Caro aluno, Comentada USP 2020... · 2020. 7. 29. · Quadro 2. Datas importantes dos editais de...

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Caro aluno,
Ter se formado em uma faculdade reconhecida e possuir boas
experiências em diferentes estágios não é mais garantia para
uma carreira de sucesso. Hoje, o mercado está muito concorrido
em várias áreas da saúde. Isso acontece pela grande disponibili-
dade de profissionais com diplomas, porém com pouca experiên-
cia prática.
As residências têm sido uma excelente alternativa para a capa-
citação profissional e inserção no mercado de trabalho, disponi-
bilizando uma remuneração mensal, maior que a média do mer-
cado, além de possibilitarem intenso domínio da prática clínica.
Muitos de vocês se questionam, se vale a pena fazer Residência.
Com a grande concorrência no mercado de trabalho que se inse-
re, anualmente, as Residências têm sido uma ótima alternativa
para primeiro emprego que lhe permite estudar e se especializar
ao mesmo tempo.
Dados do Conselho Federal de Nutrição mostram que todos os
anos, aproximadamente 6 mil novos profissionais da área da Nu-
trição se cadastram nos seus respectivos Conselhos Regionais,
enquanto quase dois mil técnicos em Nutrição estão entrando
no mercado de trabalho anualmente.
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Residência Multiprofissional USP
Educação, os Programas de Residência da USP têm carga horária
total mínima de 5.760 horas, com atividades teóricas e práticas.
Os Programas de Residência da USP têm sido foco de busca
pelos nutricionistas de todo o país, apresentando maior procu-
ra para a Residência em Nutrição Clínica e Gastroenterologia e a
Nutrição Clínica em Cardiopneumologia (Tabela 1).
Quadro 1. Quantidade de vagas e inscritos nos Programas de Residência Multiprofissional USP. com vagas para nutricionista, no período de 2017 à 2019.
PROGRAMA VAGAS INSCRITOS CONCORRÊNCIA 2017
SAÚDE COLETIVA, PROMOÇÃO DA SAÚDE E ATENÇÃO HOSPITALAR
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE: ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE (FMRP):
2 34 17
(FMUSP/INCOR):
2 12 6
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
CARDIOPNEUMOLOGIA (FMUSP)
5 193 38,6
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
GASTROENTEROLOGIA (FMUSP)
FÍSICA INCAPACITANTE (IMREA/FMUSP)
1 3 3
SAÚDE COLETIVA E ATENÇÃO PRIMÁRIA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE: ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE (FMRP)
2 39 19,5
(FMUSP/INCOR)
EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 SANAR
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
CARDIOPNEUMOLOGIA (FMUSP)
5 244 48,8
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
GASTROENTEROLOGIA (FMUSP)
PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO 5 221 44,2
NUTRIÇÃO CLÍNICA EM GASTROENTEROLOGIA: ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO
4 215 53,75
2 73 36,5
2 91 45,5
O edital de seleção da USP é um dos primeiros a ser lançado todos os anos, compreendendo os meses de julho ou agosto, com aplica- ção das provas em setembro ou outubro do mesmo ano (Questão 2). Embora tenha mudado em alguns pontos importantes, como a inclusão de questões de interpretação de texto e alteração no nú- mero de questões de conhecimentos gerais e específicos, a aborda- gem das perguntas não varia muito de um ano para o outro, sendo importante fazer a resolução das provas anteriores.
Quadro 2. Datas importantes dos editais de seleção USP de 2017 a 2020.
ANO DE INGRESSO
11/09 25/09 26 A 28/09 TOTAL: 30 QUESTÕES SUS: 15
ESPECÍFICO: 15 DISSERTATIVA: 5
03/09 08/10 09 A 11/10 TOTAL: 30 QUESTÕES SUS: 15
ESPECÍFICA: 15 DISSERTATIVA: 5
02/09 30/09 ANÁLISE DOCUMENTOS
TEXTO: 10 SUS: 10
07/08 01/09 JUNTO
TEXTO: 07 SUS: 08
EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 SANAR
Apesar de ser um foco de procura nacional, as provas específi- cas de Nutrição são consideradas fáceis, uma vez que as pergun- tas tendem a ser diretas, sem pegadinhas não fugindo do exigido nos editais. Vale a pena reforçar que, ao longo dos últimos anos, houve mudanças no número de questões e nas etapas seletivas (Quadro 2). Um dos diferenciais da prova USP são as questões dis- sertativas. Sempre seguem a linha de envolver um caso clínico, cobrando conhecimento em fisiopatologia, dietoterapia, avalia- ção nutricional e especialmente saúde pública.
Para as questões objetivas, um levantamento feito das questões utilizadas nas provas dos últimos três anos (2018 a 2020), mostra uma predominância nos conhecimentos de Saúde Pública, fisio- patologia e dietoterapia, seguidos de Avaliação Nutricional e Ma- terno Infantil (Figura 1).
Figura 1. Disciplinas mais prevalentes nas questões objetivas de nutrição dos exames de 2018 a 2020.
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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 03
A proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada como estratégia para enfrentar o intenso processo de especialização na área da saúde. Esse processo tende a aprofundar verticalmente o conhecimento e a in- tervenção em aspectos individualizados das necessidades de saúde, sem contemplar simultaneamente a articulação das ações e dos saberes.
Na literatura consultada sobre equipe de saúde, observou–se que são relativamente raras as definições de equipe. O levantamento bi- bliográfico (bases de dados Medline e Lilacs) mostrou predominância da abordagem estritamente técnica, em que o trabalho de cada área profissional é apreendido como conjunto de atribuições, tarefas ou atividades. Nesse enfoque, a noção de equipe multiprofissional é to- mada como uma realidade dada, uma vez que existem profissionais de diferentes áreas atuando conjuntamente, e a articulação dos tra- balhos especializados não é problematizada.
Fortuna & Mishima apud Fortuna (1999) identificam três concep- ções distintas sobre trabalho em equipe, cada uma delas destacando os resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Nos estudos que ressaltam os resultados, a equipe é concebida como recurso para au- mento da produtividade e da racionalização dos serviços. Os estudos que destacam as relações tomam como referência conceitos da psi- cologia, analisando as equipes principalmente com base nas relações interpessoais e nos processos psíquicos. Na vertente da interdiscipli- naridade estão os trabalhos que trazem para discussão a articulação dos saberes e a divisão do trabalho, ou seja, a especialização do traba- lho em saúde. Nessa linha encontram–se, entre outros, os estudos de Campos, que vêm produzindo reflexão acerca das equipes de saúde como base principal de organização dos serviços de saúde.
[...] Peduzzi M. “Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia”. Re- vista Saúde Pública. 2001. 35 (1): 103-109. ISSN 0034-8910.
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1. (FUVEST – USP – 2020) De acordo com o texto, o intenso processo de especialização na área da saúde tem como tendência a:
Generalização do conhecimento de uma área e a possibilidade de atuação em conjunto com outras áreas na saúde.
Individualização da ação dos profissionais e a discussão sobre a arti- culação entre ações e saberes de diversas áreas da equipe.
Diferenciação das ações entre as áreas de conhecimento e o detalha- mento das possibilidades de elo entre os profissionais.
Particularização de atividades na área da saúde e a consolidação de conhecimentos individualizados no trabalho.
Discriminação de aspectos individualizados de profissionais da saú- de e a relação de conhecimentos de diferentes áreas envolvidas na equipe.
GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL
DICA DO AUTOR: Em questões de interpretação de texto, o candidato deve buscar, na leitura, as relações de sentido entre as sentenças. Ele- mentos de coesão são uma pista para identificar as ideias defendidas pelo articulista. Fique atento, principalmente, aos elementos que reto- mam ideias e/ou expressões. Alternativa A: INCORRETA. Ao contrário do que propõe a alternativa, se- gundo o texto, o trabalho em equipe é uma tendência contra a especiali- zação, ou seja, a especialização não facilita o trabalho em equipe.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque a espe- cialização, segundo o texto – 1º parágrafo – não contempla a articulação de ações e de saberes, portanto não há discussão sobre a articulação entre ações e saberes.
Alternativa C: INCORRETA. Outra vez, a alternativa é falsa por colocar “possibilidades de elo entre os profissionais”. Basta reler o primeiro pa- rágrafo, principalmente o final dele, para que haja a percepção de que não há interação entre saberes e ações.
Alternativa D: CORRETA. Segundo o texto, o processo de especialização tende a “aprofundar verticalmente o conhecimento e a intervenção em aspectos individualizados das necessidades de saúde”. Desse modo, fica clara a assertiva, pois há particularização de atividades e consolidação de conhecimentos individualizados.
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Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não haverá, com a especialização, relação de conhecimentos de diferentes áreas, já que o referido processo tende a particularizar tanto atividades quanto o próprio conhecimento.
2. (FUVEST – USP – 2020) O levantamento bibliográfico, sobre equipe de saúde, referido no texto:
Aborda a equipe multiprofissional e as relações entre as especiali- dades, observando a articulação entre os trabalhos especializados e suas tarefas e atividades dos profissionais.
Evidencia uma abordagem que não problematiza a articulação entre as especialidades, privilegiando a concepção tecnicista de aglomera- do de atribuições, tarefas ou atividades.
Expõe uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional, problematizando a atuação dos profissionais de diferentes áreas que atuam conjuntamente.
Expressa os achados de um conjunto numeroso de definições de equipe, em que prevalecem concepções dialógicas sobre a atuação dos profissionais especializados.
Manifesta a predominância de uma abordagem que discute a articu- lação entre as áreas profissionais, observando suas atuações para além da coexistência dessas áreas na equipe.
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: Algumas questões de interpretação de texto fazem alusão a determinado parágrafo ou determinado trecho. Isso facilita a feitura da questão, pois o candidato não precisa focar no todo, e sim na parte do todo. Alternativa A: INCORRETA. No segundo parágrafo, fica evidente que a arti- culação entre os trabalhos especializados não é problematizada. Perce- be-se, portanto, que não há observação da referida articulação e nem das relações entre as especialidades. Isso torna a alternativa incorreta.
Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, segundo o 2º parágrafo, as definições de equipe de saúde trazem uma abordagem es- tritamente técnica, resumindo trabalho em equipe a existência de pro- fissionais de diferentes áreas, atuando conjuntamente. No final do pará-
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grafo, há a referência à falta de problematização acerca da articulação dos trabalhos especializados.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto não traz uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional; ele traz a noção que existe, de certa forma, criticando-a.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa é incorreta, haja vista que o tex- to diz que “são relativamente raras as definições de equipe”. Não há, por- tanto, “um conjunto numeroso de definições”.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto colo- ca exatamente o oposto do que está colocado. Segundo o texto, não há problematização da articulação entre as áreas.
3. (FUVEST – USP – 2020) Sobre as concepções de trabalho em equipe citadas no texto, é correto afirmar que:
As concepções sobre o trabalho em equipe exploram os resultados, as relações e a interdisciplinaridade de forma conjunta.
As visões sobre o trabalho em equipe possuem focos diferentes, dis- tinguindo–se pela observação dos resultados, das relações e da inter- disciplinaridade.
A noção de trabalho em equipe como base da organização dos serviços de saúde tem como foco conceitos da psicologia e análises interpessoais.
O conceito de equipe como recurso para a produtividade e racionaliza- ção apoia–se na discussão sobre a articulação de saberes e divisão do trabalho.
A abordagem interdisciplinar de equipe traz para a discussão o apro- fundamento vertical do conhecimento e a especialização das áreas de saúde.
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: Fique atento ao enunciado: ele traz pistas importantes para a busca da alternativa VERDADEIRA. Observe que esta questão faz referência às “concepções de trabalho em equipe citadas no texto”. Cui- dado com as alternativas que extrapolam ou limitam o texto.
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Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque, segundo o 3º parágrafo, as concepções sobre o trabalho em equipe destacam os resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Há equívoco no empre- go do termo “exploram” e na expressão “de forma conjunta”.
Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois o 3º parágrafo traz três concepções distintas de trabalho em equipe, ou seja, focos di- ferentes, focando em resultados, relações e interdisciplinaridade.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque faz uma restrição. Segundo o texto, o trabalho em equipe destaca resultados, relações e interdisciplinaridade. Os conceitos de psicologia e análises interpessoais estão atrelados ao item “relações”, mas não se relacionam com resultados e interdisciplinaridade.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque não está pautada nas ideias do texto. Observe que a discussão sobre a articula- ção dos saberes e divisão do trabalho está atrelada à vertente da inter- disciplinaridade, e não ao conceito de equipe como recurso para a pro- dutividade.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é falsa porque o texto não faz conexão entre a abordagem interdisciplinar e a discussão do aprofunda- mento vertical do conhecimento e a especialização das áreas de saúde, quando faz referência às três concepções distintas sobre trabalho em equipe.
4. (FUVEST – USP – 2020) A prestação de serviços especializados no SUS é problemática, pois a oferta é limitada e o setor privado contratado muitas vezes dá preferência aos portadores de planos de saúde privados. A atenção secundária é pouco regulamentada e os procedimentos de média complexidade frequentemente são preteridos, em favor dos pro- cedimentos de alto custo. O SUS é altamente dependente de contratos com o setor privado, sobretudo no caso de serviços de apoio diagnóstico e terapêutico; apenas 24,1% dos tomógrafos e 13,4% dos aparelhos de ressonância magnética são públicos e o acesso é desigual.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”. The Lancet [online], 09/05/2011.
Ao tratar da prestação de serviços especializados no SUS, o texto enfoca, de modo mais evidente:
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O acesso. A qualidade. O custo. A técnica. A precarização.
GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL
DICA DO AUTOR: Algumas questões trazem alternativas que confun- dem o candidato, por serem muito próximas das colocações feitas no texto. Uma leitura criteriosa e a descoberta da intenção de quem es- creve o texto podem ajudar bastante. Alternativa A: CORRETA. A alternativa está correta, pois os diferentes aspectos trazidos no texto direcionam para o último ponto: dificuldade de acesso. Observe que há uma enumeração de questões: oferta limi- tada, setor privado muitas vezes dá preferência aos planos de saúde, atenção secundária pouco regulamentada, procedimentos de média complexidade preteridos, dependência de contratos com o setor priva- do, poucos aparelhos de ressonância são públicos, acesso desigual. Não há enfoque a um único ponto.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não há ênfa- se à questão da qualidade, e sim do acesso. Perceba que o texto não fala sobre a qualidade dos procedimentos do SUS.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a ênfase dada não está nos custos. Fala-se, por exemplo, em limitação de oferta e em pouca disponibilidade para o público.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois há uma aná- lise da questão técnica. Vale ressaltar, inclusive, que o texto traz uma abordagem mais geral.
Alternativa E: INCORRETA. Apesar de gerar dúvidas, a alternativa é incor- reta, pois o texto não enfoca na precarização, já que o centro da questão não é a ineficiência, a insegurança ou a falta de qualidade. Caso o candi- dato optasse por essa alternativa, indiretamente estaria dizendo que a letra “B” também estaria correta.
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5. (FUVEST – USP – 2020) Na PNAD realizada em 1981, antes da criação do SUS, 8% da população (9,2 milhões de pessoas) afirmavam ter usado serviço de saúde nos últimos trinta dias, enquanto em 2008 14,2% da população (26,9 milhões de pessoas) relatavam uso de serviços de saúde nos últimos quinze dias, o que representa um aumento de 174% no uso de serviços de saúde. O número de pessoas que busca a atenção básica aumentou cerca de 450%, entre 1981 e 2008. Esse aumento pode ser atribuído a um crescimento vultoso no tamanho da força de trabalho do setor da saúde e do número de unidades de atenção básica. Em 1998, 55% da população consultou um médico, e esse número cresceu para 68% em 2008. Porém, esse número ainda é baixo, quando comparado ao dos países mais desenvolvidos, que varia de 68% nos EUA a mais de 80% em países como Alemanha, França e Canadá. Em 2008, 76% das pessoas no grupo de renda mais alta afirmaram ter consultado um médico, em comparação com 59% das pessoas no grupo de renda mais baixa, o que mostra a exis- tência de desigualdade socioeconômica no acesso à assistência médica. A desigualdade não existe, todavia, entre pessoas que autoclassificam seu estado de saúde como ruim, o que indica que indivíduos com transtornos de saúde graves conseguem buscar o cuidado e receber tratamento, inde- pendentemente de sua situação socioeconômica.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”. The Lancet [online], 09/05/2011. Adaptado.
Com base no texto, assinale a alternativa correta:
As informações demonstram que a desigualdade socioeconômica no acesso à assistência médica está presente mesmo nos casos de transtornos graves de saúde.
Os dados apresentados no texto indicam que o acesso aos serviços de saúde no Brasil melhorou de forma considerável após a criação do Sistema Único de Saúde.
Observa–se aumento de 174% no uso de serviços de saúde, com a cria- ção do SUS, superando países mais desenvolvidos, que apresentam taxas de 68% (EUA) e de 80% (Alemanha, França e Canadá).
Em 2008, 59% das pessoas de renda mais alta e 76% das pessoas de renda mais baixa afirmaram ter consultado um médico, o que mostra favorecimento aos usuários do SUS.
A desigualdade socioeconômica não existe no acesso à assistência médica, já que o SUS proporcionou um aumento de 174% no uso de serviços de saúde.
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GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
DICA DO AUTOR: Textos de linguagem denotativa (objetiva) e com da- dos estatísticos são mais acessíveis no que diz respeito à interpreta- ção de texto, pois são menos opinativos. Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, no final do texto, fica claro que “indivíduos com transtornos de saúde graves con- seguem buscar o cuidado e receber tratamento, independentemente de sua situação socioeconômica”.
Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, já no primeiro período do texto, coloca-se que “antes da criação do SUS, 8% da popu- lação” haviam usado serviço de saúde nos últimos 30 dias, enquanto em 2008 esse percentual sobe para 14,2%.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, segundo o texto, o percentual da população brasileira que consultou um médico, em 1998, é de 55%. O número aumentou, mas ainda é baixo, quando se compara ao dos países mais desenvolvidos, que varia de 68% (EUA) a 80% (Alemanha, França e Canadá).
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque os percen- tuais estão invertidos: 59% se referem às pessoas de renda mais baixa e 76% se referem às pessoas de renda mais alta. Além disso, o texto não relaciona esses percentuais ao SUS, e sim à questão socioeconômica.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto colo- ca a desigualdade socioeconômica como um fato que interfere na saúde e no acesso a ela.
6. (FUVEST – USP – 2020) O início da Bioética se deu no começo da década de 1970, com a publicação de duas obras muito importantes de um pesqui- sador e professor norte–americano da área de oncologia, Van Rensselaer Potter.
Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciên- cia, principalmente no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim, propôs um novo ramo do conhecimento que ajudasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações (positivas ou negativas) dos avanços da ciência so- bre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos). Ele
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EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 SANAR
sugeriu que se estabelecesse uma “ponte” entre duas culturas, a científica e a humanística, guiado pela seguinte frase: “Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável”.
Um dos conceitos que definem a Bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da inter- venção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racio- nalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações”. (Leone; Privitera; Cunha, 2001)
Junqueira CR. Bioética: conceito, fundamentação e princípios. Especialização em Saúde da Família. Unasus,
Universidade Federal de São Paulo. Pró-Reitoria de Extensão, 2010.
A proposição de Van Potter anunciada no texto tem como base:
A possibilidade de potencializar o desenvolvimento tecnológico. O monitoramento do uso de material biológico em pesquisas científicas. A discussão da relação entre o desenvolvimento científico e a vida. O controle do desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade. A proibição de procedimentos invasivos em pesquisas com seres
humanos.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
DICA DO AUTOR: Algumas questões cobram apenas a leitura atenta do texto e a coleta de informações contidas nele. Esta questão se tor- na fácil na medida em que propõe o seu entendimento do que foi dito/ escrito. Alternativa A: INCORRETA. Van Potter não defende a potencialização do desenvolvimento tecnológico, portanto não é a base do texto.
Alternativa B: INCORRETA. Não há, no texto, correlação entre “Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável” (proposição de Van Potter) e monitoramento do uso de material biológico em pesquisas científicas.
Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta e é autoexplicativa. Há uma conexão direta, no texto, entre a proposição “Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável” e a discussão da rela- ção entre desenvolvimento científico e a vida. Esta é a defesa de todo o texto.
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Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque o texto não traz a ideia de Van Potter atrelada a “controle”, e sim a ajudar as pes- soas a pensarem nas possíveis implicações dos avanços da ciência so- bre a vida.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa se constitui em uma extrapola- ção, haja vista não haver qualquer alusão ao termo “proibição”; propõe- -se uma reflexão.
7. (FUVEST – USP – 2020) De modo geral, quando se pensa em clínica, imagina–se um médico prescrevendo um remédio ou solicitando um exa- me para comprovar ou não a hipótese de o usuário ter uma determinada doença. No entanto, a clínica precisa ser muito mais do que isso, pois todos sabemos que as pessoas não se limitam às expressões das doenças de que são portadoras. Alguns problemas como a baixa adesão a tratamentos, os pacientes refratários (ou “poliqueixosos”) e a dependência dos usuários dos serviços de saúde, entre outros, evidenciam a complexidade dos sujeitos que utilizam serviços de saúde e os limites da prática clínica centrada na doença. É certo que o diagnóstico de uma doença sempre parte de um prin- cípio universalizante, generalizável para todos, ou seja, ele supõe alguma regularidade e produz uma igualdade que é apenas parcialmente verdadeira, por exemplo: um alcoolista é um alcoolista e um hipertenso é um hipertenso.
Brasil. Ministério da Saúde. “Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singular”. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. 2. Ed. Série B Textos Básicos de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2007.
Deduz–se corretamente do texto que a clínica deve:
Possuir diagnósticos e intervenções com base em informações gene- ralizáveis.
Centrar–se na saúde para o alcance do tratamento dos pacientes. Considerar a multiplicidade de características dos usuários para a
resolubilidade de seus casos. Observar os sujeitos tendo como referência as expressões das doenças
de que são portadores. Interferir na baixa adesão a tratamentos e na dependência dos pacien-
tes dos serviços de saúde.
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GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: Em algumas leituras, o candidato pode perder a ideia defendida no texto por conta de suas opiniões em relação ao tema tra- tado. Vale ficar ligado para diferenciar o que o texto defende e o que o leitor pensa a respeito do assunto. Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto coloca que a clínica precisa ser mais do que prescrever, solicitar exame ou com- provar hipótese. Afirma ainda que o diagnóstico de uma doença sempre parte de um princípio universalizante. Há, entretanto, a demonstração de que é preciso observar “os limites da prática clínica centrada na doença”.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto re- mete a um cuidado com o paciente em sua diversidade e complexidade.
Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta, pois o texto foca exatamente nesse aspecto: considerar a multiplicidade de característi- cas de que usa os serviços de saúde como facilitador da resolubilidade de casos.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto propõe a observação das características do usuário/paciente em suas vastas dimensões (não apenas as expressões das doenças) para, então, construir as hipóteses e os diagnósticos.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a baixa ade- são a tratamentos e a dependência dos pacientes dos serviços de saúde são colocados no texto para caracterização de alguns tipos de usuários. Não há, entretanto, a ideia de que a clínica deve interferir nisso. Associa- -se isso ao modo como o clínico pode/deve atuar.
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CONHECIMENTOS GERAIS
8. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Na organização do Sistema Único de Saúde (SUS), a Região de Saúde é um espaço geográfico contínuo, consti- tuído por grupos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais, com redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Para ser instituída, uma Região de Saúde deve conter, no mínimo, as seguintes ações e serviços:
Atenção primária; urgência e emergência; atenção ambulatorial es- pecializada; atenção hospitalar; vigilância epidemiológica; vigilância sa- nitária.
Atenção primária; atenção ambulatorial especializada; atenção hos- pitalar; programa de imunização; atenção psicossocial; unidade coro- nariana.
Atenção primária; vigilância em saúde; atenção psicossocial; atenção ambulatorial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar.
Urgência e emergência; atenção primária; vigilância em saúde; atenção psicossocial; sistema de informação em saúde; atenção hospitalar.
Prevenção e promoção da saúde; atenção primária; atenção ambula- torial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar; cen- tral de regulação de vagas.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
DICA DO AUTOR: Ver Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.
Alternativa A: INCORRETA. A região deve ter ações e serviços de vigilân- cia em saúde, que englobem: vigilância epidemiológica, ambiental, sani- tária e saúde do trabalhador.
Alternativa B: INCORRETA. O Programa de imunização é vinculado à aten- ção primária em saúde; assim como as unidades coronarianas estão re- lacionadas à atenção hospitalar.
Alternativa C: CORRETA. A alternativa apresenta os incisos I a V, do art. 5º, do decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.
Alternativa D: INCORRETA. Os sistemas de informação em saúde são
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instrumentos (da vigilância em saúde), que têm como objetivo o forne- cimento de informações para análise e melhor compreensão de impor- tantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de de- cisões nos níveis municipal, estadual e federal.
Alternativa E: INCORRETA. As ações de prevenção e promoção da saúde estão relacionadas à atenção primária, e central de regulação de vagas e objetiva gerenciar o acesso às áreas hospitalar e ambulatorial, de forma a ajudar a oferta às necessidades imediatas da população.
9. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Antônio tem um plano de saúde pri- vado, benefício fornecido pela empresa na qual trabalha. A caminho do trabalho, Antônio é atropelado, sofrendo um grave acidente. Ele é resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e atendido no pronto–socorro de um hospital público mais próximo. Esse atendimento é respaldado por qual princípio constitucional do Sistema Único de Saúde (SUS)?
Equidade. Integralidade. Reciprocidade. Universalidade. Ressarcimento.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
DICA DO AUTOR: Ver Lei 8.080/90.
Alternativa A: INCORRETA. A equidade é um princípio que visa a diminuir as desigualdades, considerando as necessidades do cidadão aplicáveis em cada caso, investindo onde há mais necessidade.
Alternativa B: INCORRETA. O princípio da integralidade, considera que as pessoas devem ser tratadas como um todo indivisível e como tal, devem ser atendidas em suas necessidades, de modo que esse princípio esteja relacionado a um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, para que seja assegu- rada a atuação em diferentes áreas e níveis de complexidade.
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EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 SANAR
Alternativa C: INCORRETA. Não se refere a um princípio do SUS.
Alternativa D: CORRETA. O acesso aos serviços de saúde é universal a todo cidadão em todos os níveis de assistência.
Alternativa E: INCORRETA. Não é princípio do SUS.
10. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Atualizada em 2017, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelece parâmetros mínimos de alcance, infraestrutura e funciona- mento dos serviços. Acerca da PNAB, é correto afirmar:
A Equipe de Saúde da Família é composta, no mínimo, por enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabili- dade social, recomenda–se a cobertura de 100% da população, com número máximo de 750 pessoas por agente comunitário de saúde.
As Unidades Básicas de Saúde devem funcionar com carga horária mínima de 30 horas semanais, no mínimo cinco dias da semana.
A população adscrita por equipe de Atenção Básica/Saúde da Famí- lia deve ser de 3.000 a 4.500 pessoas.
Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf– AB) são serviços com unidades físicas independentes e especiais, de livre acesso para atendimento individual ou coletivo.
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: Ver PNAB (2017).
Alternativa A: INCORRETA. A ESF deve ser composta, no mínimo, por médi- co, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunida- de, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; au- xiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitári o de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe, o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.
Alternativa B: CORRETA. O número de ACS, por equipe, deverá ser defini- do de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemio- lógicos e socioeconômicos, de acordo com definição local.
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Alternativa C: INCORRETA. Há a obrigatoriedade de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde mem- bros da ESF .
Alternativa D: INCORRETA. A população adscrita por equipe de Atenção Bá- sica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) deve ser de 2.000 a 3.500 pessoas.
Alternativa E: INCORRETA. Os Nasf-AB configuram-se como equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada com os demais servi- ços da rede. Essa atuação integrada permite realizar discussões de ca- sos clínicos; o atendimento compartilhado entre profissionais, tanto na Unidade de Saúde quanto nas visitas domiciliares e possibilita a cons- trução conjunta de projetos terapêuticos de forma a ampliar e qualificar as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. Essas ações de saúde também podem ser intersetoriais, com foco prioritário nas ações de prevenção e promoção da saúde. 
11. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Bioética (“ética da vida”) é um cam- po do conhecimento que aborda as possíveis implicações, positivas ou negativas, dos avanços da ciência, assim como trata dos limites e das finalidades da intervenção do homem sobre a vida. Qual das alternativas a seguir NÃO apresenta um fundamento ou um princípio da Bioética?
Beneficência. Justiça. Confidencialidade. Autonomia. Respeito pela pessoa humana.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
Alternativa A: CORRETA. O Princípio da Beneficência é o que estabelece que o bem deve sempre ser realizado.
Alternativa B: INCORRETA. O princípio da justiça requer o agir com equi- dade, isto é, com o reconhecimento das diferenças, das necessidades e do direito de cada um. Normalmente, esse princípio é interpretado, por meio da visão da justiça distributiva para o nivelamento das diferenças.
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Alternativa C: CORRETA. A confidencialidade é um ramo da Bioética. É um dos pilares fundamentais para a sustentação de uma relação profis- sional de saúde-paciente/cliente produtiva e de confiança. A garantia da preservação do segredo das informações, além de uma obrigação legal contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética profissional é um dever profissional e também das instituições.
Alternativa D: INCORRETA. O princípio da autonomia refere-se ao respei- to à vontade do paciente. Segundo esse princípio, ao paciente deve ser dado o poder de tomar as decisões relacionadas ao seu tratamento.
Alternativa E: INCORRETA. O Princípio do Respeito à Pessoa é composto por algumas características, tais como a privacidade, a veracidade e a autonomia.
12. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Sobre o financiamento do sistema de saúde brasileiro, é correto afirmar:
Dentre os principais itens que compõem os gastos em saúde, a maior des- pesa pública federal com saúde refere-se à assistência farmacêutica.
Do total de gastos do sistema de saúde brasileiro, a soma de gastos púbi- cos, considerando as três esferas do Sistema Único de Saúde – SUS (mu- nicípios, Estados e União), é menor que a soma de gastos privados (gastos com planos de saúde, compra de medicamentos e desembolso direto).
O financiamento do SUS melhorou, significativamente, a partir de 1997, quando foi criado um tributo especificamente para financiar a saúde (a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira – CPMF), com destinação total para a expansão dos serviços públicos de saúde.
Os indivíduos e famílias são os maiores financiadores do mercado de planos e seguros de saúde privados no Brasil.
Por lei, para a Saúde, os municípios devem disponibilizar, obrigatoria- mente, 12% de suas receitas (arrecadação de impostos), os Estados devem aplicar, no mínimo, 15% de suas receitas, e a União deve destinar, no mínimo, 10% de sua Receita Corrente Bruta.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
Alternativa A: INCORRETA. O principal gasto do governo com saúde ainda é com a assistência ambulatorial e hospitalar.
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Alternativa B: CORRETA. O Brasil, apesar de ter por mandato constitucio- nal um sistema público de saúde de acesso universal, apresenta o gasto privado em saúde superior ao gasto público.
Alternativa C: INCORRETA. A CMPF foi criada pela Lei nº 9.311/1996, com vigência entre 1997 e 2007, quando sua prorrogação foi vetada pelo Congresso Nacional. Inicialmente, destinava-se integralmente à Saúde, mas, posteriormente foi compartilhada com a Previdência e com outros programas sociais.
Alternativa D: INCORRETA. Além dos indivíduos e famílias, empresas também financiam o mercado de planos e seguros de saúde. Mas, são os incentivos financeiros do Estado que mais chamam a atenção neste contexto.
Alternativa E: INCORRETA. De acordo com a Lei complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, municípios e Distrito Federal devem aplicar anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações e serviços públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da União, o montante aplicado deve corresponder ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, acrescido do percentual relativo à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano antecedente ao da lei orçamentária anual. 
13. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No Brasil, as mudanças nas taxas de mortalidade e morbidade estão relacionadas, entre outros fatores, a transições demográficas, epidemiológicas e nutricionais. Quais são, atualmente, as principais causas de morte no Brasil, considerando taxas nacionais de mortalidade?
Doenças do aparelho circulatório, câncer e causas externas. Câncer, doenças do aparelho circulatório e doenças infecciosas. Doenças do aparelho circulatório, doenças infecciosas e homicídios. Diabetes, hipertensão e câncer. Doenças crônicas não transmissíveis, homicídios e Alzheimer e outras de-
mências.
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Alternativa A: CORRETA. No Brasil, as principais causas de morte, já são as doenças não transmissíveis, com destaque para as doenças do apa- relho cardiovascular, os diversos tipos de câncer e as causas externas, entre as quais, as mais significativas são a violência e os acidentes de trânsito.
Alternativa B: INCORRETA. Embora as doenças infecciosas sejam ainda importantes, há no Brasil, um crescimento significativo e preocupante em relação às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
Alternativa C: INCORRETA. Apesar das altas taxas de mortalidade pelas doenças citadas, não se pode esquecer da mortalidade por causas ex- ternas, que apresentam um número impressionante.
Alternativa D: INCORRETA. O Brasil é considerado um país de renda mé- dia alta, e apenas os países de baixa renda ainda têm um percentual maior de mortes por doenças infecciosas.
Alternativa E: INCORRETA. Apesar do crescente aumento dos casos de Alzheimer e outras demências no Brasil, estes ainda não configuram as principais causas de morte no país, mas chamam a atenção pelo impacto que causam ao sistema de saúde.
14. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Atenção Primária em Saúde (APS) pressupõe:
1) o acompanhamento e a continuidade da relação de cuidado, com cons- trução de vínculo entre profissionais e usuários ao longo do tempo, de modo permanente e consistente;
2) o acompanhamento e a organização do fluxo dos usuários, entre os diversos serviços, estruturas e pontos da rede de saúde, de forma contínua e integrada.
Assinale as diretrizes/atributos da APS correspondentes às descrições nos itens 1 e 2, respectivamente:
Horizontalidade (1) e Territorialização (2). Resolutividade (1) e Ordenação da Rede (2). Equidade (1) e Descentralização (2).
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Longitudinalidade (1) e Coordenação do Cuidado (2). Continuidade (1) e Integralidade (2).
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
Alternativa A: INCORRETA. Horizontalidade consiste na articulação ou fusão de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou especia- lidade, é utilizada para otimizar a escala de atividades, ampliar a cober- tura e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde, por meio de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em re- lação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações da uni- dade).O processo de territorialização significa organizar os serviços de acordo com o território, ou seja, conhecer o território e a partir das suas necessidades organizar os serviços.  Envolve a compreensão sobre os papéis das configurações territoriais na produção de vulnerabilidades sociais que prejudicam ou potencializam a saúde e as condições de vida sociais e individuais.
Alternativa B: INCORRETA. Resolutividade é a capacidade de dar uma so- lução aos problemas do usuário do serviço de saúde de forma adequada, no local mais próximo de sua residência ou encaminhando-o aonde suas necessidades possam ser atendidas conforme o nível de complexida- de. Em relação à ordenação das Redes de Atenção à Saúde pela APS, pressupõe-se que o planejamento do uso dos recursos financeiros, da necessidade de formação profissional e das ações e serviços que con- formam as RAS seja programado, estruturado, disposto, organizado, estabelecido, portanto, ordenado, a partir das necessidades de saúde da população.
Alternativa C: INCORRETA. Por Equidade, entende-se o princípio da jus- tiça social, que busca diminuir desigualdades. Por Descentralização entende-se que, a partir do conceito constitucional do comando único, cada esfera do governo é autônoma e soberana em suas decisões e ati- vidades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. Nesse sentido, a autoridade sanitária do SUS é exercida nos 3 níveis de governo: na União, pelo ministro da saúde; nos estados, pelos secretá- rios estaduais de saúde; e, nos municípios, pelos secretários municipais de saúde.
Alternativa D: CORRETA. A longitudinalidade trata do acompanhamento do paciente ao longo do tempo por profissionais da equipe de APS, e é
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considerada característica central desse nível assistencial.  A coorde- nação do cuidado significa estabelecer conexões de modo a alcançar o objetivo maior de prover/atender às necessidades e preferências dos usuários na oferta de cuidados em saúde, com elevado valor, qualidade e continuidade. 
Alternativa E: INCORRETA. O termo continuidade é, muitas vezes, utiliza- do com significado semelhante ao de longitudinalidade. Já por Integra- lidade têm-se a garantia do fornecimento de um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços (preventivos, curativos e coletivos), exigi- dos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência.
15. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No início do século XX, a Saúde Pú- blica no Brasil foi marcada pelo combate a doenças e epidemias, com campanhas coercitivas que geravam descontentamento da população. Isso levou à Revolta da Vacina, em 1904, episódio de resistência a uma campanha de vacinação obrigatória liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, então Diretor Geral de Saúde Pública. Essa campanha contestada era destinada a combater qual doença da época?
Peste bubônica. Sarampo. Varíola. Rubéola. Febre amarela.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
Alternativa A: INCORRETA. A peste bubônica se deu no século XIV, e dizi- mou um terço da população europeia.
Alternativa B: INCORRETA. A vacina contra o sarampo foi introduzida no Brasil na década de 1960.
Alternativa C: CORRETA. A Revolta da vacina, foi uma rebelião popular, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, em novembro de 1904. A população contestava contra a vacina antivaríola.
Alternativa D: INCORRETA. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) foi implantada gradativamente no Brasil entre os anos de 1992
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até o ano 2000.
Alternativa E: INCORRETA. A vacina da febre amarela é produzida  no Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio- -Manguinhos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
16. (FUVEST – USP – 2020) A obesidade é uma doença metabólica crô- nica e multifatorial na qual, além dos fatores nutricionais, os aspectos genéticos, metabólicos, psicossociais, culturais, entre outros, atuam em sua origem e manutenção. A respeito da obesidade, é correto afirmar que:
apesar de o Índice de Massa Corpórea (IMC) ser clinicamente limita- do para o diagnóstico da obesidade, em geral, para adultos aceita-se que o peso de menor risco relacionado à obesidade corresponde a um IMC entre 18,5 e 25 kg/m², e até 27 kg/m² para indivíduos com mais de 60 anos.
as medidas das pregas cutâneas (PC) são úteis para determinar os depósitos de gordura subcutânea. As PC devem ser usadas para de- finir o valor total de gordura corporal ou classificar a obesidade entre obesos mórbidos.
a distribuição regional de gordura com maior concentração visceral, na obesidade identificada como periférica, ginoide ou ginecoide, é a condição em que se verifica maior risco cardiovascular e metabólico.
a abordagem cognitiva comportamental para o paciente com obesi- dade se propõe a definir estratégias para auxiliar no controle de peso e prevenção de recidivas; essa abordagem tem se mostrado como a menos eficiente no tratamento da obesidade.
o objetivo racional da intervenção dietética é reduzir a gordura cor- poral para um nível tal que seja acompanhado de melhora no estado de saúde ou de redução de riscos de complicações associados à obe- sidade. Recomenda-se inicialmente redução de 15 a 30% de peso ini- cial, que resulta em melhora metabólica significativa.
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: Uma das medidas mais utilizadas na prática clínica para classificação do estado nutricional é o índice de massa corporal (IMC) ou índice de Quetelet, o qual consiste em peso (kg) dividido pela estatura (m²), porém apresenta limitações já que não discrimina teci- do adiposo e muscular, portanto deve ser utilizado em conjunto com outros parâmetros antropométricos a fim de realizar um diagnóstico nutricional mais preciso.
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Alternativa A: CORRETA.  Os parâmetros indicados pelo Ministério da Saúde para avaliar o estado nutricional de pessoas com idade entre 20 a 59 anos são o Índice de Massa Corporal (IMC) e o perímetro da cintura ou circunferência da cintura. O resultado do cálculo do IMC deve ser ana- lisado de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saú- de (OMS): Baixo peso (< 18,5); Peso adequado (≥ 18,5 e < 25); Sobrepeso (≥ 25 e < 30) e Obesidade (≥ 30). Para a população idosa com idade igual ou superior a 60 anos, além do IMC, é fundamental avaliar o perímetro ou circunferência da panturrilha, pois esse perímetro é mais sensível para avaliar a massa muscular. A classificação da OMS para o IMC difere da população adulta, pois leva em consideração as mudanças na com- posição corporal que ocorrem com o envelhecimento: Baixo peso (≤ 22); Peso adequado (> 22 e < 27) e Sobrepeso (≥ 27). Alternativa B: INCORRETA. A avaliação do percentual de gordura por do- bras cutâneas é uma técnica duplamente indireta de avaliação da com- posição corporal que pode ser afetada pela habilidade do avaliador, o tipo de adipômetro, a compressão do tecido adiposo e a hidratação do paciente. Porém apesar de ser amplamente utilizada para a avaliação da composição corporal, essa técnica não é aconselhável para aferir o grau de adiposidade em obesos, devido à limitação máxima de abertura do adipômetro e em razão da gordura subcutânea não ser facilmente sepa- rada do músculo. Isso compromete a exatidão da medida e subestima o total de gordura corporal. Alternativa C: INCORRETA. A alternativa descreve perfeitamente a distri- buição de gordura conhecida como obesidade androide, que se asseme- lha à figura de uma maçã, associada a maiores riscos de complicações metabólicas. Alternativa D: INCORRETA. A terapia cognitivo-comportamental tem apresentado resultados positivos na perda e manutenção de peso nos tratamentos para obesidade, já que a maioria apresenta dificuldades para prevenir o reganho de peso e manter as mudanças comportamen- tais. Alternativa E: INCORRETA. Segundo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso -2018) a obesidade é uma doença crônica que tende a recorrer após a perda de peso e o su- cesso em longo prazo depende de constante vigilância na adequação do nível de atividade física e de controle da ingestão de alimento, além de outros fatores, como apoio social, familiar e automonitorização. As metas de perda de peso devem ser realistas, porém significativas. Uma meta inicial de perda de 5% a 10% do peso inicial em 6 meses é factível.
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17. (FUVEST – USP – 2020) As necessidades energéticas de um indivíduo podem ser medidas ou estimadas por fórmulas. Assinale a alternativa correta:
Para a medida do gasto energético por calorimetria direta, o indivíduo permanece confinado por 24 horas em uma câmara metabólica.
A calorimetria indireta apresenta boa acurácia para a medida de gasto energético (5 a 10% de erro).
A calorimetria direta também apresenta boa acurácia para a medida de gasto energético (2 a 5% de erro).
A calorimetria direta e a indireta têm custos similares. Na prática clínica, recomenda - se o uso da calorimetria direta sempre
que disponível.
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: Os métodos mais eficazes utilizados para a medida do gasto energético são a calorimetria direta e indireta. O gasto ener- gético ainda pode ser estimado através de fórmulas preditivas
Alternativa A: CORRETA. A calorimetria direta requer uma câmara alta- mente sofisticada, que permite a medida do calor sensível liberado pelo organismo, além do vapor de água liberado pela respiração e pela pele . Para a avaliação do gasto energético diário  (GED), o avaliado deve perma- necer em uma câmara metabólica por período igual ou superior a 24 horas. Alternativa B: INCORRETA. A calorimetria indireta tem boa acurácia: 2 a 5% de erro. Alternativa C: INCORRETA. A calorimetria direta tem maior acurácia: 1 a 2% de erro. Alternativa D: INCORRETA. A calorimetria indireta tem um custo menor do que a calorimetria direta, sendo assim mais utilizada Alternativa E: INCORRETA. A calorimetria direta, apesar de ser o método com maior acurácia, tem elevado custo, não é acessível e requer profis- sionais bem treinados, o que faz que este método fique basicamente restrito ao meio acadêmico. A calorimetria indireta é o método calori- métrico mais utilizado, tanto em pesquisas quanto na prática clínica, de- vido a sua praticidade e menor custo.
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18. (FUVEST – USP – 2020) O diabete melito é considerado uma doença crônica não transmissível que ocorre quando o pâncreas não produz insu- lina suficiente ou quando há resistência à ação desse hormônio, quadro denominado resistência à insulina, que é o hormônio que regula as taxas de glicose no sangue. Quanto ao manejo nutricional no paciente com diabete melito, é correto afirmar que:
o plano alimentar do indivíduo com diabete melito deve seguir um modelo generalizado, uma vez que as recomendações nutricionais são semelhantes às da população em geral.
dietas cetogênicas ou jejum intermitente são aconselháveis, podendo repercutir benefícios à saúde dos indivíduos com diabete.
a Associação Americana de Diabete não recomenda dietas como a do Mediterrâneo para indivíduos com diabetes devido à escassez de resultados positivos.
o carboidrato é o principal nutriente que eleva as concentrações de glicose; recomenda?se a ingestão diária de 45 a 60% do valor ener- gético total de carboidratos.
aconselha-se o consumo de 60 a 100 g de fibras, sendo a recomendação mínima de 28 g de fibra para cada 1000 kcal.
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: Diabetes Melitos é uma síndrome metabólica crônica de origem múltipla que pode ser causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina (hormônio que regula a glicose no sangue). É ca- racterizada por altas taxas de glicemia de modo permanente.
Alternativa A: INCORRETA. De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017-2018) a abordagem nutricional não deve ser apenas prescritiva, mas deve apresentar caráter subjetivo, de olhar comportamental, colocando o indivíduo no centro do cuidado de modo a adaptar as recomendações às preferências pessoais, em uma decisão conjunta e dialógica. Alternativa B: INCORRETA. A questão vai de encontro ao recomendável para população diabética, pois o excesso de proteínas pode ser prejudi- cial e o jejum intermitente, onde o indivíduo permanece mais tempo para se alimentar também pode trazer prejuízos, principalmente se o pacien- te faz uso de insulina.
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Alternativa C: INCORRETA. Ao contrário do que determina a questão, a Associação Americana de Diabetes indica a dieta mediterrânea por ser rica em ácidos graxos monoinsaturados como alternativa de substitui- ção das dietas ricas em carboidratos. Alternativa D: CORRETA. A alternativa indica a porcentagem adequada de carboidratos totais para indivíduos com Diabetes, segundo as Dire- trizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. É importante destacar que a sacarose e alimentos contendo sacarose não são proibidos para indiví- duos com diabetes, uma vez que não aumentam a glicemia mais do que outros carboidratos, quando ingeridos em quantidades equivalentes. Desse modo, a sacarose pode ser inserida no contexto de uma alimen- tação saudável desde que que seja realizada em substituição a outras fontes de carboidratos e compensada com doses adicionais de insulina. Alternativa E: INCORRETA. Devido aos efeitos benéficos do consumo de fibras as associações canadense e americana de diabetes recomendam o aumento do consumo de fibras para os indivíduos com diabetes para cerca de 30 a 50 gramas por dia e a recomendação mínima de acordo com as calorias é de 14 gramas para cada 1.000 kcal.
19. (FUVEST – USP – 2020) A hipertensão arterial é definida como uma entidade multigênica, de etiologia múltipla, de fisiopatogenia multifatorial, caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140/90 mmHg. O plano alimentar Dash (Dietary Approaches to Stop Hypertension) recomenda de 7 a 8 porções/dia de cereais e grãos; 4 a 5 porções/dia de hortaliças; 4 a 5 porções de frutas/dia; 2 a 3 porções/dia de laticínios sem ou com pouca gordura; 2 porções /dia ou menos de carnes; 4 a 5 porções/ semana de oleaginosas e leguminosas; 2 a 3 porções/dia de gorduras e óleos e 5 porções de doces/semana. A recomendação da ingestão diária de sódio é de:
5 g. 10 g. 4 g. 2 g. 1 g.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
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DICA DO AUTOR: A dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hyperten- sion) se baseia em um padrão rico em frutas, hortaliças, fibras, minerais e laticínios com baixos teores de gordura, sendo considerada um padrão alimentar saudável, preconizada para o controle da hipertensão arterial. 
RESOLUÇÃO: A recomendação diária de sal, de acordo com a dieta DASH, é de 5g, o que corresponde a 2g de sódio.
RESPOSTA:
20. (FUVEST – USP – 2019) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira. Analise as afirmações sobre a PNAN.
I. A atenção nutricional compreende os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção, diag- nóstico e tratamento de agravos, devendo estar associados às demais ações de atenção à saúde. II. A atenção nutricional deve fazer parte do cuidado integral na Rede de Atenção à Saúde (RAS), tendo a atenção terciária como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede. III. O processo de organização de cuidados relativos à alimentação e nu- trição na RAS deverá ser iniciado pelo diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população adscrita aos serviços e equipes de Atenção Básica.
Está correto apenas o que se afirma em:
I. II. III. I e II. I e III.
Alternativa A: INCORRETA. Segundo, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) – 1.ed, 1.reimp, Ministério da Saúde – 2013 – pag.68 e 69 – Apresenta o termo; Atenção Nutricional – Compreende os cuida-
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dos relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos, que devem estar associados às demais ações de atenção à saúde do SUS, para in- divíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados. Alternativa B: INCORRETA. Diante a PNAN, pág. 26 – A atenção nutricio- nal deve fazer parte do cuidado integral na Rede de Atenção à Saúde (RAS), tendo a Atenção Básica como coordenadora do cuidado e orde- nadora da rede. Alternativa C: INCORRETA. Conforme a PNAN (2013), pág. 27 - O processo de organização de cuidados relativos à alimentação e nutrição na RAS deverá ser iniciado pelo diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população adscrita aos serviços e equipes de Atenção Básica. A vi- gilância alimentar e nutricional possibilitará a constante avaliação e or- ganização da atenção nutricional no SUS, identificando prioridades de acordo com o perfil alimentar e nutricional da população assistida. Alternativa D: INCORRETA. O ítem I encontra-se correto - Tendo em vista a PNAN (2013) - Atenção Nutricional – Compreende os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, pre- venção, diagnóstico e tratamento de agravos, que devem estar associa- dos às demais ações de atenção à saúde do SUS, para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados. No entanto, o ítem II está incorreto – Segundo a PNAN (2013) - A atenção nutricional deve fazer parte do cui- dado integral na Rede de Atenção à Saúde (RAS), tendo a Atenção Básica como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede. Alternativa E: CORRETA. A PNAN (2013), aborda - Atenção Nutricional – Compreende os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos, que devem estar associados às demais ações de atenção à saú- de do SUS, para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuida- dos. O ítem III também encontra-se correto. A PNAN (2013), apresenta - O processo de organização de cuidados relativos à alimentação e nu- trição na RAS deverá ser iniciado pelo diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população adscrita aos serviços e equipes de Atenção Básica. A vigilância alimentar e nutricional possibilitará a constante avaliação e organização da atenção nutricional no SUS, identificando prioridades de acordo com o perfil alimentar e nutricional da população assistida.
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21. (FUVEST – USP – 2020) Os primeiros anos de vida de uma criança, especialmente os dois primeiros, são caracterizados por crescimento ace- lerado e enormes aquisições no processo de desenvolvimento, incluindo habilidades para receber, mastigar e digerir outros alimentos além do leite materno, e no autocontrole do processo de ingestão de alimentos, para atingir o padrão alimentar cultural do adulto. O aleitamento materno, que deve ser a primeira prática alimentar dos indivíduos, é necessário para a garantia da saúde e do desenvolvimento adequado das crianças. O Brasil adota as recomendações internacionais, aconselhando o aleitamento materno exclusivo:
até o sexto mês e continuado até o primeiro ano de vida. até o quarto mês e continuado até o segundo ano de vida. até o sexto mês e continuado até o segundo ano de vida ou mais. até o quarto mês e continuado até o primeiro ano de vida. até o sexto mês e continuado até o terceiro ano de vida.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
Alternativa A: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen- dado até o sexto mês e continuado por 2 anos ou mais. Alternativa B: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen- dado até o sexto mês de vida e não até o quarto mês, devendo ser conti- nuado por dois anos ou mais. Alternativa C: CORRETA. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Mi- nistério da Saúde do Brasil, recomendam aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Até os 6 meses de idade, recomenda-se o aleitamento materno exclusivo, ou seja, até essa idade, a criança deve tomar apenas leite materno e não deve ser ofertado nenhum outro alimento complementar ou bebida. A partir dos 6 meses de idade, é recomendado o aleitamento materno complemen- tar como a introdução de frutas, verduras e outros alimentos com manu- tenção do aleitamento materno. Alternativa D: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen- dado até o sexto mês de vida e não até o quarto mês, devendo ser conti- nuado por dois anos ou mais. A recomendação do aleitamento materno não se limita até o primeiro ano de vida. Alternativa E: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen- dado até o sexto mês de vida, porém não existe uma limitação de reco- mendação até o terceiro ano de vida.
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22. (FUVEST – USP – 2020) A vigilância alimentar e nutricional (VAN) é fundamental para a organização da linha de cuidado às pessoas com sobrepeso e obesidade. A VAN possibilita a estratificação de risco por meio do índice de massa corpórea (IMC), que deve ser analisado com ou- tros aspectos, como a presença ou ausência de comorbidades, para que os profissionais de saúde possam definir ações e estratégias de cuidado. Assim, um indivíduo do sexo masculino, 45 anos, peso igual a 97 kg, altura igual a 173 cm, com IMC igual a 32,4 kg/m2, é classificado com:
sobrepeso. pré–obesidade. obesidade classe I. obesidade classe II. obesidade classe III.
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
DICA DO AUTOR: O índice de massa corporal (IMC) é uma medida reco- mendada internacionalmente para avaliação do estado nutricional de adolescentes, adultos e idosos e permite estimar a massa corporal e o ris- co progressivo de desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissí- veis associadas ao sobrepeso e à obesidade. O IMC é calculado dividindo o peso em quilogramas pela altura ao quadrado em metros (kg/m2).  De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice de massa corpórea (IMC) em adultos deve ser analisado de acordo com a seguinte classificação: Baixo peso (< 18,5 kg/m2); Peso adequado (≥ 18,5 e < 25 kg/ m2); Sobrepeso (≥ 25 e < 30 kg/m2); Obesidade grau I (≥ 30 e < 35kg/m2); Obesidade grau II (≥ 35 e < 40kg/m2) e obesidade grau III ((≥ 40kg/m2). Alternativa A: INCORRETA. O IMC de que indica sobrepeso é: ≥ 25 e < 30 kg/m2. Alternativa B: INCORRETA. A classificação de pré-obesidade correspon- de ao sobrepeso e o IMC indicativo de sobrepeso é: ≥ 25 e < 30 kg/m2. Alternativa C: CORRETA. Como o paciente em questão apresenta IMC de 32,4kg/m2, o mesmo apresenta obesidade grau I (≥ 30 e < 35kg/m2). Alternativa D: INCORRETA. O IMC de que indica obesidade grau II é≥ 35 e < 40kg/m2. Logo, o paciente não apresenta obesidade grau II.
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Alternativa E: INCORRETA. O IMC de que indica obesidade grau III é ≥ 40kg/ m2). Logo, o paciente em questão não apresenta obesidade grau III.
23. (FUVEST – USP – 2020) A avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional na Atenção Básica consiste na aferição de peso e da altura e no cálculo da semana gestacional, o que permite a classificação do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. Com base no IMC pré–gestacional, é possível conhecer o estado nutricional atual e acompanhar o ganho de peso até o final da gestação. Assinale a alterna- tiva correta sobre a recomendação de ganho de peso durante a gestação:
Gestantes de baixo peso deverão ganhar entre 11,5 e 16 kg durante toda a gestação.
Gestantes com IMC adequado devem ganhar, até o fim da gestação, 18 kg durante toda a gestação.
Gestantes com sobrepeso devem ganhar entre 7 e 11,5 kg, e as obesas devem apresentar ganho entre 5 e 9,0 kg.
Gestantes de baixo peso deverão ganhar 20 kg durante toda a gestação. Gestantes com sobrepeso deverão ganhar, aproximadamente, 15 kg,
e as obesas devem apresentar ganho em torno de 10 kg.
GRAU DE DIFICULDADE : INTERMEDIÁRIO
Alternativa A: INCORRETA. O recomendado para o ganho de peso total para a gestante com baixo peso é de 12,5 e 18,0 kg. Alternativa B: INCORRETA. As gestantes com peso adequado deverão ganhar durante toda a gestação 11,5 e 16,0 kg. Alternativa C: CORRETA. As gestantes com sobrepeso e obesidade deve- rão ter um ganho de peso inferior as gestantes com peso adequado para evitar possíveis complicações no parto, com isso, deverão ser progra- mado um ganho de peso total para gestantes com sobrepeso entre 7,0 e 11,5 kg e para gestantes obesas entre 5 a 9,0 kg. Alternativa D: INCORRETA. As gestantes com baixo peso deverão ganhar até 18,0 kg durante toda gestação. Alternativa E: INCORRETA. Gestantes com sobrepeso deverão ganhar até 11,5 kg total e as obesas um ganho total de até 9,0 kg.
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24. (FUVEST – USP – 2020) Uma nova metodologia de gestão de trabalho interprofissional em saúde, adotada em alguns programas do Ministério da Saúde, é o apoio matricial. Analise as três afirmações em relação ao apoio matricial:
I. O apoio matricial em saúde objetiva assegurar retaguarda especializada a equipes e profissionais encarregados da atenção a problemas de saúde. II. O apoio matricial pretende assegurar maior eficiência e eficácia ao trabalho em saúde, mas também investir na construção de autonomia dos usuários. III. O apoio matricial em conjunto com a equipe de referência objetiva ampliar as possibilidades de se realizar clínica ampliada e integração dialógica entre distintas especialidades.
Está correto o que se afirma em:
I, apenas. II, apenas. III, apenas. I e II apenas. I, II e III.
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO
DICA DO AUTOR: O conceito de apoio matricial (AM) e equipe de refe- rência (ER) vem se desenvolvendo desde o final da década de 1980. Es- ses arranjos organizacionais surgiram como forma de superar a raciona- lidade gerencial tradicionalmente verticalizada, compartimentalizada e produtora de processo de trabalho fragmentado e alienante para o trabalhador, produzindo novas formas de abordagem para a gestão da clínica. Tais arranjos favorecem a criação de um modelo de atendimento mais singularizado, potencializando o trabalho interdisciplinar e o siste- ma de referenciamento.
RESOLUÇÃO: As afirmações do I, II e III estão corretas. O apoio matri- cial em saúde objetiva assegurar retaguarda especializada a equipes e profissionais encarregados da atenção a problemas de saúde. Trata-se de uma metodologia de trabalho complementar àquela prevista em sis- temas hierarquizados, a saber: mecanismos de referência e contrarrefe- rência, protocolos e centros de regulação. Depende da construção com-
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partilhada de diretrizes clínicas e sanitárias entre os componentes de uma equipe de referência e os especialistas que oferecem apoio matri- cial. Essa metodologia objetiva assegurar maior eficácia e eficiência ao trabalho em saúde e investir na construção de autonomia dos usuários. Sua utilização como instrumento concreto e cotidiano pressupõe cer- to grau de reforma ou de transformação do modo como se organizam e funcionam serviços e sistemas de saúde.  O apoio matricial e equipe de referência são, ao mesmo tempo, arranjos organizacionais e uma metodologia para a gestão do trabalho em saúde, objetivando ampliar as possibilidades de realizar-se clínica ampliada e integração dialógica entre distintas especialidades e profissões.
RESPOSTA:
25. (FUVEST – USP – 2020) A principal manifestação clínica da doença arterial coronariana é o infarto agudo do miocárdio (IAM), caracterizado clinicamente por dor precordial retroesternal em aperto, pressão ou quei- mação de forte intensidade. A dor pode ser acompanhada por sudorese, dispneia, palpitação, náuseas ou vômitos e sensação de desfalecimento. Alguns dos fatores de risco para IAM são:
história familiar; idade maior que 50 anos para os homens e maior que 60 anos para mulheres; sexo masculino.
história familiar; idade maior que 60 anos para os homens e maior que 50 anos para mulheres; sexo masculino.
história familiar; idade maior que 45 anos para os homens e maior que 55 anos para mulheres; sexo masculino.
história familiar; idade maior que 55 anos para os homens e maior que 45 anos para mulheres; sexo masculino.
história familiar; idade maior que 45 anos para os homens e maior que 55 anos para mulheres; sexo feminino.
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