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27/08/12 Page 1/17 Du Levain pour Demain Bulletin des sympathisants Numéro 14 Sommaire Editorial Gérard Aleton A revelação de Deus, a traves da religiosidade popular Dilma dos Santos Barbosa- sœur AS La révélation de Dieu à travers la religiosité populaire -Traduction Dilma dos Santos Barbosa- irma AS Amazonie. Gérard Aleton L’Eglise de Roraima au Brésil Jacques Hahusseau- prêtre « fidei donum » Igreja de Roraima- Brasil-Tradução Jacques Hahusseau- padre « fidei donum » Dictionnaire amical d’un certain Brésil (Troisième partie). Bernard Colombe- prêtre Editorial e bulletin de rentrée qui nous livre la troisième partie du dictionnaire amical d’un certain Brésil aborde les thèmes de la religiosité populaire et de l’Amazonie. Dilma, sœur auxiliaire du Sacerdoce à Salvador, nous introduit à la religiosité populaire à partir de son vécu et de son expérience. La religiosité populaire, très vivante dans le Nordeste et plus largement au Brésil,s’organise autour de la dévotion aux saints, des pèlerinages et des réunions de prière. Elle n’est pas incompatible avec un approfondissement de la foi qui n’a rien à craindre de la ferveur populaire. Son affaiblissement proviendrait plutôt d’une carence de nourriture spirituelle comme le souligne Dilma. Jacques Hahusseau, prêtre « fidei donum », vit depuis 2007 à Boa Vista dans l’Etat de Roraima, situé en Amazonie au nord du Brésil. J’ai demandé à cet ami, connu en région parisienne alors qu’il accompagnait les gens du voyage, de nous parler de son combat quotidien en faveur des indiens et des petits paysans de cette région excentrée qui attire les convoitises des grands propriétaires et des compagnies minières. Enfin n’hésitez pas à faire part de vos commentaires à Bernard Colombe qui finit de nous faire partager sa vision sur le Brésil d’aujourd’hui. Bonne rentrée à toutes et tous.Gérard Aleton Xilographure : Adam et Eve au paradis A revelação de Deus,através da religiosidade popular. o compromisso com a libertação do ser humano, continuamos a ser sujeitos, que vivem à inseridos numa realidade concreta. Somos seres influenciados por uma cultura, portanto, somos seres culturais. Crer hoje significa portanto, tornar presente a tradição de fé e experiência Cristã de forma viva e compreensível em outras situações historicamente mudadas e valendo-se de outras categorias experiências e pensamentos. Cada cultura em que foi transmitido o evangelho tem um universo próprio de costumes, entendimento da realidade, linguagem etc. Faz parte da natureza cristã a inculturação, maneira de apresentar a fé nas situações concretas. Falar da religiosidade popular não é algo tão evidente portanto, não é tão fácil. Mas, de uns anos para cá tenho sido levada a refletir e até mesmo mergulhar mais profundamente nessa realidade. De uma certa maneira, a minha formação religiosa sai do meio da religiosidade popular, sendo aos poucos evangelizada e inserida nas Comunidades Eclesiais de Base, um « outro jeito de ser Igreja ». Tendo sido inserida nas Comunidades Eclesiais de Base não deixei de ter um pé nas diversas manifestações da religiosidade popular. Tendo em vista que essas C N

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Numéro 14

Sommaire Editorial Gérard Aleton A revelação de Deus, a traves da

religiosidade popular Dilma dos Santos Barbosa- sœur AS La révélation de Dieu à travers la religiosité

populaire -Traduction Dilma dos Santos Barbosa- irma AS Amazonie. Gérard Aleton L’Eglise de Roraima au Brésil Jacques Hahusseau- prêtre « fidei donum » Igreja de Roraima- Brasil-Tradução Jacques Hahusseau- padre « fidei donum » Dictionnaire amical d’un certain Brésil

(Troisième partie). Bernard Colombe- prêtre

Editorial

e bulletin de rentrée qui nous livre la troisième partie du dictionnaire amical d’un certain Brésil aborde les thèmes de la religiosité populaire et de l’Amazonie.

Dilma, sœur auxiliaire du Sacerdoce à Salvador, nous introduit à la religiosité populaire à partir de son vécu et de son expérience. La religiosité populaire, très vivante dans le Nordeste et plus largement au Brésil,s’organise autour de la dévotion aux saints, des pèlerinages et des réunions de prière. Elle n’est pas incompatible avec un approfondissement de la foi qui n’a rien à craindre de la ferveur populaire. Son affaiblissement proviendrait plutôt d’une carence de nourriture spirituelle comme le souligne Dilma. Jacques Hahusseau, prêtre « fidei donum », vit depuis 2007 à Boa Vista dans l’Etat de Roraima, situé en Amazonie au nord du Brésil. J’ai demandé à cet ami, connu en région parisienne alors qu’il accompagnait les gens du voyage, de nous parler de son combat quotidien en faveur des indiens et des petits paysans de cette région excentrée qui attire les convoitises des grands propriétaires et des compagnies minières. Enfin n’hésitez pas à faire part de vos commentaires à Bernard Colombe qui finit de nous faire partager sa vision sur le Brésil d’aujourd’hui.

Bonne rentrée à toutes et tous.■ Gérard Aleton

Xilographure : Adam et Eve au paradis

A revelação de Deus,através da religiosidade popular.

o compromisso com a libertação do ser humano, continuamos a ser sujeitos, que vivem à fé inseridos numa

realidade concreta. Somos seres influenciados por uma cultura, portanto, somos seres culturais. Crer hoje significa portanto, tornar presente a tradição de fé e experiência Cristã de forma viva e compreensível em outras situações historicamente mudadas e valendo-se de outras categorias experiências e pensamentos. Cada cultura em que foi transmitido o evangelho tem um universo próprio de costumes, entendimento da realidade, linguagem etc. Faz parte da natureza cristã a inculturação, maneira de apresentar a fé nas situações concretas. Falar da religiosidade popular não é algo tão evidente portanto, não é tão fácil. Mas, de uns anos para cá tenho sido levada a refletir e até mesmo mergulhar mais profundamente nessa realidade. De uma certa maneira, a minha formação religiosa sai do meio da religiosidade popular, sendo aos poucos evangelizada e inserida nas Comunidades Eclesiais de Base, um « outro jeito de ser Igreja ». Tendo sido inserida nas Comunidades Eclesiais de Base não deixei de ter um pé nas diversas manifestações da religiosidade popular. Tendo em vista que essas

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Comunidades foram sendo desenvolvidas através de povos que trazia as mais diversas maneiras de manifestar a sua fé, o que pouco a pouco na caminhada foi encontrando a identificação com o verdadeiro Cristo libertador. Na região onde vivi a minha infância e uma parte da minha juventude, fazia-se algumas celebrações em homenagem a alguns santos. Na casa dos meus pais, não era diferente, minha mãe tinha forte devoção à Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito e o Divino Espírito Santo ( Pentecostes) Sem contar que quando algo desaparecia na casa a confiança nas Almas Santas e Benditas se fazia presente. Naquele pequeno lugarejo havia devoções a uma diversidade de Santos. Desde Santo Expedito, até São Pedro e São João Batista. Cedo a minha mãe nos ensinou a rezar o ofício de Nossa Senhora deixando sobre a responsabilidade das três filhas de todos os sábados e quartas-feiras rezar, ela estando ou não presente, era o nosso compromisso. Ao mesmo tempo ela estava comprometida com os círculos bíblicos animando sobretudo, de maneira bastante intensa o novenário do Natal e a semana Santa, através dos pequenos livretos propostos pela diocese. No mês de Maria a família juntamente com toda a vizinhança e a Comunidade mesmo diante da correria do dia- a- dia se fazia presente durante os 31 dias para celebrar o mês todo com o ofício de Nossa Senhora, mas, sobretudo, os cantos populares voltados à Maria e apresentações diversas que envolvia crianças jovens e adultos. Nascia aqui uma Comunidade eclesial de base. Lá se fazia a fraternidade, lá se partilhava a vida, lá se organizava mutirões. Capela não muito grande mais sempre muito cheia. Todas as idades presentes e a evangelização de uma certa forma, de acordo aquela cultura ia fluindo. Os diversos vizinhos e amigos tinha um padroeiro dileto a quem uma vez por ano se fazia uma « reza ». Como se passava esta reza ? Dia de Santos Reis, por exemplo, a nossa vizinha Dona Maria já não mais fazia um convite formal porque todos de longe ou de perto já sabiam onde ir naquele dia para celebrar o dia de Santos Reis. Aqui tinha uma mistura talvez confusa com alguns traços do candomblé. Algumas manifestações aconteciam. Como

também nas rezas de São Cosme e São Damião onde mencionarei abaixo. Algumas vizinhas chegavam mais cedo para a preparação do almoço, a juventude um pouco mais tarde para participar do almoço e das orações e rezas diversas que já começavam a acontecer a partir da preparação do almoço . A juventude também ajudava na prepararão do ambiente da ampliação do espaço de maneira improvisada para poder acolher as centenas de pessoas que a partir das 18 horas começariam a chegar. Na reza de dona Maria tínhamos o almoço e à noite continuava com as orações diversas que se repetia até o meio da madrugada sempre uma reza específica ao Santo homenageado, (o Bendito). No caso de Dona Maria seria um Bendito aos Reis Magos. Para concluir a reza se cantava o seguinte refrão que é também muito cantado nas romarias à Nossa Senhora Aparecia e Bom Jesus da Lapa. « Até para o ano, até para o ano, até para o ano, se nós vivo for » A boa conjugação não tinha tanta importância. « Nós vivo for ». Para quem cultuava São Cosme e São Damião, Santa Barbara, mas, sobretudo, São Cosme e São Damião, por ser o protetor das mães que tinham filhos gêmeos, pelos filhos que nasceram saudáveis e o parto que foi bom, acontecia um jantar que era distribuído para as centenas de pessoas após os diversos benditos entoados seguidos também da ladainha de todos os Santos que era cantada em todos os tons de vozes. Quando eu falo jantar não quer dizer, um jantar formal, com mesas imensas e todos sentados ao redor da mesa. Mas, um jantar também bastante popular. Muita comida, sabendo que se fazia uma economia durante o ano em vista da festa daquele Santo. A reserva do feijão, o criatório dos animais, uma parte do resultado da colheita era tudo em vista daquela « reza ». Após a longa reza e a partilha da comida, acontecia um leilão com muitos prêmios, tendo muitas vezes um frango assado ou um rotti de porco assado dentre outros prêmios, o resultado desse leilão já servia como reserva para o ano seguinte.A pessoa que gritava o leilão era sempre alguém muito querido da comunidade mas, sobretudo, alguém que tivesse um bom humor. Muito divertido, se tornava ao mesmo tempo um lazer e um lugar de encontro para os amigos. Muita gente arrematava o leilão lpara oferecer para um amigo ou amiga, uma

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namorada ou até mesmo para os compadres e comadres. Todos esses exemplos e tantos outros tem rastros de uma religiosidade popular. Nessas situações e em tantas outras foi sempre para fazer agradecimento a Deus por tal e tal situação as mais deveras possíveis. Seja por terem saído de algumas situações difíceis como por exemplo, ter recuperado de uma doença ou ter conseguido um bom parto, uma boa colheita,etc. E a promessa não era limitada, nessas situações sempre foi para sempre: « Se eu conseguir fazer uma boa colheita nesse ano eu farei uma reza a São José convidando todos os vizinhos oferecendo comida meio dia ou à noite a cada 19 de Março de todos os anos. » Uma ingenuidade de fé talvez, mas, ao mesmo tempo numa grande generosidade a Deus. « Se o parto da minha filha correr bem eu rezarei para Cosme e Damião durante toda minha vida, dando um almoço para crianças ou um jantar a quem estiver depois da oração ». E assim se prosseguia e ainda continua mesmo nas grandes capitais como em Salvador por exemplo. Claro, que com uma menor intensidade porque a evangelização tem muito ajudado no processo da conscientização religiosa. Mas, a marca ainda é muito forte. Os exemplos são muitos e as realidade diversas. Muitas vezes essas famílias ou algumas pessoas dessas famílias não têm um contato direto com o evangelho ou talvez nem vão à missa de maneira regular, mas, têm um compromisso muito forte com Deus. Talvez ainda não está claro que Deus não precisa de trocas para poder realizar seu projeto de amor e de misericórdia, mas, penso que essas manifestações sejam também uma maneira de expressar a todos a alegria do reconhecimento da ação de Deus em suas vidas. Na minha maturidade cristã eu não tenho deixado de acreditar na fé popular. Quando vou nas festas dos nossos padroeiros e as vezes são muitos numa mesma paróquia, eu rezo, contemplo e medito muito através das expressões do povo. Eu me dou conta que isso passa através do me deixar tocar por esta fé que só Deus compreenderá e quem somos nós para dizer que eles não encontram Deus agindo dessa maneira ? Hoje, eu não poderia ficar numa reza só escutando benditos e ladainhas longas, sem hora para terminar, mas, também não penso que Deus não escuta a esse povo que reza e clama com toda a força do seu coração. Penso

que seja uma outra maneira de chegar a Deus e de acolher Deus em suas vidas. É verdade que os Santos são os nossos intercessores, mas, na cabeça do povo eles são também aqueles que estão mais próximos, aqueles que tem uma maior intimidade como se dissesse: eles foram humano como a mim, me compreenderão e falarão de mim ao meu pai.Toca-me muito, quando vou fazer alguma celebração em homenagem a algum padroeiro. O povo é ele mesmo. Sabem todas as orações de cor, levam flores, e fazem o ofertório colocando a mão no peito e olhando bem nos olhos do Santo padroeiro. Nesse ano participando da festa de Santo Antonio o qual é muito cultuado em toda a Bahia e talvez em todo o Brasil, primeiro por ser o Santo casamenteiro e depois o Santo das causas perdidas. Tendo em conta, que aqui em Salvador ele é fortemente reverenciado. Sempre que animei uma celebração de algum padroeiro ou padroeira em algumas paróquias ou comunidades por onde passei, retomei muitas vezes, a seguinte expressão: « Este é o momento de aumentar a nossa fé em Jesus Cristo, seguindo o exemplo de tal ou tal padroeiro » E através dessa frase fiz sempre um aprofundamento em torno da entrega de tal e tal Santo em vista do Reino de Deus. Nesse ano, eu fui chamada por um grupo de mulheres da Paróquia, para falar sobre Santo Antonio e a Família. Cantos e ladainhas bem cantados, com toda a força do coração. Cantinho bem preparado para Santo Antonio, flores belas, Santo Antonio bem destacado em meio a simplicidade e singeleza das flores. Caixinha para o ofertório bem discreta e bem arrumadinha. Homens e mulheres, famílias inteiras. O evangelho foi aquele onde Jesus diz: « Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã, e minha mãe ». Me tocou o silêncio enquanto acontecia a celebração. Ali eu sentia que não era unicamente mais uma saída para a igreja, mas, mais uma saída em busca de Deus. Fui muito tocada ao sair da igreja naquele dia, porque uma vizinha veio comigo até perto da nossa casa e no caminho ela sinalizou algo da reflexão que foi feita onde tocava a relação familiar. Falou de maneira muito natural da sua relação com o seu marido e como ela se sentia culpada, e me disse: Tenho o desejo de a partir de hoje procurá-lo para refazer a nossa relação. Eu estou todos os dias na igreja, mas, a minha prática não

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corresponde com o meu desejo. Fui tocada, porque saímos de um trezenário de Santo Antonio, não saímos de uma missa, não tivemos a eucaristia porque nesse dia foi só a celebração da palavra, mas, algo passou no coração daquela mulher num dia em que se fazia homenagem a Santo Antonio. Para concluir, quero apenas sinalizar que são inúmeras expressões da religiosidade popular. Seja nas grandes romarias ou nas grandes procissões. As grandes procissões em Salvador por exemplo, são constantes. Temos pelo menos três grandes momentos do ano onde acontece grandes procissões sem contar com as inúmeras em cada paróquia. Aqui em Salvador da Bahia, a primeira Começa no final de dezembro com a festa de Nossa Senhora da Conceição, logo em seguida, no início do mês de janeiro em homenagem a Senhor do Bonfim,milhares de pessoas com as mais diversas manifestações de fé possível. A terceira é a caminhada penitencial no terceiro domingo da quaresma, que com a presença de bispos padres, religiosas e religiosos e todo o povo de Deus, caminhamos aproximadamente 7 a 8 KM. Muitas vezes embaixo de um forte sol ou algumas vezes embaixo de uma forte chuva. Mas, ninguém se esconde da chuva e nem tampouco do sol. O caminho se faz, com cantos orações, intenções, confissões, agradecimentos, lágrimas etc. Diversos deficientes participam conduzidos por suas famílias ou alguns voluntários. Ninguém se queixa do percurso, mas, louva e agradecem a Deus. Durante a caminhada podemos escutar muitas vezes: « Obrigado senhor por tuas maravilhas ». « Como tu és grande senhor ». E assim, continua o percurso e os louvores.Todas as idades fazem o trajeto. Também todas as classes sociais. O que me toca aqui é que muitas vezes coincide com eventos importantes da Cidade, mas, é incrível o número de juventude que está lá. Claro, que nessas procissões tem uma grande maioria que são paroquianos, mas, como eu dizia antes guarda um jeito todo particular de expressar a sua fé, de expressar o seu compromisso na igreja de expressar o seu ser cristão. Vivemos num país que foi recebendo diversas maneiras de viver a fé. Seja pelo devocionismo português, seja pela cultura africana, daí as danças, as diversas expressões

corporal e até mesmo algumas outras manifestações que nem sempre é claro se vem do candomblé ou mesmo da própria referência Africana. Como dizia no início não é fácil falar da religiosidade popular, é um tanto complexo, mas, talvez seja esta complexidade que nos oferece algo de belo e de encantador. O povo não se cansa, eles acreditam em Deus e não complicam, mas, expressam de maneira muito natural. Até mesmo quando chegam numa igreja que tem mais ou menos 30 Santos diferentes eles querem reverenciar a todos, mas, eu sou certa que a comunhão mais profunda é em Deus, talvez não muito no filho de Deus mas, em Deus. O risco é que como não é uma fé talvez bastante trabalhada e aprofundada pode se diluir facilmente em meio a sociedade liquida em que estamos vivendo, mas, ao mesmo tempo pode ser uma fé bastante sólida, porque Deus continua sendo Deus, como dizia Dom Pedro Casaldáliga: « Deus é Deus simplesmente ». E é assim, que penso que o nosso povo vive a sua fé. Vendo Deus como um Deus simplesmente. ■ Dilma dos Santos Barbosa.

Françoise Aleton, Dilma dos Santos Barbosa,

Catherine Roth, Anne-Lise Sieffert

La révélation de Dieu à travers la religiosité populaire

ngagés pour la libération de l’Homme, nous vivons notre foi dans une réalité concrète. Etres culturels, nous sommes

influencés par une culture. Croire aujourd´hui, signifie rendre compte de la tradition de la foi et de l´expérience chrétienne sous une forme

E

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vivante et compréhensible en s’exprimant dans le mode de penser et la situation historique d’aujourd’hui. Chaque culture à travers laquelle a été transmis l´évangile possède ses propres codes, langages, coutumes, et compréhension de la réalité... L´inculturation, manière de présenter la foi dans des situations concrètes, fait partie de la tradition chrétienne. Parler de religiosité populaire n´est pas chose aisée. Il y a quelques années, je fus amenée à réfléchir et à approfondir cette question. Avoir été évangélisée dans des Communautés Ecclésiales de Base, (Une autre façon de faire Eglise) m’a un peu écartée de cette forme de religiosité même si j’y ai conservé un pied. Les Communautés Ecclésiales de Base se sont développées au sein de populations qui manifestaient leur foi de façons diverses. Peu à peu leur cheminement rencontra celui du Christ libérateur, le Christ ressuscité. Dans la région où j´ai grandi et passé une partie de ma jeunesse, on faisait des célébrations pour rendre hommage aux saints. Dans la maison de mes parents, il en était de même! Ma mère pratiquait une grande dévotion à notre Dame Apparecida, à Saint Expédit et à l´Esprit Saint, (le Divin Esprit Saint), célébré à la Pentecôte sans oublier le fait que si quelque chose disparaissait dans la maison, on faisait naturellement confiance aux Âmes Saintes et Bénies. Dans mon bourg, on marquait notre dévotion à une grande diversité de saints: de Saint Expédit à Saint Pierre en passant par Jean Baptiste. Très tôt, notre mère nous enseigna à prier l´office de la Sainte Vierge en confiant à la responsabilité de ses trois filles les prières du mercredi et du samedi, qu´elle soit présente ou non. C’était notre engagement. En même temps, elle faisait partie de cercles bibliques, animant surtout de manière intense la neuvaine préparant Noël et la semaine sainte au moyen de petits livrets proposés par le diocèse. Pendant le mois de Marie, la famille entière avec les voisins et la communauté, malgré le travail quotidien, se réunissait pendant trente et un jours pour célébrer l´office de la Sainte vierge avec des chants populaires et des représentations animées par les enfants, des jeunes et des adultes. C´est ainsi qu´est née une Communauté Ecclésiale de Base. Là se pratiquaient la fraternité et le

partage ; là s´organisait le travail communautaire1. La chapelle peu grande était toujours comble. Tous les âges, et toutes les formes d´évangélisation s’y mêlaient. Les voisins et amis avaient tous un patron préféré pour lequel on faisait une réunion de prière2 une fois l’an.

Xylographure : prière pour demander la pluie

Comment se déroulait cette réunion de prière ? Le jour des rois par exemple, notre voisine, Dona Maria ne lançait pas une invitation formelle mais tout le monde savait où la fête serait célébrée. Il y avait un mélange de rites parfois confus, avec quelques éléments de Candomblé3. Quelques voisines arrivaient tôt pour cuisiner le repas et un peu plus tard la jeunesse, pour y participer et préparer l´ambiance en augmentant l´espace afin d’y accueillir les centaines de personnes qui, à partir de 18 heures, commençaient d’affluer. La soirée se poursuivait avec des prières diverses répétées jusqu´à l´aube, en portant une attention spéciale au saint vénéré: le « béni ». Dans le cas de Dona Maria, le « béni » était les rois mages. Pour conclure, on chantait ce refrain également entonné dans les processions à Notre Dame d’ Aparecida et au Bon Jésus de Lapa: « A l’année prochaine, à l’année prochaine, à l’année prochaine si

1 Le mot brésilien « mutirão » est traduit approximativement par séance de travail communautaire. NDT 2 La traduction littérale de « rezaa » est prière, mais le terme « réunion de prière » semble plus approprié. NDT 3 Religion afro-brésilienne pratiquée principalement dans l’Etat de Bahia.

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nous sommes toujours en vie4 ». Personne n’attachait la moindre importance à la syntaxe approximative des paroles ! Pour qui avait une dévotion spéciale à St Côme et St Damien, protecteurs des mamans qui avaient des jumeaux, des enfants nés en bonne santé, et que l’on remerciait pour les accouchements qui s´étaient bien déroulés, un repas était distribué à des centaines de personnes après avoir prononcé les divers bénédicités et entonné les litanies des saints chantées sur tous les tons. Quand je parle de repas, il ne s´agit pas d´un repas à la place mais d´un repas très populaire autour de tables immenses. Le repas était plantureux car on faisait des économies durant toute l´année en vue de cette fête. Une réserve de haricots, quelques animaux, une partie de la récolte étaient affectés à cette intention. Après la longue prière et le partage du repas, il y avait une loterie avec de nombreux prix : un poulet rôti par exemple ou un rôti de porc entre autres choses. Le résultat de cette loterie constituait une avance pour l’année suivante. La personne qui animait la loterie était quelqu’un de très apprécié dans la communauté et reconnu pour sa bonne humeur! C´était drôle, un moment de loisir et de rencontre entre amis. Beaucoup de gens profitaient de la loterie pour offrir quelque chose à un ami, une amie, un amoureux ou même un compère ou une commère. Ces exemples et tant d´autres, donnent une idée de ce qu´est la religion populaire. Dans ces situations, Il s´agissait de rendre grâce à Dieu soit pour s’être sorti d´un mauvais pas tel un ennui de santé soit pour remercier d´un bon accouchement, d’une bonne récolte, etc... La promesse n´était pas limitée au passé: « Si j´arrive à faire une bonne récolte cette année, je ferai une réunion de prière dédiée à Saint Joseph en invitant tous mes voisins, et en offrant le repas de midi ou du soir le 19 mars de chaque année ! » Simplicité de foi peut-être, mais accompagnée d’une grande générosité envers Dieu! « Si l´accouchement de ma fille se déroule bien, je prierai Côme et Damien toute ma vie, en donnant un repas aux

4 En version originale : « Até para o ano, até para o ano, até para o ano, se nós vivo for »

enfants pour leur fête après la prière ». Et cette religiosité populaire dont l’empreinte est restée forte, s’exprime également dans une grande ville comme Salvador même si c’est avec une moindre intensité parce que l´évangélisation a beaucoup éclairé la conscience religieuse. Des personnes qui ont peu de contact direct avec l´évangile ou ne pratiquent pas, conservent une relation à Dieu très profonde même si elles ne comprennent pas toujours que Dieu n´a pas besoin de dons pour réaliser son projet d´amour et de miséricorde. Je pense que ces manifestations sont aussi, pour ces personnes, une manière d´exprimer leur joie et la reconnaissance de l´action de Dieu dans leur vie. Dans ma vie chrétienne d´adulte, je n´ai pas délaissé cette foi populaire. Quand je vais dans les fêtes de nos saints patrons, je prie, contemple et médite beaucoup en prenant appui sur l’expression populaire. Je me rends compte que je suis touchée par cette foi que Dieu seul peut comprendre. Qui sommes-nous pour prétendre que la rencontre de Dieu ne s’effectue pas de cette manière? J´aurais désormais du mal à rester dans une réunion de prière qui n’en finit pas, en écoutant des litanies interminables, mais je crois que Dieu écoute ce peuple qui prie et crie de toutes ses forces. C´est une autre manière d´arriver à Dieu et de l’accueillir dans sa vie. Tous les saints sont des intercesseurs mais certains semblent plus proches. On ressent pour eux une intimité plus grande comme si l´on se disait: « celui-ci a été un être humain comme moi! Il me comprendra et parlera de moi au Père. » Le peuple connait toutes les prières par cœur. Il apporte des fleurs et fait des offrandes, la main sur le cœur, en regardant bien le Saint patron, droit dans les yeux! Cette année j´ai animé dans notre paroisse la célébration de Saint Antoine, très aimé dans tout l’État de Bahia et peut-être même dans tout le Brésil. C’est le saint faiseur de mariages et celui que l’on invoque dans les cas désespérés. A Salvador même, il est très révéré. Chaque fois que j’anime une célébration pour un saint patron, dans les paroisses et communautés qui m’y invitent, j’ai l’habitude d’utiliser l’expression suivante : « C’est le moment d’accroître notre foi en Jésus Christ en prenant exemple sur ce saint patron » Cette phrase permet d’approfondir la relation du saint avec le Royaume de Dieu. Cette

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année, à la demande d’un groupe de femmes de la paroisse, j´ai dû parler de St Antoine et de la famille. L’espace dévolu à saint Antoine était simplement décoré de fleurs et la statue du saint mise en évidence. Le tronc pour les dons était disposé discrètement et avec grâce; des hommes, des femmes, des familles entières étaient présentes. L´évangile fut celui où Jésus dit: « Celui qui fait la volonté de Dieu, celui-ci est mon frère, ma sœur et ma mère! ». J´ai été impressionnée par le recueillement qui émanait de la célébration et j’ai ressenti vivement le fait que nous étions tous en route vers Dieu. Ce jour-là, je fus bouleversée parce qu’une voisine m’accompagna jusqu’à notre maison en évoquant la réflexion menée sur la relation familiale. Parlant de façon très naturelle de sa relation avec son mari, elle me dit : « Je me sens coupable! À partir d´aujourd´hui je désire retrouver mon mari et renouveler notre relation. Je viens tous les jours à l´église mais ma pratique ne correspond pas à mon désir! » Je fus touchée par ce que disait cette femme alors que nous sortions d’une célébration de la Parole pour marquer la fin d’une triduum dédié à Saint Antoine. Quelque chose était passée dans son cœur. Pour conclure, je voudrais signaler que les manifestations de foi populaire sont inombrables que ce soit à travers les grands pèlerinages ou les processions. Ainsi à Salvador même, les grandes processions sont fréquentes. Il y a trois grands moments: le premier- fin décembre- avec la fête de Notre dame de la Conception, suivie en janvier par une procession en l´honneur de Seigneur de la bonne fin (d´un sauvetage! pas de la bonne mort!). La troisième est une procession pénitentielle, qui a lieu le troisième dimanche de carême en présence des évêques, prêtres, paroissiens. Nous marchons à peu près huit kilomètres sous le soleil et sous la pluie. Ce cheminement se fait avec des prières, des chants des confessions, des remerciements, des larmes... Des personnes handicapées y participent, aidées par leurs familles ou par des volontaires. Personne ne se plaint du parcours et nous louons et remercions Dieu : « Merci seigneur pour tes merveilles! Comme Tu es grand! » Tous les âges et classes sociales sont mêlés. Ces évènements auxquels participe une très nombreuse jeunesse, coïncide fréquemment avec des évènements importants de la ville. Une

grande majorité des participants sont des paroissiens qui expriment de façon particulière, leur attachement à leur foi et à l’Eglise. Nous habitons un pays qui a reçu en héritage diverses expressions de foi : Que ce soit celle de la dévotion portugaise ou celle de la culture africaine qui nous a donné le goût de la danse et de l’expression corporelle. Comme je le disais en introduction, parler de religiosité populaire n’est pas évident mais cette complexité même peut être source de beauté et d’enchantement. Le peuple croit en Dieu de façon très naturelle. Quand on arrive dans une église où il ya trente saints différents le désir est grand de les prier tous, sachant plus profondément qu’ils sont dans leur diversité autant de chemins vers Dieu. Le risque serait plutôt, si la foi n´est pas suffisamment nourrie, de la voir se diluer au sein de notre société. Pourtant, la religiosité populaire peut être le fondement d’une foi solide parce que, comme disait Dom Pedro Casadaliga : « Dieu est Dieu, tout simplement! ». Je crois que notre peuple vit sa foi en voyant Dieu comme Dieu tout simplement !■ Dilma dos Santos Barbosa

Xylographure : procession pour en finir avec la

sécheresse

Amazonie,

e Brésil qui accueillait la conférence des Nations Unies sur le Développement durable (RIO +20) du 20 au 22 juin, aux

résultats médiocres et dépourvus d’ambition, connait actuellement un important recul dans sa politique environnementale comme en témoigne

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l’entrée en vigueur, le 28 mai dernier, du nouveau code forestier promulgué par Dilma Rousseff, la présidente. Les défenseurs de l’environnement ont raison d’être inquiets quant au devenir de l’Amazonie, région de 5.5 millions de kilomètres carré (soit dix fois la France), région soumise au déboisement, à l’avancée de la monoculture, à l’élevage intensif et à la multiplication des grands projets d’infrastructure. La déforestation qui en 2004 atteignait 27 000 km25 et avait sensiblement chuté sous la pression internationale pour atteindre 6000 km2 en 2011, risque de repartir, poussée par l’expansion de l’agrobusiness dont l’activité représentait 22.5% du PIB en 2011. De même les grands projets comme celui du complexe hydroélectrique de « Belo Monte » lancé en août 2010 par le président Lula, sur les rives du fleuve Xingu vont, comme la déforestation, avoir une énorme influence sur l’environnement et poser de grands problèmes sociaux pour les peuples indigènes et les populations amazoniennes. Dans le cadre de la Xème rencontre des évêques d’Amazonie qui s’est tenu à Santarem (PA) du 2 au 6 juillet, ces derniers ont voulu à nouveau lancer un cri d’alarme en faveur de l’Amazonie et de ses populations. Dans leur communication finale, ils soulignaient le fait que l’Amazonie était encore considérée aujourd’hui comme une colonie où les personnes venaient, prenaient la matière première, s’enrichissaient pour la quitter. « Ce qui est adopté par le gouvernement dans la région de l’Amazonie est un modèle capitaliste qui ne tient pas compte des personnes qui y vivent. Pour le gouvernement, la population est seulement un détail qui entrave le développement » souligne une note de la Conférence épiscopale brésilienne (CNBB). L’Eglise recommande un autre modèle de développement, basé non sur une exploitation capitaliste mais sur l’agriculture familiale, en souhaitant que les profits tant miniers qu’agricoles profitent aux populations amazoniennes. Le père Jacques Hahusseau vit à Boa Vista depuis 2007 dans l’état de Roraima, le plus au nord de l’Amazonie. Celui qui a célébré en août ses 70 ans et ses 44 ans de prêtrise, travaille à la Pastorale de la Terre, la Pastorale des prisons, et depuis le début de l’année 2012 aide la région de

5 Presque autant que la superficie de la Belgique

« Amajari » à la frontière vénézuélienne où il participe à la vie pastorale de cette région longtemps abandonnée. Voici ce qu’il écrivait dans une lettre de juin 2012 destinée aux parents et amis : « Ma vie continue à se déployer dans ce monde mi-rural, mi-indien. J’y recueille « l’écume des jours » ! Bonheur et joies, fragiles et menacés ! « Le bonheur est dans le pré.... cours-y vite...il va filer !!! ». Ici aussi la menace est grande pour les gens de la terre et les peuples indiens. Ils ont défriché, planté, cru à l’avenir, mais aujourd’hui ces terres sont convoitées pour produire autrement et enrichir ailleurs. Les planteurs de soja, de canne à sucre, cherchent des terres jusqu’à Roraima, les entreprises de déboisement et les prospecteurs de minerais rares sont présents partout. Le Brésil est un pays grand producteur de richesses, mais la pauvreté continue. Les conflits d’intérêts sont grands à Roraima, jeune état en construction. Les peuples indiens de nos régions sont pris dans ce tourment planétaire. Leurs cris ont résonné à Rio +20. A-t-il été entendu ?...Le 7 septembre, jour de la fête nationale du Brésil, les chrétiens prendront, cette année encore, l’initiative du « cri des exclus »...Seront-ils entendus ? ».■ Gérard Aleton

L’Eglise de Roraima au Brésil

’Etat de Roraima occupe la partie la plus au nord du Brésil, à la frontière du Venezuela et de la Guyane Anglaise;

même latitude que notre Guyane Française. C’est un des plus jeunes Etats du Brésil, né en 1987. Sa superficie est de 225 000 Kms et sa population de 450 000 habitants. Cette région est habitée depuis longtemps par des Peuples

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indigènes (Makuchi, Wapichana, Ingaricoetc…). 45 % des terres de Roraima leur appartiennent, mais ces terres, peu à peu, ont été envahies par des migrants venus d’ailleurs. Les relations entre indiens et nouveaux « occupants/envahisseurs » ont été et sont difficiles. Pour occuper les terres libres de ce vaste pays, le gouvernement brésilien, a favorisé la venue de familles du Nordeste brésilien. A partir de 1987, le « territoire de Roraima » devenait « Etat de Roraima ». La population allait grandir avec la venue des fonctionnaires, au service de cet Etat nouveau-né. Tous ces événements ont transformé la vie de cette région et changé la présence de l’Eglise. L’Eglise est présente dans cette région depuis longtemps. Des le 18ème siècle, des religieux (jésuites, franciscains…) visitaient les peuples indiens de la région. En 1905, Rome créait la « Prélature6 » de Roraima, confiée aux moines bénédictins de Rio de Janeiro. A partir de 1946, la Congrégation des prêtres de la Consolata (italiens) prenait le relai et la « Prélature » devenait diocèse en 1987. Roraima est donc un jeune diocèse, avec son dom Roque, évêque brésilien. Ce diocèse appartient à la grande région « Amazone » et occupe une grande partie du territoire brésilien. Longtemps abandonnée, par les pouvoirs publics et par l’Eglise, cette région attire aujourd’hui l’attention à cause des forêts, de l’eau, des minerais et des potentialités que l’on apprend à connaitre. L’Amazonie attire des économistes, écologistes, anthropologues etc. La rencontre de « Rio+20 » a récemment réuni, à Rio de Janeiro, beaucoup de monde pour y parler du futur de la planète et de ceux qui l’habitent. L’Amazonie était au cœur du sujet. Notre Eglise de Roraima vit au cœur de ces changements et des secousses du monde en évolution. Notre diocèse vient d’accueillir, ces dernières années, un grand renfort de missionnaires, de prêtres, religieux et laïcs au service des populations les plus vulnérables: migrants, indiens, populations des périphéries urbaines. Depuis longtemps, l’Eglise de Roraima est au côté des populations indiennes pour les défendre, soutenir et aider leurs organisations naissantes. Cette présence missionnaire originale a valu à notre Eglise l’hostilité de ceux qui

6 Structure ecclésiastique territoriale qui précède la création d’un diocèse

tenaient ces indiens en servitude, et l’admiration de ceux qui reconnaissent dans cette « action missionnaire », nourrie de l’Evangile, le souffle de l’Esprit et la force du Ressuscité. Aujourd’hui, les peuples indiens assument leur histoire et leur vie. La « Pastorale des Indiens » les accompagne et les soutient. Viennent maintenant tous les problèmes liés à la « terre », sa propriété, son utilisation. De plus en plus de « grands projets », nationaux ou transnationaux, menacent les familles qui, vivant sur ces terre avec difficulté, sont sollicitées pour vendre ou louer ces terres à des entreprises, grand capital ! Ainsi commence le tragique mouvement d’exode rural pour tous ceux qui vont habiter les périphéries urbaines (Manaus, Boa Vista…) et s’y perdre dans la drogue et les risques de « l’argent facile ». La ville de Boa Vista réunit les deux tiers de la population de l’Etat de Roraima. Comme partout au Brésil, on y trouve les grands écarts de population entre riches et pauvres, entre ceux qui ont et ceux qui n’ont pas. C’est un monde injuste, divisé et rendu dangereux par les trop grands écarts que les efforts actuels de politique sociale ont du mal à corriger ! Notre travail missionnaire nous fait vivre au milieu de ce monde, dans la diversité des situations évoquées. On y vit au quotidien la « force subversive de l’Evangile » et l’effort des petits et des pauvres pour construire un monde de Justice et de Paix. L’Eglise au Brésil, ailleurs aussi, se trouve confrontée à l’injustice et à des situations de conflits, nés de situations sociales injustes. Elle a déjà une riche expérience de vie avec les pauvres...Aujourd’hui, dans ce corps social malade, se multiplient des groupes religieux chrétiens à tendance sectaire. Un grand défi pour Eglise catholique ! Les générations se suivent et ne se ressemblent pas. Ici aussi, on est appelé à vivre et mettre en œuvre une « nouvelle évangélisation ». Elle nous invite à suivre l’exemple de Jésus de Nazareth, à prendre la route du peuple, à privilégier la rencontre avec les petits et les pauvres. Ce mouvement de renouveau ecclésial questionne aussi notre Eglise dans ses « habitudes » marquées par le temps et l’histoire. Le Concile Vatican II nous a appelé à vivre la Mission en forme de « communion et participation, tous ensemble, peuple de Dieu baptisé pour aimer et servir ! »

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A Roraima, la mission de chacun est marquée par la diversité des terrains d’engagement et de vie: les indiens, les migrants ruraux, la population urbaine. Comme toute l’Eglise d’Amazonie, nous sommes confrontés à des conflits pour vouloir être avec les petits et les pauvres, à la manière de Jésus. Notre chemin de vie est souvent un « chemin de Croix ». Nous apprenons avec nos Communautés, à lire la Bible pour y trouver la résistance des Prophètes, à garder la mémoire exemplaire des Saints, ici aimés et vénérés, et à vivre l’Eucharistie qui nous renouvelle dans l’Alliance avec le corps et sang du Ressuscité. A chacun de vous, amis lecteurs et lectrices, je dédie cette communion « sans frontières » pour construire ensemble un monde de Justice et de Paix, selon le cœur de Dieu, notre Père.■ Pe Jacques Hahusseau (prêtre « Fidei donum » - Roraima)

Igreja de Roraima – Brasil

estado de « Roraima » se situa na parte a mais no norte do Brasil, na fronteira com Venezuela e a Guiana inglesa, na

mesma latitude de que a nossa Guiana francesa. É um dos mais jovens estados do Brasil, criado em 1987. Sua superficie é de 225.000 km2 e a sua população de 450.000 habitantes. Esta região é povoada, desde muito tempo, por povos indigenas (Makuchi, Wapichana, Ingarico, etc…) à quem 45% das terras de Roraima pertencem ! Porém, aos poucos, estas terras foram invadidas por migrantes vindos de outras regiōes. As relaçōes entre indios e « occupantes / invasores » foram e continuam sendo dificeis. Afim de ocupar as terras livres desta vaste região, o governo brasileiro favoreceu a vinda de familias do Nordeste brasileiro. A partir de 1987, o « territorio de Roraima » se tornou « Estado de Roraima ». A população cresceu com a vinda dos funcionarios a serviço deste estado recém-nascido. Todos esses eventos transformaram a vida desta região e mudaram a presença da Igreja. A Igreja é presente nesta região, faz muito tempo. Desde o século XVIII, religiosos (jesuitas, fransciscanos) visitavam os povos indios da região. Em 1905, Roma criou a

« Prelazia » de Roraima que foi entregue aos monges beneditinos de Rio de Janeiro. A partir de 1946, a Congregação dos padres da Consolata (italianos), os substituiu. A Prelazia se tornou Diocese em 1987. Roraima é, portanto, uma diocese jovem, com o seu bispo, Dom Roque, brasileiro. Esta diocese pertence à grande região « Amazonia » e occupa grande parte do territorio brasileiro. Durante muito tempo abandonada pelos poderes pùblicos e pela Igreja, esta região chama hoje a atenção : tem florestas, àgua, minérios, … e potencialidades que estão sendo descobertas. A Amazonia atrai os economistas, os ecologistas, antropologos, etc…. O Encontro « RIO + 20 » reuniu recentemente no Rio de Janeiro muita gente do mundo inteiro, para falar do futuro do planeta e dos seus habitantes. A Amazônia ficou no centro das discussoes. Nossa Igreja de Roraima vive no cortação dessas mudanças e sacudidas do mundo em evolução. Nossa Diocese acaba de acolher, nesses ùltimos anos, um importante refôrço missionàrio de padres, religiosos/as e de leigos a serviço de nossos povos os mais vulneràveis… migrantes, indios, periferias urbanas. Desde muito tempo a Igreja de Roraima està ao lado dos povos indigenas para défende-las, apoiar e ajudar as suas organizaçoes recém-nascidas. Esta presença missionària original provocou contra a nossa Igreja a hostilidade daquêles que mantinham os indios no sistema de semi-escravidão, e a admiração de quem reconhece nesta « açao missionària », alimentada no Evangelho pelo sopro do Espirito e pela força do Ressucitado . Hoje, os povos indios assumem a sua historia e a sua vida. A Pastoral dos Indios, acompanha e apoia. Agora vêem os todos problemas ligados à « terra », a sua propriedade, o seu uso. Cada vez mais, « grandes projetos » nacionais ou transnacionais, ameaçam as familias que vivem com dificuldade nestas terras e são solicitadas para vender ou alugar estas terras para empresas, o grande capital ! Assim começa o movimento tràgico do êxodo rural para todos os que vão morar nas periferias urbanas (Manaus, Boa Vista…) e perder-se na droga, os riscos do « dinheiro fàcil ». A cidade de Boa Vista reune 2/3 da população do estado de Roraima… Como em toda parte do Brasil, ali se encontram grandes diferenças entre ricos e pobres, entre aquêles que têm e quem não tem nada…etc…

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mundo injusto, dividido e perigoso, devido às grandes diferênças que os esfôrços atuais de politicas sociais nao conseguem corrigir ! Nosso trabalho « missionàrio » nos leva a viver neste mundo, na diversidade das situaçōes descritas acima. A gente vive no dia à dia a « força subversiva do Evangelho » e os esforços dos pequenos e dos pobres para construir um mundo de Justiça e Paz. A Igreja no Brasil, em outros lugares também, està desafiada pela injustiça e as situaçōes de conflitos, criados por situaçoes sociais injustas. Ela tem uma rica experiência de vida com os pobres… Hoje, neste corpo social doente, se multiplicam os grupos religiosos cristãos com tendência sectària. Um grande desafio para a Igreja catolica ! As geraçōes se seguem sem se parecerem uma com outra. Aqui também, a gente é chamado a viver e pôr na pràtica uma « nova evangelização ». Ela nos chama a seguir o exemplo de Jesus de Nazareth, à tomar o caminho do povo, a privilegiar o encontro com os pequenos e os pobres. Esta movimento de renovação ecclésial questionna também a nossa Igreja nos seus « hàbitos » marcados pelo tempo e a historia. O Concilio Vaticano II nos chamou a viver a Missão na « comunhão e participação, todos juntos, povo de Deus batizado para amar e servir ! ». Em Roraima, a Missão de cada um é marcada pela diversidade de campos de engajamentos e de vida : os indios, os migrantes do meio rural, a populaçaoo urbana. Assim como toda a Igreja da Amazônia, temos que enfrentar conflitos pela nossa opção de estarmos junto aos pequenos e aos pobres, à maneira de Jesus. Nosso caminho de vida é, muitas vezes, um « caminho da Cruz ». Com as nossas comunidades aprendemos a ler a Biblia para nela encontrar a resistência dos Profetas ; a guardar a memoria exemplar dos Santos que sao aqui amados e venerados ; a viver a Eucaristia que nos rénova na Aliança com o corpo e o sangue do Ressucitado. A cada um de vocês, amigos leitores e leitoras, partilho esta comunhão « sem fronteiras » para construir juntos um mundo de Justiça e de Paz, segundo o coração de Deus, nosso Pai.■ Pe. Jacques Hahusseau - Padre « Fidei donum » - Roraima.

Dictionnaire amical d’un certain Brésil (Troisième partie)

ouvement populaire- Movimento popular

Une étude à l'Institut des sciences sociales des facultés catholiques de Lyon avait montré en 1987 que la vitalité des CEB7s dépendait largement de leur participation au mouvement populaire. Pendant la dictature qui sévissait au Brésil à partir de 1964, l'Eglise, dans de nombreux diocèses, dont ceux de Vitoria et de Nova Iguaçu, a abrité des militants persécutés qui ont apporté certaines analyses et certaines formes d'action qui permettaient une amélioration des conditions de vie de la population:

- renaissance des syndicalismes rural et urbain,

- action pour les transports, les égouts, les postes de santé, etc...

Il y a donc eu, en beaucoup d'endroits, une interaction entre des CEBs et des actions collectives (qui étaient appelées mouvement populaire). Ce mouvement plus ou moins fort selon les villes et les campagnes a abouti à la chute de la dictature puis à la formation du Parti des Travailleurs dans lequel se sont reconnus beaucoup d'acteurs, dont des chrétiens des CEBs, agents de pastorale, prêtres et personnes de la classe moyenne (avocats, médecins, ingénieurs, etc...) Dans les CEBs, ces actions étaient relues à la lumière de la Bible et celle-ci était relue à partir de cette expérience de libérations partielles. Des théologiens et des biblistes étudiaient cette réalité nouvelle et partageaient leurs recherches avec les évêques intéressés et les autres pasteurs et même dans des rassemblements paroissiaux. Avec l'arrivée au pouvoir (municipal ou de l'Etat, ou même de la Fédération) de ces militants (y compris des militants chrétiens), certaines revendications ont été acceptées, diminuant la nécessité d'une action « dans la rue ». Par ailleurs, ces militants n'étaient plus dans les quartiers à la tête des propositions,

7 Communautés Ecclésiales de Base

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ce qui a aussi contribué à « refroidir » le mouvement populaire. Des projets parfois internationaux d'aide au Brésil ont également occupé ces acteurs sociaux, en les formatant parfois dans les exigences des bailleurs. Par ailleurs la grande vague de chômage a érodé la combativité des syndicats et la réforme agraire toujours repoussée a usé certains militants. Les CEBs se sont retrouvées sans mouvement populaire et se sont réduites à une activité à l'intérieur de la communauté. Des militants chrétiens ont continué dans leurs vies professionnelles, dans les charges politiques ou dans les projets sociaux. Leur style de vie, leurs revenus aussi ont changé: certains ont disparus de la circulation, alors que d'autres tiennent dans le service, à la lumière de la foi. Certaines communautés se sont senties perdues devant ces membres politisés et se sont fermées à leur présence dérangeante, surtout si le prêtre était lui-même peu à l'aise avec cette tournure d'esprit ou si les militants en question manquaient de discrétion. Les documents épiscopaux mentionnent toujours la nécessité pour les chrétiens de s'engager « en faveur de la vie pleine pour tous »n° 65-72. Les descriptions des points d'attention sont longues, montrant bien la diversité des drames rencontrés par les évêques dans leur diocèse. Les pastorales sociales paroissiales s'attaquent bien aux conséquences, mais on tâtonne dès lors qu'il s'agit d'appuyer ceux et celles qui sont « les mains dans le cambouis » et cherchent à agir sur les causes de cette « culture de mort ». Noirs- Negros Les années 80 ont vu le développement des mouvements de conscience noire. Les protagonistes souhaitaient retrouver la fierté de leurs racines et l'exprimer. Des religieux et religieuses faisaient parti de ce renouveau, non sans conflit dans certaines congrégations. Aujourd'hui, on peut lire dans la revue Educafro n° 139 Aout 2010 édition nationale dans sa 12ème année, et qui tire à 10 000 exemplaires, de nombreux articles montrant la problématique contemporaine. Un bilan du rêve du groupe des religieux et religieuses noirs et indigènes dit GRENI: en 2000, ils se demandaient si en 2015 il y aurait 25 Universités publiques établissant des quotas pour les Noirs. En 2010, il y en a déjà 100 et ce n'est pas une loi qui a imposé cette «

action affirmative » c’est à dire volontariste, mais c'est l'organisation de la communauté noire et indigène. Un autre article évoque le Statut de l'égalité (comme il y a le statut de l'enfant, ou de la personne âgée) qui permet au pouvoir d'établir des actions positives. Plus loin, on nous signale que Educafro participera à la manifestation du 7 septembre (fête nationale) appelée le Cri des exclus à Aparecida. Enfin, une question: Un président noir en 2014 ? Avec un développement sur la nécessité d'unir les forces politiques où les Noirs sont présents au lieu de se disputer, d'apprendre à vivre avec des gens d'opinion politiques différentes au lieu de se traiter de traitres à la cause, lors de négociations sur le Statut pour l'égalité. Cette revue a comme directeur un Franciscain et le mail de contact est celui des Franciscains. Le site est: educafro.org.br De son coté le candomblé (une des branches de la religion afro-brésilienne) s'ouvre à des participants blancs au nom d'un patrimoine à partager (en particulier dans le domaine de l'écologie) et reproche au mouvement de conscience noire de se fermer. Par ailleurs les problèmes sociaux perdurent et la question se pose d'unir les forces au lieu de les séparer. Educafro a du reste comme sous-titre: Education et citoyenneté des afro descendants et des pauvres (carentes). Prêtres- (presbiteros/sacerdotes/padres) La nouveauté qui s'est mise progressivement en place, c'est que la grande majorité du clergé (80 à Nova Iguaçu et 120 à Vitoria) est brésilienne: diocésains ou religieux, originaires de ces deux lieux ou venus d'autres parties du Brésil. Ils sont dans les paroisses, dans les charges diocésaines (vicaires généraux, coordinateurs de la pastorale, chanceliers). Ils sont passés par les séminaires sur place, ils ont souvent fait des études supérieures avant ou après, au Brésil ou en Europe (Italie, Allemagne, Suisse). Ils ont tous conscience de la difficulté de leurs tâches et des défis incessants de l'Eglise catholique au milieu de compatriotes chez qui les sensibilités religieuses couvrent un éventail étendu et des attentes contradictoires de la population. Ils sont curés dès leur ordination et livrés du jour au lendemain à des problèmes administratifs et financiers qui les occupent beaucoup. Appelés

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fréquemment pour des réunions de formation ou de décision, ils ne sont pas toujours très enthousiastes pour laisser leur paroisse pendant ces réunions, avec le temps de déplacement parfois long. Certains sont nostalgiques du temps des CEBs et continuent dans ce sens, d'autres ont tourné la page, sensibles à de nouvelles mentalités et conditions de vie, en particulier chez les jeunes très absents des églises, certains sont séduits par les prêtres des chaines de télévision, chanteurs remarqués, prédicateurs intarissables, vedettes aimées d'une partie de leurs paroissiens qui les pressent de les imiter, d'autres cherchent une synthèse entre les charismatiques et les CEBs, entre les tenants de l'émotion et ceux de la raison, entre ceux qui étudient la Bible et ceux qui s'en passent. Il y a ceux qui vont à la rencontre des gens et ceux qui leur préparent toutes sortes de rencontres dans les églises, liturgiques ou dévotionnelles. Une association nationale des prêtres diocésains présente aux évêques leurs revendications, démarche entrée dans les mœurs mais pas toujours appréciée. A Vitoria, devant les difficultés rencontrées dans la direction du diocèse, ils ont mis en place une démarche d'analyse institutionnelle, acceptée par l'évêque et qui a pour but de reprendre des relations pacifiées. Dans les documents d’ Aparecida et de la CNBB, on recommande la formation permanente. Prophétisme- Profetismo Le terme a quasiment disparu du dernier document des Directives générales de la CNBB 2011, comme déjà dans celui de Aparecida 2007. Il y a 25 ans, c'était un mot clé. Le Père Gabriel Maire, assassiné en 1989, a été immédiatement appelé par les gens: le prophète Gabriel. Il faudrait voir pourquoi a eu lieu cette évolution. Mais elle pose certainement la question assez crue de l'articulation entre la politique et le prophétisme. Ne pas confondre (c'était la critique des anti-CEBs: voter PT, agir PT ne fait pas de vous un prophète !) Ne pas séparer (c'est la critique d'un christianisme déconnecté des réalités cruelles de la société adressée au RCC). Comment sera mise en valeur la mission prophétique de l'Eglise dans les années à venir?O queé o RCC ? Religieux- Religiosos/sas

Bien présentes dans les deux diocèses, les congrégations religieuses font partie du dispositif pastoral habituel, soit comme communautés de vie et d'action, soit à titre individuel dans telle ou telle pastorale. Les deux évêques actuels sont des religieux. On les trouve aussi dans les maisons d'édition et dans les chaines de télévision. Ou encore dans les écoles catholiques habituellement fréquentées par les gens aisés, avec quelques bourses destinées aux pauvres ou pour certains cours du soir. Certains fondateurs d'écoles pour les pauvres doivent se retourner dans leurs tombes ou, s'il est permis, au ciel, exprimer leur surprise. La conférence des supérieures majeures doit se réunir en janvier 2012 pour analyser la naissance et la croissance des communautés nouvelles non-religieuses: 600 seraient répertoriées au Brésil, alors que certaines des 400 congrégations doivent se regrouper. Séminaires- Seminarios Internats selon le modèle classique, ils accueillent à Nova Iguaçu 21 jeunes adultes pour trois diocèses proches et autant à Vitoria. Les professeurs sont des prêtres ou des laïcs et les séminaristes vont dans les paroisses tous les week-ends pendant toute leur formation. Ils assurent certains dimanches des ADAP et ils prêchent. Certains sont nés dans des familles qui pratiquaient les CEBs, ils ont donc connu les célébrations sans prêtre, la catéchèse, les visites entre CEBs, le mouvement populaire, les liturgies pleines de créativité à certaines occasions ; certains ont participé à la Pastorale de la Jeunesse, marquée encore aujourd'hui par la discussion et l'action sur les problèmes collectifs des jeunes de leurs quartiers ou de leur campagne. D'autres sont venus par leur participation au RCC, ou à des communautés nouvelles où ils pensent retourner après leur ordination. Ils ont donc connu les conflits successifs dans les séminaires et maintiennent le cap. Plusieurs ont déjà travaillé, comme salariés. Doutes sur la période antérieure. En voici quelques uns entendus auprès de séminaristes:

- Où sont passés ces animateurs formés par les diocèses ?

- La théologie de la libération a été affaiblie en misant tout sur le même parti.

- Ces communautés n'arrivent plus à dialoguer avec le monde contemporain.

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- Il faut se préparer à la diversité des paroisses.

- Comment coordonner le culte et le social ?

- Comment, comme prêtre, alléger le fardeau des personnes ?

- Comment assurer l'homogénéité entre le message libérateur de Jésus et ma conduite pastorale ?

On sent les risques du pouvoir et du savoir. Il y a des pratiques pastorales trop mondaines qui nous inquiètent. Comment aider les catholiques séduits par les crentes à résister à la tentation de l'immédiat ? Etre heureux pour ne pas peser sur les gens. Dans la formation, il y a aussi des rencontres qu'ils appellent thérapie avec un psy sur les conflits, les émotions, la sexualité. On peut aussi bénéficier d'un accompagnement individuel. Les directeurs sont souvent en paroisse en même temps, ce qui leur laisse peu de temps. A Nova Iguaçu, Dom Adriano, l'évêque fondateur du séminaire Paul VI il y a 25 ans avait souhaité intégrer le séminaire aux paroisses, par des fêtes et des dons réguliers, ce qui continue bien, mais le nombre de séminaristes est trop petit pour que toutes les paroisses travaillent avec un séminariste et donc les connaissent. Citons deux paragraphes d’Aparecida sur les séminaires: n°325 Les jeunes qui viennent des familles pauvres ou de groupes indigènes ont besoin d'une formation inculturée, c'est-à-dire qu’ils doivent recevoir une formation théologique et spirituelle adéquate à leur futur ministère, sans qu'ils perdent leurs racines et que, de cette façon, ils soient capables de devenir de proches évangélisateurs de leur peuple et de leur culture. N°345 Nous invitons à mettre en valeur la riche réflexion post-conciliaire de l'Eglise présente en Amérique latine et aux Caraïbes...afin de fortifier notre propre identité, développer la créativité pastorale et rendre fort ce qui est nôtre. Il faut favoriser l'étude et la recherche théologique et pastorale face aux défis de la nouvelle réalité sociale plurielle, différenciée et globalisée, cherchant de nouvelles réponses qui soutiennent la foi et la vie de disciples des agents de pastorale. Sourds- Surdos Il y a trois communautés de chrétiens sourds à Rio, mais je n'ai pas su s'il y en avait dans les deux diocèses visités. Par contre quelques

émissions télévisées, ont une fenêtre avec un interprète souvent jeune et parfois un prêtre. Certaines Eglises crentes ont beaucoup investi dans ce domaine (catéchistes signant par exemple) Télévision- Televisão S'il y a un changement qui saute aux yeux, c'est celui de la naissance et de la multiplication des chaines chrétiennes. Par ailleurs l'empire GLOBO continue, lui, son hégémonie dans l'information et dans la formation, pour ne pas dire le formatage, des esprits par le biais des feuilletons télévisés, depuis le temps de la dictature militaire. Je n'ai découvert nulle part les indices d'audience de toutes ces chaines et je me fierai à ce que les gens en disent et ce que j'en ai vu, laissant le champ à une enquête plus technique. Les chaines chrétiennes, catholiques et crentes, produisent des émissions tout au long de la journée. Elles ont leur public fidèle. Celle dont on parle le plus chez les catholiques est Canção nova (la chanson nouvelle ou peut-être le cantique nouveau sur un registre plus biblique). A l'origine ,un groupe de jeunes avec un prêtre fondateur. Désir missionnaire qui s'exprime par les chants religieux et des rencontres, soit dans leur « maison de campagne », transformée en studio de plein air où viennent les « pèlerins », soit en se déplaçant à la demande des paroisses, déplacements filmés et introduits dans les programmes. Etait annoncée une semaine sociale Canção nova. Une production de disques qui assure leur financement, vendue par internet ou dans leurs magasins, en plus des cotisations des membres-évangélisateurs sollicités au long des émissions. Il y a aussi une agence de voyage pour des pèlerinages en Europe. En achetant un livre de spiritualité, on peut gagner une maison ! C'est le programme Canção nova-Casa nova. Dans un diocèse des environs de Rio, Volta Redonda, on m'a cité les deux chiffres suivants: 100 000 réais (1 réal vaut 40 centimes d'euro) vont à Canção nova pendant que 70 000 vont au diocèse. Il y a le projet d'un Sanctuaire à construire sous le vocable : ‘ le Père des Miséricordes’ et les téléspectateurs sont sollicités. Presque toutes les familles parlent de Canção nova soit pour s'en réjouir soit pour critiquer. Des séminaristes pensent les rejoindre après l'ordination et faire partie de ces prêtres animateurs qui se succèdent au long de la journée: les uns en soutane, les autres en

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clergyman strict, d'autres en col romain et pull rouge, d'autres encore en civil sans signe distinctif. Les programmes sont souvent de longues catéchèses, éventuellement par des laïcs, en pull et jean, avec questions- réponses avec les spectateurs, blagues, chants, gros plans sur les fidèles, il y a aussi des messes, des interviews super-décontractées dans des lieux insolites, des comptes-rendus de leurs programmes sociaux en direction des drogués ou des gens de la rue, entrecoupés d'appel au don de manière très naturelle et souriante, une publicité sur des produits cosmétiques dite par la présentatrice qui vient d'animer un court chapelet, un prêtre qui dialogue avec une marionnette sur la spiritualité, des cantiques répétés à l'infini, du genre Viens Esprit saint nous remplir de ton amour ou bien: Je suis ici. D'après un séminariste, ils auraient 30 000 jeunes avec eux. Le contenu global me paraît être celui d'une sagesse de comportement familial, amical, une générosité, des prières de remerciement pour les miracles opérés et des demandes pour les situations difficiles que les téléspectateurs ont fait savoir. Patience, miséricorde, prière à Ste Faustine, dernière planche du salut, dixit un prédicateur, prière aux anges, contre Satan et les autres anges mauvais, levez les bras ceux qui veulent fonder leur vie sur Jésus ; comparaison avec la crème anti-ride, rapide et efficace: non, il n'y a pas de remède miracle dans la vie spirituelle, mais la grâce de Dieu est plus forte que vous l'imaginez. Dites-vous toujours Jésus a confiance en vous...il ne faut pas s'arrêter aux problèmes mais courir vers le Salut, il vaut mieux avoir l'image de Jésus miséricordieux dans son cœur que sur les murs. J'ai observé aussi que la réalité des pauvres n'est pas absente, mais elle est traitée sur le mode assistancialiste. Il y a aussi la chaine d’Aparecida depuis 6 ans, très classique, très religieuse: elle est propriété des Rédemptoristes, responsables du Lourdes brésilien, le sanctuaire d'Aparecida, près de São Paulo. Ils avaient déjà une radio dès 1959. Prière à la Vierge Aparecida, bénédiction de l'eau, de la Bible d'Aparecida, des objets de prière. Prière pour remercier de l'existence de ce réseau de communication. Sondage sur la participation doté d'un prix: une télévision, et sollicitation de participation financière. La chaine 21ème siècle, avec un vieux père jésuite qui anime la neuvaine des mains ensanglantées de Jésus, avec des intentions reçues des téléspectateurs. Prière: nous ne pouvons rien

faire, mais Jésus peut tout faire. Le sous-titrage passe: envoyez vos intentions et vos témoignages. Les témoignages de guérison après la neuvaine sont transmis par la chaine. Une publicité signale une librairie catholique et un cours sur la force de la foi. Une autre chaine, avec prière du chapelet dans un cadre moderne et intentions envoyées. Ces chaines dépassent évidemment le cadre des deux diocèses mais on comprend leur impact sur un peuple très religieux, la classe moyenne ayant aussi ses téléspectateurs…La télé peut rester branchée toute la journée sur la chaine choisie. Questions: si le fonctionnement normal de l'image est du côté de l'émotion, comment l'investissement en programmes de télévision peut-il être pensé par les évêques au niveau national ? Comment faire avec la concurrence entre les chaînes catholiques par exemple ? Chacune est-elle réduite à plaire pour tenir son audience ? Le financement est-il entièrement spontané ou bien est-il permis de se poser la question des mécènes bien intentionnés ? Pourra-t-on échapper à l'intégration dans l'un des grands groupes de médias en Amérique latine? Avec quelles conséquences ? Voici la position des évêques brésiliens: il faut préparer des penseurs et des personnes au niveau de la décision, qui évangélisent les nouveaux aréopages: Le monde universitaire le monde la communication: on ne peut pas attendre pour investir en moyens technologiques et en qualification du personnel, pour un usage adéquat des moyens de communication, une pastorale pleine d'audace de la communication, qui garantisse la présence de l'Eglise dans le dialogue avec la mentalité et la culture contemporaine, à la lumière des valeurs évangéliques, enfin. la présence aux entrepreneurs, hommes politiques, formateurs d'opinion dans le monde du travail...) n° 117 Vie- Vida La vie est un don de Dieu. Remercions. Et pensons à ceux dont la vie est difficile. C'est l'attitude générale des Brésiliens qui sous-tend toute la dynamique de ce pays. Les anniversaires dûment souhaités en famille permettent d'exprimer cette reconnaissance pour le présent et le désir que l'avenir soit heureux. Toute la vie est marquée par ces petites célébrations familiales qui donnent à chacun le temps de se re-penser dans un itinéraire de dons reçus et de présences à construire. En même

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Du levain pour Demain Numéro 14

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temps, tous ont conscience de la précarité de la vie: soucis de santé, menace de violences urbaines, accidents en tous genres. Beaucoup ont l'expérience de la dureté de la vie, soit directement soit par l'observation des autres: habitats précaires emportés par les inondations, hôpitaux publics délabrés, écoles primaires sans moyen, mendiants de la rue, drogués, prostituées. Chrétiens, spirites, gens du candomblé, tous ont des associations de bienfaisance, anciennes ou nouvelles. Dans les diocèses, il y a les Caritas et les pastorales sociales jusqu'à la plus petite communauté. Le temps des CEBs et du mouvement populaire avait apporté la conviction complémentaire que les pauvres étaient les acteurs de l'histoire et pas seulement les bénéficiaires de l'action des autres. Un mot faisait florès: le protagonisme. La dignité était un bien aussi important que le pain quotidien. Une organisation sociale s'est mise en place pour donner une expression à ce retournement des mentalités, des pauvres d'abord, puis de ceux qui s'intéressaient à eux. Les cantiques et les célébrations mettaient des mots sur ce changement, assuraient un sentiment commun, une mystique des combats humains, revisitaient la révélation biblique et les prières. Les années ont passé. Ce gain, qui, il est vrai, était très minoritaire, est resté dans les familles qui l'avaient reçu, mais ne semble pas avoir tenu devant la poussée d'un retour, sous des formes modernes ou non, à une religiosité qui alimente le vieux schéma de la faiblesse de l'homme pécheur devant la majesté et de la miséricorde de Dieu . Pourquoi ce renouveau spirituel des années 70 aux conséquences sociales si importantes, et très en affinité avec l'enseignement social de l'Eglise, a-t-il reculé ? Volonté délibérée de certains secteurs de l'Eglise catholique ? Fatigue dans une pastorale exigeante ? Changement d'époque ? C'est la vie ? Conclusions ? Merci au lecteur qui a parcouru ce dictionnaire amical, passant de petites choses à de grands ensembles, essayant à son tour de comprendre les évolutions, lisant entre les lignes, regrettant parfois sans doute les raccourcis. Avec ce petit recul d'un mois, de nouveau en France, je me sens encore plus concerné par ces frères lointains, qui agissent, célèbrent et réfléchissent, évêques, prêtres, séminaristes, religieux et laïcs,

disciples et missionnaires. J'ai repéré quelques questions sans réponse de ma part pour l'instant, peut-être encore aveuglé par ma sympathie pour tous ces gens dont les visages me sont familiers et qui m'ont tant apporté, ou simplement mal équipé par ma formation continue insuffisante... Comment bien comprendre les besoins d'unité et de diversité exprimés à de nombreuses reprises par la CNBB ? Parlent-ils pour eux-mêmes ou pour leurs diocèses ? L'unité :Sur quelle base pastorale et théologique ? L'unité prônée par le courant dominant d'une époque ? Que faire de la différence, voire de la divergence ? Où s'arrête la diversité ? Là où elle menace l'unité ? Qui identifie la menace ? Quelles solutions lorsqu'il y a conflit ? Dans tel endroit un évêque supporte bien une certaine diversité, mais pas ses prêtres, qui trouvent qu'elle menace l'unité. Ailleurs, des initiatives laïques sont reconnues et accueillies, plus loin elles sont marginalisées. Qui décide du bon niveau d'unité et de diversité: l'évêque seul, l'évêque et le presbyterium, l'évêque avec l'assemblée diocésaine? Comment créer un bon rapport avec l'Esprit Saint ? Etait-il présent dans le temps de l ' « invention » des CEBs ? Etait-il actif dix ans après dans l' « invention » du RCC ? Continue-t-il à parler par les prophètes, donc probablement par une expression minoritaire ? Que veut dire une Eglise prophétique ? On a bien vu deux sensibilités chrétiennes: celle de la relation courte entre les personnes, celle de la relation longue par les institutions. Comment éviter l'exclusion mutuelle et trouver, à un échelon adapté, une synergie? Y a-t-il une pertinence à l'idée émise il y a des années par D. Barbé, d'un lien entre une dominante spirituelle et un certain type de présence au monde: la dominante Dieu le Père, en qui l'homme se remet et a confiance, mais avec le risque de providentialisme; la dominante Dieu le Fils, enracinant la foi dans l'histoire, en privilégiant l'action humaine, au risque de ne plus voir ni célébrer sa source et son horizon divin; la dominante Esprit Saint, qui permet l'intériorité et la souplesse mais paraît pouvoir se passer de la Révélation biblique ? S'il y a du vrai là, comment s'assurer qu'une « prédication », par exemple télévisée, va pouvoir rendre le service d'enrichir les auditeurs aussi divers, sans les conforter dans leurs convictions antérieures ou n'en nourrissant que quelques uns ? Ou dit autrement, faut-il plaire pour évangéliser ? Mais en plaisant aux uns on risque de déplaire à

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d'autres ? Tant pis ? La spiritualité de la cosmovision écologique proposée récemment en Amérique latine comme un point de ralliement au-delà des clivages et des contradictions des étapes antérieures répond à un besoin devant un monde pluriel, tout en mûrissant lentement dans les esprits. Il mérite déjà une grande attention. Mais est-elle une chance à saisir pour entrer en dialogue avec la nouvelle culture ou une fuite devant les problèmes non-résolus? Je termine en donnant de nouveau la parole aux évêques du Brésil. D'abord, l'objectif général de l'action évangélisatrice tel qu'ils l'ont formulé en 2011: « Evangéliser, à partir de Jésus-Christ et dans la force du Saint Esprit, comme Eglise disciple, missionnaire et prophétique, alimentée par la parole de Dieu et par l'eucharistie à la lumière de l'option évangélique et prioritaire pour les pauvres pour que tous aient la vie en direction du Royaume définitif. » Et parmi les moyens, la recommandation à tous les diocèses, de planifier leurs actions pastorales: n° 123 « Planifier c'est penser l'action, avant, pendant et après. Un bon plan qui contribue à l'action évangélisatrice, est toujours le fruit d'un processus de planification, avec la participation directe ou par des représentants de toute la communauté ecclésiale. A cet effort, tous, y compris les laïcs (hommes et femmes) ont le droit et l'engagement de participer au discernement, à la prise de décision et à l'exécution. Une ouverture à des institutions publiques et privées, spécialisées en planification, peut faciliter la réalisation de plans pastoraux efficaces. »■ Bernard Colombe 1er décembre 2011

Que celles et ceux qui reçoivent une version papier du bulletin et qui possèdent une adresse électronique, n’oublient pas de nous la transmettre. Faites part de vos remarques et suggestions à Cécile Biraud et Catherine Roth. Vous pouvez adresser vos dons soit par chèque à l’attention de « Du levain pour demain » au 57, rue Lemercier, 75017 Paris en mentionnant « à l’attention de sœur Anne-Lise Sieffert » soit par virement bancaire. Les coordonnées en sont données ci-après. ■ D.l.p.d.

Les personnes à contacter : Cécile Biraud : [email protected] Vilma Marinho : [email protected] Catherine Roth: [email protected] Evelyne Bénévent : [email protected] Gérard Aleton : [email protected] Stéphane Latarjet :[email protected] Anne-Lise Sieffert, trésorière : [email protected] 57 rue Lemercier 75017 Paris

Le site des auxiliaires du Sacerdoce : www.auxiliaires-du-sacerdoce.com/ Vous y trouverez une présentation des sœurs auxiliaires du Sacerdoce, les lettres aux amis, des propositions de réflexion et de prière.