entre outros.Segundo a doutora em biomedicina Caroline

Dani, que desenvolve pesquisas com o produtodesde 2004, um teste recente feito com 30 ratossubmetidos a uma dieta hiperlipídica provou seupapel ativo na redução da gordura corporal. Osanimais foram divididos em dois grupos e aque-les que não ingeriram suco de uva integral engor-daram mais e tiveram aumento de pressão arte-rial. “Isso ocorre porque o suco de uva aumentao metabolismo, impedindo o acúmulo de gordu-

ra”, explica. A dosagem diária recomendada pelaespecialista é de 7 ul por grama de peso, o que dácerca de 7 ml para cada quilo. “Para as criançasde 10 kg seria mais ou menos 70 ml; e adultos de70 kg, o equivalente a 400 ml”, esclarece. No ca-so de diabéticos, pode haver restrições devido aoaçúcar natural da fruta.

DO SERTÃOSe suco de uva integral é bom, o que vem do

Vale do São Francisco é ainda melhor, como de-fende o doutor em engenharia de alimentos eprofessor do Instituto Federal do Sertão Pernam-bucano (IF Sertão-PE), Marcos dos Santos Li-ma. O Vale tem uma vantagem importante sobreas demais áreas produtoras: duas safras por ano,devido ao clima ensolarado do Tropical Semiári-do e a irrigação constante. Lima explica que es-sas características influenciam na composiçãoquímica da uva. “Os sucos do Vale do São Fran-cisco apresentam maiores concentrações decompostos bioativos, comoprocianidinas e trans-resveratrol, do que em sucos de outras regiõesmundiais”, detalha o pesquisador.Independentemente da origem, cada vez mais

consumidores aderem ao suco de uva. Segundodados do Ibravin, em 2013 a produção aumentou43,6% somente no Rio Grande do Sul, principalpolo produtor do País, chegando a 72milhões delitros. No Vale do São Francisco, o volume aindaé pequeno e não passa dos 300 mil litros anuais,mas deve triplicar nos próximos anos. Para conti-nuar impulsionando esse mercado, o Ibravin de-senvolveu a campanha Suco de uva 100%doBra-sil (www.sucodeuvadobrasil.com.br) para divul-gar os benefícios da bebida.

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k sexo@cidade

UVA A fruta que não é vinificada vira suco 100% integral, quevem sendo muito bem aceito pelas propriedades nutricionais

Flávia de Gusmã[email protected] twitter: flaviadegusmao

FláviadeGusmão

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em

“Você vai sair pra padaria assim?”. Eu olhavao “assim” no espelho: sandálias, shorts que jáhaviam visto melhores dias, camiseta ganhadae não comprada, daquelas que você não sabese passa à frente ou se guarda. Terminacolocando na gaveta específica, o limbo dasroupas sem importância, para ocasiões do“assim”. As que você usa sem sequer escolher,simplesmente porque não faz diferença estaou aquela.Às interpelações maternas só restam duas

alternativas: ignorá-las num rasgo de rebeldia(e sempre com a sensação de que algumaterrível profecia vai se concretizar) ou dar umahumilde meia volta rendendo-se ao inevitável:elas sempre têm razão. Sempre fui mais daprimeira opção. Achava um exagero o nível deautoconsciência de la madre. Chegava aoponto de pensar na roupa íntima em caso deassalto. “Você vai sair com essa calcinha eesser sutiã assim?”. O “assim” era com a lycrajá cedendo (acho que a palavra maisadequada é uma que, aliás, eu adoro pela suaimensa graciosidade: “folote”) e o sutiã que iano mesmo caminho: com um desastrado nónas alças que já não mais tinham forças parasegurar os peitos. Ficava só esperando o fimda frase, e lá vinha ele, bum: “E se assaltarem oônibus e mandarem todo mundo tirar aroupa?”, questionava naquele tom dexeque-mate. Eu poderia pensar em váriascoisas a temer durante um hipotético assalto eesta não aparecia nem no fim da lista.Fosse na padaria ou no ônibus assaltado – e

só mais tarde acumulei maturidade suficientepara absorver a lição – o que deveria serinferido das duas situações, em resumo, podeser dividido em dois pontos: 1) Você nuncasabe o que lhe espera em cada esquina e 2)Quando todo controle é tirado de você, o maisacertado é se concentrar nas pequenas coisassobre as quais você, efetivamente, temdomínio.São várias as forças desestabilizadoras que

encontramos, quando menos esperamos, aolongo da vida. E todas elas podem serabrigadas sob um único guarda-chuva: paixão.Eu sei que quando a gente menciona estapalavra automaticamente pensamos noarrebatamento entre duas pessoas, movidopor desejo e verbos conjugados no imperativo,mas incluo aqui todas as situações em que asgarras ficam afiadas e o ego surge tododesgrenhado: ele resolveu ir pra rua “assim”,desfigurado, fora de si, de qualquer jeito.Separação, injustiça, incompreensão,

sem-vergonhice, cara-de-pau e, sim, a clássicapaixão mal resolvida como costumamosentendê-la são motivos mais do quesuficientes para lhe desarrumar, por fora, éclaro, mas, ainda mais importante, por dentro.Naqueles dias em que você se sente tão tristeque quer mandar a elegância às favas é bomlembrar que ser triste e deselegante, por fora,sim, mas principalmente por dentro, é milvezes pior.O ritual de de ajeitar por fora é bem

parecido com aquele que te arruma pordentro. É preciso, primeiro, vencer o desânimoque te puxa pra baixo: liga o chuveiro eesfrega o sabonete esfoliante, para limpar porfora, mas não esquece de se esvaziar pordentro: deixar os pensamentos correrem comonaquela linha reta e uniforme doeletrocardiograma. Assenta os cabelos, sim,passa o reparador de pontas, mas não esquecede pentear a alma antes de ir pra rua.

Versatilidade no uso é um trunfoNas prateleiras dos supermercados, pada-

rias e delicatessens, o suco de uva integral nãoé um item com preço popular. Garrafas de 300ml podem custar de R$ 5 a R$ 7 e as de 1 litropodem chegar a quase R$ 17, embora rótulospernambucanos como o Terra Sol sejam en-contrados a R$ 9,50.O valor é explicado pelo custo de produ-

ção. O processo de fabricação da bebida, espe-cialmente sem aditivos químicos, ainda é ca-ro, agravado pelo fato de não haver embala-gens mais em conta além do vidro. Há, tam-bém, o dificultador da logística, que aumentao custo do frete da bebida que vem da regiãoSul para cá. Emesmo quando não há tanta dis-tância, como é o caso de Petrolina e demais ci-dades do Vale do São Francisco, o custo dosinsumos acaba pesando no valor de venda.Entre as alternativas à bebida estão o consu-

mo in natura e o suco feito em casa, tanto a

partir da polpa congelada quanto da fruta,dos quais é possível obter parte dos bioativosda uva. Mas, nestes casos, além de o consumoter que ser imediato, o resultado é mais pobredo que o produto fabricado nas vinícolas,uma vez que este envolve aquecimento, o queaumenta as trocas químicas entre a casca, apolpa e as sementes. “Não existem estudoscientíficos que comprovem a perda ou não denutrientes no suco feito em casa com a uva. Oque de fato pode trazer preocupação é a con-servação, pois existe uma chance de fermenta-ção caso não seja bem pasteurizado. Quantoàs sementes, o maior cuidado está em não es-magá-las”, explica a doutora Caroline Dani.No caso do derivado a partir da polpa congela-das, também há perda de polifenóis, devidoao congelamento.Já os que aderirem ao suco de uva integral

podem contar com outras formas de consu-

mo. A sommelière da Vinícola Salton, MonicaColetti, diz que é possível fazer inúmeras re-ceitas, compondo drinques sem álcool ou empreparações alcoólicas. “Por seu sabor forte,mais intenso, as pessoas também adicionamum pouco de água ou algumas pedras de gelo,mas isso não diminui os benefícios”, destaca.A chef de gastronomia na Salton, Idana Spas-sini, acrescenta que o suco de uva pode entrarno preparo de sobremesas, incluindo caldasdoces e sorvetes. “Dependendo da receita,também pode ser utilizado em pratos salga-dos, emmolhos para carnes vermelhas”, com-plementa Idana.

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TABELA DE BENEFÍCIOS Os polifenóis, que ficaram conhecidos através do vinho, são as grandes estrelas também do suco de uva

JCMAISk cidades

k Coletânea Sexo@Cidade está à venda naslivrarias Cultura e Jaqueira

Recife I 6 de abril de 2014 I domingo jornal do commercio 3