4. O Livro das Campainhas.pdf

498
JOSÉ AUGUSTO P. DE SOTTO MAYOR PIZARRO OS PATRONOS DO MOSTEIRO DE GRUO (Evolução e Estrutura da Família Nobre — Séculos XI a XIV) PORTO 19 8 7

Transcript of 4. O Livro das Campainhas.pdf

JOSAUGUSTOP.DESOTTOMAYORPI ZARRO OSPATRONOSDOMOSTEI RODEGRUO (EvoluoeEstruturadaFamliaNobre SculosXIaXIV) P OR T O 1 987 Il suffit en effet de sedemanderpourquoi et comment viennentauxpuissantstousces neveux, petits-neveux et arrire-neveux pour apercevoir que si les plus grandsontaussi les plus grandes familles tandis que les pa rents pauvres sontaussiles pluspauvres en parents, (...). Pierre Bourdieu, Lesstratgiesmatrimonia-les dans le systme de reprodution. in Anna les E.S.C., 27e anne, 1972, pp. 1109. 4 1. INTRODUO 0 sculo XI foi palco de uma profunda alterao, vivida pelo grupo familiar que dominava a regio portucalense. A pou co e pouco, e devido a vrias circunstncias, afamliacon-dal foi cedendo terreno a outras famlias que lhe foi conquis tando as posies e poderes estabelecidos havia quase dois s culos. A morte do conde de Portucale, na batalhade Pedroso, no foi mais do que o desfecho violento de umalentaagonia. Vinte e dois anos depois, em 1093, um talSoeiroFromarigues faz uma larga doao ao mosteiro de S. Salvador de Grij. Aparentemente desconexas, aquelas duasrefernciastm muito a ver entre si. que o mencionado doador,faziaparte de uma daquelas famlias acima referidas e que tinham ocupado o lugar deixado vago pela desaparecida famlia condal. Soeiro Fromarigues, atravsdeumaconstantepoltica de aquisio de terras, tinha constitudo um patrimnio cons.i dervel a sul do rio Douro. No seria, por certo, to podero-so como os infanes da Maia ou de Riba Douro, mas era-o suf_i cientemente para lhes travar a expanso para a sua zona. Ele foi tambm o fundador da famlia que estudada nes te trabalho. Desde o seu incio intimamente ligada ao mostei-ro de Grij, atravs dos direitos de padroado, quecomoire-mos ver tambm so fruto dastransformaesvividasnoseio 5 da Igreja ao longo do mesmo sculo XI, ela vai surgir no scu lo XIV representada porumlargonmerodenaturais, todos eles descendentes de Soeiro Fromarigues. 0 longo caminho percorrido entre este e aqueles, levou--nos a abordar variadas questes, a utilizar vrias metodolo-gias e a recorrer a diversos apoiostericos.Detodos eles daremos conta no ponto seguinte. A primeira dificuldade que se nos colocou foi a inexis-tncia de qualquer trabalho anterior que nos servisse de orien taco e de termo comparativo. Fomos, porisso, muitasvezes como que apalpando um terreno desconhecido, e em que a intui-o e a imaginao no so de todo de pr de parte. Qualquer investigao tem muito a ver com oseu autor. No podemos, assim, deixar de confessar o grande gosto que te mos pelo estudo da nobreza. , de facto, um tema que nos apai^ xona h muitos anos, e foi com grande empenho que metemos om-bros ao trabalho. No ser por isso de espantarqueneleseinclua todo um ponto dedicado genealogia da famlia patronal. A litera-tura genealgica medieval hoje em dia das fontes mais cota das para o estudo da sociedade, sobretudo nobre, e os traba-lhos nacionais e estrangeiros que a ela se dedicam tm-se mui tiplicado (1). 6 Contudo entre ns com fontes genealgicas medievais ex-cepcionalmente ricas, o seu estudo e aproveitamento tornam-se quase obrigatrios. Tent^mo-lo, na medida do possvel, e po-demos verificar a grande qualidade do LivrodeLinhagensdo Conde D. Pedro. 0 trabalho ressente-se, por certo, da nossa pouca expe-rincia. Achar-se-, mesmo, a temtica e o mbito cronolgico demasiado ambiciosos, sobretudo para quem se lana pelapri-meira vez num trabalho de certo flego. Temos, porm, a espe-rana de que, sendo o primeiro que aborda, com a profundidade possvel, este tipo de fontes e temtica, possa ser visto com benevolncia e compreenso. Mas tambm temos conscincia de que pusemosnelemuita dedicao e entusiasmo e de que as pginas que seseguemso apenas o incio deumainvestigaomaisprofundaquepre-tendemos levar a cabo ao longo da nossa carreira. Que elas faam sentir, pelo menos, aos que aslerem, o mesmo amor pela Idade Mdia que nos levou a dedicar-lhesal-guns anos de trabalho. A elaborao das pginas que se seguem, no seria poss_ vel sem o concurso da amizade e dedicao de algumas pessoas. 7 Comearei por referir o Sr. Professor DoutorJos Matto so, que dedicadamente acompanhou a sua realizao. Quer pelas crticas ou incentivos quer pela atenocomquesemprenos ouviu, os nossos agradecimentossero poucosparaatestarmos a nossa gratido. A minha vida de investigadorficarsempre marcada pela sua orientao e amizade. Que direi dos meuscolegas?Sinceramenteno encontro as palavras que exprimam a minha enorme gratido. Mais ainda, porque sei que foi a grande amizade que nosuneatodosque motivou as suas colaboraes. E issonosepodeagradecer. S retribuir. A todos devemos, porm,umapalavradeagradecimento. Ao Professor Doutor Lus Ado da Fonseca que nos facilitou as tarefas docentes relativas cadeira em que somosseuAssis-tente e que sempre nos dispensou a maioratenoeauxlio. Ao Professor Doutor Humberto Baquero Moreno, que muito se em-penhou para que consegussemos uma bolsa do I.N.I.C.,para le varmos a cabo uma pesquisa bibliogrficaem Espanha.AoPro-fessor Doutor Jos Marques que foi incansvel emsugestese boas crticas e que muito nosserviram.AoProfessorDoutor Carvalho Homem que, pacientemente, leu algumas partes do tex-to dando-nos sempre o seu conselho amigo. Os mais novos, a arraia-miuda, como carinhosamentenos apelidamos, tm um lugar especial. Ao Lus Amaral, que nos pro porcionou a lista dos naturais de Grijqueestnabasede 8 todo o trabalho; ao Lus Miguel Duarte, cuja amizade e bom hu mor tem sido imprescindveis na nossa carreira; ao Mrio Bar-roca, que desde a primeira hora acompanhou a evoluo do tra-balho, dando-nos sugestes valiosas; Teresa Soeiro, que mui to nos auxiliou ao ultimar a composio das rvores genealgi_ cas; finalmente, ao Henrique David,cujadedicadaamizadee camaradagemseria impossvel descrever ou agradecer nestas bre ves linhas. Para os Senhores Domingos, Carlos, Loureiro e Joo, das Oficinas Grficas da Faculdade de Letras, vai tambmonosso reconhecimento pela dedicao com que efectuaram a reproduo do trabalho. Menina Ana Maria Bastos que pacientemente o dac tilografou o nosso muito obrigado. Finalmente, minhaFamlia..Noposso,infelizmente, agradecer o muito que meu Pai contribuiu para aminhaforma-o e aumento do meu gostopelaHistria.Paraa minhaMe que tanto me tem auxiliado e para a minha Irm quesempreme incentivou vai toda a minha gratido. 0 Amor da minha Mulher e o auxlio que me prestou, fize ram com que a fase da redaco, topenosa,setornassenum momento de estreita unio. Seria o bastante para o meu eterno reconhec imento. 9 N O T A S 1 . (1)Jose MATTOSO, Os livros de linhagens portugueses e a literatura ge-nealgica europeia da Idade Media, in "A Nobreza Medieval Portugue-sa - a famlia e o poder", pp. 35-53; IDEM, As fontes do Nobili-rio do Conde D.Pedro, in "A Nobreza(...)", pp. 55-98; Georges DUBY, Observacionessobre la literatura genealgica en Francia en los siglos XI y XII, in "Hombres y estructuras de laEdad Media" , pp. 184-197; IDEM, Lignage, noblesse et chevalerie au Xlle. sicle dans la rgion mconnaise. Une rvision, in "Annales E.S.C.", 27e. anne,1972,pp.803-823;LeopoldGENICOT,LesGnalogies, Brepols,1975(Fasc.15de"Typologiedes Sourcesdu Moyen ge Occidental"). 10 2. METODOLOGIAEFONTES Depois de apresentadas as linhasgeraisdotrabalhoe as suas intenes, tentaremos dar umaideia da metodologia se guida ao longo da investigao e ainda fazer algumas conside-raes sobre a fonte que serviu de arranque para todo o traba lho. Antes, porm, gostaramos de comentar asuaestrutura. Quem consultar o ndice poder ficar com a ideia de que o au-tor, talvez desorientado, se perdeu em viagens de ida e volta entre o sculo XI e o sculo XIV. Tal no aconteceu,edesde j devemos dizer que de facto o salto quenoscustoudare, talvez, nem sempre conseguido, foi o que nos levou deste nos-so apressado sculo XX para a calma e misteriosaIdade Mdia. Vejamos, ento, o porqu do nosso percurso. Em primeirolugar, inicimos otrabalhonosculoXIV ao contactar com a lista dos naturais de Grij includa no Li vro das Campainhas(1365) (1). Cumpria-nos,assim,conhecer esse grupo, no s em relao aosindivduos,mastambmas suas famlias e os direitos quelhes conferiam a naturalida-de. Impunha-se em seguidateranooexactadatotalidade da famlia, desde o seu incio at quelegrupode1365.S nos restava um caminho: reconstituirafamlia,partindoda sua origem(sculo XI) at chegar de novo quele momento. 11 Depois de termos uma noo aproximada da famlia patro-nal e de sabermos como setinhaconstitudo,entendemosque era chegado o momento de conhecer as vrias estruturasquea compunham. Regressamos de novo ao sculo XI, paracompreender mos as circunstnciasdas suas origens e, depois de termos for mulado um questionrio base, encetamos o caminhoderegresso que nos foi dando as caractersticasda sua evoluo. Compreende-se, tambm, que o prprio desenrolardo tra balho foi eliminando algumas das questes previamenteformula das e colocando outras o que nos obrigou, por vezes,arecuar novamente. Esses ritmos, aparentemente desconexos, so, no en tanto, compreensveispor toaos os que se dedicam investiga o histrica. Explicada, assim, a estrutura, vejamos qual a metodolo-gia seguida em cada uma das partes que, verdadeiramente, com-pem o trabalho. Iniciamos o ponto 3 com as identificaesdosnaturais de 1365. Para esse efeito, elaboramosumafichadetrabalho em que fomos recolhendo elementossobre: 1 - a filiao de ca da indivduo, construindo deimediato a sua rvoredecosta-dos at aos quatro avs, bem como os dorespectivoconsorte; 12 2 - as indicaes que nos permitiam estabeleceroparentesco com os outros naturais; 3 - a categoria hierrquica porque ca da um era identificado no Livro das Campainhas; 4 - a citao dessa fonte que lhe dizia respeito; 5 - outras referncias do cumentais e bibliogrficase vriostipos de observaes(car gos, ttulos, etc. ) . Constituindo, assim, um primeiro ficheiro,iniciamosa recolha dos elementos que nos permitiram elaborar pequenas no tcias sobre as famlias representadas por aquelesindivduos (2).Interessou-nos, sobretudo, dar a conhecer a sua implanta o regional e osdadosqueascaracterizassemnocontexto mais vasto da nobreza de trezentos, dando ainda, em alguns ca sos, refernciasindividuais que pudessem completaressaca-racterizao( 3) . Para completar aquele ponto, procedemos a umlevantamen to, to exaustivo quanto possvel,dasfontesrelativasaos direitos de padroado, bem como da bibliografiaexistenteso-bre a matria. Procuramos, acima detudo,fazerumasntese do que j tinha sido escrito anteriormente, bem como uma ten-tativa de sistematizar a principallegislao que se lhe refe ria(A). Tentamos ainda recolher omaiornmeropossvelde listas idnticas deGrij,assimcomodasrefernciass violnciasdos naturais de outros mosteiros. Finalmente, colocamos uma sriedequestesaosdados obtidos, em ordematentarcompreenderoesquemaevolutivo 13 desses direitos e o sistema da sua transmisso. As poucas, e inseguras, respostas obtidas, reflectem a necessidade de compa rar o exemplo estudado com o de outros mosteiros, e se poss-vel para pocas anteriores, de maneira a poder avanar hipte ses mais seguras. 0 ponto 4 levantava partida uma questo: reconstituir apenas as linhas que ligassem os naturais de 1365aoinicia-dor da famliapatronal, ouelaborara genealogiacompleta desta ltima? Optando pela segunda alternativa, nodeixamos de estremecer perante o trabalho que nos aguardava. Comeamos a empresa por construir a rvore genealgi-ca da famlia. Para o efeito,recorremosessencialmenteaos nobilirios medievais (5) e, quandoestesterminavamalguma linha antes dos meados do sculo XIV, aos Brases daSalade Sintra, de Anselmo Braamcamp Freire e, em ltimo caso, ao No-bilirio das Famlias de Portugal de Felgueiras Gayo. Cedo, e compulsivamente, nos apercebemos de algumas di-ficuldades tcnicas. 0 nmero de indivduos iaaumentandode tal forma de gerao em gerao, que nos vimos obrigados a di_ vidir a rvore principal. 0 critrio seguido para essas rami-ficaes foi o de abrir novas rvores que comeassem nos indi_ vduos que estavam na origem de algumas linhagens (rvores II e VII). Mesmo assim, a frondosidade de algumasdelasleva-ram-nos a novas parties (rvores III e VIII) (6). 14 Construdo o esqueletodafamlia,restava-nosdar--lhe corpo. Procuramos ento fazer o levantamento de todas as referncias documentais quepermitissemelaborarasbiogra-fias, to completas quanto possvel, dos indivduos que compu nham a famlia patronal. Servimo-nos fundamentalmente de doeu mentaoimpressa(7), no deixando, contudo, de recorrer aos arquivos (8). Assim, ao ficheiroinicial, acrescentaram-se per to de 3.000 referncias documentais que, mesmo no tendo sido todas utilizadas, no foram suficientes para dar vida a bas_ tantes indivduos. Este trabalho no , evidentemente, o primeiro, e tere-mos que render aqui homenagem aos que, entre ns,forampio-neiros, referidoque foi j A. Braamcamp Freire: A. de Almei_ da FernandeseJos Mattoso.Assuasobrasforam-nosmuito teis(9), sobretudo as daquele ltimo autor, quer nos elemen tos que nos colocam disposio quer pelasmetodologiasex-postas. Oxal que este trabalho no desmerea, pelo menos, em utilidade (10). Como seria de esperar, as referncias documentais reco-lhidas permitiram tambm corrigir ou acrescentar as referidas arvores genealgicas, para alm de terem confirmado a seguran a do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro. Resta-nos falar da metodologiaseguida no ponto 5, a que acrescentaremostambm os principais apoios tericos. Comece-mos por estes. 15 No podemos esconder queoautorquemaisnosserviu nos apoios tericos foi Jos Mattoso. De facto, qualquer tra-balho que se debruce sobre a nobreza medieval portuguesa ter que, obrigatoriamente, passar pelo apoio da suaobra.Foram--nos particularmente teis, para este ponto, osseusartigos sobre a estrutura da famlia medieval(11), muitoembora os seus outros trabalhos nos tenham tambm fornecido vrias ideias (12). Alguns autores estrangeiros serviram-nos, sobretudo, pa ra algumas questes ligadas ao parentesco,concretamentean-troplogos. Teremosquedestacarpsnomesde Lvy-Strauss, Bourdieu e Fox (este ltimo foi-nos particularmente importan-te na parte da terminologia e conceitos, j que a sua lingua-gem simples, clara e no sobrecarrega o leitor com execessi^ vos exemplosfundamental,portanto,para quemse inicia nas leituras antropolgicas). Jack Goody e Anita Guerreau-Jala bert foram-nos bastante teis, j que os seus trabalhos procu ram aplicar os conceitosantropolgicosarealidades medie-vais. Metodologicamente, o ponto 5 foi caracterizado pria sua prpria estrutura, ou seja, procuramossobretudoanalisara evoluo da famlia patronaldesdeasorigensat1365. Ao longo desse perodo escolhemosquatroaspectosquepoderiam servir para a definir com uma certa segurana: a sucesso, as alianas, o patrimnio e o relacionamento com o exterior. 16 Estes quatro aspectos abordam,noentanto,outrosmas que, dificilmente, poderiam ser tratados em separado, em par-te porque os elementos recolhidos no eram paraisso suficien tes . Ligados ao ponto 5 encontram-se alguns quadros e grfi-cos(Vd. ApndiceIII e IV). Nosquadros,procurou-sereco-lher o nmero de homens e mulheres da famlia patronal e ain-da o nmero de transmisses, por via masculina e feminina, da famlia, ou seja, aquelesmatrimniosquetiveramsucesso. Esses elementos foram distribudospor geraes.Essasgera-es correspondem s das rvores genealgicas, tomando-se aqui gerao no seu sentido mais vasto, o que se tornava obrigat-rio, atendendo impossibilidadedeagruparoselementosda famlia patronal pelo ano do seu nascimento. A cada rvore corresponde umquadro,tendoaindasido feitos quadros que reunissem os elementos das rvores que dis_ sessem respeito mesmalinhagem(rvoresII-III, IV-V e VII--VIII). 0 quadro XIII apresenta os totais, sobre os quais fo-ram elaborados os grficos. Tentamos, ainda, estabelecerlimitescronolgicospara as vrias geraes. evidente que se levantaramvriospro-blemas, j que a longevidade e os elementos para cada indiv-duo eram desiguais. Demos a cada gerao um perodo de 50 anos, comeando em 1074(primeira referncia a Soeiro Fromarigues). Os espaos seguintes foram-se cruzando(duas geraes,eat 17 trs, so momentaneamente contemporneas). Como sever, fo-mos obrigados, por vezes, a fazer reajustamentos de25anos, mas no nos parece que esse facto tenha alterado significati-vamente os resultados. No podemos deixar de referir,quenotinhamos qual-quer trabalho idntico que nos podesse servir de termo de com parao. Assim, os resultados obtidossomaisqueprovis-rios. Aqui ficam, no entanto, paraquefuturostrabalhos os possam vir a criticar. A lista dos naturais do mosteiro de S. Salvador de Gri-j est inserta no Livro das Campainhas, cdice da segunda me tade do sculo XIV (1365) e que h bem pouco tempo foi publi-cado (13). No a sua leitura, paleograficamente correcta, que queremos comentar, mas algumas das suas caractersticas inter-nas . Primeiramente, o nmero dos naturais. De facto, e todos os autores que conheceram a lista se lhe referem, o total de naturais indicado no seu final de 208 (14). Mas,sesomar-mos os totais parciais de cada categoria (28 ricos-homens, 106 infanes e 77 cavaleiros-escudeiros), essetotalindica-nos o nmero 211. Alertados por esta anomalia, resolvemos verifi-18 car todos os naturais, um a um, e conclumos que o seu nmero era, de facto, de 215. Pouco importa, realmente, j que a re-fernciaIrmaaos e sobrinhos de Fernam Paaez (15), deita por terra qualquer tentativa aritmtica. 0 aviso, porm, aqui fica. Outro aspecto que tentamos descortinar foi o mtodo se-guido para a sua elaborao. Como se recolheram aquelas cente nas de nomes e como eram conhecidas as suas relaes de paren tesco? E as categorias? possvel que a resposta se encontre no facto de exis-tir uma lista anterior, hoje perdida (16), a que os monges de Grij, com a ajudadosrepresentantesdosnaturais,tenham acrescentado as geraes mais recentes. , no entanto, uma hi_ ptese. No deixa, porm, deserinteressanteoexercciode pr em paralelo o texto do Livro das Campainhas comas rvo-res genealgicas. 0 grupo dos ricos-homens surge, na sua qua-se totalidade, nas rvores IV e V, ou seja, naquelas que con-templam a descendncia da Ribeirinha. 0 grupo dos infanes surge depois, quase que reduzido s rvores III, VII eVIII. A descrio dos Vasconcelos e Ribeiros naturais, quase nos d a sensao de que o escrivo seguia com os olhos as nossas al-vores. Finalmente, os cavaleiros-escudeirosidentificados, sur gem nas rvores II, VI e IX. curioso, ainda, verificarque Joo Loureno Buval, que encerraogrupodosinfanes, era 19 de uma famlia de cavaleiros-escudeiros e que, provavelmente, fora pelo matrimnio que ascendera a um grupo superior. Foi, no entanto, colocado no fim. Os monges tambm com-preendiam a importncia das hierarquias. As principais indicaes aqui ficam. Voltamos a repetir o desejo de que as linhas queseseguempossamser teis a quem as 1er. 20 N O T A S 2 . (1)No ser demais referir a generosa cedncia dessa lista por parte do nosso Amigo e Colega Dr. Luis Carlos Amaral. (2)Seguimos nestecaso, se bemque em moldesdiferentes, o exemplo proposto por Jos MATTOSO em Identificao de um pais(), vol. I, pp. 136189. (3)Aproveitamos ainda a ocasio para referir todos os elementos recolhidos para os indivduos que no conseguimos entroncar nafamlia patronal e que podem, dessa forma, servir a outrosinvestigadores, nos parapoderemumdiaser teisparaa suaidentificao, como para outros trabalhos. (A)Devemos aqui chamar a ateno para o importante contributo de Jorge ALARCO, A Propriedade Rural do Mosteiro de Gri.j, que nos simplificou em boa parte essa sistematizao. (5)No podemos deixar de agradecer, como investigadores, ao Prof. Jose Mattoso, pelas suas edies crticas dos Livros de Linhagens.Sem elas este captulo, e mesmo o trabalho, dificilmente se realizaria. (6)AsrvoresIV e V, noiniciampropriamenteporum "fundador de linhagem". A descendncia da "Ribeirinha" era, no entanto, bastante numerosa e tornavase difcil reunir numa so arvore os descendentes das suas duas alianas, e muito menos mantela na rvore I. A IX, comea, de facto, com o progenitor dos Avelares mas, como veremos, nao foi possvel entroncalo em nenhum dos ramos seguros da famlia patronal. (7)Nopodemosdeixardelamentarainexistnciade umregisto da documentaojapublicada.Esseimensotrabalho, quesosera possvelatravsdoesforoconjuntodosinvestigadores universitrios,poupariaimensascanseirasa todososcolegas e evitariaaconsequentereleiturae,porvezes,republicaaode "inditos". (8)Uma lista das fontes manuscritas sera dada no fim do trabalho. 21 (9)Para A. de Almeida FERNANDES e Jos MATTOSO, ver respectivamente, as notas 6 e 5 do ponto 4. (10)Noqueremosdeixardereferiralguns trabalhosda bibliografia estrangeira que tambm nos foram teis: Emlio SEZ, vd. nota 4 do ponto 4; Constance B. BOUCHARD, The structure of a twelfth-century frenchfamily: the Lordsof Seignelay, in "Viator - Medieval and Renaissance Studies", vol. X, 1979, pp. 39-56; Michel BUR, L'image dela parente chez les ComtesdeChampagne, in "Annales E.S.C.", 38e. anne, n25, 1983 (Set. Oct.), pp. 1016-1039; Leopold GENICOT, Le destin d'une famille noble du Namurois. Les Noville aux Xlle. et XlIIe. sicles, in "La noblesse dans l'Occident mdival"; IDEM, De la "noblesse" au "lignage". Lecas des Boneffe, in "La noblesse (...)";IDEM,Unlignagechevaleresqueauxdernierssiclesdu moyen ge. Les Juppleau, in "La noblesse (...)"; IDEM, Une grande famillequiauraitpu l'tre davantage, in "La noblesse(...)"; BernardGUENE, Les gnalogies entre l'histoire et la politique: la fiert d'treCaptien, en France, au Moyen ge, in "Annales E.S.C.", 33e. anne, n 3,1978(Mai-Juin), pp. 450-477; Ariette HIGOUNET-NADAL, Familles patriciennes de Prigeux la fin du moyen ge, Paris, C.N.R.S., 1983. (11)Publicados em "A Nobreza Medieval Portuguesa - a famlia e o poder" e em "Portugal Medieval. Novas interpretaes". (12)Sobretudoas suassnteses: Ricos-Homens, Infanese Cavaleiros (...)e Identificao de um pais (...). (13)Vd. nota 5 do ponto 3. (14)L. 68 (15)L. 67 (16)No se encontra, pelo menos, no Arquivo Distrital do Porto, onde se conserva o Livro das Campainhas. 22 3. OS NATURAIS DE GRIJ EM 1365 3.1. IDENTIFICAO 3.2. AS FAMLIAS 3.3. OS DIREITOS 3. OS NATURAIS DE GRUO EM 1365 Na segunda metade do sculo XIV, o mosteiro de S. Salva dor de Grij, debatendo-secomproblemaseconmicostentou, atravs de uma nova poltica administrativa, sair dessa situa o. Uma das medidas por que passava essa nova poltica dizia respeito aos herdeiros ou naturais que, quer peloseunmero quer pelas suas violnciase abusos, oneravam em muito as des pesas anuais do mosteiro. 0caso, porm, de Grij no nico(1), e so conheci-dos outros exemplos de mosteiros que, sobrecarregados pelas des_ pesas com os naturais, tentaram, no os podendo eliminar, con seguir dos monarcas medidas que regulassem os direitos e deve res das duas partes e mesmo, em alguns casos, reduzi-los em n mero(2). Alis, a documentaosobreestamatriadeveser abundante nos cartrios dos mosteiros e, no nosso entender, de ver ser estudada atentamente porque nospareceextremamente rica(3). Os monarcas portugueses, sobretudo a partir de Afon so III, no deixaram de se preocupar com asituao,promul-23 gando disposies que controlassem as relaes entre as fam-lias patronais e os mosteiroseque,sobretudo,combatessem a violncia e abusos senhoriais (A). 0 mosteiro de Grij tambm apelou para o monarca,con-cluindo-se o processo em 1365 com o estabelecimento do seu n mero e com a troca dos pagamentos das naturas feitos em gne-ros para numerrio e segundo um escalo correspondente hie-rarquia nobilirquica dos mesmos. De um dos passos dessa aco, ficou guardada uma acta de reunio capitular, realizadaa 29 de Junho daquele ano, e que teve por finalidade inquirir dos bens e das despesasordin-rias do mosteiro e das suas possibilidades face aonmerode naturais. Essa acta conhecida por Livro das Campainhas(5) e nela vem os nomes dos nobresricos-homens, infanes, ca valeiros e escudeiros, que em 1365 foramconsiderados mem-bros da famlia patronal e como tal credoresdedeterminadas regalias e direitos. Quem eram ento esses homens e mulheres, a que famlias pertenciam e quais eram os seus direitos? 3.1. Identificao Como ficou dito no captulo segundo, o Livro das Campa^. nhs comporta a lista dos 215 naturais do mosteiro, divididos pelas categorias acima referidas. 24 Esta lista era do conhecimento de D. Antnio Caetano de Sousa, que transcreveu a parte relativa aos ricos-homens (6), e de Felgueiras Gayo que dela se serviu em vriosttulosdo seu Nobilirio (7), sem que tenha sidoalvo,algumavez, de qualquer estudo especfico. Alis, no temosconhecimentode ter sido publicada alguma lista deste gnero, muito embora ha ja a possibilidade de se virem a encontrar e a estudardocu-mentos similares relativos a outros mosteiros (8). No tendo, assim, nenhum estudo anterior que nospossa servir como orientao metodolgica, entendemos que omelhor processo de apresentar as identificaes ser odeseguir a ordem do prprio texto do documento, at porque, comotambm referimos, nele se pressente uma certa inteno e fiocondu-tor que no ser legtimo alterar. Como seria de calcular as dificuldades na identificao dos naturais foram aumentando conforme se descia na sua esca-la hierrquica, tornando-se mesmo insuperveis em muitosca-sos referentes a cavaleiros e escudeiros. A maneira como mui-tos deles vem referidos, apenas com o nome e patronmico,e sem apelido, torna alguns desses problemas dificilmente supe-rveis. De qualquer forma, julgamos ter identificado correta-mente a totalidade dos ricos-homens, 97 dos106infanese mais de metade dos cavaleiros e escudeiros, embora, em alguns destes nomes, deva confessar tambm uma certa margem de inse-gurana, dentro dos limites que adiantesedefinirocaso a 25 caso. 0 Livro das Campainhas parece-nos, de facto, umafonte bastante rigorosa, atendendo aos fins que tinha em vistae sua cronologia. As suas informaes permitem-nos, pois, resol^ ver numerosas deficincias dos nobiliros ou mesmo de algumas fontes cronsticas. Os passos metodolgicosseguidosparaaidentificao dos naturais ficaram j expostos no captulo anterior. Resta--nos acrescentar que, nas rvores de costados, adianteapre-sentadas se sublinharam os elementos do ramo atravs dos quais se transmite o direito patronal. Estes son os naturaaes fi.dalgos que ora o moesteiro de Igriioo ha que ora son vyvos.Primeiramenteri-cos homeens. 0 conde Don Johanne Affonsso natural seguramente o 42 Conde de Barcelos (9) que mais tarde se tornou 12 Conde de Ourm (10), D. JOO AFONSO TELO (11): D.JOOA F O N S O Ti': LO I). AFONSO TELES KAPOSI) D.BERENGR] A LOUKF.NOni: V A L A D A R E S D. (.ONA LOANESR A P O S O D. URRACAF E R N A N D E SDELIMA D . L O U R E N OS O A R E SDEV A L A D A R E S D. SANCHANUNESDEC H A C 1 M 26 D. Guimar Lopes Pacheco (12), sua mulher, muito embora tambm pertencesse famlia patronal e ainda fosse viva (13), no re cebe comedoria. e trs filhos seus Trata-se de D. AFONSO TELO DE MENESES (14), que vira ser o 52 Conde de Barcelos em vida de seu paiefalecido an-tes dele (15), de D. JOO AFONSO TELO (16), futuro 19 Conde de Viana do Alentejo (17) e de D. LEONOR DE MENSES (18). D. Telo, tambm referido no Nobilirio do Conde D. Pedro (LL57T5). no consta desta lista. D.AFONSO D.JOO D.LEONOR D. JOOAFONSO TF 1,0 D.GUIOMAR LOI'F SPACHECO D. AFONSOTELESRAPOSO D.BFRFNGK1ALOURENODEVALADARES D.LOPOFERNANDESPACHECO D.MARIARODRIGUESDEV1LAL0B0S Item Dona Maria Tellez que he cassada com lvaro Diaz de Soussa comedura enteira ella. 0 prprio texto do Livro das Campainhas facilita a iden 27 tificao desta rica-dona, a infeliz irm de DonaLeonorTe-les.DONA MARIA TELES DE MENESES (19) recebe a comedoriain-teira, mas nota-se a inteno de a demarcar de seu marido, l varo Dias (20), que tambm tinha direito a ela, at porque seus irmos Lopo e Branca se encontram a receb-lacomoricos-ho-mens nesta mesma lista. Se ainda era vivo nesta altura(21), s se pode compreender esta excluso pelo facto deseencon-trar exilado em Castela por questes com o rei D. Pedro de Por tugal. De facto a interferncia do monarca na escolha dos na-turais verifica-se em outros passos da dita lista, como vere-mos adiante (22). Pode ter havido, neste caso, umaconfisca-o dos bens e direitos, incluindo o do padroado de Grij. D.MARIA TELESDEMENESES LVARODIASDE SOUSA MARTIMAFONSO TE LO D.AFONSOTELESRAPOSO ALDONCAANES DEVASCONCELOS D.BERF.NGAKIALOURENODEVALADARES JOOMENDESDEVASCONCELOS ALUARAAFONSOALCOFORADO Item dous filhos da dieta Maria Tellez que hy ha seus e do dicto lvaro Diaz S de um sabemos o nome e foi D. Antnio Caetano de Sou 28 sa que chamou a ateno para o facto de ter mais am irmo (ou irm) por conhecer esta lista de naturais (23). Trata-se de D. LOPO DIAS DE SOUSA que foi Mestre da Ordem de Cristo (24). U.LOPO LVARODIAS UESOUSA DIOGOAFONSODESOUSA I). MAR IA TELESUEMENESES VIOLANTELOPESPACHECO MARTINAFONSOTELO ALDONAANESDEVASCONCELOS Item Johanne Affonsso o Moo comedura enteira seguramente D. JOO AFONSO TELO (25), futuro 62 Conde de Barcelos (26), irmo de Dona Maria Teles e de Dona Leonor, a seguir, e sobrinho do 42 Conde do mesmo nome. MARTI MAFONSO TF. LO D.JOOAFONSOv TELO ALDONAANES UEVASCONCELOS U.AFONSOTELESRAPOSO D.HEKENGARI A LOURENODEVALADARES JOOMENDESDEVASCONCELOS ALDARAAFONSOALCOFORADO 29 e Dona Liionor sa hirmaa que he cassada com Joham Loureno de Cunha. DONA LEONOR TELES DE MENESEScasadacomJooLoureno da Cunha, por demais conhecida para que seja necessrio fa-zer referncia sua identificao. Os costados so idnticos aos de seu irmo Joo Afonso acima referidos; sobre seu mari-do falaremos mais adiante. Item Dom Fernando de Crasto. Item Dona Johana sa hirmaa So os dois filhos legtimosdeD. PedroFernandes de Castro, o da Guerra, D. FERNANDO RODRIGUES DE CASTRO (27) e D. JOANA DE CASTRO (28), efmera rainha de Castela, meios-irmos de Dona Ins de Castro. D.FERNANDO D.JOANA D.PEDROFERNANDES DE CASTRO,o daGuerra D. ISABELPIRES PONO D.FEKNAORODRIGUESDECASTRO D.VIOLANTESANCHES(DECASTELA) D.PEKOFERNANDESPONO(DAS ASTRIAS) D.SANCHAC I LDECI I AC1M 30 Item Dom lvaro Pirez de Crasto per fora per carta d'El Rey Futuro Conde de Arraiolos e 19 CondestveldePortugal (29), D. LVARO PIRES DE CASTRO (30) era meio-irmo dos ante-riores por ser filho natural de D. Pedro FernandesdeCastro e de Aldona Loureno de Valadares. Como filho bastardo,no tinha direito s regalias dos naturais, mas o ser irmo de D. Ins de Castro sempre lhe trouxe privilgios e regalias. Este pode-se considerar um dos muitos que D. Pedro lhe concedeu. D.FERNORODRIGUESDE CASTRO D. VH1LANTESANCHES(DE CASTELA) D.LOURENOSOARESDE VALADARES D.SANCHANUNESDE CHACIM Item Dom Martinho filho que foy de Dom Johanne Affonsso d'Alboquerque DOM MARTINHO DE ALBUQUERQUE (31) foi o 79 senhor de Al-buquerque e 119 senhor de Meneses, mas faleceu em vida de sua D.LVARO PIRES DECASTRO D .PEDROFERNANDES DECASTRO, o(IC uc rrLI ALDONALOURENO DEVALADARES 31 me, pouco depois desta lista ter sido elaborada. 0seu pai, falecido em 1354, o conhecidoD. Joo Afonso"do Atade", provavelmente assassinado por ordem de Pedro I de Castela (32). Por morte de D. Martinho as casas de Albuquerque e Meneses fo ram tomadas para a coroa castelhana. D.MARTINHO DE ALBUQUERQUE D.JOO AFONSO DE ALBUQUERQUE D.ISABELTELES DE MOLINA AFONSO SANCHES(DE PORTUGAL) TERESAMARTINS DE ALBUQUERQUE TELO AFONSO DE MOLINA MARIAAFONSO(DE PORTUGAL) e Vaasco Martinz de Soussa per graa d'El Rey VASCO MARTINS DE SOUSA (33) foi o Chanceler-mordorei D. Pedro I (34) e um dos seus mais fiisservidores. Anselmo Braancamp Freire no lhe d descendncia varonil (35), maso Livro das Campainhas atribui-lhe formalmente dois filhos, co-mo se v abaixo. Pelo facto de ser filho natural, tambm o mo narca o agraciou com a comedoria em Grij. 32 VASCOMARTINS DESOUSA MARTINAFONSO CI I I CI I OKRO MARTI NAF ONS OCI I 1CI I ORRO D. AL DONAANES DISI S RI T E I ROS D , I N E SLOURENODEVALADARES D.J OORODRI GUE SDEB R 1 T E 1 R O S I ) . GUI OMARG I LDES OVEROS A Item ha dous filhos e huum ha nome Martim Affonsoea filha ha nome Dona Beatriz Felgueiras Gayo refere que MARTIM AFONSO morreumenino (36).Mas tendo os pais casado em finais de 1341 (37), e sen-do a lista de Grij de 1365, podemos concluir que teria vo_l ta de vinte anos nesta ltima data. DONA BEATRIZtercasado com Afonso Gomes da Silva (38). MARTIMAFONSO D.13EATRIZ VASCOMARTINS DF.SOUSA MARTI MAF ONS OCI I I CHORRQ INESDIAS MANUEL D.ALDONAANESDEBRITEIROS D.SANCHOMANUEL 33 Item Dona Margarida de Soussa. Item Dona Beatriz sua filha que cassou com Anrrique Manuel A identificao desta rica-dona e de sua filha foidas que mais dificuldades levantou, j que aafirmaodoLivro das Campainhas vai contra o que sobre ela referidopordi-versos autores. Vejamos em pormenor todo o processo, umavez que da sua identificao dependem outras queseiroseguir mais adiante. Procurando nos Livros deLinhagensencontramos uma MARGARIDA (GONALVES) DE SOUSA (ou de BRITEIROS) (39) ca-sada com Rui Vasques Ribeiro. Poderia aceitar-se. Mas o Livro das Campainhas refere mais adiante: "Item Dona Maria de Soussa cassada com Roy Vaasquez e ham dous filhos" (AO). No temos d vidas que se trata de duas irms referidas no Livro de Linha-gens do Conde D. Pedro (41), uma, Maria, casada com Martim Lou reno da Cunha e a outra, Margarida, com Rui Vasques Ribeiro, cujos nomes foram trocados ou por uma ou por outra fonte. Se-guiram o Conde D. Pedro, Felgueiras Gayo (42) e Anselmo Braan camp Freire, este ltimo porm, acrescentando mais elementos, mas que nem por isso lhe do mais autoridade (43). Para aumen tar a nossa confuso, o Livro das Campainhas acrescenta entre uma e outra citao: "Item trs filhos que ficaramdeMartim Loureno de Couinha" (44). Porqu separar as referncias a Do na Margarida (ou Maria) de seu marido Martim Loureno e atri-buir-lhe em cada uma delas, vrios filhos?Umarespostaque nos parece aceitvel ser, como refere FelgueirasGayo(45), 34 dar dois casamentos a Dona Margarida: um comMartimLoureno da Cunha (talvez j falecido em 1365) de que ficaram trs fi-lhos, sendo um deles o atrs referido Joo Loureno da Cunha, marido de Dona Leonor Teles; e um outro, com Martim Afonso de Sousa, seu primo direito e irmo de Vasco Martins de Sousa (46), atrs identificado, e de cuja unio nasceu DONA BEATRIZ DE SOU SA (47), casada com HENRIQUE MANUEL (48), futuro Conde de Seia (49). Sobre este ltimo casal, pensamos que o Livro dasCam-painhas vem esclarecer definitivamenteaascendnciada mu-lher do 12 Conde de Seia, muito diferente da que normalmen-te dada pelos genealogistas (50). Assim se explica o tratamen to de "cunhada" que, segundo Ferno'Lopes, era dado por D. Leo nor Teles mulher do Conde de Seia (51). De facto ela seria, assim, meia-irm de Joo Loureno da Cunha. Dequalquer for-ma, parece-nos que desta vez o erro da troca cabe inteiramen-te ao Livro das Campainhas, j que'em documento publicado por Ayres de S (52), em que apontada a ascendncia de Joo Lou reno da Cunha, o nome dado a sua me Maria e noMargari-da. Assim teremos: Maria casada com Martim LourenodaCunha e Margarida casada com Rui Vasques Ribeiro. D.( MARIA) UE SOUSA i' MARTIMAFONSO DESOUSA MARTIMLOURENO DA CUNHA U.GONALOANES DEDRITEIROS D.MARiAAFONSO C1I1CIIORRO D.JOORODRIGUESDEBRITEIROS D.GUIOMARGILDESOVEROSA MARTIMAFONSOCH1CH0RR0 D.INESLOURENODEVALADARES 35 D .BEATRIZ HENRIQUEMANUEL MARTINAFONSO DESOUSA I ) .( MARIA) DESOUSA MARTIMAFONSOCI I I CUORRO D.ALDONAANESDEBRITEIROS D.GONALOANESDEBRITEIROS D. MARI AAFONSOCI I I CUORRO Item trs filhos que ficaram de Martim Loureno de Couinha Como ficou dito atrs, trata-se dos filhos (53) de Mar-tim Loureno da Cunha e de Dona Mafia de Sousa.Conhecemoso nome de um deles, JOO LOURENO DA CUNHA (54), mas noo dos outros dois que, alis, nenhum autor refere. Mas estamos con-vencidos que o Martim Loureno aqui referidonopodeser o av deste, do mesmo nome, nem os seus tios, j que aquele vi-veu em meados do sc. XIII (55) e estes, aestaremvivosem 1365,j teriam idade mais que suficiente paraseremreferi-dos pelo nome e no em relao a seu pai, decerto h muito fa lecido. De qualquer forma, a ligao famlia patronal de Gri^ j atravs de Dona Maria e no pelos antepassados de Martim Loureno. 36 MAKTIMLOURENO U ACUNHA JOOLOURENO DACUNHA I). (MAK 1 A ) l)KSOUSA LOURENOMARTINSDACUNHA D.MARIADELOUSAELUFREI D.GONALOANESDEBRITEIROS D.MARIAAFONSOCHICHORRO Item Lopo Diaz de Soussa. Item Dona Branca sua hirmaa LOPO DIAS DE SOUSA(56) e DONA BRANCA (57) so os dois ir mos de lvaro Dias de Sousa, marido de Dona MariaTeles,j referido. LOPODIAS D.BRANCA DIOCOAFONSO DESOUSA D.VIOLANTELOPES PACHECO AFONSODINIS D.MARIAPIRESRIBEIRA LOPOFERNANDESPACHECO D.MARIACOMESTAVEIRA 37 Item Dona Maria de Soussa cassada com Roy Vaasquez DONA MARIA DE SOUSA (58) j foi mencionadaapropsito da identificao de sua irm Margarida, onde chamamos a aten-o para a troca dos nomes entre as duas irms, pelo que aqui dever ser Margarida e no Maria. 0 marido aqui referido RUI VASQUES RIBEIRO (59) que, no nosso entender, devetercasado duas vezes, como teremos ocasio de verificar a propsito dos infanes. Sendo assim no se justificaria que tenham existi-do dois homens com este mesmo nome, como, alis o Livro de LI nhagens do Conde de D. Pedro,jpretendiareferir(LL23C3; 41D6-7). D.(MARGARIDA) DESOUSA RUIVASQUES RIBEIRO D.GONALOANES DEBR1TE1R0S D.JOORODRIGUESDEBR1TEIR0S D . MA R I AAKONS O CI UCI I ORRO D.GUIOMARGIL DE SOVEROSA MART1MAFONSOCIUCIIORRO D. INESLOURENODEVALADARES e ham dous filhos Destes no conseguimos saber o nome, uma vez que nenhum 38 autor refere filhos quele matrimnio, com excepo de Felguei^ ras Fayo (60) que, no nosso entender,seequivocouaodizer que Teresa Rodrigues era filha de Rui Vasques e de Dona Marga rida de Sousa. A ser verdade, Teresa Rodrigues receberia come dria como rica-dona e noutra categoria, pois vem tambm men-cionada na lista dos infanes. Veremos a interpretao a dar a este passo. RUIVASQUES Kl BI- IRO VASCOANESDES OALi l AES D. (MARGARIDA) l)KSOUSA D.LEONORRODRIGUESRIBEIRO D.GONALOANESDEBRITEIROS D. MARI AAFONS OCI I I CHORRO Item Rodrigo Affonsso de Soussae Dona Viiolante sua molher per carta d'El Rey DOM RODRIGO AFONSO DE SOUSA (61) tio paterno de lva-ro, Lopo e Branca Dias deSousajreferidos.A"cartad'El Rey" deve ser dada a sua mulher DONA VIOLANTE PONO DE BRITEI ROS (62), j que no tinha ligao famlia patronal, e ain-da porque D. Rodrigo no tinha qualquer motivo para no rece-ber a comedoria. O Livro de Linhagens do Conde de D. Pedro d 39 lhes descendncia (63) que aqui, pelo menos no referida D.RODRIGOAFONSO DESOUSA AFONSODINIS D.AFONSOIII D.MARIA(IMKKS) Kl BK]KADESOUSA D.I'ERO ANESDEPORTEL D.VIOLANTEPONO DEBRITEIROS D.MARTIMANES DEBRITEIROS D.CONSTANAMENDESDESOUSA D.JOORODRIGUESDEBRITEIROS D. BRANCALOURENO DEVALADARES D.GUIOMARGILDESOVEROSA D.LOURENOSOARESDEVALADARES D.SANCHANUNESDECHACIM Item huafilha de Fernam Lopez que cassou com Fernan d'Affonsso de Merlloo Trata-se de uma filha de Ferno Lopes Pacheco, a quem o Conde D. Pedro no refere o nome, mas d a ascendncia (64). casada com Fernando Afonso de Melo, a quem o mesmoConde,no local citado, tambm no d o nome, mas que noutro captulo o 40 refere Fernando (65) o que confirmado pelo Livrodas Campainhas. FERNANDOAFONSO DEMELO FERNOLOPES 'ACHEGO D. 1)1000 LOPESPACHECO D.CATAR 1NARODRIGUES RIBEIRO D.JOANAVASQUESPEREIRA RUIVASQUESRIBEIRO D.MARIAGONALVESCHANCINHO Item Dona Aldona molher que foy de Martim Affonsso Tello hirmaao que foy do dicto Conde. DONA ALDONA ANES DE VASCONCELOS (66) a ma de D. Leo nor Teles e j viva de Martim Afonso Telo. Da que, na nossa opinio, se encontra a receber comedoria num grupo em que mais nenhum Vasconcelos aparece, famlia que, como teremos oportu-nidade de ver em seguida, engloba grande partedosinfanes naturais do Mosteiro de Grij. 41 D.ALDONAANES DE VASCONCELOS JOAO MENUES DE VASCONCELOS ALDAKAAFONSO ALCOEOKADO NEMRODRIGUESDE VASCONCELOS MARIAMARTINS ZOTE VASCO AFONSOALCOFORADO BEATRIZ MARTINSBARRETO Soma vinte e oito ricos homeens e son ende os dezoito que ham d'aver comeduras enteiras e os dez ham d'aver o tero. Item inffanooes. Gonalo Meendez de Vasconcellos e sua molher Figura bem conhecida da segunda metade do sculo XIV, tio av da rainha Dona Leonor Teles e Alcaide-mor de Coimbra, no deixa, porm, de nos levantar algumas dvidas, pelo menps quan to aos seus casamentos, j que o mesmo LivrodasCampainhas, mais adiante, refere: "Item Tarei ja Rodriguez filha de Roy Vaas_ quez que cassou com Gonallo Meendez". Ora, como sabido que Gonalo Mendes casou pelo menos duas vezes e que a segunda mu lher era Teresa Rodrigues Ribeiro, filha de Rui Vasques RibejL ro (67), somos levados a concluir, em primeiro raciocnio, que 42 a 1 e 2 referncias do Livro das Campainhasdizemrespeito mesma senhora, sendo isso, no entanto, caso nico em toda a lista dos naturais agora analisada (68). GONALOMENDESUE . VASCONCELOS(69) MARIAAFONSO TELES(70) =2e TERESARODRIGUES RIBEIRO MKMRODRIGUES DEVASCONCELOS CONSTANAAFONSO DEBRITO RODRIGOANESDEVASCONCELOS MCIARODRIGUESFENELA AFONSODEVORA OUSENDADEOLIVEIRA TERESARODRIGUES< RIBEIRO(71) RUIVASQUES RIBEIRO MARIAGONALVES CI 1 ANCI NI I 0 VASCOANESDESOALHAES LEONORRODRIGUESRIBEIRO GONALOFERNANDESCHANCINIIO TERESAMARTINSDACUNHA Item Johane Meendez seu irmaao 43 JOO ou JOANE MENDES DE VASCONCELOS (72) meio-irmode Gonalo Mendes (73), o av de Dona Leonor Teles, filho pri-mognito do 1 casamento de Mem Rodrigues de Vasconcelos. JOOMENDES DEVASCONCELOS MEMRODRIGUES DEVASCONCELOS KODKICOANESDEVASCONCELOS MARIAMARTINS ZOTE MCIARODRIGUESPENELA MARTI MPIRESZOTE MARIAVICENTEDEURGESES Item Moor Meendez molher que foy de Joham Coelho o Moo da parte de Vasconcellos MORMENDES DEVASCONCELOS MEMRODRIGUES DEVASCONCELOS RODRIGOANESDEVASCONCELOS CONSTANAAFONSO DEBRITO MCIARODRIGUESPENELA AFONSODEVORA OUSENDADEOLIVEIRA 44 JOAOANES COELHO,o Moo JOOESTEVES COELHO,oVelho ESTEVOPIRESCOELHO MARIAMENDESPETITE JOANAPIRES ALVJM MAKT1MPIKESALVIM MARCAR IDAPIRESRIBEIRO Irm de Gonalo, MOR MENDES DE VASCONCELOS (74) era vi va de Joo (Anes) Coelho, o Moo, filho de JooEstevesCoe-lho (o Velho), tambm pertencente famlia patronal. Item huum seu filho e ha sa filha PRO (ANES) COELHO (75) sabemos ser o nome do filho, mas ignoramos o da filha. PERO(ANES)COELHO JOAOANES COELHO,o Moo JOOESTEVESCOELHO,oVelho MORMENDESDE VASCONCELOS JOANAPIRESALVIM MEMRODRIGUESDEVASCONCELOS CONSTANAAFONSODEBRITO 45 Item Maria Meendez de Sa irmaa de Gonallo Meendez de Vasconcellos Mais uma irm de Gonalo, pelo que os costados so idn ticos. MARIA MENDES DE (Vasconcelos) S (76) usaumapelido forosamente relativo a alguma propriedade com aquele topni-mo, j que no conhecemos qualquer ligao desta senhora que la famlia (77). Item Diego Rodriguez de Vasconcellos DIOGO RODRIGUES DE VASCONCELOS (78). , na nossa opinio, filho de Joo Rodrigues de Vasconcelos, no fazendo o patron mico Anes, mas sim conservando o de seu pai, o que no raro (79). JOORODRIGUES DEVASCONCELOS RODRIGOANESDEVASCONCELOS DIOGORODRIGUES DEVASCONCELOS CONSTANASOARES DEBARBUDO MC1ARODRIGUESPENELA AIOSOARESDEBARBUDO SANCHAHIKESNOVAIS 46 Item Joham Ferrnandez Cogomynho da parte da molher que he dos de Vasconcellos 0 Livro de Linhagens do Conde D. Pedro refere JOO FER-NANDES COGOMINHO, no lhe dando porm mulher (80). Felgueiras Gayo casa-o com Leonor Rodrigues de Azevedo, Vasconcelos pela av paterna (81), o que se confirma pela leitura de umdocu-mento de D. Pedro de 5 de Julho de 1357, quenosdaindao nome de sua me (82). JOOFERNANDES COGOMINHO FERNOGONALVES COGOMINHO GONALOFERNANDESCOGOMINHO N.(DELISBOA) LEONORRODRIGUES DEAZEVEDO MARIAANES (DEVORA) RUIVASQUES DEAZEVEDO VASCO1'AISDEAZEVEDO MARIARODRIGUESDEVASCONCELOS JOANAVASQUES DACUNHA VASCOMARTINSDACUNHA.Seco SENHORINHAFERNANDESCHANCINHO 47 Item dous filhos seus No sabemos o nome dos filhos de Joo Fernandes Cogomi-nho e de Leonor Rodrigues de Azevedo. Felgueiras Gayo diz que tiveram uma filha, Beatriz, e que Joo Fernandes teve um bas-tardo de nome Mem ou Gonalo (83). BEATRIZ (?) JOOFERNANDES C0G0M1NII0 LEONORRODRIGUES DE AZEVEDO FERNO GONALVESDE COGOMINHO MARIAANES (DE VORA) RUI VASQUES DE AZEVEDO JOANAVASQUES DA CUNHA Item Joham Rodriguez filho que foy de Roy Gomeez da parte de padre Pensamos ser JOO RODRIGUES DE AZEVEDO (84), filho de Rui Gomes de Azevedo e neto paterno de Constana Rodrigues de Vas_ concelos. 48 JOORODRIGUES DEAZEVEDO RUIGOMES DEAZEVEDO GUIOMAR1'IRES DEVILAMAIOR GOMESPA 1S DEAZEVEDO CONSTANARODRIGUESDEVASCONCELOS "EKOESTEVESDEVILAMAIOR SANCHAVASQUESPEIXOTO Item Diego Gomeez seu irmaao. Item Maria Rodriguez sua irmaa Irmo de quem? Do Joo ou do Rui? Inclinmo-nos mais pa ra a primeira hiptese, j que o texto da maneira que se apre senta parece referir nitidamente os irmos do Joo Rodrigues. De facto, Rui Gomes teve um irmo de nome Diogo Gomes, mas e te, segundo Felgueiras Gayo (85), ter seguidoa carreira ecle sistica, o que confirmado pelos Livros deLinhagens (86), deixando a casa a seu irmo Rui que ter dado o nome do irmo ao seu filho como que em agradecimento. Quanto irm, pelo pa tronmico, volta a parecer irm do Joo Rodrigues.Emnossa opinio trata-se, assim, de DIOGO GOMES DE AZEVEDO e de MARIA RODRIGUES DE AZEVEDO, irmos de JooRodriguesdeAzevedo e portanto com os mesmos costados. 49 Item Liionor Gomeez de Vasconcellos molher que foy de Bartollameu Almirante Muito embora os Livros de Linhagens afirmemqueLEONOR GOMES DE (Azevedo) VASCONCELOS (87), foi abadessa de Rio Tin-to , o certo que o Livro das Campainhas muito claro em re lao ao seu casamento. Felgueiras Gayo tambm orefere, se-guindo o Nobilirio de Manuel de Sousa da Silva, pondoporm a hiptese de o casamento com o almirante Bartolomeu ter sido com Maria Gomes, irm de Leonor (88). BARTOLOMEU PESSANHA (89) j devia estar morto antes de 1 de Junho de 1357, data em que D. Pedro, em Lisboa, doa o almirantado a LanarotePessanha, seu irmo (90). LEONORGOMES DEVASCONCELOS COMES 1'AIS DE AZEVEDO CONSTANA KODKIGUES DE VASCONCELOS PAIO SOAKESDE AZEVEDO TERESACOMES CORREIA RODRICOANESDE VASCONCELOS MECIARODRIGUESPENELA BARTOLOMEU PESSANHA (Almirante) MANUELPESSANHA. 50 Item ha sa filha que a nome Jeneveva GENOVEVAPESSANHAteria o mesmo nome que sua av pater-na, Genoveva Pereira que Felgueiras Gayo diz ter casadocomo almirante Manuel Pessanha (91). i . LNOVEVA PESSANHA BAKTOi.OMEU PESSANHA LEONORCONES UEVASCONCELOS MANUELPESSANHA l.ENOVEVAPENEIRA(") (.UMESPAI SDEAZEVEDO CONSTANAKODKK.UKSDEVASCONCELOS Item Joham Loureno Escolla da parte da molher que foy filha de Gonallo Gomeez JOO LOURENO ESCOLA,legitimado em6deMaiode1365 por carta de D. Pedro(92), casou com MCIA GOMES DE AZEVEDO, filha de Gonalo Gomes de Azevedo. Que Gonaloteve descenden cia, confirma-o o Nobilirio do Conde D. Pedro, no adiantan-do porm, qualquer nome(93). O nome da filha, Mcia, tirmo--lo de Felgueiras Gayo que refere tambm o casamento com Joo 51 Loureno (94) JOO LOURENO ESCOLA LOURENO ANES ESCOLA MCIA GOMES DE AZEVEDO GONALO GOMES DE AZEVEDO COMES PAIS DE AZEVEDO CONSTANARODRIGUES DE VASCONCELOS MORESTEVES DE VORA Item ha huum filho e duas filhas No lhes conseguimos apurar os nomes. 52 JOOLOURKNO KSCOLA Mf: ci ACOMI-.s DI-.AZKV K 1)0 OURENOANKSESCOLA t.ONALOCOMKSIJKAZKVI.IJO MOUKSTKVKSDlvI-VORA Item hua filha que foy de Joham de Coiinha que anomeLeonorEannesquecassoucomFernam d'AffonsoCorreiia Pensamos que LEONOR ANES DA CUNHA era filha de JOO RO-DRIGUES DA CUNHA(95), e no de Joo Martins av do primeiro, como afirma Felgueiras Gayo(96), por umaquestocronolgi-ca,j que FERNANDO AFONSO CORREIA(97) viveu no tempodeD. loo I e Joo Rodriguescomo primo-direito de MartimLoureno da Cunha, ja referido, viveu muitomaisproximodestapoca do que seu av(98) 53 i EONOHANES DA( UNHA JOORODR ICIIKS DACUNHA KIMW I SDACUNHA l i E A T R I /MA R T I N S VKI. IIO NE.SESTEVESDEAZEVEDO MAKI INANESVELHO,deSantaLogriv ERNANDOAFONSO CORREIA(99) AFONSOPAIS (uKRKIA lailOMAKI.Ul'RENCOTAVEIRA l'A 10 I'1RESCORREIA,o A Iva ta zen to MAR 1 A MENDESDEMELO BEATRIZMARTINS DACUNHA Item ha ha filha No conseguimos apurar o seu nome 54 FERNANDOAFONSO CORREIA LEONORANES DACUNHA AFONSO1'AIS CORREIA BEATRIZMARTINSDACUNHA JOORODRJCUESDACUNHA BEATRIZMARTINSVELHO Item Martin Correiia da parte dos de Vasconcellos MARTIM(ANES) CORREIA ou Cunha, segundo supomos,ir-mo da Leonor Anes atrs citada, e filho de Joo Rodrigues da Cunha. Mas como explicar o apelido Correia? Em nossa opinio, ou Martim filho de um Correia casado com uma Vasconcelos que no conseguimos encontrar, ou ento, e esta hiptese tambm admissvel, Martim Correia usou o apelido da me deseubis-av Estevo Pais de Azevedo que era Correia(100).Estaremos talvez, perante um exemplo, porventura exagerado, de pervivn cia de um apelido que mesmo por via feminina ter marcado es-te ramo. Se esta hiptese, por um lado,poucosegurapela grande distncia de gerao, no deixa, por outro, de justify car a ligao aos Vasconcelos, j que Estevo Pais era casado com Guiomar Rodrigues de Vasconcelos. Uma terceira hiptese, e 55 sem um afastamento to grande a de este natural ser o Martim Fernandes de Vasconcelos(101), primo-direito de Gonalo Men-des e neto materno de Sancha Pais Correia a quem teria ido bus car o apelido. Todavia parece-nos que o facto de Martim, no 14. vro das Campainhas vir referido logo a seguir a LeonorAnes, abona a possibilidade de ser seu irmo o que favorece a segun da hiptese. Assim sendo, os costados de Martim so idnticos aos de sua irm Leonor Anes da Cunha. Item Stevam Maffaldo da parte da madre Costana Estevez de Vasconcellos ESTEVO (ESTEVES) MAFALDO seria filho de Constana Este ves de Vasconcelos, que na verdade era Ares, j que Vasconce los era o apelido de sua av materna(102). 0 CondeD.Pedro no o refere. ES 1'EVAO MAFALDO ESTEVOESTEVES MAFALDODEBEJA :STEVOESTEVESMAFALDODEBEJA, oVe 1 lio CONSTANAESTEVES DF, VASCONCELOS SENHORINHACILDEMEKUFE ESTEVOLOURENOCANSODEARES TERESACOMESDEAZEVEDO 56 Item Gonalle Annes alcaide de Beija da parte da molher que he irmaa de Stevam Maffaldo GONALO ANES DE BEJA figuraconhecidadoreinadode D. Pedro, de quem foi Ouvidor dos Feitos (103). De sua mulher no sabemos o nome, mas por ser irm de EstevoMafaldotem idnticos costados. De Gonalo Anes no conseguimos saber quem foram os seus pais. e trs seus filhos e filhas De que no sabemos os nomes. GONALO ANES DE BEJA N.ESTEVES MAFALDO ESTEVOESTEVES MAEALDO DE BEJA CONSTANTAESTEVES DE VASCONCELOS Item Diego Gomeez d'Avreu da parte da madre DIOGO GOMES DE ABREU supomos que era filho de Teresa Es 57 tevs de Azevedo (ligada aos Vasconcelos) e de Loureno Gomes de Abreu, muito embora o Conde D. Pedro ao referir este casal, dizendo que tiveram filhos, no lhes d os nomes(104). DIOGO GOMES DE ABREU LOURENO COMES UE AUKEU TKKKSAESTEVES DE AZEVEDO COMESLOURENODE AUKEU GUIOMARLOURENODE VALADARES ESTEVOPAIS DE AZEVEDO GUIOMARRODRIGUESDE VASCONCELOS Item ha huum filho Felgueiras Gayo chama-lhe lvaro, dando-lhe por me Vio lante Afonso de Abreu (105), cujos ascendentes no vem refe-ridos no Conde D. Pedro. (LVARO) DE ABREU DtOCO COMES DE A UR EU VIOLANTE AKONSO DE ABREU LOURENO GOMESDE ABREU TERESAESTEVESDE AZEVEDO AFONSO GERALDESDE ABREU 58 Item Vaasco Gomeez seu hirmaao Irmo de Diogo Gomes, VASCO COMES DE ABREUfoialcaide dos castelos de Mono e Castro Laboreiro(106).Oscostados so idnticos aos de Diogo. Item Diego Gonallvez de Crasto da parte da molher que he filha de Joham Coelho Pensamos, que se trata do DIOGO GONALVES DECRASTOque Braancamp Freire d como pai de Lopo Dias deAzevedo,funda-* dor da 2 famlia de Azevedos, j que, no entender daquele au tor,a l se extinguira na varonia(107). Em nossa opinio, as duas tem ligao precisamente atravs desteDiogoGonalves que dever ser o mesmo referido no Livro de Linhagens do Con-de D. Pedro, filho de Gonalo Vasques de Azevedo e de Bereng ria Vasques da Cunha(108). 0 "apelido" Crasto vem do nome de uma quinta com esse nome, sita na freguesia de Carrazedo, con celho de Amaresna mesma rea da maior implantao fundi-ria dos Vasconcelos, onde, alis, estava a Torre de Vasconce-los , de que era senhoroditoDiogo Gonalves(109). No nos repugna por isso aceitar como segura aidentificaopor ns avanada e de que alis Felgueiras Gayo j era adepto (110). O que nos estranha que a comedorialhe chegue atravs da mu lher, que era de facto natural, quando ele, aserverdicaa identificao, o era tambm por seu pai eavpaternaepor 59 sua me e av-materna. A mulher era ALDONA ANES COELHO(111), filha de Joo Esteves Coelho e de Joana Pires de Alvim. DIOGOGONALVES DECRASTO GONALOVASQUES DEAZEVEDO VASCOPAISDEAZEVEDO [ J EREMI ARI AVAS QUE S DACUNHA ALDONAANES COELHO JOOESTEVES COELHO MARIARODRIGUESDEVASCONCELOS VASCOMARTINSDA CUNHA,Seco SENHORINHAFERNANDESCHANCINHO ESTEVOPIRESCOELHO JOANAPIRES DEALVIM MARIAMENDESPETITE MARTIMPIRESALVIM MARGARIDAPIRESRIBEIRO Item huum seu filho Trata-se de LOPO DIAS DE AZEVEDO(112) 60 LOPODIAS DEAZEVEDO DIOGOGONALVES DECKASTO ALDONAANES ALVIM GONALOVASQUESDEAZEVEDO KERENGRIAVASQUESDACUNHA JOOESTEVESCOELHO JOANAPIRESDEALVIM Item Joham Rodriguez de Porto Carreiiro da parte de Vasconcellos JOO RODRIGUES DE PORTO CARREIRO (113) estavadefacto ligado aos Vasconcelos, j que por sua me era bisneto de Ma-ria Rodrigues de Vasconcelos. JOORODRIGUES DEPORTOCARREIRO FERNOANES DEPORTOCARREIRO JOORODRIGUESDEPORTOCARREIRO MARIARODRIGUES DERESENDE MARGARIDAFERNANDESDEMOREIRA VASCOMARTINSDERESENDE MEC IAVASQUESDEAZEVEDO 61 Item ha dous filhos Um destes filhos dever serMORANESDEPORTOCARREIRO (114). Do outro filho de Joo Rodrigues no conhecido o no-me , bem como o de sua me. (MORANES DE PORTOCARREIRO) IOAORODRIGUES UEPORTOC.AKRKI RO FERNOANESDEPORTOCARREIRO MARIARODRIGUESDE RESENDE Itemhahy quatro filhosdeGilMartinz d'At aiide que son naturaaes da parte da mac re que hepassadaenteiras ham d'aver as comeduras. E o dicto Gil Martinznomfica natural 0 Conde D. Pedro diz queGil Martinstevefilhos,mas nolhes d nomes(115).Felgueiras Gayos refere um, Martim (116). 62 (MARTIM) ? ? 9 GILMARTINS DEATAlDE TERESAVASQUES DERESENDE MARTIMGONALVESDE ATAlDE MARGARIDAANES DE EVORA VASCOMARTINSDE RESENDE MCIAVASQUESDE AZEVEDO Item Gil Vaasquez de Reesende da parte da madre dos Ribeiros GIL VASQUES DE RESENDE era de facto da famlia patronal (117), por sua me Teresa Rodrigues Ribeiro. VASCOMARTINS DERESENDE GILVASQUES DERESENDE TERESARODRIGUES RIBEIRO MARTIMVASQUESPIMENTEL CONSTANAMARTINS DE RESENDE RODRIGOAFONSORIBEIRO URRACAGODINSDE COIMBRA 63 Item ha quatro antre filhos e filhas Parece-nos que nessa afirmao, o LivrodasCampainhas vem responder a uma pergunta deixada em aberto por A.B. Frei-re, que no seu trabalho intitulado A Honra de Resende, se in-terrogava sobre a identidade de um Martim e de um Ferno Vas-ques, que em 1386 possuiam o couto de Resende, aps a morte de Joo Rodrigues de Portocarreiro, que por ser sobrinhode Gil Vasques o recebera de D. Fernando em 1374 (118). Quer-nos pa-recer que se trata de dois dos quatro filhosde Gil Vasques, que por qualquer razo, talvez menoridade, no a receberam de seu pai. Braancamp Freire afirma que Gil Vasquesmorreusem descendncia(119), mas o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro deixa aberta a hiptese de no ter sido assim (120), o que ago ra confirmado pelo Livro das Campainhas. (MARTIMVASQUES) (FERNOVASQUES) 9 CILVASQUES DERESENDE l i RANCAD I A S l'A CU ECO VASCOMARTINSDERESENDE TERESARODRIGUESRIBEIRO DIOGOLOPESPACHECO JOANAVASQUESPEREIRA 64 Item Vaasco Martinz de Cunha da parte de Micia Rodriguez sua madre dos de Vasconcellos Engana-se o Livro das Campainhasaoafirmar queVASCO MARTINS DA CUNHA (121) era filho de Mcia Rodrigues(de Mei-ra) que de facto era sua sogra, me de Beatriz Lopes de Alber garia(122). De qualquer forma, Vasco Martins teria a comedo-ria, quer por seu pai quer por sua me. A ligao aos Vascon-celos de facto feita por Mcia Rodriguesqueerafilhade Leonor Rodrigues de Vasconcelos. VASCOMARTINSDA CUNHA,Seco SENHORINHAFERNANDESCHANCINliO LOI'0 KKKNANUESPACHECO MARIACOMESTAVEIRA e ha dous filhos Trata-se de MARTIM VASQUES DA CUNHA e de ESTEVO SOARES DA CUNHA, que segundo A.B. Freire eram os filhosmaisvelhos VASCOMARTINS DACUNHA MARTIMVASQUES DACUNHA VIOLANTELOPES 'ACIIECO 65 de Vasco e Beatriz, no tendo ainda nascido em 1365 os outros cinco (123). MARTIM ESTEVO VASCOMARTINS DACUNHA BEATRIZLOPES DEALBERGARIA MARTIMVASQUESDA CUNHA VIOLANTELOPESPACHECO LOPOSOARES DE ALBERGARIA MECIARODRIGUESDE MEIRA Item lvaro Vaasquez de Gooes da parte da molher [dos] de Vasconcellos LVARO VASQUES DE GOES (124)possivelmentefilhode Vasco Rodrigues Viegas e de Maria Vasques Farinha,queviveu no tempo de D. Pedro, no se excluindo porm a hiptese de ser o seu tio, do mesmo nome (125), filho bastardo de Vasco Pires Farinha de quem voltaremos a falar. 0 que acima de tudo nos di ficulta a sua identificao, o facto de no conseguirmos en contrar o nome da mulher, que, seguindo a referncia do Livro das Campainhas era aparentada comosVasconcelos.OsLivros de Linhagens no lhes do casamento, se bem que, dosegundo, 66 digam que morreu sem descendncia legtima. Um sobrinho do pri meiro aparece na lista doscavaleiros-escudeiroscasadocom uma senhora natural de Grij, BrancaLourenodo Avelar. Um irmo do mesmo, lvaro, casou com uma filha de VascoMartins de Resende (126) que, como j se viu, estava tambmligado famlia patronal. Uma ltima hiptese, a nosso ver bastante provvel, a de este lvaro Vasques de Goes se identificar com o lvaro Vas qus que a 12 de Maio de 1360 via contadas por D. Pedro as suas quintas de Sacaraboto e Pedra Alada(127). Era muito possi-velmente irmo de Gonalo Vasques de Pedra Alada ou de Goes, escrivo da puridade de D. Pedro nos anos de 1357 a 1367 (128). Se assim for, seria, segundo Felgueiras Gayo (129), o primei-ro marido de Violante Soares de Albergaria, ligada por sua me aos Vasconcelos (Vd. rvore III). L V A R OV A S Q U E SD E G O E S( P E D R AA L A D A ) VASCORODRIGUES VIEGAS MARI AV A S QU E S KARI NI I A RUIPAISVIEGAS VASCOPIRESFARINHA 67 VIOLANTESOARES DEALBERGARIA LOPOSOARES DEALBERGARIA ESTEVOSOARESDEALBERGARIA MEC IARODRIGUES DEMEIRA MARIARODRIGUESQUARESMA PAIORODRIGUESDEMEIRA LEONORRODRIGUESDEVASCONCELOS E de Vaasco Martinz Leitom da parte da molher que foy fylha de Johane Affonsso Piimentel Sabemos que Joo Afonso Pimentel teve filhas, mas o Con de D. Pedro no lhes d nome (130). Felgueiras Gayo diz que VAS CO MARTINS LEITO casou com INS PIMENTEL filha de Joo Afonso (131). VASCOMARTINS LEITO MART1MGONALVES LEITO ESTEVOGONALVESLEITO ALDONAANES DACUNHA JOOANESDACUNHA 68 (INES ANES) PIMENTEL JOO AFONSO PIMENTEL AFONSO VASQUESPIMENTEL CONSTANARODRIGUES DK MOKA IS SANCHAFERNANDES PINTALHO RUI MARTINS DE MORAIS ALDONA GONALVES MOREIRA e ha huum filho GONALO (132) o nome do primeiro filho do casal supra, dado por Felgueiras Gayo. (GONALO) VASQUES LEITO VASCO MARTINS LEITO MART1M GONALVESLEITO (INES ANES) PIMENTEL ALDONAANES DA CUNHA JOO AFONSOPIMENTEL CONSTANARODRIGUES DE MORAIS 69 Item dous filhos e duas filhas que foram do dicto Johanne Affomsso e ham d'aver comeduras enteiiras Quer o Conde D. Pedro quer Felgueiras Gayo, s do a Joo Afonso trs filhos, um filho e duas filhas. 0 filho RODRIGO (133), uma das flhas foi referida acima,peloquetertido mais um filho e uma filha, que tem os mesmos costadosdesua irm Ins. Gonallo Paaez de Meira da parte de Vasconcellos Efectivamente, GONALO PAIS DE MEIRA (134) estava liga-do aos Vasconcelos por sua me Leonor Rodriguesde Vasconce-los . GONALOPAIS DEMEIRA PA I0RODRIGUES DEMEIRA LEONORRODRIGUES DEVASCONCELOS RUIAFONSONOVAIS MARIAFERNANDESCHURRICH RODRIGOANESDEVASCONCELOS MC1ARODRIGUESPENELA 70 Item ha trs filhos e duas filhas 0 Conde D. Pedro s lhe d um filho, PAIOGONALVESDE MEIRA(135), filho de Leonor Martins Leito, irm ou meia-ir-m do Vasco Martins, atrs identificado. PAIOGONALVES DEMEIRA GONALOPA 1 S DEMEIRA PALORODRIGUESDE MEIRA '.ONORMARTINS LEITO LEONORRODRIGUESDE VASCONCELOS MART1MGONALVESLEITO GUIOMARMARTINSDE FRAZO It am Diego Gonallvez Cerqueira e dous seus filhos. It am ha quatro filhos . Iteiri hadousfi lhosehuum ha nome Diego Gonallvez e outro Vaasco Gon alvez e nom son liidimos No conseguimos por nenhuma forma identificar estes na-turais, nem nos Livros de Linhagens nem em Felgueiras Gayo. Pa ra alm do prprio texto, que nos parece um pouco confuso, s podemos adiantar a hiptese de setratardedescendentesde 71 Teresa Rodrigues de Vasconcelos e de Pro Rodrigues de Cervei ra, com este ltimo apelido trocadoporCerqueira.Dequal-quer forma, tambm no deixa de ser estranho que nos cavalei-ros-escudeiros aparea a refernciaa umGonaloPires Cer-queira com dois filhos ilegtimos. Seriam parentes? Item Vaasco Gonallvez Barrosso da parte da molher VASCO GONALVES BARROSO (136) era casado com Maria Men-des de Vasconcelos, filha de Mem Rodrigues de Vasconcelos. De qualquer forma, Vasco Gonalves tambm estava ligado fam-lia patronal por sua me. VASCO GONALVES 13ARR0S0 MARIAMENUES DE VASCONCELOS ECAS GONALVES BARROSO GONALO GONALVESBARROSO GUIOMARGONALVES MOREIRA MARIASOARES FAFES GONALO RODRIGUES MOREIRA MOR MARTINS DF. LEIRIA Item Martin Ferrnandes da Teixeira ha ha filha 72 Quem era MARTIM FERNANDES DA TEIXEIRA (137) questo a que no difcil responder. 0 mesmonoaconteceaotentar lig-lo famlia patronal ou a identificar-lhe a filha.Por sua mulher no seria, porque Estevainha Pires deBeja, filha de Pro Esteves de Beja, mesmo sendo irm deEstevoMafaldo de Beja, no lhe podia transmitir a naturalidade que vinhaa este pela mulher. Pelos pais de Martim tambm no, mesmoque uma irm de sua me, Teresa Martins da Cunha, estivesse liga-do a Grij pelo marido. Quanto sua filha no lhesabemoso nome, e o prprio texto deixa ficar a dvida se a comedoria para os dois ou s para aquela. MARTIMFERNANDES DATEIXEIRA EERNAOMARTINS DATEIXEIRA BEATRIZMARTINS DACUNHA MARTIMESTEVESDATEIXEIRA ERMENCONASOARESCORREIA MARTIMVASQUESDA CUNHA JOANARODRIGUESDENOMAES Item Joham Coelho o Velho Trata-se seguramente de JOO ESTEVES COELHO(138),pai do Joo Coelho, o Moo, casado com Mor Mendes de Vasconcelos, 73 de que falamos anteriormente. A ligaodosCoelhosa Grij vem atravs dos Ribeiros (139). JOO(ESTEVES) COELHO,oVelho ESTEVOPIRES COELHO MARIAMENDES PETITE ERO ANESCOELHO MARGARIDAESTEVESDATEIXEIRA SOEIROMENDESPETITE MARI AA N E SBOCI I ARDO Item Maria Coelha sua filha que foy cassada com Joham Pirez de Souto Maiiore casou com Fernam Gomeez da Sylva MARIA(ANES) COELHO JOOPIRESDE SOUTOMAYOR 22 JOOESTEVES COELHO,oVelho ESTEVOPIRESCOELHO JOANAPIRES DEALVIM MARIAMENDESPETITE MARTIMPIRESDEALVIM MARGARIDAPIRESRIBEIRO 74 29. FERNO GOMES DA SILVA AIKESCOMES DAS I LVA, oVollio MAKTIM COMES DA SILVA TERESA CARC1ADE SEABRA SENHORINHAMARTINS REDONDO MARTI M GONALVES REDONDO LEONORRODRIGUES DE MELO MARIA ANES COELHO (140) enviuvou de JOO PIRES DE SOUTO MAYOR, que no conseguimos identificar, casando com FERNO GO MES DA SILVA (141) e que julgamos ser o pai dos filhos abaixo referidos. A data deste segundo casamento eraconhecidacomo anterior a 1377 (142), mas podemos agora situ-lopelomenos doze anos antes. e ha huum filho e ha filha Do filho no sabemos o nome e a filha,segundoBraan-camp Freire (143) chamou-se BEATRIZ GOMES DA SILVA. Os costa-dos deduzem-se dos acima Maria Anese Ferno Gomes. Item Gonallo Pirez Alcofforado. Item Maria Ribeira sua hirmaa 75 A GONALO PIRES ALCOFORADO (144) e sua irm MARIA RI-BEIRA(145), vinham as comedorias por ligao aos Ribeirose talvez da se explique o apelido de Maria Pires, de quem o Con de D. Pedro s mencionaopatronmico. GONALOP I RE S ALCOFORADO MARIARI BEI RA PROMARTI NS ALCOFORADO MARTIMAFONSOALCOFORADO MARIAPI RF. SRLHE1 R0 MORGONALVES CAMELO GONALOMARTI NSCAMELO ERESAANESDEPORTOCAKREI RO ItemStevamCoelhohaci nquof i l hos ESTEVO(ESTEVES)COELHO(146)irmodeJooCoelho,o Velho,a t r smencionado.CasoucomSenhori nhaAfonsoRi be i r o, tambmdaf am l i apa t r ona l .Oscost adosdosf i l hos ,dequeno sabemososnomes,sodeduzi dosdosdospa i s . 76 ESTEVO(ESTEVES) COELHO ESTEVOPIRES COELHO l'EKO ANESCOELHO MARIAMENDES IT I ' SENHORINHAAFONSO RI BEI RO AEONSO1' IRES RI BEI RO CLARAANES DEPAIVA MARGARIDAESTEVESDATEIXEIRA SOEIROMENDESPETITE MARIAANESBOCHARDO PEDROAEONSORIBEIRO ALDAMARTINSCURUTELO JOOSOARESDEPAIVA MARGARIDADELISBOA Item Sueiiro Coelho SOEIRO ESTEVES COELHO (147) mais um irmo de Joo Coe lho o Velho, pelo que os seus costados so idnticosaosda-quele . 77 Item Tareija Rodriguez filha de Roy Vaasquez que cassou com Gonallo Meendez Sobre esta senhora veja-se o que ficou escrito a prop-sito de Gonalo Mendes de Vasconcelos e onde se poderotam-bm analisar os seus costados. Item Affonso Rodriguez de Goiim e huum seu filho. Item Sancha Martinz sua irmaa Estamos convencidos que este infano pertence fam-lia dos Ribeiros, neto de Rodrigo Afonso Ribeiro porseu pai Afonso Rodrigues Ribeiro, que no referido nos nobilirios. A nossa hiptese baseia-se numa srie de documentos ligados a questes de padroado de igrejasdaTerra de Santa Maria, em que os filhos de Rodrigo Afonso exerciam violncias sobre al-guns templos a cujos direitos patronais seu pai tinha abdica-do (148). Note-se que o Conde D. Pedro s lhe d filhas (149). Por outro lado, em outro conjunto documental, um Afonso Rodr_i gus Ribeiro surge com sua mulher e seus filhos, um dos quais tem o nome do pai, e sua meia-irm Sancha Martins a ceder cer tos direitos de padroado em igrejas da mesma zona emque Ro-drigo Afonso tambm aparecera a fazer o mesmo tipo de doaes (150). Para alm disso, a cronologiadosdocumentospermite verificar esta sucesso de geraes(151). 0 nome Goymcom 78 toda a certeza um topnimo ou nome de propriedadeusadocomo apelido, o que no raro. Pode-se considerar elemento favor vel a esta hiptese, o facto de num dos documentos referentes a Afonso Rodrigues Ribeiro I vir como confirmante Estevo Coe lho que era parente de Rodrigo Afonso Ribeiro(152). RODRIGOAFONSORIBEIRO AFONSORODRIGUES RIDE IRO MARIAPIRESTAVARES ESTEVOPIRES DE TEOTE ALDONAESTEVES DETEOTE Sancha Martins meia-irm (pela me) de Afonso Rodrigues Ribeiro II teria a comedoria porque o segundo casamento de sua irm devera ter sido com o Afonso Rodrigues Ribeiro I, que te r passado os seus direitos em Grijaosfilhosdoprimeiro casamento da mulher, Aldona Esteves de Teote (153), com Mar-tini Martins de Avelar. Repare-se, alis, queadiferenade patronmicos entre os dois irmos, se bem que no seja regra, comprovativa do facto de os mesmos serem filhos de pais di-ferentes. Do filho de Afonso Rodrigues, nenhumdocumentonos AFONSORODRIGUES DE GOYM(RIBEIRO) esclareceu o seu nome nem o de sua me. 79 SANCHAMARTINS< DOAVELAR MARTINMARTINS DOAVELAR MART1MESTEVESDEAVELAR ALDONAESTEVES DETEOTE SANCHAGONALVESDEMILHEIROS DAMAIA ESTEVOPIRESDE TEOTE Item lvaro Pereiira. Item Gonallo Pereiira. Item Roy Pereiira. Item Costana Rodriguez sua irmaa Estamos, pensamos ns, como o texto parece sugerir, pe-rante quatro irmos. Ao procurar nos nobilirios fomos encon-trar a referncia a umcasal, Rui Gonalves Pereira e Beren-gria Nunes Barreto, com vrios filhos (Gonalo, lvaro e Rui Pereira) e filhas (de quem no referem os nomes) (154).S que esse casal por nenhum dos seus ascendentes se ligava fam-lia patronal. Berengria Nunes era filha do primeiro casamen-to de Nuno Martins Barreto que, em segundas npciasseligou 80 a Berengria Rodrigues Raposo, esta sim, ligada famlia pa-tronal. No julgamos possvel que os direitos de naturalidade tenham passado por esta unio filha doprimeirocasamento. Segundo Felgueiras Gayo, Rui Gonalves casou mais duas vezes, uma delas com Leonor Rodrigues de Alvelos, tambm ligada fa milia patronal(155). Segundo o mesmo autor, docasamentode Rui Gonalves com Berengria Nunes entre muitosfilhos, nas-ceu um Rui Gonalves que casou com Violante Lopes de Alberga-ria directamente ligada famlia patronal (156). Ser tambm de aceitar a hiptese de que o Rui Gonalves I se tenha casa-do quatro vezes e que os quatro irmos Pereirassejamfilhos deste e de Violante Lopes? Tambm serdifcildeaaceitar tendo contra ela a afirmao do LivrodeLinhagensdo Conde D- Pedro. De qualquer forma, a segunda talvezmaisaceit-vel, se tivermos em conta que o processo de transmisso de di reitos no seria to sinuoso como em relao primeira. LVARO PEREIRA GONALO PEREIRA RUI PEREIRA CONSTANA RODRIGUES RUIGONALVES PEREIRA GONALOPIRESPEREIRA VIOLANTELOPES DEALBERGAR IA LOPOSOARESDEALBERGARIA MEC IARODRIGUESDEMEIRA 81 Item lvaro Fernandez de Carvalho Estamos convencidos que se trata de um filhodeFerno Gomes de Carvalho e de Mor Rodrigues da Fonseca que o Livro de Linhafiens do Conde D. Pedro aponta, sem porm referir nome nem casamento (157 ) . LVAROFERNANDES DECARVALHO FERNOCOMES UECARVALHO MORRODRIGUES DAFONSECA RUIVASQUESUAFONSECA MARIAGONALVESMOREIRA e quatro seus filhos e filhas Como atrs dissemos, no conseguimosapuraro nomeda mulher de lvaro Fernandes, nem to pouco de seus filhos. 82 LVAROFERNANDES Dl- CARVALHO ERNOCOMESDECARVALHO MORRODRIGUES1JA FONSECA Item Martin Affonsso Botelho. Item dous seus filhos MARTIM AFONSO BOTELHO (158) era neto de Maria Rodrigues de Vasconcelos, da lhe vindo a naturalidade.Quem fosse sua mu lher, ou o nome dos seus fihos coisa que no conseguimos apu rar. MARTIMAFONSO BOTELHO AFONSOMARTINS BOTELHO MARTIMl> 1RESBOTELHO MEC IA VASijllES DEAZEVEDO JOANAMARTINSDEPARADA VASCOPAISDEAZEVEDO MARIARODRIGUESDEVASCONCELOS 83 Item Joham Loureno Buval ha trs filhos e filhas da outra molher e desta molher hua filha No processo de identificao de JOO LOURENO BUVAL (159) levantaram-se duas questes. A primeira diz respeito aos seus dois casamentos e respectiva descendncia que no conseguimos apurar. A segunda refere-se ao facto de Joo Loureno aparecer nos infanes e no nos cavaleiros-escudeiros. Expliquemo-nos. A naturalidade vem-lhe, em nossa opinio, por sua me, Teresa Martins do Avelar. Ora, como veremos a seguir, todos os Avela res que se encontram nesta lista vem naquele ltimo grupo. Ou uma das mulheres, que no identificamos, o colocanosinfan-es, ou ento trata-se de uma merc do rei D. Pedro I, que as_ sim teria querido beneficiar um seu fiel criado (160),e que o nosso texto podia ter omitido. JOOLOURENO IiUVAL LOURENOMARTINS IIUVAL MARTI MBUVAL TERESAMARTINS DOAVELAR MARIALOURENODEP0RT0CARREIR0 -01'RENO MARTINSDOAVELAR BEATRIZ. ANES 84 Soma detodos estes infanoessoncento e seiise son ende os cincoenta e huum que ham d'aver comeduras enteiiras e os cincoentaecinquo son que ham d'aver o tero. Item outros cavalleiros e escudeiiros gerrados(?) Primeiramente Loureno MartinzdoAvellalfilhoque foy do Mestre d'Avis per ben fazer. Legitimado por D. Joo I em 1387 (161), LOURENO MARTINS DO AVELAR era filho do mestre da Ordem de Aviz, D. Martinho do Avelar, que pensamos ser o filho de Martim EstevesdoAvelar referido pelo Conde D. Pedro como Martim do Avelar(162).Se seu pai, Martim Esteves, tivesse sido mordomo de Joo Fernan-des de Lima, o Bom (163), que viveu no primeiro quartel do s culo XIII, isso seria difcil de aceitar, mas de quem ele foi mordomo foi de Joo Fernandes de Lima, Po Centeio, casado com Maria Anes de Aboim e que viveu nos finais daquela centria e princpio da seguinte (164). Desta forma, j cronologicamen te admissvel aceitar como pai do Mestre d'Aviz o Martim Este ves do Avelar que teve, alis, outro filho ligado a uma Ordem Militar, Joo, freire de Santiago(165). No entanto, a ligao dos Ave Lares famlia patronal muito confusa, como a seu tempo se ver(166). Julgamos que a este Loureno Martins e no a outro do mesmo nome (167), que 85 se refere um documento de D. Pedro e emqueseafirmaestar casado com Sancha Dias, neta de Estevo da Guarda(168). Pela carta de legitimao fica-se a saber que o Mestre d'Aviz teve este filho em Mor Mendes, mulher casada, quetambmentende-mos ser me da Branca do Avelar, abaixo.A referncia do texto do Livro das Campainhasper ben fazerentende-se como forma de suprir bastarida do "natural" que porisso perde-ria os direitos decomedoria,oureferir-sea umaeventual adopo. LOURENOMARTINS DOAVELAR D.M ARTI N110 DOAVELAR MORMENDES MAKTIMESTEVESDOAVELAR,Freire MARIAMARTINS Item sua hirmaa Branca do Avellal molher de Nuno Martinz de Gooes. Itemhafilha e huum filho BRANCA DO AVELAR estava j casadacomNUNOMARTINSDE GOES em 1357 (169). Provavelmente era tambm filha de Mor Men 86 des. No conseguimos apurar o nome dos filhos, cujos costados se deduzem dos pais. BRANCADO AVELAR NUNOMARTINS DEGOES D.MARTINHO DOAVELAR MORMENDES MART1MESTEVESDOAVELAR , Freire MARIAMARTINS MARTI MVASQUES DE (JOES VASCORODRIGUESVIEGAS VIOLANTEAFONSO DEMELO MARIAVASQUESFARINHA MARTINAFONSODEMELO MEC IAVASQUESDERESENDE Item Tareija Loureno do Avellal Item Gil Martinz do Avellal de admitir que estes dois "naturais" sejam, ou filhos do Mestre d'Aviz ou de seu filho Loureno Martins.Noentan-87 to, inclinamo-nos mais para a primeira hiptese, j que aque-les que, no nosso entender, so filhos de Loureno, surgem nou tro ponto do texto, e se fossem todos irmos nohaveriara-zo aparente para os separar. TERESALOURENO DOAVELAR GILMARTINSDO AVELAR D. MARTIN 110 DOAVELAR MORMENDES MARTI MESTEVESDOAVELAR,Freire MARIAMARTINS Item Gonallo Annes do Valle escudeiro Segundo Felgueiras Gayo (170), GONALO ANES DO VALE se-ria filho de Joo Afonso do Vale e de Isabel Peixoto. No nos repugna aceitar esta ligao, j que ela de certa forma jus tifiada pela presena deste escudeiro na lista de comedores. De facto, estava ligado famlia patronal atravs de seu pai. 88 GONALOANES DOVALE 10AOAFONSO DOVALE ISABELPEIXOTO AFONSOPIRESDOVALE ALDAKODKIGUESALVELO Item huum filho que a nome Gonalo Gomeez da Mota escudeiro No duvidando da afirmao do Livro das Campainhas, no deixamos de estranhar, quer o patronmico, quer oapelidodo filho de Gonalo Anes do Vale e que, no nosso entender, se de vero entender como opo pelos patronmico eapelido mater-nos. No sabemos com quem casou Gonalo Anes, mas poderia, ta_l vez, ser uma filha de Gomes Fernandes da Mota que sabemos ter casado (171). No passar, no entanto, de uma simples hipte-se de identificao. 89 GONALOGOMES DAMOTA GONALOANF.S 1)0VALU JOOAFONSO1)0 VALE ISA13ELPEIXOTO Item Gonallo Gil Alvello Identificamo-lo como filho de Gil MartinsAlvelotendo apenas como base o patronmico e apelido. Dequalquerforma, esta ligao integra-o perfeitamente na famlia patronal. GONALOGIL ALVELO GILMARTINS ALVELO MARTI MPIRESALVELO .OURENOMARTINSFAFES MARIALOURENO VILELA MARIAMENDESSARRAZLM 90 It em lvaro Gil filho de Gil Vee ?asdoRego daparte da madre. Item da parte de madre Fernam Gil.Item Nuno Ve.agas do Rego cavalleiiro. Item huum fi.lho e huafi-lha No conseguimos identificarnenhumdestesnaturais.0 texto do Livro das Campainhas, inclusive, no permite afirmar se a comedoria transmitida pela me do lvaro Gil ou do Gil Viegas, j que, se o Nuno Viegas irmo deste ltimo, como os patronmicos podem sugerir,aquelahipteseperfeitamente vlida. GILVIEGASDO REGONUNOVIEGASDO REGO LVAROCIL DOREGO 'ERNAO GIL DOREGO Da me de lvaro Gil nada sabemos, maspodeserque a de Gil e Nuno Viegas seja uma Ins Dias do Rego casada com Nu no Viegas Curutelo (172), famlia que, por mais de uma vez, se 91 uniu famlia patronal de Grij(173). Se esta filiao esti_ ver correcta seriam irmos de Leonor Viegas do Regoque, se-gundo Felgueiras Gayo (174), eraa mulherdeDiogo Gomes de Abreu, um dos infanes comedores em Grij. Item Affomso Martinz Moreiira da parte da molher de Pedro Alvello 0 texto do Livro das Campainhas neste passoumpouco confuso, uma vez que nos parece pouco provvel que Afonso Mar-tins fosse receber a comedoria pela mulherdeoutroindivi-duo, mesmo atendendo ao facto de ele ser dafamliapatronal (175). A interpretao que nos parece correcta adeque a comedoria vinha a Afonso Martins por sua mulher, que era"de Pedro Alvello", ou seja, da sua linhagem, ou mesmo pondo a hi ptese de o escriba ter omitido a palavra filha ouat neta. De facto, se os Livros de Linhagens referem que PedroAlvelo teve vrios filhos, nomeando apenas dois (176), tambm ver-dade que um deles, Martim Pires, teve vrios filhos, entre os quais dois, cujos nomes os mesmos Livros registam(177). As-sim a mulher que Felgueiras Gayo diz chamar-se Maria (178), po dia ser filha ou neta de Pro Alvelo. Explicar-se-ia deste mo do a referncia do Livro das Campainhasque,alis, o mesmo autor refere(179). AFONSOMARTINS MOREIRA MARIA(?) ALVK.1,0 Item Rodrigue Annes de Fornos da parte da molher hua filha No conseguimosidentificareste natural. Item Fernam Machado.Irmaaos e sobrinhos de Fernam Paaez. item Branca Paaezsamolher.ItemVaasco Rodriguez. Item Micia Rodriguez. Item Fernam Gon-allvezMachadosdapartedeMiiciaFerrnandes saa madre. Item Gonallo Ferrnandes. Estamos perante um grupo aenaturaisque,segundonos parece, pertencem todos mesmafamlia. Mas osMachadosno foram honrados pelo interesse doCondeD. Pedro(180),pelo 92 MAKT1MRODRIGUES MOR KJ RA RUIl'l RKSMOREIRA 93 que a sua identificao difcil. Felgueiras Gayo tentou re-construir a famlia(181) mas, como natural no autor, sem re ferir os critrios ou fontes que seguia. Dos Machados estuda-dos por Pedro de Azevedo(182), tambm noconseguimosreti-rar elementos que nos pudessem ajudar. Assim sendo,spode-mos tentar explicar a afirmaoinicial de que todos sero pa rentes entre si. Podemos admitir que o Ferno Machado se iden tifique com o Ferno Pais referido logo a seguir. Todavia, pe lo que apuramos de Felgueiras Gayo e de Pedro d'Azevedo, o no me Paio e respectivo patronmico no comum naquela famlia, mas poderiaser da me de Ferno Machado. De facto, ao contra rio do que pretende Felgueiras Gayo, no dever ser Maria Ro-drigues de Vasconcelos, pois a serassimtodoesteconjunto estaria no grupo dos infanes. Uma segunda hiptese queo FERNO MACHADO aquireferido,seidentifiquecomumFerno Anes que Felgueiras Gayo refere comofilho de JooFernandes Machado(183) e de Maria Rodrigues de Vasconcelos.Jvimos, no entanto, que este casamento era pouco provvel. A ter o pa tronmico Pais por sua me, desconhecida por ns, estaria ca-sado com Leonor Pais que Felgueiras Gayo diz ter comedoria em Grij(184).Leonor foi seguramente mal lido por Branca, como diz o documento. Irmos e sobrinhos de Ferno Pais podero ser o Vasco e a Maria Anes, que aquele autor dava comoirmosdo Ferno Anes, com os seus filhos(185). VASCO RODRIGUESeM-CIA RODRIGUES podero ser filhos de RodrigoEstevesMachado, primo-direito de Joo Fernandes, muito embora Felgueiras Gayo 94 lhes d nomes diferentes(186). FERNO GONALVES MACHADOfi-lho de MCIA FERNANDES, e que julgamos irmo de GONALOFER-NANDES podem ser, como afirma Felgueiras Gayo, filhos de Gon-alo Fernandes Machado, irmo de Joo Fernandes(Vd. rvore VI) (187). Trata-se de uma simples hiptese, que a prpria sequn-cia do texto do Livro das Campainhas abona, e se pode admitir como lgica. Item Lopo Diaz do Rego da parte de sua molher ha ha filha No identificamos este natural que, de algum modo deve-r estar aparentado com os outros elementos destafamliaj anteriormente referidos. De qualquer forma, serveestepasso do Livro das Campainhas para demonstrarqueosRegos surgem ligados ao mosteiro, apenas por via feminina. Item Joham Brandom e duas filhas. Item Fernam Martinz sa irmaa (sic). Item Biriinguella Diaz sua madre JOO MARTINS BRANDO e FERNO MARTINS BRANDOeramfi-lhos de Martim Brando e de BERENGRIA DIAS DO AVELAR. 0 Con-de D. Pedro refere este casal afirmando que tiveramfilhose 95 filhas, no referindo porm os seus nomes(188). Quem fosse a mulher de Joo Martins ou o nome dos seus fihos, coisaque ignoramos. Os costados de Joo Martinssoidnticosaosde seu irmo Joo. N.ANESBRANDO N.ANESBRANDO JOOMARTINS BRANDO MARFIM BRANDO BEKENGNIA DIAS DO DIOGOGIL DOAVELAR AVELAR MARIAANESDECAMBRA sem, Item Martim Annes d'Alcaro o Moo. Item Sueire Eannes Provavelmente irmos, no conseguimos apurarquem fos-Item Gonallo Pirez Cerqueiira e dous seus filhos non liidimos Mais um Cerqueira, desta vez noscavaleiros-escudeiros 96 ao contrrio dos seus possveis parentes, nos infanes. Tam-bm o no conseguimos identificar. Item Gonallo Peixoto cavalleiro. Item huum seu filho possvel que seja o GONALO ANES PEIXOTO, referido pe lo Conde D. Pedro, que tinhaumairmcasadacomum Alvelo (189). De qualquer forma no sabemoscomolig-la famlia patronal, nem o nome da mulher ou do filho. Item Gil Estevez d'Outiiz. Item ha sua filha provvel que GIL ESTEVES D'OUTIZ fosse descendente de Gomes Nunes d'Outiz, o nico desta famlia referido pelo Con-de D. Pedro (190), e pelo casamento ligado aos Coelhos, Cunhas e Portocarreiros que como se viu, tinham ligaes a Grij, mas as relaes so demasiado indirectas para que se possa reconsM tuir o nexo com alguma segurana. Tambm no sabemos com quem casou nem o nome da filha. Item Rodrigue Annes de Saa cavalleiiro e sua molher. Item duassuas filhas.ItemJoham Rodriguezseu filho doutra molher 97 RODRIGO ANES DE S, alcaide de Gaia e seu filho JOO RO DRIGUES DE S, o das Gals, sofigurasbemconhecidas, mas nem por isso fcil entronc-los na famlia patronal, j que a ascendncia de Rodrigo Anes muito nebulosa.Dequalquer forma, era pelo seu pai ou pela me quelhe vinhaacomedo-ria, uma vez que o Livro das Campainhas mais frentetambm refere a sua irm Senhorinha Anes de S. 0 problema, porm, consiste em poder entroncar os ascen dentes na famlia patronal. Eram filhos de Joo AfonsodeS e de Maria Martins(191). Desta no se sabe o apelido, mas de ver ser por ela que se faz a ligao, j que uma irm de Ro-drigo, Senhorinha Anes, que tambm vem neste grupo de cavale^ ros, referida como natural. OscasamentosdeRodrigoAnes foram: o primeiro, com Mcia Pires, talvez dosAvelares(Vd. rvore IX), de quem nasceu Joo Rodrigues deS,"odas Ga-ls"; o segundo, com BERENGRIA ANES DO VALE, ligadafam-lia patronal (Vd. rvore II), e de quem nasceu ALDONA RODRI-GUES, abadessa de Rio Tinto, e outra filha de quem no soube-mos o nome (192). Como no so conhecidos os ascendentes deMcia Pires, damos em seguida apenas os costados dosfilhosdeRodrigoe Berengria Anes, j que os do Senhor das Gals se deduzem fa-cilmente dos abaixo apontados. 98 RODRIGOANESDE SA MGIAI' 1RES BERENGAKiANESDO VALE JOOAFONSODE SA MARIAMARTINS ALDONARODRIGUES DE SA RODRIGOA NES DES A HERENGKIA ANES1)0 VA 1,1 JOOAEONSODE SA MARIAMARTINS JOOAEONSODOVALE ISABELPEIXOTO Item Fernam Paaez da Moiia (?)cavalleiiro. Item hua saa filha. Item Gomeez Paaez seu irmaaom e lvaro Paaez seu irmaaom. No sabemos quem sejam estes "naturais" nem a que fam lia pertencem. 99 Item Gonallo Armes de Pynho provvel que GONALO ANES DE PINHO, assim como seu ir mo abaixo mencionado, sejam filhos de Estevo PiresdoAvelar e de uma filha de Joo Loureno de Pinho de quemo Conde D. Pedro no sabia o nome, apenas dizendo quetiveramfilhos (193). Talvez sejam estes com o patronmico da me. GONALOANES UEPINHO ESTEVOPIKES DOAVELAR N.ANESUE PINHO 'EKO MARTINSSOVERAL MARIALOURENODEPORTOCARREIRO JOOLOURENODEPINHO Item Loureno Annes seu irmaaom. Item Beatriz Loureno sua filha No sabemos com quem casounemquemfosseafilha de LOURENO ANES DE PINHO. Costados idnticos aos de seu irmo. 100 Item Joham Pirez Arangoes da parte da molher. Item ha hua filha. No sabemos quem fosse, nem sua mulher ou filha. Item Fernam de Liira escudeiiro. Item ha huum filho. No sabemos quem era. Item Gonalo Garcia de Fiigueredo cavalleiiro. Item Airas Gonallvez seu filho. GONALO GARCIA DE FIGUEIREDO, alcaide do castelo da Fei ra (194), e seu filhoAIRESGONALVESDEFIGUEIREDO, figura conhecida do reinado de D. Joo I, estariam ligados famlia patronal de Grij por Constana Rodrigues Pereira, mulherdo primeiro, que ficou tratada nos infanes. onde lhe apontamos a ascendncia, se bem que haja referncias divergentes(195). GONALOGARCIA DEl'ICUE 1RED0 CONSTANARODRIGUES PEREIRA AIRESGONALVES DEFIGUEIREDO 101 Item de Guimieiiro No conseguimos identific-lo Item Gonallo da Costa cavalleiiro No identificado. Item Sancha Martinz do Avellal. Item Loureno Martinz do Avellal o Moo So provavelmente filhos de Loureno MartinsdoAvelar e netos do Mestre d'Aviz. SANCHAMARTINS LOURENOMARTINS, oMoo LOURENOMARTINS DOAVELAR MARTIMDOAVELAR,Mestr. SANCHADIAS DAGUARDA MORMENDES DIOGOESTEVESDAGUARDA 102 Item Roy Gonallvez dicto Chaziim e duas filhas e ha neta No conseguimos identificar nenhum destes naturais. Item Nuno Gonallvez e Vaasco Gonallvez e Diego Gonallveze Gil Gonallvezfilhosde Gonallo Pirez de Calvos provvel que Calvos seja nomedealgumapropriedade ou lugar. Gonalo Pires de Calvos era filho ilegtimo de Pro Martins de Calvos e de Maria Gomes do Lago (196). Um Bartolo-meu Pires de Calvos, talvez irmo do anterior, referido num documento de D. Afonso IV (197). Mais noconseguimosapurar sobre esta famlia nem como se ligava a Grij. Item Vaasque Estevez e Pedro Estevez e Liionor Estevez filhos que foram de Stevam Martinz das Medaas. So netos de Martim Sanches das Medaaes(198),comose pode ver por um documento sumariado por Frei Antnio da Assun o Meireles(199). Tambm por este documento, e outro da mes 103 ma coleco(200), ficamos a saber da ligao de Leonor Este-ves e um Diogo Brando,empocaconcertezaposterior de 1365, em que Martim Sanches das Medas eoseufilho Estevo Martins tinham doado certos bens ao Mosteiro de Paode Sou-sa . VASCO ESTEVES PEDRO ESTEVES LEONORESTEVES DAS MEDAS ESTEVO MARTINS DAS MEDAS MARTIMSANCHES DAS MEDAAES DRDIANUNES DE AGUIAR Item Vaasco Gil e Diego Gil e outra sua hirmaa filhos de Gil Martinz de Farazom GIL MARTINS DE FRAZO, segundo cremos, deviaserfilho de Martim Pires Soveral (Avelar) e de Guiomar Anes de Frazo. No conseguimos saber nem o nome de sua mulher nem o nomede sua filha. 0 Conde D. Pedroaoreferiros paisde Gil Mar-tins, afirma terem tido um filho, no lhe dando, porm, o no-me (201). 104 VASCO GIL DIOGO GIL1 N. GIL GILMARTINS DLKKAZO< MARTINPIRES SOVERAL PROMARTINSSOVERAL GUIOMARANES FRAZO MARIALOURENODE PORTO-CARREIRO JOOGARCIADE FRAZO Item Gonallo Annes Borges No conseguimos identific-lo Item Stevam Diiaz filho de Diego Alvarez da parte da madre dos Nogueiiros No identificamos estes naturais. Item Senhorinha Annes de Saa irmaa deRodrigueAnnes de Saa e molher d'Airas do Valle. Item huum seu filho que a nome Fernam d'Aires 105 Veja-se a propsito de SENHORINHA ANES DE S o que dis-semos sobre seu irmo Rodrigo. Nada apuramosdosascendentes do seu marido. Soma destesfidalgossobredictossonseteentae sete e son ende os ciincoenta enteiiros e os vinte e sete do tero. Soma per todos naturaaez fidalgos duzentos e oito Assim termina a lista de nobres ligados aoMosteirode S. Salvador de Grij. Quem eram? Tentamos identific-los, co-mo que imaginando registosdenascimentoquenosdessemos seus ascendentes imediatos, oqueinfelizmente,paramuitos casos foi impossvel descobrir. Como vimos, muitos deles tm o mesmo apelido. Por meio deles pode-se identificar um determi-nado nmero de famlias. Quais eram? o tema que nos ocupar no ponto seguinte. 3.2. As Famlias Temos vindo at aquiaseguiroLivrodasCampainhas atravs de uma leitura lenta, de pormenor, tentando descorti-nar alguns segredos deixados pelo laconismo do documento. Com pletaram-se nomes de homens e de mulheres, dos seus filhos ou 106 netos. Outros continuaro no anonimato at quenovoselemen-tos nos permitam saber quem so. Mas paraalmdosnomesou da quantidade de filhos destes "comedores", naturais de um mos teiro a que estavam ligados por razes profundas e que a maio ria, provavelmente nunca visitou, existia um lao maisvasto que unia muitos deles e indicava o parentesco. afunodo apelido. De facto, se agora fizermos uma leitura mais rpida, sem parar nos pormenores, descobrimos que certos nomes se re-petem com frequncia, ligando indivduos que deveriam ser ape lidados de outra forma. Os cnegos de Grij, ou quem se encar regou de escrever a lista, deviam saber os critrios que lhes permitiam constitu-la. No era apenaso nomedopaiou da me, mas qualquer coisa anterior. Fosse pelo nascimento, leg_ timo ou no, fosse pelo matrimnio, estavam ligados a um tron co comum, a uma linhagem, a uma famlia que, essasim,tinha muito mais a ver, simbolicamente, com o mosteiro, do queto-dos eles individualmente. Vamos, pois, agrupando-os, tentar saber quemsoessas famlias voltando a seguir o texto nasua tripladivisode Ricos-Homens, Infanes e Cavaieiros-Escudeiros. No primeiro grupo, de Ricos-Homens,encontramostrinta naturais que se ligam a seis famlias: Teles, Castros, Albu-querques, Sousas, Cunhas e Pachecos, jque RuiVasques Ri-beiro, Henrique Manuel, Fernando Afonso de Melo e Dona Aldon-a de Vasconcelos se encontram nesta lista em virtudedoseu 107 casamento com elementos dessas mesmas famlias. Alis, se qui zessemos restringiraindamaisaquelenmero, chegariamos concluso que os Castros se encontram nesta lista pela sua li gao aos Teles e que D. Martinho, Senhor de Albuquerque, tam bem daquela famlia (Vd. rvore IV), bem como os Cunhas que tem a sua "naturalidade" por ligao matrimonialaosSousas (Vd. rvore V). Teramos assim Teles, Sousas e Pachecos, es-tando esta ltima famlia fortemente relacionada com asduas primeiras (Vd. rvore VIII). Regressemos, porm, ao grupo inicial, etentemosesbo-ar a sua importncia no contexto mais vasto da sociedade por tuguesa de trezentos. No andaremos longe da verdade se afir-marmos estar perante as famlias mais poderosas da poca. Al-guns dos seus membros iro, nas dcadasseguintes,represen-tar papis do mais alto relevo na cena poltica nacional. No perderemos contudo de vista, a sua relao com o mosteirode Grij, partindo do princpio que o poder lhes permitiria exer cer sobre o mosteiro uma influncia maior. TELES (MENESES) Famlia castelhana de remota origem, a que no faltou o toque lendrio, encontra-se referenciada em Portugal desde os incios do sculo XIII, durante o qualvrios dosseusmem-bros ocuparam lugaresdedestaque. D. Afonso Telles,22 Se-nhor de Meneses e 12 de Albuquerque, casou antes de1220com 108 uma bastarda de D. Sancho I(202). Deste casamentonasceuD. Joo Afonso Telo, alferes-mor de D. Afonso III de 1250 a 1255 (203), e que foi av do 12 Conde de BarcelosD. JooAfonso, 42 Senhor de Albuquerque, mordomo-mor de D. Dinis e vrias ve zes seu embaixador(204). A partir de 1298, o condado de Bar-celos vai-se manter nesta famlia, exceptuando-se o 32 Conde, at ao fim da l Dinastia(205). Ao longo deste perodo, quer os detentores do ttulo, quer os seus parentes prximossero das pessoas mais influentes na sociedade portuguesa e obtero dos monarcaslargas doaes. Aliando o favor rgio eopoder econmico e senhorial ao prestgio social,compreende-seque a sua poltica matrimonialse concretize em alianas com fam_ lias do maior destaque, portuguesas ou castel